Madame Brighthall abriu um sorriso.― Agora posso ficar tranquila! Você é um membro da nossa família, Dee. Não permitirei que trate isso como algo que não lhe pertence. Além disso, não é como se eu pudesse levar a pulseira comigo quando finalmente for ver o Criador, não é? É menos desperdício saber que está com você! ―Enquanto falava, um ataque forte de tosse tomou conta da matriarca. Ela respirava com dificuldade, como se estivesse asfixiada. Brendan franziu a testa quando Lúcia e Brenda vieram em seu socorro e a levaram para o quarto.Deirdre acariciou o bracelete com amor, mas depois de refletir, ela o tirou.― Ainda não posso aceitar isso, Brendan. Ela deve ficar com você para que, um dia, possa passar para alguém que você ama. ―‘Passar para alguém que eu ame? Mas a pessoa que eu amo está aqui! Bem na minha frente!’ Os olhos do magnata escureceram. Quando o último raio de alegria finalmente morreu, ele respondeu categoricamente:― Não. Minha mãe deu a você, então é seu e po
Deirdre quis interromper a gravação, mas Brendan afastou o celular e eles continuaram ouvindo a conversa:― Você quer deitar no sofá comigo? ―― Sim, estou com muito frio... ―― Devo te abraçar para dormir? ―― Sim... ―― Mas nós não somos um casal. Você quer dormir comigo, mesmo assim? ―― … ―― Quer que eu te leve para a cama? ―― Não, quero dormir aqui. ―A gravação terminou e Deirdre ficou chocada. Mas então ela rapidamente percebeu algo.― Isso foi uma armadilha! De alguma forma, você deve ter me induzido quando eu não estava em meu juízo perfeito. Foi por isso que concordei! Caso contrário, como eu poderia ter ido para o sofá com você? ―― Induzido? ― Brendan rebateu com justa indignação. ― Foi você quem se levantou da cama e veio até o sofá, sozinha. Além disso, era você quem ficava me dizendo que estava com frio. Portanto, como eu poderia te ignorar? ― Deirdre estava sem palavras e procurava uma resposta, até que, depois de muito pensar, decidiu arriscar outro argu
Quando Deirdre entrou no carro, o aquecedor funcionava no máximo, o que tornaria a viagem confortável. Porem, assim que estavam prontos para voltar para a mansão, o celular de Brendan tocou.O magnata colocou no viva-voz e ouviu a voz de Sam pelos auto-falantes do veículo:― Senhor Brighthall, a troca acontecerá hoje. Eles temem que o tempo piore amanhã e que o mar esteja inseguro. ―Parecia uma desculpa, mas Brendan não prestou muita atenção. Na verdade, para o magnata, seria bom que pudesse adiantar a troca. Consequentemente, Brendan respondeu que iria imediatamente e desligou o telefone.― O que está acontecendo? ― perguntou Deirdre.― O barco que trará sua mãe vai chegar no cais hoje. Mas como o litoral é um lugar ventoso, especialmente em um dia tão frio, vou levar você para a mansão, antes de ir para lá. Mas fique tranquila, assim que eu resgatar sua mãe, vou voltar direto para a mansão, não vou demorar nem um minuto além do necessário. ―Deirdre ficou surpresa, mas feliz.
Brendan esperou pacientemente. A janela do prédio estava bem fechada, tornando quase impossível que o atirador fizesse um disparo com precisão, especialmente no tempo nublado.Além disso, com tantos alvos no cais, o adversário teria que ser imprudente para tentar atirar com o risco de atingir a pessoa errada.Depois de contemplar seu próximo movimento, Brendan não se importava em caminhar em direção à armadilha do oponente, afinal, também contava que Sam estaria preparado para contra atacar.Interrompendo o raciocínio do magnata, Dominic, um dos seguranças exclamou:― Senhor Brighthall! Aquilo é o cargueiro? ―Com o binóculo, Brendan olhou para a direção apontada e viu uma embarcação rompendo lentamente a névoa. Uma mulher de cabelos grisalhos estava na amurada e, enquanto Brendan se concentrava, reconheceu o rosto de Ophelia.Então, o magnata examinou a área ao redor da balsa e viu apenas duas pessoas fumando, enquanto conversavam. Eles não pareciam estar com o adversário.Sem
― Segure minha mão, senhor! Eu vim de barco. Você só tem que aguentar mais um pouco! ― O segurança se virou e viu que Deirdre ainda estava longe.Então rugiu:― Aqui! Reme na direção da minha voz! Encontrei o senhor Brighthall! ―Ao ouvir a voz, Deirdre remou o barco com ímpeto e, em menos de um minuto, chegou no lugar correto. O homem apoiou a inconsciente Ophelia para reduzir o fardo de Brendan e, assim que o barquinho se aproximou, içou o corpo para dentro e puxou, primeiro Ophelia e depois o magnata.Apesar de estar exausto, a primeira atitude de Brendan foi fazer respiração boca a boca em Ophelia para eliminar a água em seus pulmões. A nevasca e o frio se tornavam mais intenso e encharcados, o segurança e Brendan tremiam e seus dentes batiam no frio. Mesmo assim, o magnata tentava usar o pouco calor que restara em seu corpo para tentar aquecer Ophelia.Quando finalmente chegaram à costa, ainda com Deirdre manuseando os remos, com vigor, pela primeira vez, Brendan notou que
Sam tinha sido enganado também. O segurança levou três homens para revistar o prédio em frente, assumindo que um atirador os espreitava, pronto para assassinar Brendan. Infelizmente, o segundo andar estava vazio quando revistou o local. Não havia, ao menos, um funcionário para ser interrogado.Em outras palavras, tudo não passara de uma distração e se Deirdre não estivesse lá, Brendan e Ophelia teriam morrido no mar.― O navio... ― Deirdre falou de repente. ― Havia alguém do grupo deles no cargueiro, afinal, alguém empurrou minha mãe da amurada. Se não houvesse ninguém ali, ela teria desembarcado pacificamente quando o navio atracasse. ―― Se o cargueiro ainda estiver atracando, teremos uma pista! ― Sam deu a ordem: ― Dominic, investigue isso rapidamente. Ninguém tem permissão para desembarcar. ―O homem assentiu e saiu.Sam deu uma olhada em Deirdre e descobriu que, mesmo tendo trocado o agasalho úmido por um seco e tido o corpo aquecido pelo ar quente do carro, no caminho para o
Ophelia foi uma mãe solteira que trabalhou arduamente para pagar uma boa escola para filha e proporcionar uma vida confortável. Era uma pena que sua mente tivesse colapsado antes que pudesse desfrutar da maturidade e do conforto material.Pensando nas infelicidades por que a mãe passara, os olhos de Deirdre se encheram de lágrimas e ela colocou a palma da mão da mulher em sua testa. Então, Ophelia começou a se mexer.― Mãe! ― Deirdre ficou radiante. ― Você está acordada? ―Ophelia abriu os olhos e encarou o teto por algum tempo. Logo depois, seu olhar pousou no rosto da jovem, enquanto o foco voltava, gradualmente.― Dee? ― A voz da mulher estava contaminada com excitação e ansiedade. ― Dee Dee? É você? ―― Sou eu! Mãe! ―Deirdre abriu os braços e abraçou a mãe. Por um minuto, mãe e filha desfrutaram de um reencontro caloroso e repleto de emoção.Quando se recuperaram, Deirdre esfregou os olhos e se sentou. Ela tinha muitas coisas para contar à mãe e muitas perguntas que precisa
Brendan recobrava a consciência. Ele sempre foi um homem saudável e, mesmo tendo prejudicado bastante a condição física, nos meses que se seguiram ao desaparecimento de Deirdre, quando acreditou que a jovem tinha morrido, ainda era capaz de uma recuperação rápida.― Senhor! ― Sam estava ao telefone, mas quando notou que o magnata abria os olhos, desligou. Ele serviu um copo de água para o chefe.Brendan bebeu, enquanto inconscientemente olhava ao redor do cômodo com seus olhos escuros.Sam percebeu o gesto e explicou:― Eu e a Dona Deirdre dividimos as tarefas. Eu optei por acompanhar o senhor, enquanto ela ficou cuidando da mãe. ―― Entendo. ― Brendan terminou o copo de água. Ele sabia que isso aconteceria, mas ainda estava um pouco esperançoso em seu coração. Mas, bastava um mínimo de racionalidade para saber que aquela era uma escolha sensata.Tendo sabido, indiretamente, pela resposta de Sam, que tanto Deirdre quanto Ophelia estavam bem, a mente do magnata se voltou para o fi