― Onde está o senhor Brighthall? ― perguntou Engel. ― Por que não está aqui conosco? ―Deirdre se engasgou, mas logo respondeu:― Ele, eh, disse que há muitas coisas em andamento e que precisam de sua atenção, então não vai se juntar a nós. Ele pediu para que você fizesse um prato e levasse para ele. ―― Bem ocupado, né? ―Deirdre apertou os lábios.― Sim. Na verdade, a empresa está passando por um grande expurgo e ele precisa garantir que cada posição seja ocupada por alguém confiável, o que significa que agora ele precisa olhar tudo de perto. É normal que esteja tão ocupado. ―― Entendo ― a governanta respondeu evasivamente, antes de murmurar: ― Puxa, não é fácil tocar uma empresa, certo? Vou montar um prato agora mesmo, antes que ele comece a comer as próprias unhas. ―― Tudo bem. ―Deirdre saboreou sozinha o prato de arroz e bolo de carne recheado com tomate e queijo e, depois de ouvir um audiolivro, subiu para dormir. Brendan não apareceu naquela noite.No dia seguinte, E
― Essa é a questão. Não dou a mínima por com quem você vai acabar se casando, mas já que vamos ficar juntas por um tempo, deixa eu te dar um bom conselho ― disse Deirdre, um pouco apaticamente. ― Engel vai ser sua governanta e sua cozinheira. Isso significa que ela tem muitas chances de surpreendê-la, você não acha? ―Engel entendeu a deixa.― Ela está certa, senhorita McKinney. Proteger-se contra inimigos óbvios é uma coisa, mas contra alguém de quem você depende? Seria fácil para mim colocar alguns alfinetes em seu travesseiro. Ou cuspir em seu filé... ―A expressão de Charlene endureceu, antes que a mulher mais velha terminasse.― Você se atreveria!? ―A mulher grisalha lançou um olhar de desgosto.― O que me impediria? De qualquer jeito, vou largar o emprego assim que Dee for embora. Você nem sabe onde fica minha casa. Não tenho medo de sua mesquinha vingança! ―Charlene rangeu os dentes esperando a ira diminuir. Então lançou um olhar cheio de adagas na direção de Deirdre.
Depois de alguns minutos encarando a casa vazia, Engel saiu da cozinha e, passaria direto por Brendan, se ele não tivesse perguntado:― Onde está Deirdre? ―O olhar que a governanta deu ao magnata, indicava que o homem tinha chegado ao ponto mais baixo. Se ele não fosse seu patrão, ela o teria ignorado como, se ele não existisse.― Ela está no quarto dela. ―― Certo. ―Ele parecia tão evasivo e indiferente que irritou a mulher grisalha o suficiente para que perdesse o controle sobre a própria língua:― Senhor Brigthall, Charlene McKinney chegou e me disse para preparar um quarto de hóspedes para ela. Ela disse que vai ficar aqui alguns dias! ―― Ela já está aqui? ― Brendan comentou categoricamente. Não havia sinal de alegria ou desgosto em seu rosto. Na verdade, parecia que ele esperava que isso acontecesse. ― A lesão dela ainda não sarou e geralmente não estou em casa. Você deveria prestar atenção nisso quando puder. ―Engel ficou horrorizada.― E você não acha que isso é inj
Deirdre saiu do quarto, fazendo os olhos de Engel brilharem enquanto dizia. ― Querida, que bom que você está melhor! ―Brendan imediatamente puxou o braço de Charlene e a mulher olhou com raiva. Ela finalmente teve uma chance de ficar sozinha com Brendan, mas então a vadia cega apareceu para estragar tudo.Não que ela pudesse revidar. Deirdre estava grávida de um filho de Brendan. Era normal que o homem não estivesse inclinado a mostrar qualquer sinal de intimidade com ela enquanto a mulher que ele engravidou estava ali.Assim, Charlene voltou ao seu fingimento bem praticado.― Você não estava se sentindo mal, Deirdre? Por que você está se esforçando tanto? ―Deirdre desceu as escadas com a ajuda de Engel e um sorriso no rosto.― Eu fiquei com fome, assim como você. Afinal, estou grávida ― respondeu. ― Além disso, esta é nossa primeira refeição juntas, desde que você veio se hospedar em minha casa. Seria impróprio não participar. ―O sorriso magnânimo e o queixo erguido de Dei
Nuvens de tempestade se agruparam em torno do rosto de Brendan, quase instantaneamente. Então cravou os olhos no rosto de Deirdre, rosnando:― Por quanto tempo você vai agir como uma criança mimada!? ―A comoção convocou a Engel para fora da cozinha. Ao ver peças de cerâmica no centro de uma poça de sopa de abóbora, a governanta tratou logo de desescalar a situação.― Senhor Brighthall, por favor, me ouça! Dee nunca gostou de sopas de abóbora! Eu posso garantir isso! É por isso que fiz outra coisa para ela. Ela não está tentando dificultar as coisas para você, eu prometo! ―O rosto de Deirdre estava pálido e inflexível.― Você não precisa explicar nada para esse cabeça dura, Anna. Parece que, para ele, eu sempre estou errada! ― Ela ficou emburrada.Brendan fez uma careta. Sua paciência estava se esgotando.― É você quem está agindo como uma idiota petulante, desde que saiu do centro de detenção! ― ele trovejou. ― Se você não gosta de alguma coisa, haja como uma pessoa adulta! Ni
Terminando a refeição, Charlene começou a pensar: ‘Se tudo com o que Brendan se importa é com o filho que Deirdre carregava em seu ventre, o que aconteceria se eu também engravidasse?’ A mulher pensou muito sobre isso, enquanto saboreava o risoto e, quando terminou, levantou-se e foi tomar banho.No outro quarto, pronta para dormir, Deirdre se deitou de barriga para cima e, pela enorme janela aberta observou o céu ficar cada vez mais escuro. O sono chegou como uma cascata, mas um segundo depois que ela adormeceu, ouviu ruídos suaves vindos de sua varanda.Parecia que alguém tentava pular sua janela. Assustada, a jovem levantou o tronco, bem a tempo de ver uma figura massiva se aproximando e a envolvendo em um abraço tão apertado que era sufocante.Deirdre ficou perplexa e o choque espantou completamente seu sono. Então, finalmente conseguiu reclamar:― Você enlouqueceu? ―O primeiro andar não era tão alto, mas ainda era uma altura considerável para cair. O fato de esse homem deseq
Deirdre abriu os olhos com o barulho e congelou.Brendan também ouviu, mas nenhum dos dois se mexeu. Alguém batia na porta, mas não no quarto de Deirdre e sim no de Brendan. Não era preciso ser um gênio para imaginar quem poderia ser a nada misteriosa batedora, dado o horário tarde da noite.Um pouco depois, a confirmação veio espontaneamente.― Bren? Você está dormindo? ― Charlene insistiu.― E agora? ― Deirdre perguntou, em voz baixa. Brendan não poderia atender, pois estava no quarto de Deirdre. Se Charlene continuasse a bater, perceberia que não havia ninguém lá dentro. ― Você não deveria ter vindo aqui! ―― Vai ficar tudo bem ― Brendan respondeu calmamente, antes de acenar para Deirdre se aproximar.Charlene continuou batendo por um tempo, apesar de ninguém responder, e ela começou a resmungar consigo mesma. Brendan era famoso por ter sono leve e geralmente não dormia tão cedo. Mesmo que conseguisse dormir, todo aquele barulho que ela fazia deveria tê-lo acordado! Assim, por
Brendan beliscou a ponta do nariz como se estivesse tentando lutar contra o cansaço.― Acabei cochilando na banheira. Qual o problema de vocês duas? ―― Oh, não é nada ― Charlene sorriu. ― Eu estava apenas conversando com Deirdre. ―― Conversando, essa hora? ― rosnou Deirdre, claramente sem humor para jogar junto. ― Não estou com vontade de me envolver em conversas que apodrecem o cérebro, no meio de uma noite gelada. Charlene, porém, passou alguns bons cinco minutos batendo na sua porta, tentando acordar a casa toda. ― Antes que alguém respondesse, a jovem entrou no quarto e bateu a porta.Brendan voltou a atenção para Charlene. Seu rosto estava marcadamente desprovido de raiva, impaciência ou qualquer emoção. Ainda assim, sua atenção permaneceu no corpo da mulher, por muito mais tempo do que normalmente.― Você não está com frio? ― ele finalmente comentou.É claro que Charlene estava com frio, seu traje não cobria quase nada. Ela também não esperava que Brendan tomasse banho tã