― Finalmente você veio! Como está ventando muito a Madame preferiu esperar lá dentro, mas pediu que viéssemos aqui fora te receber. ― Assim que a criada terminou a frase, o mordomo, ao lado dela, deu uma cotovelada discreta e, depois de uma troca de olhares, a criada entendeu a gafe e disse:― Ah, sim, verdade! Bem-vinda ao lar, senhora Brighthall. ―Deirdre foi pega de surpresa e sua respiração acelerou quando a correção e a formalidade com que foi tratada. A jovem não sabia como se sentir com aquilo. Era possível que ela não esperasse que os empregados da mansão da família ainda se dirigissem a ela como faziam no passado, depois de tantos anos.Havia um olhar de louvor nos olhos escuros de Brendan. Ele passou o braço em volta do ombro de Deirdre e disse:― Está ventando muito. Vamos entrar logo. ―Deirdre assentiu e foi levada para o quintal. Antes de chegar à sala, ela ouviu a criada da casa dizer:― Não se preocupe, madame. Seu filho e sua nora estão entrando. Apenas espere m
‘Todo mundo está aqui, até quem não deveria' Havia um significado profundo por trás da observação de Charlene e Deirdre não conseguiu evitar o pensamento: 'Quem deveria e quem não deveria estar aqui?'Brendan estreitou os olhos na direção de Charlene e estava prestes a falar quando a visitante não esperada disse, sorrindo:― Olhe para todos vocês. Estou dizendo que não deveria ter vindo hoje. Eu não sabia que estariam aqui, e foi uma grande coincidência. No entanto, como já estou aqui, devemos fazer uma refeição juntos, o que acham? ― Charlene se comportava de maneira descarada, como se ignorasse o fato de que ninguém na casa dava boas-vindas à sua presença.Enquanto isso, Madame Brighthall voltou da cozinha, apressada, com um caldo verde que havia feito, enquanto falava:― Deirdre, este é o caldo que comi quando estava grávida de Brendan. Meu corpo estava fraco, então eu tomava uma tigela dele todos os dias... ― A voz da matriarca morreu subitamente e sua expressão mudou de feliz
As palavras de Deirdre também tinham um significado oculto, e a expressão de Charlene mudou. Enquanto isso, Madame Brighthall não pôde deixar de falar, depois de perceber a falta de ação de Brendan.― Charlene, muito obrigada por conseguir este contato. Quanto dinheiro você gastou nisso? Vou pedir ao mordomo que te reembolse. Não quero te segurar aqui por mais tempo. ― Discretamente, a matriarca indicava que a mulher deveria ir embora.Percebendo que estava sendo mandada embora, Charlene trincou os dentes com tamanha força que sentiu dor, mas, escondendo, apenas sorriu e disse:― Tudo bem, entendo que não sou bem-vinda aqui, então não vou ficar mais. Vou embora depois de terminar o caldo. ―Ela saboreou cada colherada do líquido quente, como se estivesse tentando ficar o maior tempo possível. Ignorando a demora da visitante indesejada, os criados continuaram com suas tarefas, enquanto Madame Brighthall aproveitava a oportunidade para falar em particular com Brendan. Seu rosto metic
Enquanto isso, Madame Brighthall e Brendan terminaram a conversa particular e voltaram para a sala de estar.Depois de ter alcançado seu objetivo, Charlene não planejava ficar mais tempo na mansão, por isso, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e disse:― Já que vim na hora errada, vou deixar vocês em paz. Mas, venho visitar outro dia, madame. Até mais. ―Sem saber como reagir, a matriarca apenas acenou, inquieta.Charlene se afastou dois passos, antes de se virar e olhar para Brendan, com um olhar gentil:― Espero por você, Bren. ―O magnata olhou para Charlene sem nenhuma expressão no rosto e, fingindo não perceber a indiferença, a mulher sorriu e saiu. Mesmo com sua partida, a atmosfera da casa ficou estranha.A matriarca foi quem primeiro quebrou o silêncio:― E então, o que você achou do caldo, querida? Faz alguns anos que não cozinho pessoalmente, então não sei se minha habilidade culinária piorou. ―Deirdre conteve as emoções em seus olhos, recuperou a compostura
― No entanto, estou extremamente enojada por você estar comigo, mas ainda assim se envolver com Charlene ao mesmo tempo. ― Deirdre franziu as sobrancelhas. Era evidente que ela ainda estava pensando na cena de Charlene na mansão da família mais cedo.― Eu não estou envolvido com ela. ― Brendan declarou, exasperado. Só restava sinceridade em seu rosto impecavelmente bonito. ― Desde o momento em que decidi me tornar Kyran, decidi que amaria apenas você e mais ninguém. ―Deirdre quis perguntar: ‘Se for esse o caso, por que Charlene ainda é tão presente em sua vida?’ No entanto, não conseguia falar, pois, em algum lugar de sua mente, sabia que Brendan seria incapaz de responder com objetividade.Ao pensar no comentário significativo de Charlene antes que deixasse a mansão, Deirdre perguntou:― Você está escondendo algo de mim, Brendan? ―Os olhos de Brendan ficaram tristes e o magnata pensou sobre a lesão em seu ombro e o motivo por ter se machucado. Então, colocou uma mecha do cabelo
― Como eu conseguiria continuar dormindo, depois da barulheira que você fez? Além disso, o que você está fazendo? Porque, definitivamente, tem alguma coisa queimando. ―― Não estou fazendo nada... ― Brendan tinha uma expressão constrangida, não muito diferente da de um ladrão pego em flagrante. Então, o magnata limpou a garganta, duas vezes, e inventou uma desculpa: ― Foi a senhora Engel! Ela esqueceu de desligar o fogão, antes de sair. Eu senti o cheiro de queimado e vim correndo, mas isso aqui só virou carvão agora. ―Deirdre jamais acreditaria naquilo, pois Anna nunca faria algo tão descuidado.― Ah... sério? Ou você estava tentando bancar o chef, de novo? ―Brendan sabia que sua mentira fora frágil como as pétalas de um dente de leão, então apenas disse a verdade:― Está bem, está bem. Pedi à minha mãe a receita do caldo verde que ela fez ontem, porque você parece gostar bastante. Então achei que talvez conseguiria te surpreender, na hora do almoço. Mas... sempre me esqueço de
Quando voltou para cozinha, com uma expressão triste e desamparada, Sam, se despediu:― Oh, ele está certo, dona Deirdre! Acabei de lembrar que tenho muito trabalho a fazer. Espero que possa comer de sua comida outro dia. ―Com isso, Sam saiu. Brendan virou-se para o olhar impassível de Deirdre e disse placidamente:― Ele sabe que está muito ocupado para desfrutar dessas coisas simples da vida. Vou ter que comer por mim e por ele. ―No fundo, Deirdre sabia que, se Brendan quisesse, poderia ter deixado Sam ficar e almoçar em paz, por isso suspirou e comentou:― Eu estou fazendo um panelão inteiro de estrogonofe, você acha que vai dar conta de comer sozinho? ―― Claro que vou. ― Brendan respondeu baixinho. ― Se foi você quem fez, então eu vou comer tudo. ―Deirdre achou que Brendan estava exagerando, mas, na hora do almoço, de fato, o magnata cumpriu sua promessa. Além da porção destinada à jovem e à governanta, Brendan, que não era conhecido por comer muito, esvaziou a panela de
Demorou para Deirdre sair de seu estupor e perceber que ria à toa e aquilo a surpreendeu. Ela estava se apaixonando por Brendan? De novo?― Dee? Chegamos ― disse Engel.A jovem assentiu e desceu do taxi. Então seguiram para o distrito comercial e visitaram alguns lugares interessantes. Quando passaram por uma loja que vendia roupas de bebê, Anna não pôde deixar de querer olhar.― Oh, meu Deus! As roupas dessa loja são tão adoráveis, olha isso, Dee! Eu quero comprar um macacãozinho desses para o seu filho. Tudo bem? ―― Ainda é muito cedo, Anna! Meu bebê ainda nem nasceu. ― Deirdre riu.― Mas, se esperarmos por até nascer, alguém vai vir e comprar antes! Eu não vou deixar isso acontecer. Você sabe o que dizem, não é? Aproveite o momento! ― a mulher grisalha respondeu animadamente, antes de puxar Deirdre para dentro da loja.Desamparada, Deirdre se deixou guiar pela governanta e amiga e acabou se sentindo confortável com o ambiente quente e aconchegante da loja, o que aliviou sua t