Agoniada, Deirdre tentava organizar os pensamentos: ‘O que está acontecendo? Brendan me enganou esse tempo todo, mais uma vez!?’Sem entender direito o que estava acontecendo, governanta fazia o possível para confortar a jovem desesperada.― Dee, por favor, acalme-se! Você não pode se deixar abalar dessa forma, toda vez que alguém brotar do chão e te dizer alguma coisa, pode? O que qualquer um diz é verdade? Não sei o que esse Walker tem a ver com você e Brendan, ou porque é isso importante para você. Mas, o que Brendan sente por você é real! Não há mentira nisso! ―De certa forma, Anna estava certa. Dos sentimentos do magnata ela não poderia comprovar nada, mas o ferimento de bala no ombro de Brendan também era real, ou ele não teria ficado tão ferido a ponto de não conseguir dormir. O irmão de Henry poderia estar mentido para conseguir a simpatia dela.No entanto, a mente de Deirdre estava em desordem e qualquer disposição que ela tivesse para passear e fazer compras havia desapa
― Não, isso não é verdade ― disse Brendan, lutando contra o impulso de puxar Deirdre em seus braços. Mas, ao invés disso, derramou sua sinceridade, ao declarar: ― Falo sério quando digo que te amo. ―Mas a jovem não estava disposta a acreditar em mais nada.― Você vai insistir nessa baboseira depois de ter me enganado tantas vezes? Você só vai quebrar a cara! Afaste-se de mim, Brendan. Não aguento mais um segundo respirando o mesmo ar que você! ― Ela rangeu os dentes e desistindo de subir para o quarto, apenas correu, querendo fugir da mansão.Assustada e preocupada, a governanta saiu atrás da jovem.Brendan só teve energia para apoiar a mão na parede e abaixar a cabeça. Não importa o quão acostumado ele estivesse com as palavras cáusticas da jovem, elas ainda o machucavam como se fossem facas.Sam também estava triste e se sentia culpado.― Sinto muito, senhor! Eu não deveria... eu não sabia que ela estava parada atrás da porta... eu não deveria ter dito nada... ―― Não é sua c
― Seu Brighthall, se me permite? ― Anna começou, preocupada. ― Eu não sei o que aconteceu entre você e Dee, mas não fiquei cega para como você a trata. Tenho dificuldade em acreditar em alguém que diz que você não se importa com ela... Também não entendo por que você mente tanto para ela, mas se me permite... Dee é uma pessoa muito sensível. Ela precisa de segurança. Mentir para ela uma vez é o suficiente. Por favor, não faça isso de novo... antes que o coração dela vire pedra. ―Uma névoa parecia ter se formado nos olhos de Brendan.― Eu entendo o que você diz, mas temo que isso seja mais complicado do que você possa ter imaginado. Por enquanto, concentre-se em cuidar de Deirdre. ―Engel ergueu a cabeça:― Você vai sair? ―Brendan se lembrou das coisas que Charlene havia dito naquele dia e sua expressão endureceu:― Não, não vou sair. Mas tenho algo importante para resolver. ―Ele subiu as escadas, mas, a porta do quarto de Deirdre estava trancada, então ele bateu.― Posso en
Sentindo o cheiro diferente, no paletó de Brendan, Deirdre se afastou e disse, com sarcasmo: ― Ahhh, eu me sinto tão mal por você. Passar um tempo de qualidade com Charlene deve tê-lo esgotado, mas o dever o obrigou a continuar fingindo ser um bom pai e voltar para casa, para me acompanhar a este insignificante pré-natal! ―Brendan enrijeceu. Seus lábios se separaram como se ele quisesse dizer, algo antes de desistir e responder, em voz triste:― Vamos. Vou levar você até o carro. ―― Oh, não precisa se incomodar comigo. ― Deirdre vestiu o casaco e sua hostilidade era palpável quando caminhou até o veículo, o mais rápido que sua parca visão permitia, até ocupar o assento do passageiro.A viagem foi silenciosa e nenhum observador acreditaria que, alguns dias atrás, aqueles dois eram um casal que se dava as mãos, sempre que paravam em um semáforo.A dupla chegou ao hospital e foi encaminhada para o consultório médico do obstetra. Quando o monitor exibiu a imagem, em tons de cinza,
Brendan não soube o que dizer e apenas focou a atenção no trânsito. Percebendo que não receberia resposta, Deirdre virou o rosto e apoiou a testa na janela do veículo. Assim, o percurso foi silencioso, enquanto iam para a antiga residência. Como Brendan havia informado à criadagem da família Brighthall com antecedência, esperavam pela chegada da jovem.Quando Deirdre saiu do carro, Brendan disse:― Sempre houve apenas uma pessoa em meu coração, e é você, Dee. Só preciso de mais tempo. ― O magnata não parou para visitar a casa. Em vez disso, foi embora.Deirdre ainda não havia chegado à sala quando Madame Brighthall apareceu e correu para ela enquanto uma das criadas a chamava, de dentro da mansão:― Não faça isso, senhora! Está frio e o vento está gelado! Espere que ela já vai entrar! ―Deirdre ficou onde estava, com os pés fincados no chão quando Madame Brighthall se aproximou e cumprimentou, cheia de energia e bom humor:― Deirdre, querida, Bren me disse que você viria para fic
― Ah, você sabe... Não consegue imaginar o que ele está planejando fazer? Se você me perguntar, acho que só quer a criança dentro dela, não necessariamente ela. A pessoa que ele realmente ama deve ser a toda chique, certo? O que eles têm é um relacionamento sólido de vários anos, e isso é muito mais do que um pretendente poderia chegar perto. ―― Você diz isso, mas posso dizer o quão real e sincero é o cuidado e a preocupação dele com a moça, sabe? ―― Claro que ele está preocupado. Ela é a mãe do filho dele! Ele tem que se importar com ela. Ela está grávida, pelo amor de Deus. Ele vai deixar que ela tenha um ataque? Nunca! Isso só machucaria a criança! ―As vozes desapareceram na distância, mas continuaram a ecoar na cabeça de Deirdre, de forma cada vez mais cruel e sarcástica. Há muito pensara que tinha ficado insensível a comentários como esses, mas ouvir que não passava de uma barriga de aluguel ainda parecia uma facada no peito. Não importava o quanto ela tentasse escapar daqui
Então era isso... Apesar de Deirdre estar grávida de um filho de Brendan, o monstro e Charlene iam se casar. Em outras palavras, a gravidez não era impedimento algum para que o homem amasse outra mulher.Aquele era justamente o tipo de coisa que provocara os comentários estranhos da criada e do jardineiro. Por isso, Deirdre começou a imaginar que a única razão pela qual mostravam o mais básico decoro com ela é que o pai da criança que carregava em seu ventre era o próprio Brendan.— Oh, eu entendo — Deirdre soltou um longo suspiro. Ela não se sentiu tão abalada quanto pensou que ficaria. Talvez estivesse antecipando isso há muito tempo. A única coisa em que pensou e, portanto, a única que causou algum sentimento, foi o que Brendan havia dito antes de partir. ‘Você sempre esteve no meu coração.’Que piada absurda ele tinha feito.— Parabéns, eu acho. E desculpe, também, já que ainda não estou apta para andar livremente por aí. Vou ter que faltar ao casamento. — Ela colocou o convite
Lúcia, que foi quem permitiu a entrada de Charlene, gaguejou e parecia ter vontade de se esconder, quando tentou se defender:― Mas, Madame Brighthall, a senhorita McKinsey vai se casar com seu filho! Ela também será nossa chefe, muito em breve, e nós... Não podemos dizer não a alguém assim! E se ela guardar rancor de nós? ―― Você está me dizendo que considerou a autoridade dela maior do que a minha!? ―― Madame Brighthall? ― Uma voz suave e tranquila veio do segundo pavimento e a mulher mais velha se virou.Deirdre estava parada na escada, com uma expressão plácida. Seus olhos nem estavam vermelhos.― Madame Brighthall, não foi nada demais. ― Ela continuou, categoricamente. ― Elas não estão erradas em pensar duas vezes antes de desagradar à Charlene. Ela vai ser a próxima chefa da família, e se eles recusassem a entrada dela em seu nome, isso só criaria um ponto de conflito entre você e sua nora.― Dee! ― Madame Brighthall sentiu as palavras se engasgarem na garganta. Ela podia