Quando voltou para cozinha, com uma expressão triste e desamparada, Sam, se despediu:― Oh, ele está certo, dona Deirdre! Acabei de lembrar que tenho muito trabalho a fazer. Espero que possa comer de sua comida outro dia. ―Com isso, Sam saiu. Brendan virou-se para o olhar impassível de Deirdre e disse placidamente:― Ele sabe que está muito ocupado para desfrutar dessas coisas simples da vida. Vou ter que comer por mim e por ele. ―No fundo, Deirdre sabia que, se Brendan quisesse, poderia ter deixado Sam ficar e almoçar em paz, por isso suspirou e comentou:― Eu estou fazendo um panelão inteiro de estrogonofe, você acha que vai dar conta de comer sozinho? ―― Claro que vou. ― Brendan respondeu baixinho. ― Se foi você quem fez, então eu vou comer tudo. ―Deirdre achou que Brendan estava exagerando, mas, na hora do almoço, de fato, o magnata cumpriu sua promessa. Além da porção destinada à jovem e à governanta, Brendan, que não era conhecido por comer muito, esvaziou a panela de
Demorou para Deirdre sair de seu estupor e perceber que ria à toa e aquilo a surpreendeu. Ela estava se apaixonando por Brendan? De novo?― Dee? Chegamos ― disse Engel.A jovem assentiu e desceu do taxi. Então seguiram para o distrito comercial e visitaram alguns lugares interessantes. Quando passaram por uma loja que vendia roupas de bebê, Anna não pôde deixar de querer olhar.― Oh, meu Deus! As roupas dessa loja são tão adoráveis, olha isso, Dee! Eu quero comprar um macacãozinho desses para o seu filho. Tudo bem? ―― Ainda é muito cedo, Anna! Meu bebê ainda nem nasceu. ― Deirdre riu.― Mas, se esperarmos por até nascer, alguém vai vir e comprar antes! Eu não vou deixar isso acontecer. Você sabe o que dizem, não é? Aproveite o momento! ― a mulher grisalha respondeu animadamente, antes de puxar Deirdre para dentro da loja.Desamparada, Deirdre se deixou guiar pela governanta e amiga e acabou se sentindo confortável com o ambiente quente e aconchegante da loja, o que aliviou sua t
Agoniada, Deirdre tentava organizar os pensamentos: ‘O que está acontecendo? Brendan me enganou esse tempo todo, mais uma vez!?’Sem entender direito o que estava acontecendo, governanta fazia o possível para confortar a jovem desesperada.― Dee, por favor, acalme-se! Você não pode se deixar abalar dessa forma, toda vez que alguém brotar do chão e te dizer alguma coisa, pode? O que qualquer um diz é verdade? Não sei o que esse Walker tem a ver com você e Brendan, ou porque é isso importante para você. Mas, o que Brendan sente por você é real! Não há mentira nisso! ―De certa forma, Anna estava certa. Dos sentimentos do magnata ela não poderia comprovar nada, mas o ferimento de bala no ombro de Brendan também era real, ou ele não teria ficado tão ferido a ponto de não conseguir dormir. O irmão de Henry poderia estar mentido para conseguir a simpatia dela.No entanto, a mente de Deirdre estava em desordem e qualquer disposição que ela tivesse para passear e fazer compras havia desapa
― Não, isso não é verdade ― disse Brendan, lutando contra o impulso de puxar Deirdre em seus braços. Mas, ao invés disso, derramou sua sinceridade, ao declarar: ― Falo sério quando digo que te amo. ―Mas a jovem não estava disposta a acreditar em mais nada.― Você vai insistir nessa baboseira depois de ter me enganado tantas vezes? Você só vai quebrar a cara! Afaste-se de mim, Brendan. Não aguento mais um segundo respirando o mesmo ar que você! ― Ela rangeu os dentes e desistindo de subir para o quarto, apenas correu, querendo fugir da mansão.Assustada e preocupada, a governanta saiu atrás da jovem.Brendan só teve energia para apoiar a mão na parede e abaixar a cabeça. Não importa o quão acostumado ele estivesse com as palavras cáusticas da jovem, elas ainda o machucavam como se fossem facas.Sam também estava triste e se sentia culpado.― Sinto muito, senhor! Eu não deveria... eu não sabia que ela estava parada atrás da porta... eu não deveria ter dito nada... ―― Não é sua c
― Seu Brighthall, se me permite? ― Anna começou, preocupada. ― Eu não sei o que aconteceu entre você e Dee, mas não fiquei cega para como você a trata. Tenho dificuldade em acreditar em alguém que diz que você não se importa com ela... Também não entendo por que você mente tanto para ela, mas se me permite... Dee é uma pessoa muito sensível. Ela precisa de segurança. Mentir para ela uma vez é o suficiente. Por favor, não faça isso de novo... antes que o coração dela vire pedra. ―Uma névoa parecia ter se formado nos olhos de Brendan.― Eu entendo o que você diz, mas temo que isso seja mais complicado do que você possa ter imaginado. Por enquanto, concentre-se em cuidar de Deirdre. ―Engel ergueu a cabeça:― Você vai sair? ―Brendan se lembrou das coisas que Charlene havia dito naquele dia e sua expressão endureceu:― Não, não vou sair. Mas tenho algo importante para resolver. ―Ele subiu as escadas, mas, a porta do quarto de Deirdre estava trancada, então ele bateu.― Posso en
Sentindo o cheiro diferente, no paletó de Brendan, Deirdre se afastou e disse, com sarcasmo: ― Ahhh, eu me sinto tão mal por você. Passar um tempo de qualidade com Charlene deve tê-lo esgotado, mas o dever o obrigou a continuar fingindo ser um bom pai e voltar para casa, para me acompanhar a este insignificante pré-natal! ―Brendan enrijeceu. Seus lábios se separaram como se ele quisesse dizer, algo antes de desistir e responder, em voz triste:― Vamos. Vou levar você até o carro. ―― Oh, não precisa se incomodar comigo. ― Deirdre vestiu o casaco e sua hostilidade era palpável quando caminhou até o veículo, o mais rápido que sua parca visão permitia, até ocupar o assento do passageiro.A viagem foi silenciosa e nenhum observador acreditaria que, alguns dias atrás, aqueles dois eram um casal que se dava as mãos, sempre que paravam em um semáforo.A dupla chegou ao hospital e foi encaminhada para o consultório médico do obstetra. Quando o monitor exibiu a imagem, em tons de cinza,
Brendan não soube o que dizer e apenas focou a atenção no trânsito. Percebendo que não receberia resposta, Deirdre virou o rosto e apoiou a testa na janela do veículo. Assim, o percurso foi silencioso, enquanto iam para a antiga residência. Como Brendan havia informado à criadagem da família Brighthall com antecedência, esperavam pela chegada da jovem.Quando Deirdre saiu do carro, Brendan disse:― Sempre houve apenas uma pessoa em meu coração, e é você, Dee. Só preciso de mais tempo. ― O magnata não parou para visitar a casa. Em vez disso, foi embora.Deirdre ainda não havia chegado à sala quando Madame Brighthall apareceu e correu para ela enquanto uma das criadas a chamava, de dentro da mansão:― Não faça isso, senhora! Está frio e o vento está gelado! Espere que ela já vai entrar! ―Deirdre ficou onde estava, com os pés fincados no chão quando Madame Brighthall se aproximou e cumprimentou, cheia de energia e bom humor:― Deirdre, querida, Bren me disse que você viria para fic
― Ah, você sabe... Não consegue imaginar o que ele está planejando fazer? Se você me perguntar, acho que só quer a criança dentro dela, não necessariamente ela. A pessoa que ele realmente ama deve ser a toda chique, certo? O que eles têm é um relacionamento sólido de vários anos, e isso é muito mais do que um pretendente poderia chegar perto. ―― Você diz isso, mas posso dizer o quão real e sincero é o cuidado e a preocupação dele com a moça, sabe? ―― Claro que ele está preocupado. Ela é a mãe do filho dele! Ele tem que se importar com ela. Ela está grávida, pelo amor de Deus. Ele vai deixar que ela tenha um ataque? Nunca! Isso só machucaria a criança! ―As vozes desapareceram na distância, mas continuaram a ecoar na cabeça de Deirdre, de forma cada vez mais cruel e sarcástica. Há muito pensara que tinha ficado insensível a comentários como esses, mas ouvir que não passava de uma barriga de aluguel ainda parecia uma facada no peito. Não importava o quanto ela tentasse escapar daqui