Para crédito de Eilis, não deixaria uma velha pisar nela. Carrancuda, repreendeu:― Ah, sério? Seu Bobby também é o mesmo monstrinho que roubou a colheita de O'Connor e espancou outras crianças aquele dia na festinha, não é? Quantas pessoas reclamaram com o líder comunitário sobre isso? Eu perdi a conta. Agora você está me dizendo que o mesmo rapaz é incapaz de mentir? — Os olhos da senhora Boebert se arregalaram de raiva e furiosa, ela derrubou todas as batatas da bancada no chão. Com raiva, Eilis gritou:― Para que isso!? ― Todos no bairro sabiam quantos problemas a senhora Boebert era capaz de causar. Ela sempre foi do tipo que intimidava os outros e usava da idade avançada para se safar. ― Você acabou de acusar meu neto sem provas, Eilis! ― A senhora Boebert gritou. Então, puxou o braço de Bobby o incitando para a briga, seu dedo enrugado apontando para todo mundo. ― Você vê isso? Bobby nunca, eu digo nunca, foi agredido por ninguém, em toda a sua vida, então que tal u
Poucos poderiam suportar a ótica de uma idosa, quando se faz de vítima e naturalmente, alguns dos espectadores foram compelidos a mediar. ― Vamos, Eilis! Olhe para a pobre senhora Boebert. Ela está tão velha e mal consegue andar sozinha. Você não pode pensar que ela veio até você, apesar da dificuldade, só para caluniá-la em público, certo? — ― Além disso, ninguém quer um conflito insolúvel entre nós, certo? Este é um lugar pequeno, Eilis. Diga, uh, aquela garota para se desculpar e acabar logo com isso. — ― Isso! Somos uma comunidade unida. Conhecemos todos aqui, bebemos a mesma água e vivemos sob o mesmo céu. Não faz bem a nenhum de nós se a comunidade se dividir por causa de algo tão trivial. Algo tão trivial quanto começar uma briga com uma criança também! Se posso ser franco, Eilis, você realmente acha que a jovem é tão confiável quanto você espera? — Os comentários dos vizinhos curiosos eram como espinhos picando o peito de Deirdre. Eilis, no entanto, tinha um pingo d
A idosa não conseguia encontrar argumentos para fugir daquela situação, afinal, o que Deirdre e Eilis falavam era irrefutável. Então, começou a se desesperar:― P-Por que vocês... — De repente, um ritmo constante de passos se aproximou deles e o tom jocoso de Declan King soou:― Uau! O que está acontecendo aqui? Vocês estão dando uma festa e nem me chamaram? ― Deirdre cerrou os punhos, instintivamente. Ela não podia deixar de ficar preocupada. Kyran não poderia estar com ele, certo? Se ele estivesse Bobby poderia repentinamente mudar de alvo e culpar Kyran. Então, como o homem era mudo, a senhora Boebert o chantagearia ainda mais, afinal, ele não poderia rebater Para alívio de Deirdre, Declan acrescentou:― O que está acontecendo? Por que todo mundo parece tão tenso? É porque eu estou invadindo a festa ou algo assim? ― Ele disse 'eu', não 'nós'. Declan estava sozinho desta vez. Mas, a idosa havia aproveitado a chance de escapar da briga com Bobby a reboque. Talvez ela es
Mas, a jovem não sentia que tivesse aceitado o convite por ser algum tipo de santa querendo mostrar virtudes. Definitivamente não era pela compaixão que sentia por todos que, como ela, tinham alguma deficiência. Ela só aceitou entrar na festa como forma de agradecimento. Sim, definitivamente como forma de agradecimento pelas duas vezes em que Kyran a ajudou. Deirdre recebeu a ligação de Tobey assim que saiu do veículo. Parada na calçada, não pôde deixar de notar o cansaço na voz do rapaz, por mais gentil que ele fosse:― Você vai ao jantar de hoje à noite com minha mãe, Dee? ― Deirdre não ficou surpresa por ele saber, afinal, Madame Russell deveria ter contado:― Sim, sim. ― ― Ah, ótimo. Tenha cuidado por favor. Não beba. Se bem me lembro, você não é exatamente uma boa bebedora. Basta dizer a eles que você é alérgica ao álcool e eles definitivamente a deixarão em paz ― Tobey brincou. ― Vá para casa assim que acabar, por favor. ― — Eu sei, Toby. Eu sei. ― Ela gorjeou. Sua
As escadas provaram ser um pouco chiques demais. Às vezes era uma plataforma larga e plana. Às vezes, tinha uma série de degraus estreitos. E isso sem contar as voltas e curvas também! Deirdre não tinha esperança contra a estética imprevisível da escada. Ela finalmente calculou mal e errou o passo. Mas, antes de cair, porém, sentiu uma mão firme segurando-a com força, pela cintura. Era quente e forte, e ajudou-a a recuperar o equilíbrio. Deirdre soube imediatamente que pertencia a Kyran. Eilis entrou em pânico tanto que seu rosto ficou branco. Ela apenas suspirou de alívio quando viu que Deirdre estava bem. Batendo no peito, ela exclamou, soltando o ar:― Graças a Deus você está aqui, senhor Reed! Muito obrigada! Ela poderia ter se machucado seriamente se caísse daqui! ― Declan riu.― Bem, não é como se Kyran fosse famoso por ser seriamente meticuloso e observador... Ou que ele estivesse guardando silenciosamente um vacilo da jovem... Ou que ele se preparasse para pegá-la n
Um dos vizinhos superestimou a intimidade que tinha com Deirdre e, de forma indelicada, enfiou um copo de cerveja na mão da jovem:― Vamos! Vamos fazer um brinde. Se o turismo da colina crescer e construirmos algum tipo de resort, Alnwick ficará famoso! Por isso, vamos comemorar! ― Deirdre foi colocada em uma situação embaraçosa porque não queria beber e, como Eilis não estava por perto, Deirdre hesitou. Demorou um pouco antes que ela finalmente decidisse perguntar:― Sinto muito. eu não posso beber. Posso substituir a cerveja por chá? ― ― Substituir a cerveja por chá? ― O homem fez uma careta ao insistir: ― Como você pode não querer beber depois de ter ficado longe por tanto tempo? Você está tentando me desprezar? Acha que ficou superior a mim, por ter morado longe? ― ― Não, eu não quis dizer isso! ― ― Para que criar confusão por tão pouco? ― perguntou Archie. ― Do que você tem medo? É apenas meio copo de cerveja. Além disso, ninguém iria abusar de você se você estivesse
Deirdre pegou o bolo com um guardanapo. Mas, quando estava prestes a colocar na boca, uma força repentina atingiu sua mão, fazendo seu coração bater mais forte e o bolo rolar para o chão. Madame Russell ficou estupefata.― Qual é o problema? ― Kyran não disse nada, enquanto, retirava os pratos com o bolo de perto. Entretanto, por mais que tivesse sido um incidente pequeno, a comoção acabou atraindo a atenção das pessoas mais próximas. ― O que está acontecendo? ― perguntou alguém. Até Deirdre ficou perplexa. Era óbvio que Kyran não queria que ela comesse aquele bolo, mas ela não entendia o porquê. Mas, um sentimento inexplicável de suspeita brotou do fundo de seu coração. Todos fizeram caretas com o acontecimento e, brincando, disseram que Kyran amava tanto aquele bolo que levou para longe, para comer tudo sozinho. ― Nah, você acha que o senhor Reed é como você? ― Um homem zombou. ― Você viu o relógio no pulso dele? É um relógio que custa uma nota preta. Como uma pess
No final do jantar na casa de Madame Brighthall, Deirdre subiu para seu quarto e vasculhou a bolsa, em busca de seu remédio para alergia, enquanto suportava um crescente desconforto. No entanto, não havia levado o remédio porque nunca comia amendoim. Portanto, só podia suportar a náusea e a tontura. Enquanto estava deitada na cama, sentindo dor. Mesmo naquele momento, teve medo de ser vista por Madame Brighthall e se cobriu com um cobertor. Entretanto, ouviu o som da porta se abrindo e a voz desgostosa de Brendan, que acompanhara o ato. ― Deirdre, você acha que eu trouxe você aqui para descansar? Saia já da cama! ― Vendo que Deirdre não respondia, ele levantou o cobertor com um gesto rude e viu que a pele da jovem estava coberta de erupções cutâneas. Ela estava deitada enrolada, ofegando como se estivesse à beira da morte. ― Que merda é essa! ― Brandan ficou chocado. Então, largou o cobertor e agarrou o ombro de Deirdre, enquanto dizia, com pânico nos olhos: ― O que está