Capítulo 04

Dianne

Acordei com o despertador às seis. Depois daquele jantar, demorei horas para dormir. Era surreal. Eu havia jantado com o presidente dos Estados Unidos. Parecia cena de um livro clichê de romance.

Ainda podia sentir o seu perfume tão bom e o toque dos seus lábios na minha bochecha. Seria insano dizer que senti atração por aquele homem? Adan era um pouco mais alto do que imaginava, devia ter um pouco menos de um metro e oitenta. Noventa quilos, eu diria. Os seus cabelos pretos eram marcados nas têmporas por alguns fios brancos que começavam a surgir e por uma mecha grisalha acima da testa, no lado esquerdo. Aquilo era um charme imenso que o marcava desde jovem. Os seus fios pareciam tão sedosos, senti vontade de tocar. Os seus olhos castanhos com um leve toque acobreado me cativaram assim que os nossos olhares de encontraram.

Percebi a minha calcinha umedecer. Levei a minha mão entre as minhas pernas e senti o quanto estava excitada só de pensar nele. Sem dúvida, aquele homem havia me provocado tesão. Quando atrevi tocar o meu clitóris, gemi arrepiada. Ele implorava para ser acariciado.

Abrindo a gaveta ao lado da cama, apanhei a minha caixa de veludo roxo. Dentro havia um vibrador, gel lubrificante e algumas coisas a mais. Peguei o vibrador e coloquei a caixa sobre o aparador. Estava tão excitada, que não precisaria de lubrificante algum.

Tirando a coberta de cima de mim, arranquei a calcinha e abri as minhas pernas, apoiando os pés no colchão. Liguei o vibrador dois em um e o introduzi na minha vagina, indo e voltando, enquanto a outra ponta massageava o meu clitóris.

Fechando os olhos, me permiti pensar nele. Permiti lembrar da sensação das poucas vezes que a sua grande mão tocou a minha cintura e a base da coluna. Apertei o meu mamilo esquerdo, aumentei a velocidade do vibrador e gemi alto sentindo o orgasmo aproximar rapidamente. Queria muito que fosse o Homem Inalcançável a me saciar naquela manhã. Gozei gemendo manhosa, sentindo as pernas esquentarem.

Quando removi o vibrador, observei o quanto ele estava molhado. Sorrindo, e não totalmente satisfeita, levantei-me e fui ao banheiro. Tinha uma rotina para cumprir antes do trabalho.

* * *

Corri três quilômetros naquela manhã. Após me arrumar para o trabalho, comi uma torrada com geleia de framboesa e tomei uma caneca de café. Atrasada em cinco minutos, dirigi tentando evitar sinais fechados e as vias de fluxo intenso pela cidade.

Na sede da Washington Times, sentada à minha mesa, trabalhei o dia todo na matéria de Adan. Muitas vezes foi inevitável não sorrir ao me lembrar dele ou da masturbação daquela manhã feita pensando nele.

O meu celular vibrou sobre a mesa. Na tela estava o nome do meu padrinho.

— Boa noite, tio Tommy.

Boa noite, querida. Estou ligando para saber como foi a entrevista ontem à noite.

— Foi incrível! — Sorri mordendo o lábio inferior.

Que bom. Parece feliz.

— Estou. — Inexplicavelmente, eu me sentia mais feliz naquele dia. Talvez fosse a masturbação matinal. Ou, talvez, fosse a recordação do jantar na noite anterior.

Karen está programando um jantar para o aniversário do nosso casamento amanhã. Esperamos que você venha. Será algumas poucas pessoas, algo íntimo.

— Tudo bem. Diga a ela que estarei aí.

Estamos com saudade.

— Também estou com muita saudade.

— Será a partir das sete.

— Certo, tio Tommy.

Boa noite, querida. Eu te amo.

— Também te amo. Boa noite.

Encerrei a chamada e só então me atentei as horas. Já passava das seis. Faltava pouco para rever a matéria e, então, enviá-la para a secretária de Adan.

Quando deixei o escritório já eram oito horas. Ao chegar em casa, Sirius e Remo vieram me recepcionar na porta, ronronando e esfregando-se nas minhas pernas. Os dois gatos adotados em um abrigo, era quem dividiam a enorme casa de dois andares comigo.

A casa havia sido presente do tio Tommy. Tudo aquilo que ele fazia por seus filhos, fazia igualmente para mim. Eu era extremamente grata por isso. Não poderia ter sido criada e zelada por pessoa melhor.

Abri a geladeira e pensei no que poderia cozinhar, mas estava com preguiça e cansada demais. Peguei o telefone sobre a bancada da cozinha e liguei para um restaurante italiano no centro. Pedi uma salada com peixe grelhado e abri uma garrafa de vinho tinto que estava escondida no fundo da geladeira.

Na cama, após comer e tomar banho, não conseguia dormir mesmo tão exausta. Peguei o laptop dentro da bolsa sobre a poltrona ao canto, e sentei-me em cima do cobertor. Abrindo a tela, pesquisei no G****e por Adan Bremner. Inúmeras fotos e matérias apareceram ali. Muitas delas eu já havia lido.

Observando as imagens mais recentes, foi impossível não notar a mudança no seu sorriso e a forma que se comportava próximo da esposa. Parecia que a química e o romance visível já não existia há algum tempo. Os dois, que antes posavam abraçados ou de mãos dadas, agora mantinham uma distância mínima de uns trinta centímetros um do outro. Isso era estranho e curioso.

Entre quase um milhão de fotos, uma chamou a minha atenção, fazendo-me sorrir. Aquela havia sido registrada no dia em que ele tomou posse do seu cargo. O seu sorriso era grande e contagiante. Os olhos brilhavam emocionados. Adan era tão bonito. Aquela, sem dúvida, seria uma das imagens que eu mandaria para ser usada na montagem das páginas da entrevista.

* * *

Os dias passaram e uma semana havia ido embora. Em meio à correria do dia, abri o correio eletrônico para tentar responder ao máximo deles. No topo, recebido há sete minutos, estava o e-mail tão aguardado.

Cara srta. Heller,

Comunicamos que o seu texto foi aprovado pela assessoria de imprensa da Casa Branca. Parabenizamos pelo trabalho. Através deste e-mail, autorizamos a publicação da exclusiva.

Favor nos manter informados sobre a data da publicação.

O presidente informa que fará uma visita amanhã, às dez horas, à sede da revista para a sessão de fotos para a capa da edição.

Atenciosamente,

Secretária do presidente,

Alex Bokker.

O meu coração batia acelerado. Eu havia acabado de ser elogiada pela secretária do presidente! E o veria amanhã! Dentro do meu peito, sentia algo pegar fogo, chegando a aquecer a minha pele.

Sorri muito feliz. Tudo havia dado certo com a entrevista. Aquilo era digno de comemoração.

Peguei o meu celular sobre a mesa e mandei mensagem para Theo. Havíamos sido criados juntos após a morte dos meus pais. Ele era alguns meses mais velho, mas sempre nos demos muito bem. Éramos grandes amigos um do outro e nada mais justo do que comemorar com ele este momento histórico na minha carreira, até o momento!

Disponível para uns

drinques mais tarde?

Dianne

04:23 P.M.

Bem que eu gostaria.

Jantar de negócios.

Theo

04:24 P.M.

— Droga! — murmurei.

Tudo bem. Almoço amanhã?

Precisamos comemorar.

A minha entrevista foi aprovada!

Dianne

04:25 P.M.

Feliz por você!

Almoço amanhã, então.

Te busco ao meio-dia.

Theo

04:27 P.M.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo