Há 12 anos, minha vida era muito diferente. Aos cinco anos, perdi meu pai, minha figura paterna e pessoa mais importante. Sua partida mudou tudo.
Minha mãe, sozinha, precisou sustentar três filhos: Edward, meu irmão gêmeo, Thomas, o caçula, e eu. Foi um desafio cruel. Tive que crescer rapidamente, tornando-me forte e resiliente para superar as adversidades. Lembro-me das longas horas que minha mãe passava fora, trabalhando. Ela nos deixava com dona Maria, nossa querida vizinha. Mesmo com pouco, mamãe sempre encontrava maneiras de nos fazer sorrir. Um dia, ela chegou em casa com um homem. Seu sorriso era caloroso, mas havia algo misterioso em seu olhar. Ele se apresentou como "amigo da mamãe". Inicialmente, não desconfiamos de nada. Ele nos trazia brinquedos e roupas, parecia um anjo da guarda. No entanto, logo percebemos que sua presença não era tão inocente quanto parecia... A tranquilidade foi substituída pelo terror. O "amigo" da mamãe se mudou para casa e revelou sua verdadeira face: um homem agressivo e violento. A casa se transformou em um campo de batalha. Cada dia era uma nova luta. Ele chegava bêbado, gritando, batendo em mamãe e nos irmãos. Eu implorava: — Mamãe, por favor, vamos embora! Não aguento mais! Ela, paralisada pelo medo, respondia: — Não tenho para onde ir, filha. Eu sentia raiva, medo e impotência. Aquele homem roubou nossa paz. Quando mamãe finalmente encontrou forças para se libertar, uma nova realidade a imobilizou: uma gravidez. Joseph, o homem que trouxe sombras à nossa casa, sorriu ao saber da notícia. Eu, ingênua, achei que isso mudaria tudo. Mas nada mudou. A chegada do novo irmão não trouxe paz. Joseph continuou cruel, apenas poupando mamãe durante a gravidez. Os anos se arrastavam, marcados pela dor e desesperança. Mamãe engravidou novamente, e eu sentia um peso no coração. Quatro irmãos, agora um quinto a caminho. Fugir parecia impossível. Joseph chegava tarde, bêbado e drogado, transformando nossa casa em um inferno. O barulho, os gritos, as lágrimas. Vivíamos reféns de seu ódio. Mamãe, novamente, encontrou forças para se libertar, mas o destino a surpreendeu: outra gravidez. Seu olhar desolado me dilacerou. Joseph, ao saber, sorriu, ocultando sua crueldade. Eu já tinha perdido as esperanças que ele mudaria com a chegada de seu terceiro filho, mas não. A chegada de um novo irmão não amenizou sua agressividade. Joseph continuou cruel, poupando mamãe apenas durante as gravidez. A tristeza se arrastava. Mamãe, presa num ciclo de violência e medo. Eu, testemunhando o inferno que nossa casa se tornou. Quando completei 12 anos, notei uma mudança sinistra no olhar de Joseph. Ele me encarava com uma intensidade inquietante. Minhas roupas, antes inocentes, agora eram motivo de críticas. Shorts eram proibidos. Ciúmes obsessivos quando eu saía com amigas. Conversas com meninos, um tabu. Eu sentia um arrepio. Até que um dia, ele tentou me agarrar no banheiro bêbado, por muito custo eu conseguir derrubá-lo. Contei tudo pra minha mãe, e por fim, ela resolveu criar um plano para fugirmos. No dia da nossa fuga desesperada, Joseph chegou em casa, bêbado e irado. Meus irmãos e eu nos escondemos no armário, nosso refúgio de terror. Ele havia espancado mamãe brutalmente. Quando ele encontrou mim, a fúria explodiu. Pancadas cruéis. Edward foi o próximo. Mas quando Joseph se aproximou de Thomas, mamãe encontrou sua força e com uma garrafa de Wisky, ela o derrubou. Na praça Dundas, em Toronto, nossa vida deu uma reviravolta. Foi lá que conhecemos Heitor Thompson, um empresário de sucesso de Los Angeles. Ele era tudo menos o que esperávamos: humilde, gentil e atencioso. Quando ele viu mamãe, foi como se o tempo tivesse parado. Ele se apaixonou à primeira vista! Ofereceu um emprego como assistente pessoal e uma casa luxuosa. Mamãe ficou incrédula, desconfiada após anos de abuso. Heitor, percebendo suas dúvidas, mostrou sua verdadeira face: altruísta e protetor. Ele contou sobre sua infância difícil e como superou obstáculos. Mamãe, sensibilizada, começou a confiar. Depois de semanas de hesitação, mamãe aceitou a proposta. Heitor nos recebeu em sua mansão, com um sorriso caloroso. Heitor em tão nos levou para Los Angeles, e nós deixou ficar em sua enorme mansão. A mansão era um palácio de sonhos, com estrutura imponente, colunas gregas, jardins luxuriantes, fontes e lagos. A piscina olímpica e spa eram perfeitas para relaxar. O interior era ainda mais deslumbrante, com salas amplas, pisos de mármore, tetos afrescados e lustres cristalizados. A biblioteca, repleta de livros raros, convidava à leitura. O cinema particular oferecia noites de filme em família. A sala de jogos, com videogames e mesa de bilhar, era o point dos meus irmãos. E, para manter o corpo e espírito saudáveis, havia quadra de tênis, campo de futebol, estúdio de música e dança, academia pessoal e spa com massagens. A cozinha gourmet, com chefs particulares, preparava delícias. Os quartos eram suítes luxuosas com banheiras de hidromassagem e varandas com vista para os jardins. E ainda havia garagem com carros de luxo e heliponto particular. Tínhamos segurança 24 horas. Vivíamos em um verdadeiro paraíso, graças ao amor e cuidado de Heitor. Mamãe trabalhava na mansão de Heitor, enquanto nós estudávamos em escolas particulares. Mas, semanas depois, mamãe adoeceu. Desmaios, palidez... Eu me desesperei. Quando entrei em seu quarto, encontrei-a sorrindo com Heitor. Minha confusão foi substituída por surpresa: "Mamãe está grávida novamente!" Setima vez! Meu coração pulou. Heitor abraçou-me — Vai ser mais um irmãozinho ou irmãzinha para você cuidar! Mamãe sorriu. Pela primeira vez, uma gravidez não me assustou. Heitor cuidou de mamãe com carinho, acompanhando-a em consultas e nos apoiando. Ele se tornou um verdadeiro pai para nós. Me levava nas aulas de lutas. Levava Edward e Thomas nos jogos de futebol. Ajudava Benjamin no basquete. Levava Jade nas aulas de balé. E sempre brincava com Sophie. Heitor revolucionou nossa vida. De uma existência marcada por medo e insegurança, passamos a viver em um ambiente de amor, respeito e união. Ele nos acolheu como filhos, nos dando segurança financeira e emocional. Seu casamento com mamãe, poucos meses antes do nascimento de Daphne, selou nossa nova família. O sobrenome Thompson nos deu identidade e orgulho. Agora, como Thompsons, víamos o mundo com novos olhos. Nossa casa era um refúgio de alegria, risos e apoio mútuo. Heitor nos ensinou valores, disciplina e responsabilidade.Eu nunca imaginei que meu sonho de dezesseis anos se realizaria. Mas a vida me surpreendeu. De uma existência marcada pela luta, passei a viver uma realidade de riqueza e prosperidade. Doze anos atrás, nossa família enfrentava desafios inimagináveis. Hoje, somos bilionários. A jornada foi árdua, mas vencemos. A gratidão e o amor que compartilhamos são nosso maior tesouro. Hoje é o dia! Meu sonho de uma vida inteira estava ao alcance. Ser presidente da Stylus Thompson, a empresa fundada por meu avô, Theodoro Thompson, e assumida por meu pai Heitor é mais do que um objetivo - é minha paixão. Anos de dedicação, estudo e trabalho árduo culminam neste momento. Vou liderar uma das maiores empresas do país! Meu coração b**e forte, mas estou pronta. Vou fazer meu pai orgulhoso! Hoje era o dia decisivo. A transferência da Stylus Thompson para minhas mãos seria oficializada. Eu precisava exalar confiança e sofisticação. Meu blazer branco impecável, os saltos azul-marinho e o batom vermelho
O passado ainda me sufoca, especialmente o que sofri aos doze anos no Canadá. As memórias de Joseph me perseguem: olhares lascivos, toques indesejados... Eu pensava que ele tinha carinho por mim, como por Jade e Sophie. Mas o jeito que ele me olhava... era maldoso. Uma garota de doze anos nunca esqueceria aquele olhar. Lembro o cheiro de álcool no hálito dele, o som da sua risada sinistra. Medo, raiva e vergonha ainda me consumem. Sinto uma dor profunda por não lembrar do amor incondicional do meu pai, Gregory. Mamãe dizia que eu era o seu tesouro... Mesmo após anos, o pesadelo persiste, mais perto do que imaginava. Mesmo tendo passado anos e anos esse pesadelo ainda estava ali, só que dessa vez mais perto do que eu imaginava. - Sua mãe e eu decidimos - começou papai sentado na beira da enorme cama de solteiro, onde eu estava deitada encolhida e abraçada a uma almofada macia. - Iremos contratar um segurança particular para você. - Já temos seguranças o suficiente na mansã
Michael Dallas Antes de ser contratado, eu já havia ouvido sobre aquela família. Os Thompson's. Eles não eram de se envolver em escândalos, mas não tinham uma boa reputação. Começando pelos filhos. As irmãs Thompson apresentavam personalidades distintas, com Eloise, a primogênita, sendo a mais singular. Sua reputação antecedia-a: frequentemente destaque nas revistas de celebridades, Eloise era conhecida por sua personalidade reservada e exigente, além de ser reconhecida como uma das empresárias mais implacáveis do país. Ao pisar na mansão dos Thompson e ver Eloise pela primeira vez, senti um arrepio. Embora já tivesse ouvido histórias sobre ela, nada me preparou para aquela presença imponente. Toda a fama de frieza e exigência que a cercava se tornou cristalina naquele instante. Um som agudo de saltos altos ecoou nas escadas. Levantei o olhar e ela surgiu, radiante. Alta, curvilínea e com cabelos escuros até a cintura, típicos dos Thompson. Seus olhos verdes, penetrantes, m
Eloise Thompson Um dia de trabalho. Era tudo que eu precisava. Odiava ficar parada, mas ao mesmo tempo amava ficar sobre o conforto dos meus pais. Principalmente, o da mamãe. De alguma maneira me fazia sentir uma criança novamente. Eu adorava o jeito doce e maternal que mamãe nos tratava, ela fala que sempre seremos seus bebês, mesmo a deixando com cabelos brancos na maioria das vezes. Suspirei, encarando a amostra laranja à minha frente. Adorava liderar a Morel Thompson, mas a burocracia era um peso. A supervisão de cores, especialmente, consumia meu tempo. Contratei alguém para isso, mas não deu certo. Agora, eu mesma lidava com tudo, desde paletas de cores até detalhes de design. Cinco anos de dedicação e suor. Meu sonho: ver Morel Thompson crescer, se consolidar no mercado e superar a sombra da Stylus Thompson. Mas, por mais que me esforçasse, parecia um desafio intransponível. A Stylus era poderosa, com uma reputação sólida e uma presença avassaladora. Não queria ser hip
Acordei pontualmente às 7h, seguindo minha rotina matinal precisa. Após as higiene pessoal e um banho revigorante, escolhi um traje formal do meu guarda-roupa, optando por um conjunto de tailleur preto e uma blusa de seda branca. Hoje era especial: uma reunião crucial com um importante acionista para fechar um contrato. Ao me olhar no espelho, um suspiro de confiança escapou. Meu reflexo mostrava uma mulher elegante e determinada. Sempre acreditei que um look perfeito é sinônimo de sucesso. Ajustei o colar de pérolas e verifiquei se meu cabelo estava perfeitamente arrumado. Peguei minha pasta e revisei os documentos da reunião. Estava preparada para impressionar. A confiança e a competência seriam minhas aliadas. Antes de sair, lancei um olhar pela janela. O dia prometia ser perfeito. Ao entrar na cozinha, encontrei May, minha leal funcionária, preparando o café da manhã. — Você está deslumbrante, Eloise — disse ela, com um sorriso sincero. — Obrigada. — respondi, sentando-me à
Michael — Soube que a reunião não correu bem — comentou Lauren, a recepcionista. — Os acionistas não fecharam o contrato e Eloise está furiosa! Sam murmurou: — Eu não entendo. Tinha tudo para dar certo. Lauren acrescentou. — Eloise deve estar sobrecarregada. É muita responsabilidade. Era incrível como todos se preocupam com Eloise, apesar de suas atitudes difíceis. O carinho e dedicação da equipe são realmente tocantes. - Ela precisa de apoio. Você precisa ir falar com ela. - sugeriu Lauren. - Por que eu? - Sam arqueou as sombracelhas. - Porquê você é o assistente. Conhece ela melhor que todo mundo. - Eu me recuso a ir na sala dela! Lembra do que aconteceu ano passado? Ela me acertou um abajur. Um abajur! - disse Sam. Arqueei as sombracelhas. Eu sabia o quanto Eloise era mandona e exigente, mas não fazia ideia de que ela também fosse o tipo de chefe que j**a coisas nas pessoas. Cada dia uma surpresa diferente. - Costuma passar por isso? - me repreendi mentalmente por te
Eloise recordou um beijo emocionante. Thomas, meu irmão, chegou da França. Conversamos sobre Joseph, um passado sombrio da família. Thomas duvidou que Joseph buscasse vingança por dinheiro.Mudando de assunto, Thomas notou que eu estava sorrindo e perguntou sobre um possível namorado. Claro que eu neguei. Thomas me lembrou sobre o nosso acordo de avaliar namorados. – Isso não se aplica a mim — eu disse.— Direitos iguais para todos nós. — Thomas discordou.— Não estou namorando.Ele debochou da minha cara por um momento me fazendo revirar os olhos. Thomas saiu, mencionando um jantar familiar para celebrar sua volta. — Mamãe faz isso todos os anos — eu disse.— Tradição de familia — Ele respondeu.♡♡♡Eu e Michael caminhávamos para o apartamento em silêncio. A brisa me lembrava meu pai e nossas aventuras de bicicleta. Sentia falta dele.Michael recebeu uma ligação: Thobias estava doente. — Meu pai enviará outro? — perguntei. Michael respondeu que cobriria o turno. — Vinte e quatro
Eloise Cada toque, cada beijo, me deixava vulnerável de um jeito que nunca tinha sentido. Era como se meu coração acordasse de repente. Mas eu não podia me apaixonar pelo meu segurança! Ele estava sempre por perto, e isso era perigoso. Por um momento, quis ignorar tudo e ver onde aquela conexão nos levaria. Mas a realidade era dura: ele trabalhava para mim. E se as coisas desandassem? Meu coração e minha cabeça estavam em guerra. Um lado pedia prudência; o outro, paixão. Eu precisava decidir: seguir meu instinto ou manter distância? Uma coisa era certa: nada seria como antes. - Que merda está acontecendo aqui, Eloise? - perguntou Benjamin, meu irmão. Rapidamente me levantei ajeitando o vestido, e tirando um pouco da grama do jardim. - Vocês estavam... - Não! - respondi rápido. - Não estávamos. - Mas eu vi seus... seios. Senti meu rosto rapidamente perdeu a cor. O meu irmão acabou de ver meu seios. Meu irmão. - Não é o que está pensando - atalhou ela. — Uma abelha te picou