- Soube que a reunião não saiu como o esperado. Os acionistas não fecharam o contrato e Eloise está uma fera! - comentou Lauren, a recepcionista.
- Eu não entendo. Dessa vez tinha tudo pra dar certo - murmurou Sam. - Eloise deve está muito sobrecarregada. Isso é muita responsabilidade, coitada. Sorri. Mesmo que Eloise os tratassem mal na maioria das vezes, eles ainda se preocupavam com ela. Era lindo de ver todo o amor e carinho que todos tinham por ela. - Você devia ir na sala dela e conversar. - sugeriu Lauren dando de ombros. - Por que eu? - Sam arqueou as sombracelhas. - Porquê você é o assistente. Conhece ela melhor do que todo mundo. - Eu me recuso a ir na sala dela! Lembra do que aconteceu ano passado? Ela me acertou um abajur. Um abajur! - disse Sam. Arqueei as sombracelhas. Eu sabia o quanto Eloise era mandona e exigente, mas não fazia ideia de que ela também fosse o tipo de chefe que j**a coisas nas pessoas. Cada dia uma surpresa diferente. - Costuma passar por isso? - me repreendi mentalmente por ter saído do meu posto e se metido na fofoca. - Na maioria das vezes. - Isso é sério? - Você não conhece Eloise - respondeu Lauren. - Quando nada dá certo é na gente que ela desconta. Esse comportamento parecia ser a cara de Eloise. Mas não parecia certo ela descontar a raiva em pessoas que não tinham nada haver com o que estava acontecendo. - Eloise odeia admiti, mas cobra muito de si mesma na esperança de ser tão perfeita quanto o pai. - Sam se encostou na parede do meu lado. - Sabemos que isso nunca será possível, mas Eloise é teimosa e nunca desiste de encontrar a perfeição. Por um momento senti um pouco de pena de Eloise. Ela só queria ser igual ao pai. - Isso aos poucos está a prejudicando, sabe. Ela está cegamente louca pela perfeição, o que acaba atingindo todo mundo a sua volta. Incluindo, alguns funcionários que mal chegam e já são demitidos. - Mas, isso não é justo. - Sra. Thompson não tem pena de ninguém. - disse Lauren. Pensei em como aquilo tudo estava sendo uma tortura pra ele. Eloise Thompson era má, e eu não tinha noção do quanto. - Ah, Kristal! - Sam foi em direção a uma mulher que estava aos prantos. - O que aconteceu? - Ela me demitiu. - Eu sinto muito. Vem cá - Sam a puxou para um abraço. A mulher chorava sem parar. Eu por um momento me coloquei no lugar dela. Eu também ficaria indignado se tivessem o demitido daquele jeito. Eu agradecia por não ter sido ela que o contratou. E mesmo se fosse, eu não ficaria ali parado observando, enquanto ela humilhava as pessoas. Odiava ver pessoas inocentes sendo humilhada daquele jeito. Mesmo sendo meu trabalho, não se meter em assuntos que não lhe diz respeito, eu tenho que fazer alguma coisa. E então, sem pensar duas vezes fui em direção a sala dela, entrei sem bater e me deparei com Eloise virada para a janela. Ela se virou rapidamente assustada. Ok, aquela não era uma das maneiras mais elegante de eu entrar numa sala. - O que pensa que está fazendo? - O que você pensa que está fazendo? Não é justo você demiti alguém quando na verdade, a culpa é sua. - Saí da minha sala! Você não tem permissão de entrar aqui. - ela andou em direção a mesa. - Eu sou seu segurança. Querendo ou não eu vou ficar. - Ah, eu vou ligar para meu pai pra acabar com isso agora mesmo! - Eloise esticou o braço e alcançou o celular. - Pra ele me demiti igual você fez com aquela mulher? - indaguei, fazendo Eloise arquear as sombracelhas pela minha ousadia. - Sabe de uma coisa? Você não passa de uma mimada. Sempre teve tudo na vida, e por isso, não sabe o quanto um trabalho é importante para as pessoas. - Bom, você não me parece se importar com o seu trabalho. A segurei pelo braço e a encarei nos olhos. Eloise me olhava assustada. - Você erra e acha que os outros são responsáveis pelos seus erros. Essa é Eloise Thompson. - Não sabe do que está falando! - É claro que eu sei. Você é uma mulher fria e sem coração. As pessoas têm razão de te chamarem de rainha do gelo. Ela me acertou um tapa forte no rosto, me fazendo a soltar. Eu encarei e novamente a segurei pelo braço a colando contra a parede. Sua respiração era pesada como a de um touro a nocautear o dominador. - Nunca mais me bata. Ouviu bem? Eloise não balançou a cabeça e não falou nada. Apenas me fitou. O que pareceu deixar eu ainda mais irritado. - Você tem tudo. Como consegue ser tão estúpida? Ela tentou me empurrar, mas foi em vão. Parecia odiar o fato de eu ter o dobro da força dela. - Me solta! - Não! Você vai me ouvir. - Eu não tenho que te ouvir! Me solta! Ela começou a se debater e as poucos foi parando. Eu a fitei por um instante. Os olhos verdes de Eloise a fazia ser ainda mais atraente do que já era. Meus olhos foram pairando nos lábios dela, e eu me perguntou como seria beijá-la bem ali. A respiração dela estava pesada e ela tinha o olhar na minha boca. No automático minhas mãos foram deslizando sobre a cintura dela, eu a apertou levemente sem tirar os olhos da boca dela. Eu tentava me segurar ao máximo para não atacá-la, mas todo meu esforço foi por água a baixo quando Eloise mordeu os lábios. Aquele era o sinal e a permissão de que eu podia beijá-la. Então eu o fiz. Eu a beijei com toda a necessidade que eu tinha de sentir cada parte dos labios macios dela. As mãos de Eloise puxava de leve meus cabelos , enquanto eu a impresava cada vez mais na parede o beijo foi ficando cada vez mais intenso me fazendo querer cada vez mais o corpo dela. Eu levei minha mão na bunda dela e a apertei com força a fazendo ofegar baixinho. Eu gostava do som que ouvia. E quando estava prestes a enfiar a mão por baixo da saia dela... O telefone tocou. Rapidamente nos soltamos. Eloise pegou o telefone e o atendeu. Eu tentei ajeitar o terno o máximo que conseguia. - Isso não podia ter acontecido! - Eloise disse depois de desligar o telefone. - O telefone nos interromper? - Não seu idiota! O beijo. O beijo, não deveria ter acontecido! - Mas aconteceu e você gostou. - Você não tinha o direito de me beijar. Ficou maluco? - Teoricamente você também me beijou. - Foi você que me beijou. - E, você correspondeu e gostou. - Eu não gostei! - É sério? - Já beijei pessoas melhores. - Bom, acredito que se não tivesse gostado não teria correspondido. Eloise engoliu em seco e eu sorri. As maçãs do rosto dela mudaram o tom para vermelho o que a deixava mais atraente na minha opinião. - Não quero você entrando na minha sala de novo! Se não vou ter que informar ao meu pai que além de você ser um péssimo segurança você ainda me beijou! - Péssimo segurança? É sério? Só estou aqui a dois dias. No máximo ele vai achar que é mais um showzinho da filhinha mimada. Eloise me empurrou. - Se me chamar de mimada de novo eu juro que... - Vai me beijar de novo? Era tão divertido irritá-la. - Sai da minha sala! - Eloise apontou para porta. - Agora! Eu resolvi não contraria-la. Então caminhei em direção a porta e Eloise a bateu assim que passei Tinha algo misterioso nela. Ela não parecia ser iguais as outras, desde o momento em que a beijei, senti que estivesse se privando de algo. Eloise parecia estar gostando e querendo quase tanto quanto eu a queria. Mas ao mesmo tempo ela parecia estar distante. - Você foi corajoso - Sam disse me dando leves t***s nas costas. - Pelo menos saiu vivo. Forcei um sorriso. Do jeito que eles se referiam a Eloise parecia que ela era mesmo um monstro. - Uma pena que seu terno esteja amarrotado. Observo o olhar de Sam na minha roupa mal ajeitada. - O que que rolou lá dentro? Eu ouvi gritos e depois barulho de coisas se quebrando. Ela te atacou um abajur? - Não - respondi. Era óbvio que eu não falaria a ninguém o que rolou naquela sala. Eloise merecia respeito. Antes de ser a patroa, ela era uma mulher, não era justo ser exposta daquele jeito. Ainda mais para seus funcionários. - Tivemos uma discussão, mas já resolvemos. Preciso voltar ao meu posto. O telefone da recepção tocou e rapidamente Sam foi atendê-lo. Assim que encerrou a ligação me olhou com os olhos arregalados. — Crystal ela cancelou o seu desligamento! — Sério? Eu não acredito! — comemorou a mulher que à minutos atrás se debruçava em lágrimas. — Olha, eu não sei o que você fez, mas muito obrigada! — disse Sam me dando um leve tapinha nos braços. — Isso nunca aconteceu antes. — Fico feliz em ter ajudado de alguma forma. — Sorri.Eloise recordou um beijo emocionante. Thomas, meu irmão, chegou da França. Conversamos sobre Joseph, um passado sombrio da família. Thomas duvidou que Joseph buscasse vingança por dinheiro.Mudando de assunto, Thomas notou que eu estava sorrindo e perguntou sobre um possível namorado. Claro que eu neguei. Thomas me lembrou sobre o nosso acordo de avaliar namorados. – Isso não se aplica a mim — eu disse.— Direitos iguais para todos nós. — Thomas discordou.— Não estou namorando.Ele debochou da minha cara por um momento me fazendo revirar os olhos. Thomas saiu, mencionando um jantar familiar para celebrar sua volta. — Mamãe faz isso todos os anos — eu disse.— Tradição de familia — Ele respondeu.♡♡♡Eu e Michael caminhávamos para o apartamento em silêncio. A brisa me lembrava meu pai e nossas aventuras de bicicleta. Sentia falta dele.Michael recebeu uma ligação: Thobias estava doente. — Meu pai enviará outro? — perguntei. Michael respondeu que cobriria o turno. — Vinte e quatro
EloiseCada toque...Cada amasso...Cada beijo...Trazia uma sensação de vulnerabilidade que nenhum outro homem conseguiu despertar em mim. O poder de uma rendição, talvez. Não. Eu não podia me render tão fácil para um homem que eu mal conhecia, e o pior, um homem que além de tudo ficaria sempre por perto já que é meu segurança particular. Eu não me renderia. Não tão rápido. Por um momento eu desejei que nada atrapalhasse, mas o destino não foi muito ao meu favor. Ou era um sinal. - Que merda está acontecendo aqui, Eloise? - perguntou Benjamin, meu irmão.Rapidamente me levantei ajeitando o vestido.- Vocês estavam...- Não! - respondi rápido. - Não estávamos. - Mas eu vi seus... seios.Senti meu rosto rapidamente perdeu a cor. O meu irmão acabou de ver meu seios. Meu irmão. - Não é o que está pensando - atalhou ela.- Ah não? Vai me dizer que
Jamais imaginei que um dia deixaria um segurança dormi no meu apartamento. E muito menos que o deixaria tomar banho no meu chuveiro. Mesmo Michael não sendo um funcionário comum. Ele era a pessoa que passava o dia todo me protegendo. A pessoa que era paga a dar a vida por mim se fosse preciso. E o atrevido que teve a audácia de me beijar. Não que eu não tivesse adorado o beijo, e o jeito como ele me tocou no jardim. Eu adorei cada detalhe, mas nunca, nunquinha admitiria isso. De certa, forma eu sabia o que Michael fazia com meu corpo quando estava a míseros centímetros por perto. Eu sabia o quanto as batidas do meu coração aceravam a cada movimento. Como eu odiava ser vulnerável. Ouvir a voz dele me chamar.- O que é? - perguntei do outro lado da porta.- Você esqueceu a toalha.Revirei os olhos e fui buscá-la em outro quarto. Quando voltei, bati na porta. E outra vez. Mas não obtive resposta. - Michael! A toalha.Nad
A loira correu em minha direção me abraçando pelo pescoço e depositando vários beijos no meu rosto.— Você não imagina o quanto eu senti a sua falta! — Eu posso imaginar — respondi a afastando devagar. — Está tudo bem?Ela me soltou rapidamente e sua expressão mudou.— Eu estou péssima! Você sumiu por dias! — gritou irritada. — Não me mandou uma mensagem perguntando como eu estou ou se estou bem!— Olha, Marina, você sabe bem como é o meu trabalho.— Eu sei que você virou a noitada com os seus amigos. — ela cruzou os braços. — Não minta pra mim Michael!Revirei os olhos. A relação entre mim e Marina era complicada. A gente se conheceu em uma balada quando Marina tinha acabado de ser deixada no altar pelo noivo. De algum jeito eu a fiz sorrir, mesmo aquele sendo o pior dia da vida dela. E desde então, viramos melhores amigos. No começo era só isso. Até que um dia Marina resolver me pedir em namoro, mas eu não aceitei. Nã
O dia seguinte fluiu normal. Michael não havia falado nenhuma palavra comigo e passou o dia todo em silêncio. O que de fato, não era comum vindo dele a final.Eu me perguntava a todo o momento o que poderia estar passando na cabeça dele. Aquilo estava me incomodando tanto que fazia eu me sentir surpresa por sentir falta de conversar com ele – mesmo que 2 ou 3 palavras que falassemos fossem insulto –, eu sentia falta.- Sra. Thompson? - desvei o olhar do computador para a porta onde Lauren estava parada segurando uma pasta. - Os acionistas estão te esperando para a reunião.Suspirando olhei para o relógio de pulso que marcavam exato 08h35 e novamente suspirou. Eu estava cinco minutos atrasada.- Obrigada, Lauren. Diz que eu já vou. - eu disse, me levantando e organizando as papeladas.- A senhora quer que eu leve um café para a sala? - se ofereceu, num tom preocupado.- Um cappuchino seria ótimo, obrigada! - sorri e ela assentiu.<
Eloise Thompson O alarme despertou. Estiquei os braços e o desliguei ainda sonolenta. Era um domingo um dia que eu não trabalharia e passaria a tarde inteira deitada na cama. E eu ia até que um braço se envolveu na minha cintura me fazendo dar um grito. Instantaneamente me virei e lá vi Michael. Ele estava completamente nu e deitado ao meu lado.Ah meu Deus!Flashblack da noite anterior vieram à tona e na hora e logo me dei conta da merda que fez.Fui pra cama com Michael. O meu segurança! Como eu pude ser tão baixa? Eu queria dar uma surra em mim mesma por ter sido tão burra. Como eu pude? Eu mal o conhecia e dei pra ele. Minha mãe com certeza ficaria envergonhada se soubesse. E meu pai? Bem, nem se fala.Uma coisa era certa, eu estava ainda pior por ter gostado de cada detalhe. Sem perceber eu estava sorrindo.— Pelo visto teve ótimos sonhos. — Michael disse com a voz rouca. Voltei a re
Eloise Thompson Disparava pelos corredores do hospital, meus passos ecoando. O cheiro de desinfetante e o som de máquinas me transportavam de volta ao passado.O hospital era um pesadelo que me perseguia. Toda vez que entrava aqui, meu corpo tremia de revolta e medo. A dor aguda e sufocante me lembrava do último momento com meu pai.Lembrei-me do seu sorriso fraco, dos seus olhos cansados. Foi em um hospital que ele deu seu último suspiro. Aquele momento se gravou em minha mente como uma ferida aberta.— Eu gostaria de saber sobre a paciente May Baxter. — eu disse a recepcionista que digitou algo no computador. — Ela ainda está em observação. A senhora é Eloise Thompson?— Sou eu sim.— Você era o único contato que tinha na agenda dela. O que você é da Sra. Baxter?— Eu... sou amiga dela.— Ela tem sorte em ter você. Pelo menos a menina não vai ficar sozinha. — ela apontou para Daisy que estava sentada no sofá olhando para o chão.— Daisy! — caminhei até a menina. — Como você está?
Eloise Thompson Algumas semanas se passaram e tudo mudou. Uma semana havia se passado desde que May partiu. As coisas não foram nada fáceis. Eu me mudei para a mansão já que não conseguia morar no meu apartamento, por me lembrar da May... Fazia uma semana que eu não saia de casa. Que não ia no trabalho. Eu estava devastada. Não tinha vontade de fazer nada. Nem comer.— Minha filha... — papai disse da porta do quarto. — Você não comeu nada de novo?- Estou sem fome papai. - eu respondi baixinho ainda com a coberta na cabeça.- Sabe que precisa se alimentar, não sabe? Ele se aproximou da cama e se sentou.- Só não estou com vontade...- Eu sei disso - ele afagou carinhosamente meus cabelos, como sempre fazia quando eu era pequena - Quer conversar? Faz um tempo que não conversamos sobre o que aconteceu.Me sentei na cama, com um pouco de dificuldade já que eu ficava horas na mesma posição. Papai de fato era um ho