Acordei pontualmente no horário que sempre acordava. Às sete. Me levantei e fui para o banheiro onde fiz minhas higienes matinais. Depois tomei um banho e me arrumei. Dessa vez eu peguei uma roupa mais formal que tinha no guarda-roupa. Eu tinha que está perfeita. Já que naquela manhã teria uma reunião com um dos acionistas com quem eu estava fechando contrato.
Suspirei ao ver meu reflexo do espelho. Sempre gostei de estar vestida com os melhores looks. Uma mulher bem vestida é uma mulher determinada ao sucesso. Fui para cozinha onde me deparei com May, minha funcionária. Eu havia contratado May a três anos, assim que sai da casa dos meus pais. May era bastante competente e era uma das únicas pessoas que nunca me decepcionou - o que era raro. - Você está deslumbrante como sempre, Eloise - elogiou May, assim que eu me sentei na cadeira. - Obrigada - sorrio. - Como foi o seu final de semana? Imagino que tenha divertido bastante - perguntei enquanto me servia com chá. May deu um sorriso desanimado. Eu gostava de conversar com ela. May tinha vinte e dois anos e tinha uma filha de quatro anos, a pequena Daisy. Era mãe solteira, tinha passado por muita coisa. E eu havia feito tudo que estava em meu alcance para ajudá-la. - Na correria. Como sempre - respondeu. Senti que tinha algo a mais. - Tem certeza? Você não me parece bem. - Eu tenho sim. - May, você sabe que pode contar tudo pra mim. Não sabe? - eu perguntei depois de bebericar o chá de camomila. - Sim, eu sei. Só não quero te preocupar com meus problemas. Você já me ajudou tanto. May raramente pedia ajuda, e isso, era um dos pontos que eu mais adorava nela. A humildade. Mas ao mesmo tempo não gostava de vê-la passando pelas coisas sem desabafar. Ela não tinha muito com quem contar. - Tudo bem. Eu não vou insistir. Mas se quiser conversar eu estou aqui pra você, mesmo eu não sendo tão boa quanto você em dar conselhos. Eu estou aqui. May sorriu. - Você é incrível. Eu desejo tanto que minha Daisy se torne uma mulher tão forte quanto você. - Ela será - dou um sorriso. - Pelo menos no que depender de mim. - Eloise, tinha um homem lá fora quando eu cheguei. Ele usava terno e gravata. Você o conhece. Michael. Ela havia se esquecido dele. - O que foi? - Não é nada. Ele é o segurança que papai contratou. - Segurança? - Sim, se lembra do meu padrasto Joseph? - Me lembro sim. - Ele está na cidade, e a princípio, me encontrou e tentou me sequestrar. Por muito pouco eu escapei. - Meu Deus! - May levou a mão até a boca espantada. - Esse homem deve ser muito perigoso. Você precisa tomar cuidado Eloise. - Eu mesma me defenderia sozinha, mas meus pais acharam melhor contratar um segurança particular. - Fizeram certo. - São dois. Thobias fica no turno da noite, e esse que você viu na porta é o Michael. Ele fica comigo durante o dia - falo tentando não revirar os olhos. - Ele é um gato! - Ah! Não começa você também - faço careta, me lembrando do Sam me dizendo a mesma coisa. - Ele nem é tão bonito assim. Menti. Michael era realmente um homem bonito e um verdadeiro pedaço de mau-caminho. E eu sabia disso, afinal, nem eu conseguia ficar muito tempo perto daquele homem sem perder totalmente a minha compostura. Mas mantinha a minha firmeza. - Quer que eu o chame para tomar café? - perguntou May. Me lembri de ontem, quando o deixei do lado de fora sem lhe oferecer nada para comer. Não queria que ele me achasse uma má pessoa. - Não vejo problema. May assentiu e foi em direção a porta. Levei o copo de chá até a boca quando ouviu a voz de Michael preencher o ambiente. Me virei para a porta onde o vi. Michael usava seu terno preto e uma gravata azul que combinava perfeitamente com seus olhos. - Bom dia, Sra. Thompson - ele disse ao se aproximar de mim. - Bom dia, Sr. Dallas - sorri formalmente. - Quer tomar um chá? - ergui o bullying com o chá. Michael assentiu e puxou uma cadeira. Se sentando na minha frente. - Obrigado. Enchei um copo e o entreguei. Michael agradeceu e levou a xícara em direção a boca, bebericando todo o líquido do copo. Engoli em seco ao vê-lo lamber o lábio inferior. Uma onde de calor me invadiu. Eu precisava se recompor o mais rápido possível. - É melhor a gente ir. Tenho uma reunião daqui a pouco - eu disse enquanto me levantava. Michael se levantou em seguida limpando a boca em um guardanapo. - O chá estava uma delícia. - ele disse para May que sorriu parecendo nunca ter recebido um elogio de um homem tão bonito e elegante como Michael. É sério? Qualquer mulher se derretia por aquele homem? Antes de May falar um gentil "obrigada", Eloise a interrompeu. - O chá dela sempre está uma delícia. Ela sabe disso. É por isso que ainda está aqui. Michael balançou a cabeça, e se surpreendeu por May não ter ficado sem graça ou ofendida pelo comentário da patroa. Talvez já estivesse acostumada. - E então, vamos? - Claro. Passei na frente dele e fui andando em direção ao elevador. Apertei o botão e esperei alguns minutos até a porta se abrir. Entrei em grande estilo como sempre fazia. Michael entrou atrás de mim e se encostou na parede do elevador. - Eu não sou de me arrepender de nada, mas... - começei a falar. - Mas acho que te devo desculpas por ontem. Michael franziu o cenho. - Desculpas? - É, por não te oferecer nada pra comer. Eu sinto muito. Não estou acostumada a ter seguranças, não sei bem como isso funciona... - Está tudo bem. Eu nem ligo pra isso se te serve de consolo. - Serviu - sorrio. - Mas você não costuma almoçar? - Só quando dá. - Isso deve ser horrível. - É a vida de segurança - deu de ombros. - Os Thompson's não deixa ninguém passar fome. Enquanto estiver na empresa pode comer o que quiser. - Preciso manter os olhos em você. O tempo todo. - ele me encarou por um tempo, e logo pigarreou. - Quero dizer, de uma maneira profissional. - Eu mesma vou me encarregar de que alguém te dê o que comer enquanto estiver no seu turno. Michael assentiu. A porta do elevador abriu e nós dois saímos. Quando estavamos indo para o estacionamento, eu revirei os olhos quando uma mulher morena e elegante veio caminhando em minha direção. - Eloise Thompson - a mulher sorriu pra mim. - Que surpresa em vê-la. - Hilary Cowper. - eu disse sem nenhuma animação. - Não entendo sua surpresa já que eu moro aqui. - Eu tinha me esquecido desse detalhe... - ele deu uma risadinha. - Agora somos vizinhas. Eu me mudei ontem pra essa cobertura. Lutei contra a vontade de revirar os olhos. Eu mais do que ninguém odiava aquela mulher. Quando eu tinha treze anos, Hilary descobriu que eu e meus irmãos não eramos filhos biológicos do Heitor Thompson e espalhou para todo mundo. Ela fez com que eu passasse um inferno durante o resto do ensino fundamental. Eu sentia os olhares malvados das pessoas que acreditavam que minha mãe era uma interesseira por se casar com um homem bilionário apenas para sustentar os filhos. Por muito pouco isso não durou muito, e as pessoas aos poucos foram conhecendo minha mãe de verdade e vendo que ela de interesseira não tinha nada. Mesmo que isso tenha sido a muito tempo, eu nunca esqueceu. Foi graças aquela mulher que minha família passou por tudo aquilo. E não era apenas por inventar um falso boato da minha mãe que eu odiava. Hilary trabalhava na Stylus Thompson, era secretária do meu pai e fazia tudo que estava em seu alcance para me prejudicar. Mesmo depois de tudo que ela fez papai resolveu dar uma chance pra ela. - Não sabia que o salário de uma secretária dava pra pagar uma cobertura de luxo. - provoquei. - É aí que você se engana. Eu não sou mais secretária. - Ah, não? Deixe eu adivinhar. Achou um jeito mais fácil de conseguir dinheiro? - dei um sorriso e a olhei de cima a baixo. - Ah, Hilary, eu sabia que esse seu corpinho desnutrido serviria para alguma coisa. Michael prendeu o riso. - O quê? Não! Eu não estou me... - Hilary se interrompeu e pigarreou. - Eu subi de cargo. Agora sou a vice-presidente. Surpresa! Meu sorriso foi embora na hora. Ela só podia estar brincando. Meu pai não seria capaz de colocar a minha arqui-inimiga de infância como vice-presidente da empresa família. Já que ele, mais do que qualquer pessoa, sabia perfeitamente, o quanto eu queria ser a presidente da Stylus Thompson. - Isso não pode ser verdade. - Pergunte para seu pai. Começo a andar, mas paro ao ouvir Hilary falar: - Você nem me apresentou seu namorado. - Ele não é meu namorado. É meu segurança! A expressão no rosto de Hilary mudou para surpresa. Ela lentamente foi caminhando em direção a Michael. - Prazer meu nome é Hilary. - ela estendeu a mão para Michael e ele a apertou. - Michael. - Um nome bem bonito e bem forte. Com certeza vou te ver mais vezes... Observo enquanto ela descaradamente passava a mão pelo braço de Michael. A vontade de puxá-la pelos cabelos para longe dele era gritante. Aquilo estava me incomodando e eu nem sabia o motivo. Michael era meu segurança, não uma estátua de ouro para as mulheres se derreterem e passarem a mão nele. Eu hein. - Temos muito o que fazer. Vamos, Michael. O puxei pelo braço e o levei em direção ao carro. ♡♡♡ Depois da reunião eu estava mais irritada que nunca. Nada havia saído como eu planejava. Os acionistas haviam cancelado o contrato que estavam fechando. Eu não entendia o que estava acontecendo, eu havia feito tudo certo. Tudo do jeito que papai havia me ensinado durante anos. Então por que deu errado? Me levantei e fui em direção a grande janela da sala que dava um vista privilegiada da cidade de Loa Angeles. O ano não havia começado bem. Era para fecharem pela menos seis ou mais contratos por mês. Aquilo não estava certo. Talvez eu precisasse limpar a empresa e conseguir funcionários mais proficionais. Isso. Precisava demitir algumas pessoas e contratar outras com mais experiência na área. E naquele exato momento, Kristal, minha secretária entrou na sala. Talvez ela não esteja preparada para esse tipo de emprego. Quando a contratei, Kristal não tinha muita experiência na área, e nas duas reuniões que tinha com esses mesmos acionista ela gaguejou - o que era uma falha imperdoável para uma secretária ao abrir uma reunião. - Sra. Thompson eu trouxe os formulários preenchidos. Suspirei e me virei para ela. - Pode deixar na mesa - cruzei os braços enquanto a observava coloca-los com cuidado. - Ajudo em mais alguma coisa, Sra. Thompson? - Não precisarei mais de seus serviços. - O que? Eu fiz algo errado, Sra. Thompson? - Você é uma boa pessoa, mas se mostrou menos profissional ao gaguejar em duas reuniões. - Mas, senhora... - E talvez seja por isso que não conseguimos fechar o contrato. - Eu sinto muito, Sra. Thompson. Eu posso tentar de novo... Prometo que não vou decepcionar. - Eu lamento, Kristal, mas eu não dou segunda chance. Semana que vem você não trabalha mais aqui, e enquanto isso quero que prepare alguns currículos pra mim ainda hoje. - dou uma pausa. - E peça para o Sam preparar os papéis do seu desligamento. - Sim, Sra. Thompson. Com licença. E assim, ela deixou a sala.- Soube que a reunião não saiu como o esperado. Os acionistas não fecharam o contrato e Eloise está uma fera! - comentou Lauren, a recepcionista.- Eu não entendo. Dessa vez tinha tudo pra dar certo - murmurou Sam.- Eloise deve está muito sobrecarregada. Isso é muita responsabilidade, coitada. Sorri. Mesmo que Eloise os tratassem mal na maioria das vezes, eles ainda se preocupavam com ela. Era lindo de ver todo o amor e carinho que todos tinham por ela.- Você devia ir na sala dela e conversar. - sugeriu Lauren dando de ombros.- Por que eu? - Sam arqueou as sombracelhas. - Porquê você é o assistente. Conhece ela melhor do que todo mundo. - Eu me recuso a ir na sala dela! Lembra do que aconteceu ano passado? Ela me acertou um abajur. Um abajur! - disse Sam.Arqueei as sombracelhas. Eu sabia o quanto Eloise era mandona e exigente, mas não fazia ideia de que ela também fosse o tipo de chefe que joga coisas nas
Eloise recordou um beijo emocionante. Thomas, meu irmão, chegou da França. Conversamos sobre Joseph, um passado sombrio da família. Thomas duvidou que Joseph buscasse vingança por dinheiro.Mudando de assunto, Thomas notou que eu estava sorrindo e perguntou sobre um possível namorado. Claro que eu neguei. Thomas me lembrou sobre o nosso acordo de avaliar namorados. – Isso não se aplica a mim — eu disse.— Direitos iguais para todos nós. — Thomas discordou.— Não estou namorando.Ele debochou da minha cara por um momento me fazendo revirar os olhos. Thomas saiu, mencionando um jantar familiar para celebrar sua volta. — Mamãe faz isso todos os anos — eu disse.— Tradição de familia — Ele respondeu.♡♡♡Eu e Michael caminhávamos para o apartamento em silêncio. A brisa me lembrava meu pai e nossas aventuras de bicicleta. Sentia falta dele.Michael recebeu uma ligação: Thobias estava doente. — Meu pai enviará outro? — perguntei. Michael respondeu que cobriria o turno. — Vinte e quatro
EloiseCada toque...Cada amasso...Cada beijo...Trazia uma sensação de vulnerabilidade que nenhum outro homem conseguiu despertar em mim. O poder de uma rendição, talvez. Não. Eu não podia me render tão fácil para um homem que eu mal conhecia, e o pior, um homem que além de tudo ficaria sempre por perto já que é meu segurança particular. Eu não me renderia. Não tão rápido. Por um momento eu desejei que nada atrapalhasse, mas o destino não foi muito ao meu favor. Ou era um sinal. - Que merda está acontecendo aqui, Eloise? - perguntou Benjamin, meu irmão.Rapidamente me levantei ajeitando o vestido.- Vocês estavam...- Não! - respondi rápido. - Não estávamos. - Mas eu vi seus... seios.Senti meu rosto rapidamente perdeu a cor. O meu irmão acabou de ver meu seios. Meu irmão. - Não é o que está pensando - atalhou ela.- Ah não? Vai me dizer que
Jamais imaginei que um dia deixaria um segurança dormi no meu apartamento. E muito menos que o deixaria tomar banho no meu chuveiro. Mesmo Michael não sendo um funcionário comum. Ele era a pessoa que passava o dia todo me protegendo. A pessoa que era paga a dar a vida por mim se fosse preciso. E o atrevido que teve a audácia de me beijar. Não que eu não tivesse adorado o beijo, e o jeito como ele me tocou no jardim. Eu adorei cada detalhe, mas nunca, nunquinha admitiria isso. De certa, forma eu sabia o que Michael fazia com meu corpo quando estava a míseros centímetros por perto. Eu sabia o quanto as batidas do meu coração aceravam a cada movimento. Como eu odiava ser vulnerável. Ouvir a voz dele me chamar.- O que é? - perguntei do outro lado da porta.- Você esqueceu a toalha.Revirei os olhos e fui buscá-la em outro quarto. Quando voltei, bati na porta. E outra vez. Mas não obtive resposta. - Michael! A toalha.Nad
A loira correu em minha direção me abraçando pelo pescoço e depositando vários beijos no meu rosto.— Você não imagina o quanto eu senti a sua falta! — Eu posso imaginar — respondi a afastando devagar. — Está tudo bem?Ela me soltou rapidamente e sua expressão mudou.— Eu estou péssima! Você sumiu por dias! — gritou irritada. — Não me mandou uma mensagem perguntando como eu estou ou se estou bem!— Olha, Marina, você sabe bem como é o meu trabalho.— Eu sei que você virou a noitada com os seus amigos. — ela cruzou os braços. — Não minta pra mim Michael!Revirei os olhos. A relação entre mim e Marina era complicada. A gente se conheceu em uma balada quando Marina tinha acabado de ser deixada no altar pelo noivo. De algum jeito eu a fiz sorrir, mesmo aquele sendo o pior dia da vida dela. E desde então, viramos melhores amigos. No começo era só isso. Até que um dia Marina resolver me pedir em namoro, mas eu não aceitei. Nã
O dia seguinte fluiu normal. Michael não havia falado nenhuma palavra comigo e passou o dia todo em silêncio. O que de fato, não era comum vindo dele a final.Eu me perguntava a todo o momento o que poderia estar passando na cabeça dele. Aquilo estava me incomodando tanto que fazia eu me sentir surpresa por sentir falta de conversar com ele – mesmo que 2 ou 3 palavras que falassemos fossem insulto –, eu sentia falta.- Sra. Thompson? - desvei o olhar do computador para a porta onde Lauren estava parada segurando uma pasta. - Os acionistas estão te esperando para a reunião.Suspirando olhei para o relógio de pulso que marcavam exato 08h35 e novamente suspirou. Eu estava cinco minutos atrasada.- Obrigada, Lauren. Diz que eu já vou. - eu disse, me levantando e organizando as papeladas.- A senhora quer que eu leve um café para a sala? - se ofereceu, num tom preocupado.- Um cappuchino seria ótimo, obrigada! - sorri e ela assentiu.<
Eloise Thompson O alarme despertou. Estiquei os braços e o desliguei ainda sonolenta. Era um domingo um dia que eu não trabalharia e passaria a tarde inteira deitada na cama. E eu ia até que um braço se envolveu na minha cintura me fazendo dar um grito. Instantaneamente me virei e lá vi Michael. Ele estava completamente nu e deitado ao meu lado.Ah meu Deus!Flashblack da noite anterior vieram à tona e na hora e logo me dei conta da merda que fez.Fui pra cama com Michael. O meu segurança! Como eu pude ser tão baixa? Eu queria dar uma surra em mim mesma por ter sido tão burra. Como eu pude? Eu mal o conhecia e dei pra ele. Minha mãe com certeza ficaria envergonhada se soubesse. E meu pai? Bem, nem se fala.Uma coisa era certa, eu estava ainda pior por ter gostado de cada detalhe. Sem perceber eu estava sorrindo.— Pelo visto teve ótimos sonhos. — Michael disse com a voz rouca. Voltei a re
Eloise Thompson Disparava pelos corredores do hospital, meus passos ecoando. O cheiro de desinfetante e o som de máquinas me transportavam de volta ao passado.O hospital era um pesadelo que me perseguia. Toda vez que entrava aqui, meu corpo tremia de revolta e medo. A dor aguda e sufocante me lembrava do último momento com meu pai.Lembrei-me do seu sorriso fraco, dos seus olhos cansados. Foi em um hospital que ele deu seu último suspiro. Aquele momento se gravou em minha mente como uma ferida aberta.— Eu gostaria de saber sobre a paciente May Baxter. — eu disse a recepcionista que digitou algo no computador. — Ela ainda está em observação. A senhora é Eloise Thompson?— Sou eu sim.— Você era o único contato que tinha na agenda dela. O que você é da Sra. Baxter?— Eu... sou amiga dela.— Ela tem sorte em ter você. Pelo menos a menina não vai ficar sozinha. — ela apontou para Daisy que estava sentada no sofá olhando para o chão.— Daisy! — caminhei até a menina. — Como você está?