Depois de desfazer suas malas, percebeu que na sala da casa havia um barulho de tevê ligada. Então ele decidiu sair, deveria ser amigo do seu companheiro de apartamento, não era atoa que ele sonhava com esse dia, que então ele conhecia novas pessoas, que faria novos amigos em sua vida, que antes era pacata e sem muita emoção, poderia mudar completamente, era seu plano desde que saiu de sua terra natal.
O apartamento era grande, tinha uma sala, cozinha, dois quartos e ainda um pequeno escritório. Uma sacada em frente a sala, com a vista pra alguns prédios ao redor, a alguns quarteirões a frente a avenida paulista, que estava cheia de carros, pessoas voltando pra casa, indo pra seu turno da noite, ou indo pra uma noitada, Kaio sorriu involuntário estava muito alegre por ter chegado onde chegou.
ㅡ E aí!? Senta aí. Gosta de Adam Sandler? ㅡ Josh perguntou, apontando para o filme que passava na tevê. ㅡ É meu ator de comédia preferido.
ㅡ Ele é ótimo mesmo. Não sou muito fã de comédia, mas também não odeio. ㅡ Kaio, sentou olhando de soslaio. ㅡ Você não parece um cara que curte comédia.
ㅡ Sério? Pareço gostar de quê? ㅡ Quis saber.
ㅡ Sei lá... Ação? Ou anime? Mas não liga muito não, sou um desastre com as primeiras impressões. É só um chute. ㅡ Kaio gesticulou, sentindo sua orelha ficar vermelha. E se ele estava ofendendo o outro? tinha que tomar cuidado com sua boca.
ㅡ Nossa! Então eu passo essa vibe? Sabia não. Mas gostei. Você tem muito que me conhecer, cara. ㅡ sorriu Josh, se ajustando no sofá ele olhou para o rapaz ao seu lado e percebeu que ele estava nervoso. ㅡ eu gosto de ação, mais Violência não me trás recordações boas. Anime, não curto muito. Prefiro a comédia.
ㅡ Isso dá pra perceber agora. Bom... Acho que vou ter muito tempo pra te conhecer melhor. ㅡ Kaio falou. Vendo Josh baixar a cabeça e sorrir. ㅡ Quer dizer, vamos morar juntos agora né? Tipo dormir na mesma casa, então vai ser natural.
ㅡ É. ㅡ Josh, então lembrou do que deveria fazer. ㅡ Olha, não quero te assustar. Mas eu tenho algumas regras.
ㅡ Manda ver.
ㅡ A primeira é: que se você comprar alguma coisa, use etiquetas, assim vou perceber que é sua. Segunda: não compartilhe as chaves que vou te dar com ninguém, coisas de seguranças. Terceiro: não me importo que traga alguém pra cá, mas que avise antes. Evita constrangimentos. ㅡ Josh listou. Kaio ouviu tudo analisando cada questão. ㅡ Você namora?
Josh disse reto e direto, mas não era uma cantada, porém percebeu que o outro ergueu suas sobrancelhas.
ㅡ Não. Também não estou com ideias para namorar, vim apenas com um objetivo, estudar.
ㅡ Você vai discorda depois de alguns meses na universidade. E beijar algumas bocas vai ser legal no fim da noite. É como se fosse o que você merecesse, depois de tanto esforço ㅡ Josh, disse fazendo o outro enrugar seu nariz, e sorrir mínimo. ㅡ A propósito, eu sou bissexual. Tem algum problema?
ㅡ Não, toda forma de amor é válido.
ㅡ Parece frase de efeito, que você ensaiou em frente ao espelho.
ㅡ Não... Meu Deus, eu só respondi muito rápido.
ㅡ Tranquilo, estou brincando. ㅡ Josh tocou a coxa do rapaz, fazendo ele arregalar seus olhos. ㅡ E você?
ㅡ Eu o quê? ㅡ Ele piscou algumas vezes.
Josh achou ele fofo, tímido era seus favoritos.
ㅡ Sua sexualidade? Desculpa se estou sendo invasivo.
ㅡ Ah, tranquilo. Eu sou.... ㅡ Ele queria dizer a verdade, não queria começar sua amizade com o outro com mentiras, ou coisa e tals. ㅡ Você vai achar a coisa mais retrógrada do mundo. Mas... Eu sou gay não assumido.
Kaio esperou que ele zombaria de si, que daria uma gargalhada assombrosa, mas ele não fez. Josh é o tipo de que você precisa como amigo, kaiio iria amar tê-lo como colega de apartamento.
ㅡ Eu sei é complicado, não é? Mas eu não vou te criticar, apesar de que eu acho que deveria ser feliz. ㅡ Josh, já não prestava mais atenção no filme, só olhava como o rapaz era fofinho envergonhado. E de como ele mexia suas mãos quando nervoso. ㅡ Também, estarei aqui quando precisar conversar. Não foi fácil dizer pra minha família que sou bissexual.
ㅡ Obrigado, as pessoas sempre riem de mim. Mas eu... Não esperava por isso, Joshua. ㅡ Kaio disse, depois se arrependeu de dizer o nome completo do rapaz.
ㅡ Gosto do som do meu nome completo, quando sai de sua boca. ㅡ Josh, sorriu pra ele.
Kaio surpreso, olhou para o cara, ele tinha os dentes brilhantes, e tom brincalhão, mas não deixou de perceber a malícia na voz do outro, era um sonho ou ele tiinha tirado uma sorte grande. talvez ele tivesse tentando deixar o clima menos pesado de antes. Kaio, sorriu em resposta.
ㅡ Está cursando o quê? ㅡ Quis saber.
ㅡ Advocacia. ㅡ Josh, respondeu. ㅡ Segundo semestre já.
ㅡ Olha, então vai me dar um desconto quando eu precisar de um advogado?
ᅳ Não. ᅳ Josh riu da cara que outro fez, ele era muito fofo. ᅳ mas pra você eu faço, um desconto sim. Só pra você!
ᅳ Para com isso, eu sou muito iludido. Não pode cair uma gota do céu que eu já quero encher um pote. ᅳ Kaio disse fazendo o outro rir, a voz rouca deixava o novo morador ainda mais caidinho pelo outro.
ᅳ Vamos ser bons amigos, Kaio. ᅳ Josh, levantou pegando seu celular deixado sobre a pequena mesa em frente ao painel que segurava a televisão, passando o filme que ele não mais estava assistindo. ᅳ Vou pedir pizza para o jantar, a não ser que você seja um chefe disfarçado.
ᅳ Pensava que você seria o cozinheiro. ᅳ Kaio brincou. Vendo o rapaz se ergue com um sorriso no rosto, e pegando o celular.
ᅳ Eu queimo até miojo, meu parça, não espere muito de mim, não. ᅳ Josh abriu, o aplicativo de delivery. Achando a pizzaria que ele sempre que elepedia e gostava. ᅳ Peperoni?
ᅳ Quatro queijos! Por favor?
Assim Josh, não pode negar que ele fez o pedido priorizando o pedido fofo de seu novo colega de apartamento. Queria que ele tivesse a melhor moradia, que o rapaz se sentisse em casa, na maioria das vezes as pessoas ficam saudosas de onde veio, e não era Josh que iria piorar ainda mais isso. Dependendo dele ele iria amar morar em São paulo.
Depois de duas semanas na grande cidade, a vida e o deslumbre de Kaio foram passado para trás. Ele às vezes como se fosse nativo dali, como se ele conhecesse a cidade como a palma de sua mão. Mas a magia e as novas descobertas ainda brilhavam para ele, então nem tudo estava muito diferente. Ia pra faculdade, pela manhã, junto com Josh, a tarde ele tirava pra estudar na biblioteca, e algumas matérias que estavam mais difíceis, Josh era mais ocupado, mas sempre estava em casa às oito da noite. Menos quando algum aluno arrumava uma festinha pra virar a noite. Kaio nunca fora de ir a essas festas, mas Josh, sempre lhe arrastava, não era uma coisas ruim, ele até gostava, lhe fazia esquecer tudo que lhe deixava cabisbaixo. Que não era muita coisa, só envolvia a saudade de casa, saudades dos amigos. Mas que deixava no calor da noite, seu coração meio apertado, e com uma sensação de vazio, fora muito ligado a sua família e principalmente a vida pouco movimentada de uma pequena cidad
Cinco anos depois... O que aconteceu naquela festa, morreu naquela festa. Estava morto e enterrado. Foi o trato que eles dois fizeram, passaram-se anos e nenhum dos dois tocou mais no assunto que se tornou um pouco sensível de ser falado e discutido naquela casa, naquela amizade. Mas nada mudou entre os dois, nada aparente. Pois eles continuam morando juntos, continuam indo a festas, mas agora separados ou quando já tem uma pessoa à sua espera. O que eles sempre faziam era convidar alguém antes mesmo de confirmar sua presença em alguma festança que alguns dos amigos faziam. Josh, quase herdou a empresa de seus pais. Quase, por que se depender de seu avô ele nunca vai herdar. Seu avô o atual presidente da, nakamoto Corporation, se encontrava doente e fraco, porém ele não queria sair de seu cargo, e tampouco passar o cargo para o seu neto, ele era teimoso pois em algum momento ele deveria fazer o tal, Josh, legítimo na sequência da herança e filho único, era seu dever cui
Era esperado que aquela reunião iria ser exaustiva. Josh, já sentia que suas pálpebras não mais lhe obedecia, pois ela fechava sem seu consentimento, mas era o que ele amava fazer em sua vida. Reler, rever e construir cláusulas para um contrato, fora isso que ele passou e ainda passa nas aulas que ele tem na faculdade, pois ainda não tinha concluído seu curso, faltava um pouco pra ele concluir. Mas estar com a empresa para herdar lhe permitia ocupar o cargo que seu pai lhe deixou, ele iria cumprir com muito orgulho. Mas enfim, a reunião tinha chegado ao fim. Com um contrato estabelecido, e clientes satisfeitos. Kaio, estava Feliz ao ver o amigo feliz Também com sua nova conquista. Senhor, Alexsandro se despedia, apertando as mãos dos presentes e o sorriso brilhante assim com sua cometiva, e saiu em direção ao elevador tendo em seu encalço Josh, acompanhou até o objeto descer para o térreo voltando logo depois estava alegre. ㅡ Terminamos por hoje, parceiro. ㅡ Anunciou Josh, pa
Um eclipse é uma ocasião alucinatória, a televisão dá a notícia, a internet se enche de momentos registrados do então famigerado evento. Uma coisa assim precisa ser notícia, todas as pessoas necessitam ver, fica marcado na história o tal acontecimento. Talvez não desse nem para ser comparado, mas seria nesse extremo de tanto alarme por tamanha ocasião; a família de kaio, era conhecida por fazer as melhores festas da região, sempre enchiam de pessoas e convidados célebres, eram conhecidos por ter um bom desempenho em se marcar na história, e kaio, tinha puxado esse traço então. como o primeiro casamento falso da história dos Silvas. Mas essa grande notícia ele preferiu guardar apenas para si e sua amiga, alicia. ainda estava digerindo essa nova fase da vida, já que quando entrou pensou que seria uma aventura e tanto, e está sendo, porém agora que estava caindo a ficha parecia uma loucura. uma daquelas dignas de ser televisionada em um filme na sessão da tarde. e kaio, como um bom
O que alguns sabiam era que Joshua Nakamoto, era um bom fanfarrão. Vivia em festas e boates. Mas o que todos sabiam também era que todas as manhãs ele estava presente em seu trabalho, realizando seus deveres, e que era também sabido por todos, um grande administrador. Um bom aluno, um bom neto e um bom solteiro. Em todas essas opções ele se destacava, agora com um bom marido, essa era novidade. Ainda na sombra de que seria um estrondo ao saberem que ele se casaria com um homem e não com uma mulher. Aos olhos de alguns conservadores ele estaria quebrando as regras e ainda manchando o nome de sua família. E apagando da história o nome das próximas gerações. Como de fato não seria bem assim, ele não iria se prender a todo tempo a Kaio, era só algo passageiro. Ele pensava. Chamou a sua sala seu amigo e advogado pessoal, Vicente. Talvez o grande responsável pelas respostas e desculpas mais célebres que ele já deu a seu avô quando sua face era estampada em alguma revista de fo
Não importa o quanto ele tentou disfarçar. A mãe sempre tem algo como um sexto sentido que detecta mentiras, fofocas e omissão. E todos eles gritavam na voz calma e controlada de Kaio, ligou para sua progenitora pois não conseguia deixá-la sem informações por dois dias e por mais que parecesse algo anormal e infantil, para ele não era. Era questão de deixar toda sua mente limpa e não nada melhor do que uma consciência limpa. Sua mãe sempre descobria suas mentiras quando criança, então ele pediu a tudo quanto fosse sagrado que a mulher tivesse perdido esse sexto sentido. ㅡ Está levando seus remédios? Você sempre fica com o nariz entupidinho quando tem frio. Leva um casaco meu amor. ㅡ A mãe indicava com a voz preocupada ao telefone. Seu pequeno Kaio estava saindo do país. Mesmo que ele agora fosse uma adulto responsável por suas ações e afazeres, ela não deixava de ficar preocupada e dar dicas acaloradas ao seu amado. Kaio se sentia amado. As vezes quando criança se sentia su
Quem conhecesse o pequeno kaio saberia que ele estava surtando internamente. já que em seus sonhos mais cobiçados de sua adolescência era ir ao Estados Unidos da América. assim como um grande amante do cinema americano com seus filmes maravilhosos mostrando a tão aplaudida time square com seus enormes telões exibindo suas propagandas de grandes marcas, mas ele não estava em nova york, estava em las vegas. Olhava das janelas transparentes do seu hotel a cidade dos jogos e diversão. E de como por um momento imaginou ser um sonho, mas tocar aquelas cortinas e de alguma forma ver o sorriso no reflexo do espelho de josh o deixava crente de que era real. o rapaz nem precisou de seu cachecol tirou assim que chegou no aeroporto, o clima era ensolarado e convidativo a uma caminhada para conhecer o local. ㅡ Sei o que está imaginando. nós vamos sim, mas… antes deveríamos descansar, a viagem foi longa, parça. ㅡ Não estrague minha euforia, se eu não conseguir descansar. Do qu
A última frase de Joshua Nakamoto, ainda reverbera dentro de Kaio, como ondas sonoras ainda sendo emitidas ao seu ouvido, como confetes cintilando sobre seus olhos e tocando sua pele. Em especial a última palavra: Amor. Ainda estava assimilando o que estava acontecendo, seus ouvidos só ouviram essa frase e aparentemente tinha parado de funcionar. O mundo tinha parado de funcionar, como se estivesse congelado só para ele e Josh no Hall daquele imenso hotel, que antes barulhento agora que só ouvia era os batimentos cardíacos dos dois ali. Amor é um fogo que arde sem se ver;É ferida que dói, e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer.É um não querer mais que bem querer;É um andar solitário entre a gente;É nunca contentar-se e contente;É um cuidar que ganha em se perder. Já dizia Luís Vaz de comões. Uma descrição perfeita e sem errar do amor. Kaio, lembrou do dia em que fez um trabalho para sua professora de português e ter visto este poema o mar