Estava tudo bem na minha vida, até precisar começar a pagar minhas contas.
Quando meus pais pagavam tudo pra mim, eu era feliz e não sabia. Parece que foi ontem, e foi. Só que depois que comecei a estagiar as contas dobraram. Passei a morar de aluguel com umas amigas da faculdade e meu estágio não é remunerado. Tenho vergonha de pedir mais dinheiro do que meus pais já me dão, e agora pior ainda, que minha irmã mais nova entrou na faculdade. Estou no último semestre da faculdade e me encontro fudida.
Estou uma pilha de nervos essa semana, é o nosso primeiro mês de estágio, as contas chegaram e não sei como vou pagar tudo isso.
— Como eu vou pagar todas essas despesas extras? Não tem como me manter sozinha! — Explicava a minha colega de quarto enquanto engolia o choro.
Eu choro porque não quero preocupar meus pais com isso. Não quero preocupar ninguém.
— É... a solução mais rápida seria um casamento relâmpago com um velho rico que está a beira da morte... ou um sugar daddy. Eu conheço uns sites onde eles escolhem as garotas.
A encarei incrédula. Eu sei que é brincadeira, mas... ela gosta de passar dos limites.
— Isso é sério, Jéssica. Eu não sou como a Regina.
Regina é a outra garota que mora com a gente. Ela faz todo tipo de bico pra ganhar dinheiro. Moramos nós quatro. Eu, Alana, que é a minha irmã, Jéssica e Regina. Jéssica não se preocupa com despesas, Regina tem os velhos dela, que pagam tudo e eu e minha irmã estamos lascadas.
— Eu sei, desculpa. — ela lamentou agarrada a um travesseiro. — Você arranja um trabalho de meio período. Tu nem tem mais disciplinas pra estudar. É só o estágio e o trabalho.
Eu sei. É uma ótima ideia. O problema é pôr em prática.
Pra ela tudo é simples e fácil. Vai eu que nunca trabalhei e ainda tenho um TCC pra fazer.
— Quem vai querer me contratar por meio período? Ninguém trabalha sem assinar carteira e ninguém assina carteira pela metade. E logo eu que sou mais parada que tartaruga.
— Isso é verdade. — minha irmã se pronunciou direto da cozinha.
— Cala a boca, prejuízo. — apertei minha cabeça.
— Tem muita gente que precisa de uma pessoa inteligente pra desempenhar algumas funções... Para de se vitimizar Luna. Você não é assim. — Jéssica manteve a fé em mim.
— Você não passa 24 horas comigo.
— Verdade de novo. — Alana falou de novo. Mano...ainda bem que já vou me formar.
— Passo o suficiente pra te garantir que quem te contratar não vai se arrepender. Cria fé em si mesma amiga! Nunca te vi tão negativa. Não gosto de você assim. Tá me contagiando. — Jéssica saiu de perto de mim.
— Ok. Eu vou começar a procurar. — me dei por vencida. É minha única alternativa, então não tenho escolha.
Tenho que começar a andar com minhas próprias pernas mesmo.
*
Depois do almoço, andei pela cidade a procura desse bendito trabalho pela tarde toda.
Eu sabia que iria ser difícil, mas não era impossível. Pior que eu não tenho jeito pra nada. Só sei cantar. Mas quem quer uma garota cantando?
Deixei meu currículo em lanchonetes, supermercados e escritórios. Minha sorte é que eu fiz um monte de cursos online. Meu currículo tá lotado, só nunca pus em prática nada do que aprendi. Rio de mim mesma pela minha ousadia.
Um papel veio voando com o vento e ficou preso na minha perna. Era um panfleto.
Vagas de Stripper na boate Sensuale
Todas as noites das 23:00 às 3:00.
Fone: 999373-3984
Sério destino? Que conveniente! Tá zoando da minha cara, só pode.
Guardei o panfleto na minha bolsa só pra zoar com as meninas mais tarde e voltei a espalhar currículos. Esse emprego do panfleto seria a minha última opção. Stripper. Não, minha penúltima. A última seria prostituta.
Uma semana depois...— Nada? Nenhuma ligaçãozinha? — minha amiga perguntou quando cheguei do estágio.
— Nada Jéssica. Eu não sei o que vou fazer. Sério. Estou fudida!
Tirei meus sapatos e fui almoçar com elas. No almoço sempre testamos todas juntas.
— Tá aí uma boa ideia. Vira PL. — Regina sugeriu agarrada a uma cerveja.— Que caralho é PL? — franzi o cenho curiosa. Todo dia ela aparece com uma sigla diferente.
— Prostituta de Luxo. — respondeu chupando uma laranja. Era só o que faltava. Eu até dei uma gargalhada.
— Aí nossos pais deserdariam a Luna de vez e o Justin termina com ela. — Alana ficou animada com essa possibilidade.
Nunca dividam republica com sua irmã. Só esse conselho.
Só respirei fundo e ignorei ela. — Essa seria minha última opção, querida. Nem pensar. Se for pra não chegar a esse extremo eu vou procurar emprego de stripper nessa boate aqui. — abri minha bolsa e mostrei o panfleto a elas.
— Porque não fala do problema do dinheiro com nossos pais? Qual o problema? — Alana se meteu de novo.
— Porque eles já me dão pra pagar a casa e a mensalidade da faculdade. Não quero parecer chata.
— Tá se referindo a mim? Só porque pedi dinheiro ano passado pra ir pra Disney?
— Também.
Foram e nem me levaram.
— E o que você vai fazer, dona consciente? — ficou me encarando com deboche.
— Eu já fui nessa boate. — Regina comentou olhando o panfleto. — É bem legal. E você vai ter tempo pra estudar, estagiar... já que é de noite o trabalho.
— Vocês estão cogitando essa possibilidade mesmo? — Alana me olhou enojada. — Saibam que não corroboro com isso. E quando nossos pais souberem, eu não fui cumplice. — levantou da mesa, colocou o prato na pia e foi pro quarto.
Eu também não tô gostando nada dessa ideia.
—Você vai mesmo aceitar? — Jéssica olhou pra mim, curiosa.
— Não sei, sei lá. É minha penúltima opção. O que vocês acham? — peguei um copo e coloquei suco.
— Sou totalmente contra. — minha irmã gritou do quarto.
Chataaaa.
— Bom...Você tem essa cara de santinha, e os caras gostam mesmo é das santinhas. — Regina me analisou.
— Eu não vou trepar com ninguém sua doida! — garanti assustada e elas riram.
— Deixa alguém te oferecer numa noite o que você vai passar um mês pra ganhar. Aí você me diz se não vende. — me encarou mal intencionada.
Mas Regina...
— Você é uma doida do caralho! Por isso tem um monte de velho atrás. — Jéssica falou o que tava na minha garganta.
— Sugar Daddy. É assim que se chama. — Regina piscou o olho.
Nessa brincadeira uma onda de coragem entrou em mim. Não parecia um emprego tão ruim o de stripper comparado ao da Regina.
— Ok. Hoje mesmo eu vou nessa boate, porque pela manhã tenho o estágio. — decidi, goleando o suco. — Vamos ver se eles vão me aceitar.
— Ah, você tem que ir pra creche né? Nutricionista ensina o que na creche? A se alimentar bem? — Regina ficou zoando.
— Não, a trepar! — dei um tapa na testa dela e baguncei seu cabelo.
É cada uma...
— O que você sabe fazer? — Um coroa gorducho, com uma gravata mal amarrada e uma careca horrível no meio da cabeça, me entrevistava no escritório da tal boate. Só agora me toquei que realmente estou fazendo isso.Porque eu não procuro emprego numa padaria? Ah, tem que trabalhar o dia todo...— Eu...eu sei cantar... — fui sincera.— Humm, isso é bom. A gente não tem nenhuma que cante aqui. — balançou a cabeça coçando a barba. — E Strippteas? Você já deve ter feito com algum namoradinho, não é? — abriu um sorriso mal intencionado.Não. Na verdade, eu nunca fiz. Mas eu preciso desse emprego. De algum emprego.Eu podia perguntar se tem vaga pra limpeza.— Sim. Várias vezes. — assenti na maior cara de pau.Ele deu outro sorriso mal intencionado. Como se já esperasse isso de mim.— Ok. Maravilha. Só falta o último teste para saber se você é boa o suficiente para trabalhar pra mim. — levantou e fechou a porta, depois se encostou na mesa, bem na minha frente, cruzou os braços e me encarou.—
— Não Joseph! Você tá roubando! — desfiz o movimento que meu irmãozinho fez. Ele sempre se acha esperto nos jogos. Por isso ficou rindo feito um psicopata.— Aaron, você vai sair hoje de novo? — me perguntou com uma voz doce.— De novo? Achei que tinha o deixado dormindo ontem! —fiquei surpreso.— Eu tava. Mas depois eu acordei e não te achei.Se meu pai sonha com isso me mata.— Eu saí um minutinho. — fiz um movimento no jogo.— Você foi atrás delas?— Delas quem?Ele fez um movimento, depois me respondeu. — As suas amigas que você disse no telefone. Amigas putas.Para um garoto de 5 anos ele é muito espertinho.— Joseph! — o repreendo rindo. — Não fala isso na frente do nosso pai, nem de ninguém. Elas não são minhas amigas putas. São minhas amigas professoras.— Ah. Entendi. -— mexeu no jogo. — Eu tenho uma nova professora. Ela é linda.— Sério? Eu não a vi quando fui te buscar. — fiz um movimento.— Ela já tinha ido embora naquela hora. Você chegou muito tarde.— Vou passar a te b
— É sua primeira vez, não é? — Uma mulher, mais velha do que eu, perguntou reparando na minha total falta de jeito, ela está nua e vestindo um sutiã brilhante enquanto eu estou assustada com a desinibição dessas mulheres, que se trocam na frente de todas.— Sim. — assenti olhando pra qualquer canto.Eu estou amargamente arrependida de ter aceitado isso. Esse mundo não é pra mim.Sou a garota que prefere ficar na frente da TV assistindo filmes e séries com meus amigos, usando um pijama folgado e nada atraente. Eu nunca fui a que quer ir a uma festa da universidade, não bebo álcool nem uso drogas, perdi minha virgindade com meu melhor amigo nerd e as maiores relações que tive foi com meu namoradinho antissocial que faz intercâmbio em Paris. Ele nem sonha com isso.— Okay. Ouvi dizer que você vai cantar. Ótimo. Você canta e a gente dança. — terminou de se vesti. — Veste esse maiô de couro, calça essa bota de veludo e bota essa máscara e luvas pretas, que só vai cobrir seus olhos. Eu usei
Cheguei na boate e procurei alguma garota pra me satisfazer. Mas alguém começou a falar no microfone e me chama a atenção.— BOA NOITE. SEJAM BEM VINDOS MAIS UMA VEZ A NOSSA BOATE. ESTA NOITE TEMOS UMA NOVIDADE. CURTAM A SEDUTORA LITTLESUN.Nunca ouvi falar dessa garota, e eu conheço todas as putas que trabalham aqui.Resolvi sentar e assistir ao show. Quero saber o que meu pai tá aprontando dessa vez.De repente se acende uma luz e uma bela silhueta aparece fazendo uma dança sensual. A melodia da música e aquele movimento já mexem comigo. Logo as meninas apareceram dançando no palco e a garota começou a cantar.A música falava sobre uma garota antissocial, que não gostava de onde estava.Ela dança com timidez e ainda assim consegue dançar melhor que todas as outras, pelo menos pra mim. Seu corpo parece intocado. Parece tão próximo e ainda assim tão distante de alguém poder tocar.A cortina subiu e ela apareceu com uma roupa de couro colada em seu corpo esbelto e uma máscara cobrindo
Voltei a boate novamente. Eu preciso rever essa Luna. Eu preciso comer essa garota.Na porta da boate encontrei nosso segurança desorientado.— O que houve, John?— A boate está lotada. Todos querem ver a nova garota.Mas que droga!— Me deixa entrar.Passei na frente dos outros caras, que ficam reclamando.— Eu sou filho do dono, idiotas! — gritei.Não há mesa vazia em lugar algum, só dá pra ver o sorriso do meu pai, feliz de tanto dinheiro que está ganhando.As luzes se apagaram e o show começou.Aquela silhueta aparece novamente. Dessa vez se mexendo mais sensualmente do que na noite anterior. Os homens gritam enlouquecidos.Ela canta a mesma música e as meninas aparecem dançando nos poly dance.Só vejo os homens apertando suas calças. Praticamente se masturbando. Eles jogam dinheiro e colocam nas calcinhas das meninas. Mas eu só a espero aparecer.E logo ela aparece.Dessa vez ela está numa lingerie bem mais reveladora. Mas com a mesma máscara. Sua lingerie é preta e só tem o suti
Estava distraída por um tempão lembrando do tanto de dinheiro que eu ganhei na noite anterior na boate. Caramba, eu ganhei quase mil!Tenho que concordar com a minha amiga. Esse negócio de putaria dá muito dinheiro mesmo.— Você estava maravilhosa cantando aquela música ontem.— Obrigada. — agradeci automaticamente a uma voz masculina perto de mim.Pera. Quem disse isso?!Me virei e vi um belo, o mais belo e gostoso rapaz que meus olhos enxergaram na vida, além do meu namorado Justin.Ele está encostado de uma forma tão estilosa na porta quanto a sua roupa lhe cai bem.— Está muito famosa na boate.Quê?!Caminhei rapidamente até ele, tapei sua boca com minha mão direita e com a esquerda agarrei a gola da sua camisa e o arrastei pra dentro da sala, assustada.— Não fala essa palavra aqui. Por favor. — cochichei olhando em seus belos olhos claros.Ele sorriu e eu tirei a mão da sua boca. Ele tem um sorriso lindo.— É difícil acreditar. Sério! — falou ofegante.— Quem é você?? Anda me se
Não acredito nisso, mas dessa vez eu fiz questão de chegar cedo e sentar bem na frente do palco.Eu quero ver de perto essa garota transformada.Ela tem uma cara de garota quieta, daquelas que não saem pra lugar nenhum. Daquelas que nunca foram tocadas. Isso me excita mais ainda. É como um desafio. Eu preciso ganhar essa garota e deixa-la louca por mim. Eu quero fazê-la minha. Eu quero ouvir ela gritar meu nome entre gemidos.Dessa vez a música é diferente. Dangerous Woman, da Ariana Grande. Eu gosto dessa música. Reconheceria esse som em qualquer lugar.As cortinas se abrem e ela está sensualizando. Começa a cantar mais sedutora do que nunca. Ela anda até o poly dance que está a cinco palmos de mim. E o segurando dá uma volta por ele, agachando da forma mais sensual que eu poderia esperar.Ela levanta deslizando sua mão do tornozelo até o seio e sempre olha para os homens.Se balança segurando no poly dance e fica de frente pra mim. E de pernas abertas ela escala. Gira sua cabeça e o
Como ela se negou a transar comigo? Isso nunca aconteceu!Eu ainda estou sem entender, sério.Ou ela tá fazendo cu doce ou ela é uma garota bem diferente das outras.Vou insistir mais algumas vezes pra ver qual é a dela.— Joseph, a sua professora bonita. Você sabe onde ela mora? — perguntei enquanto comia um biscoito no sofá.— Eu tenho 5 anos. Claro que eu não sei. Eu nem sei onde a gente mora! — Ele levanta os ombros.Eu sou um idiota mesmo.— O que você tem, Aaron? Tá doente? Você ainda não saiu hoje. Camila, sua namorada, ligou e eu atendi. Porque você não falou que tinha namorada?Filha da puta!— Não, ela é uma mentirosa, Joseph. Eu não sou namorado dela.— Ah. Eu pensei que era. — chupou o dedo enquanto assistimos desenho.A Camila é muito sem noção. Ela acha que algum dia eu vou namorar com ela. Uma garota que transa com quase 10 caras toda a noite. Eu que não quero uma namorada desse tipo!— Você vai sair hoje à noite? — ele me olhou curioso.— Acho que sim. Preciso ver uma