Ela sentou no sofá e fez sinal que ele a acompanhasse.
- Eu temo por você Raul a última pessoa que me ajudou há alguns anos, perdeu o emprego.
Ele assentiu.
- Conheço a história!
Helen o olhou espantada e surpresa.
- Sim, seu pai contou sobre isso! Sobre sua babá, e deixou claro que, se isso um dia viesse acontecer de novo o destino da pessoa seria o mesmo. Ou pior...
Ele deixou a coisa no ar ela abaixou a cabeça totalmente desanimada e envergonhada por ter pedido aquilo para ele. Quem em seu juízo perfeito iria enfrentar seu pai e perder o emprego?
- Mas, eu irei te ajudar.
Ela olhou para ele, entre surpresa e feliz...
- Sério?
Helen levantou num impulso, mas ele a conteve.
- Para começar, você deve parecer normal... Nada de mudar seu comportamento, ok?
Ela concordou.
- Por que você vai se arriscar para me ajudar?
Raul não respondeu de imediato e como sempre ela nunca sabia o que pensava.
Por fim ele respondeu:
- É seu aniversário!
- Ah, corta essa!
Disse ela rindo.
Ele deu um pequeno sorriso e ela o achou ainda mais encantador.
- Vamos dizer que gosto de uma adrenalina! E sua babá não foi contigo na tal festa. Eu vou, ficarei no seu calcanhar a noite toda.
Ela concordou animadíssima.
- E eu posso escolher o local?
Ele encolheu os ombros:
- É seu aniversário!
Ela já sabia exatamente aonde queria ir. Desde jovem que queria ir a um lugar aonde pudesse dançar a noite toda e quem sabe encher a cara?
Ela riu.
Mas dessa vez ela não estaria sozinha e Raul faria qualquer coisa para protegê-la.
- Eu quero dançar a noite toda Raul e beber, encher a cara!
Ele riu, agora mais à vontade.
- Sério isso?
- Sim... E você não tem medo que meu pai desconfie de alguma coisa?
- Para começar nós não iremos ao dia de seu aniversário... Isso levantaria suspeita.
Ela concordou.
- Antes ou depois?
- Antes...
Ela estava tão animada que queria sair dançando.
- Não demonstre nenhuma emoção, certo?
Ele repetiu.
- Meu Deus! Eu não acredito que farei isso de novo! A última vez que fui... Bem você já sabe.
- Você não deveria sentir-se envergonhada, não teve culpa de nada!
Foi até a janela e olhava perdida para fora:
- Sinto-me culpada sim! A pobre da Ivone perdeu o emprego e sei lá mais o que porque eu decidi ir numa festa...
Sua voz sumiu, emocionada.
- Olha, é melhor deixar isso! É uma tolice minha...
Raul se aproximou, ele tinha um cheiro que a deixava sem conseguir excitada.
- Já te disse: Eu vou com você! E prometo que nesse dia nada de mal vai lhe acontecer! Prometo!
A voz dele era firme e lhe trouxe novamente paz e segurança.
- Ok, eu confio em você.
Ele a olhou com uma expressão indecifrável.
Helen estremeceu ante aquele homem. Será que algum dia ele a olharia como uma mulher atraente? Como seria se perder naqueles braços?
Ela talvez nunca soubesse a resposta daquela pergunta.
- Helen...
- Sim?
Raul parecia que lhe falaria algo, mas mudou de ideia, apenas comentou interessado:
- O que você está pintando?
Ela olhou para a tela e sentiu seu rosto pegar foto, se ele soubesse...
- Ah, são besteiras e...
Raul se aproximou da tela e ela pediu:
- Por favor! Não...
Ele parou em frente curioso.
- Você deveria querer que as pessoas vissem suas pinturas... Aquela ali, por exemplo.
Disse ele mostrando uma das primeiras pinturas suas. Era uma mulher nua em cima de um cavalo. Seus cabelos ao vento misturavam com a crina do animal.
- É o meu preferido.
Concluiu ele.
- Confie em mim: Você tem talento!
Ela foi até ele e ambos olhavam a tela coberta.
Timidamente ela retirou o pano que a cobria.
Os olhos de Raul tornaram se brilhantes e com outro sentimento que ela não soube interpretar.
Diante deles estavam dois corpos nus: O homem segurava a mulher pelos cabelos, e ela olhava para ele cheia de desejo. Seus corpos estavam unidos, numa clara pose de posse. Era a cena de amantes que estavam saciando seus corpos num sexo selvagem.
Engolindo em seco comentou:
- E... E então?
Sem afastar os olhos da tela ele concluiu:
- Definitivamente, agora esse é o meu preferido...
- Jura?
Ele apenas balançou a cabeça concordando.
- Preciso terminar algumas coisas, mas eu também gosto...
- Eu também...
Raul parecia hipnotizado pela pintura e Helen tentava ver o que se passava com aquele homem enigmático. Quase no mesmo instante seu rosto se tornou frio e distante:
- Amanhã trago para você roupas que vai precisar para sair e não ser notada.
Dizendo isso ele se voltou e saiu.
Helen conseguiu respirar de novo, sem perceber havia prendido o ar. Prendeu seus cabelos ruivos num rabo de cavalo tentando aplacar o calor que teimava incendiá-la todas as vezes que estava com seu segurança.A noite em que sairia escondida com Raul chegou.Ele havia lhe levado roupa de um dos seguranças. Todos eles usavam ternos escuros e tinham sempre um Headset, então Helen também ganhou um e uma peruca curta de cor escura. Ele havia dito que a cor de seu cabelo a denunciaria em segundos.Ela concordou.Durante anos ela odiou a cor deles. Eles sempre foram motivos de gozação por onde ela passava.Na escola as meninas diziam que a única coisa interessante nela eram seus fios vermelhos.E os rapazes a chamavam de cabeça de fogo. Então para tentar esconder suas madeixas cor de fogo, ela havia feito uma touca e ajeitado a peruca que Raul lhe trouxera. Olhando no espelho concluiu que ela estava pronta. Ninguém a reconheceria assim.As vinte e uma horas em ponto ela saiu do seu quarto e
Raul segurava sua mão gelada. O lugar que ela escolheu era um daqueles restaurantes com música ao vivo e a meia noite uma pista de dança era inaugurada.E como era de se esperar estava lotado. Algumas mulheres não desgrudavam os olhos de Raul. Helen sentia uma ponta de ciúmes, sabia o quanto ele chamava a atenção. Seu rosto e corpo másculo era realmente algo tentador e nunca passaria despercebido. Ela mesma não conseguia tirar os olhos dele.Raul foi até a recepção e foram acompanhados à mesa que havia sido reservado para eles.- Senhor e senhora Monteiro, sejam bem vindo!Helen o encarou surpresa e assim que o homem se afastou ela comentou baixinho:- Somos um casal? Monteiro? Gostei...- Exatamente! Assim não corro o risco de nenhum homem se aproximar de você!Ela olhou entre as pessoas ali presentes.- Seria possível ter alguém perigoso aqui? Todo mundo parece se divertir e sequer sabem quem eu sou!- Esse foi o plano! Quero que se divirta. O que quer beber?Helen queria beber sim.
Ela reabriu os olhos e tudo que ela queria era aliviar aquela sensação entre as pernas.- Ra-Raul...Gaguejou.- Não vou conseguir...- Vem cá...- O que?- Me dê sua mão...Sem entender, ela tirou sua mão do centro de suas pernas e colocou sobre a mesa e para seu espanto ele levou até a boca beijando cada dedo.Raul gemeu baixinho, lambeu seu dedo e ondas de arrepio e calor invadiram seu corpo.- Ah Helen... Por que você aceitou isso? Não tem mais volta!O garçom chegou perguntando o que eles iriam jantar e de novo Raul fez o pedido.- Está gostando Helen?O que ela podia responder? Estava simplesmente maravilhada!- Estou adorando!- E a noite está apenas começando.Eles terminaram o jantar e como esperado a música ao vivo começou. E logo depois anunciaram que em breve a pista de dança ao lado seria também liberada.Raul levantou e estendeu sua mão:- Vamos!Ela levantou, sentindo-se estranha sem a calcinha.Raul a conduziu até ao bar, algumas pessoas estava por ali de pé, apenas ag
Helen recostou no sofá, sentindo-se a mulher mais desejável e sexy do mundo. Com as pernas entreabertas ela viu quando ele suspirou aguardando.Então ela recomeçou com aquele movimento em seu corpo.Ia se tocando, imaginando Raul ali, mexendo nela e a levando à beira da loucura.Fechando os olhos ela gemia e levantava o quadril, aumentando os movimentos de seus dedos.- Abre os olhos Helen... Isso assim! Eu quero ver como se sente...Ele se aproximou e se ajoelhou em frente a ela levantando seus pés e os colocando sobre o sofá.A boca de Raul se aproximou, a sua respiração quente e ofegante chegaram primeiro e ela gemia sem conseguir conter-se.Quando sua boca e língua invadiram numa parte cálida e úmida de seu corpo Helen perdeu o controle de tudo e seus gritos e gemidos chegavam a seus ouvidos sem que ela tivesse vergonha ou pudor. Ele ficou ali a saboreando até que ela pensasse que não iria mais agüentar aquela doce tortura.Então era assim que deveria ser? Era assim que deveria se
O riso cruel daquela mulher invadiu seus ouvidos e sentiu um calafrio percorrer seu corpo.Um dos homens também riu e ela se encolheu sob o olhar dele.- Vamos, levante! Não temos o dia todo!A mulher de sua estatura, com cabelos curtos e pretos jogou sobre ela algo que parecia um saco com roupas.- Levanta daí sua vaca! Se você não se vestir vou arrastá-la assim mesmo, até o carro.Helen não conseguia sair do lugar.- Quem... Quem são vocês? O que querem comigo? Onde está Raul?A mulher riu com deboche e crueldade, se aproximando dela ameaçadoramente.Seu cérebro tentava entender o que estava acontecendo.Onde estava Raul?Teria morrido?Lágrimas de frustração e medo começaram a rolar em seu rosto.Foi quando Raul entrou no quarto. Vestia roupas diferentes da noite anterior e seus olhos se encontraram.- Ra... Raul oh meu Deus, graças a Deus! O que...- Podem levá-la pessoal...Sua voz era dura e fria e ele se dirigia para o bando.Helen arregalou os olhos, horrorizada. Custando a en
Acordou sentindo que alguém a pegava no colo, abriu os olhos e encarou Raul. Gritando ela se debatia em seus braços. Ele apertou-a mais e com os pés ajeitou o lençol a colocando sobre ele.- Me largue! Seu... Seu...- Não desperdice suas forças Helen! Vai precisar.A voz dele estava mais dura e inexpressível e dessa vez ela tremia não de desejo ou luxúria, mas de pânico.- Como você teve coragem de me enganar e me usar...Ele não respondeu.Seus olhos percorreram seu corpo e ela se encolheu sob o lençol no chão.- Não se atreva! Eu quero sair daqui Raul... Você não pode...Ele se aproximou ameaçador, ajoelhando ao seu lado.Seu cheiro derrubou a barreira que ela queria colocar entre eles. Imagens daquele corpo a possuindo veio de novo e ela se odiava por isso. Virou o rosto para que não visse o desejo que sentia por ele.- É o seguinte: Você é minha prisioneira! Tem um cara lá fora, barra pesada e que fará qualquer coisa pelo dinheiro do resgate... Então, apenas obedece! Estamos enten
Rubens Matos entrou no escritório acompanhado do delegado que estava investigando o sumiço da sua filha.Ele ofereceu uma bebida para o homem e sentou tendo em mãos também uma forte bebida.O delegado era um homem alto, mas seu olhar era sem expressão e Rubens não saberia dizer que tipo ele era. Os burros ou inteligentes.- Eu lamento muito senhor Matos! Não posso imaginar sua dor! Primeiro sua esposa e agora sua filha! Mas faremos tudo que...Rubens levantou e o outro calou-se avaliando sua fisionomia.- Tudo bem debaixo do meu nariz! Para quê tanto dinheiro? Tanto investimento?O outro pigarreou.- Seu segurança, o chefe de segurança, ele sumiu também.Não era uma pergunta, era um fato. Raul não havia retornado a mansão depois do sumiço de Helen.- Sim, nem ele nem minha filha foram encontrados.- E o senhor acha que ele pode estar envolvido?- Veja o senhor mesmo...Rubens abriu o computador e mostrou a cena de Raul saindo com Helen.- Essa é sua filha disfarçada?- Sim.Ele chegou
Os três se olharam.- Vinte milhões Raul? É pouco! Quanto dará para cada um de nós? Cinco milhões? É pouco! Eu teria pedido cem milhões...Mário olhava para os outros esperando obter apoio, porém todos estavam mudos.Helen tremia num canto, suas mãos amarradas, já começando a formigar.Raul a olhou e pediu:- Saiam!Mário visivelmente alterado aproximou dele:- Porque só você pode se divertir com ela?Raul segurou em seu pescoço, o outro esperneando sob suas mãos.- Deve ser porque sou o seu líder! Fui contratado para liderar você e todos eles... E se eu disse que ninguém vai tocar nela é porque ninguém irá tocar! Seu eu quiser repetir o que aconteceu naquela noite, eu decido... Entendido Mário?Os dois homens ficaram se encarando. Ódio e raiva pairavam entre eles. E Helen temia por sua vida, cada hora mais.Mário deu um safanão, livrando-se das mãos de Raul.Nada respondeu, mas saiu do cômodo batendo a porta atrás de si.- Anna, vai conversar com ele, porque se eu for estouro a cabeç