Helen conseguiu respirar de novo, sem perceber havia prendido o ar. Prendeu seus cabelos ruivos num rabo de cavalo tentando aplacar o calor que teimava incendiá-la todas as vezes que estava com seu segurança.
A noite em que sairia escondida com Raul chegou.
Ele havia lhe levado roupa de um dos seguranças. Todos eles usavam ternos escuros e tinham sempre um Headset, então Helen também ganhou um e uma peruca curta de cor escura. Ele havia dito que a cor de seu cabelo a denunciaria em segundos.
Ela concordou.
Durante anos ela odiou a cor deles. Eles sempre foram motivos de gozação por onde ela passava.
Na escola as meninas diziam que a única coisa interessante nela eram seus fios vermelhos.
E os rapazes a chamavam de cabeça de fogo. Então para tentar esconder suas madeixas cor de fogo, ela havia feito uma touca e ajeitado a peruca que Raul lhe trouxera. Olhando no espelho concluiu que ela estava pronta. Ninguém a reconheceria assim.
As vinte e uma horas em ponto ela saiu do seu quarto e atravessou o corredor, passando por Raul que cobria o segurança que ficava ali. Ela sabia que deveria sair e esperar na entrada. Aquele horário era a hora que um dos seguranças que ficavam no corredor jantar e aquela seria sua oportunidade de sair da mansão. Essa noite era a folga de Raul, então a sua ausência na casa não seria notada. Ele fez a ronda calmamente e depois se despediu dos outro saindo sem pressa, como sempre.
O pai de Helen não estava no país, voltaria apenas na noite de seu aniversario ou não!
Há bastante tempo que ele se ausentava de quase tudo relacionado a sua vida, inclusive em seus aniversários.
Helen não ligava se seu pai com o passar dos anos havia se tornado um estranho. Um homem milionário, com suas amantes, fazendo sua mãe e ela sofrer com suas infidelidades, um homem odiado e cheio de inimigos.
Helen balançou a cabeça expulsando os pensamentos conflituosos e a mágoa que tinha do pai. Naquela noite, ela só queria se divertir com Raul.
Ela esperou que ele retornasse e foram os dois caminhando para o carro.
Helen sabia que estava tremendo, Raul colocou os braços em suas costas empurrando-a gentilmente.
Enfim, entraram no carro e saíram da propriedade.
Quando estavam longe ele disse:
- Feliz Aniversário Helen!
Ela sorriu feliz a adrenalina correndo em suas veias.
- Conseguimos! Nem acredito! Tem certeza que ninguém reparou?
- Absoluta! Fica tranquila!
O carro entrou na rodovia e Helen não conseguia conter sua emoção e excitação.
- Ali atrás tem um presente pra você.
- Pra mim?
Ela se inclinou e viu uma sacola, dentro um vestido preto curto, sandálias com salto alto e outra peruca, dessa vez uma loira.
- Loira? Sério isso?
Ela ria, pois seu sonho sempre fora ter um cabelo loiro.
- Eu queria que você ficasse com seus cabelos naturais, mas chamariam a atenção demais.
- Meus cabelos naturais são horríveis!
- Eu não acho!
Ele olhou para seu rosto com aquela expressão indecifrável.
Ela estremeceu.
- Vá lá para trás e se arrume, chegaremos em vinte minutos.
Helen pulou para o banco de trás e timidamente começou a retirar a roupa. Raul continuava ali na frente impassível. Retirou o terno e olhou para o vestido extremamente sexy. Ela nunca havia vestido algo tão provocante.
- Achei que você ia querer uma roupa diferente das que você usa normalmente... Já que queria ser radical...
Ele riu, vendo a expressão dela com o tamanho do vestido.
- Mas... Mas não vou poder usar o sutiã... Quero dizer...
Ela sentiu o olhar dele em seus seios que ficavam quase que expostos no decote. Ela engoliu em seco, nunca havia sido olhada assim por ele.
- Helen... Relaxa!
Sim Helen! Relaxe... Você é uma adulta! E está na companhia do homem mais lindo e incrível que já conheceu! Simplesmente relaxe!
Enchendo-se de coragem ela tirou o sutiã e colocou o vestido, a sandália e a peruca loira.
Viu que também tinha uma bolsa e dentro um kit de maquiagem. Ela sabia muito como usar, mas estava tão empolgada que por instinto feminino fez algo em seu rosto que para a primeira vez ficou formidável. Olhou no espelho sem se reconhecer e aprovando o resultado.
Seus olhares se encontraram no retrovisor. Ele como sempre enigmático, ela sentindo-se a mulher mais linda e desejável do mundo.
Raul parou o carro e retirou o paletó e a camisa. Sua boca ficou seca e não conseguia desviar os olhos daquele peito musculoso.
- Minha vez!
Ele pegou uma camisa branca e limpa e a colocou.
- Só? Isso não vale!
Ele sorriu e aquilo fez com que Helen ficasse nervosa. Não queria parecer uma idiota, não de novo.
- Pronta?
Ela não respondeu. Respirou fundo tentando se acalmar e disse:
- Pronta!
Ele saiu do carro e abriu a porta para ela.
Mesmo de sandálias alta ficava ainda pequena perto dele.
Raul estendeu a mão para ela e Helen sentiu aquele calor de sempre. Ele a olhou aprovando o que via, mas nada disse.
O vestido havia caído perfeitamente bem no corpo dela. As pernas esguias e os seios que quase explodiam diante do decote. Em outro tempo ela nunca colocaria tal coisa. Mas sentia-se extremamente sexy e isso era muito bom!
Sem tirar os olhos dela disse:
- Faz tudo que eu mandar, certo? Assim não teremos problemas.
Havia um brilho diferente no olhar dele, de desejo e outra coisa que ela não sabia bem o que era.
Ela assentiu e eles entraram.
Raul segurava sua mão gelada. O lugar que ela escolheu era um daqueles restaurantes com música ao vivo e a meia noite uma pista de dança era inaugurada.E como era de se esperar estava lotado. Algumas mulheres não desgrudavam os olhos de Raul. Helen sentia uma ponta de ciúmes, sabia o quanto ele chamava a atenção. Seu rosto e corpo másculo era realmente algo tentador e nunca passaria despercebido. Ela mesma não conseguia tirar os olhos dele.Raul foi até a recepção e foram acompanhados à mesa que havia sido reservado para eles.- Senhor e senhora Monteiro, sejam bem vindo!Helen o encarou surpresa e assim que o homem se afastou ela comentou baixinho:- Somos um casal? Monteiro? Gostei...- Exatamente! Assim não corro o risco de nenhum homem se aproximar de você!Ela olhou entre as pessoas ali presentes.- Seria possível ter alguém perigoso aqui? Todo mundo parece se divertir e sequer sabem quem eu sou!- Esse foi o plano! Quero que se divirta. O que quer beber?Helen queria beber sim.
Ela reabriu os olhos e tudo que ela queria era aliviar aquela sensação entre as pernas.- Ra-Raul...Gaguejou.- Não vou conseguir...- Vem cá...- O que?- Me dê sua mão...Sem entender, ela tirou sua mão do centro de suas pernas e colocou sobre a mesa e para seu espanto ele levou até a boca beijando cada dedo.Raul gemeu baixinho, lambeu seu dedo e ondas de arrepio e calor invadiram seu corpo.- Ah Helen... Por que você aceitou isso? Não tem mais volta!O garçom chegou perguntando o que eles iriam jantar e de novo Raul fez o pedido.- Está gostando Helen?O que ela podia responder? Estava simplesmente maravilhada!- Estou adorando!- E a noite está apenas começando.Eles terminaram o jantar e como esperado a música ao vivo começou. E logo depois anunciaram que em breve a pista de dança ao lado seria também liberada.Raul levantou e estendeu sua mão:- Vamos!Ela levantou, sentindo-se estranha sem a calcinha.Raul a conduziu até ao bar, algumas pessoas estava por ali de pé, apenas ag
Helen recostou no sofá, sentindo-se a mulher mais desejável e sexy do mundo. Com as pernas entreabertas ela viu quando ele suspirou aguardando.Então ela recomeçou com aquele movimento em seu corpo.Ia se tocando, imaginando Raul ali, mexendo nela e a levando à beira da loucura.Fechando os olhos ela gemia e levantava o quadril, aumentando os movimentos de seus dedos.- Abre os olhos Helen... Isso assim! Eu quero ver como se sente...Ele se aproximou e se ajoelhou em frente a ela levantando seus pés e os colocando sobre o sofá.A boca de Raul se aproximou, a sua respiração quente e ofegante chegaram primeiro e ela gemia sem conseguir conter-se.Quando sua boca e língua invadiram numa parte cálida e úmida de seu corpo Helen perdeu o controle de tudo e seus gritos e gemidos chegavam a seus ouvidos sem que ela tivesse vergonha ou pudor. Ele ficou ali a saboreando até que ela pensasse que não iria mais agüentar aquela doce tortura.Então era assim que deveria ser? Era assim que deveria se
O riso cruel daquela mulher invadiu seus ouvidos e sentiu um calafrio percorrer seu corpo.Um dos homens também riu e ela se encolheu sob o olhar dele.- Vamos, levante! Não temos o dia todo!A mulher de sua estatura, com cabelos curtos e pretos jogou sobre ela algo que parecia um saco com roupas.- Levanta daí sua vaca! Se você não se vestir vou arrastá-la assim mesmo, até o carro.Helen não conseguia sair do lugar.- Quem... Quem são vocês? O que querem comigo? Onde está Raul?A mulher riu com deboche e crueldade, se aproximando dela ameaçadoramente.Seu cérebro tentava entender o que estava acontecendo.Onde estava Raul?Teria morrido?Lágrimas de frustração e medo começaram a rolar em seu rosto.Foi quando Raul entrou no quarto. Vestia roupas diferentes da noite anterior e seus olhos se encontraram.- Ra... Raul oh meu Deus, graças a Deus! O que...- Podem levá-la pessoal...Sua voz era dura e fria e ele se dirigia para o bando.Helen arregalou os olhos, horrorizada. Custando a en
Acordou sentindo que alguém a pegava no colo, abriu os olhos e encarou Raul. Gritando ela se debatia em seus braços. Ele apertou-a mais e com os pés ajeitou o lençol a colocando sobre ele.- Me largue! Seu... Seu...- Não desperdice suas forças Helen! Vai precisar.A voz dele estava mais dura e inexpressível e dessa vez ela tremia não de desejo ou luxúria, mas de pânico.- Como você teve coragem de me enganar e me usar...Ele não respondeu.Seus olhos percorreram seu corpo e ela se encolheu sob o lençol no chão.- Não se atreva! Eu quero sair daqui Raul... Você não pode...Ele se aproximou ameaçador, ajoelhando ao seu lado.Seu cheiro derrubou a barreira que ela queria colocar entre eles. Imagens daquele corpo a possuindo veio de novo e ela se odiava por isso. Virou o rosto para que não visse o desejo que sentia por ele.- É o seguinte: Você é minha prisioneira! Tem um cara lá fora, barra pesada e que fará qualquer coisa pelo dinheiro do resgate... Então, apenas obedece! Estamos enten
Rubens Matos entrou no escritório acompanhado do delegado que estava investigando o sumiço da sua filha.Ele ofereceu uma bebida para o homem e sentou tendo em mãos também uma forte bebida.O delegado era um homem alto, mas seu olhar era sem expressão e Rubens não saberia dizer que tipo ele era. Os burros ou inteligentes.- Eu lamento muito senhor Matos! Não posso imaginar sua dor! Primeiro sua esposa e agora sua filha! Mas faremos tudo que...Rubens levantou e o outro calou-se avaliando sua fisionomia.- Tudo bem debaixo do meu nariz! Para quê tanto dinheiro? Tanto investimento?O outro pigarreou.- Seu segurança, o chefe de segurança, ele sumiu também.Não era uma pergunta, era um fato. Raul não havia retornado a mansão depois do sumiço de Helen.- Sim, nem ele nem minha filha foram encontrados.- E o senhor acha que ele pode estar envolvido?- Veja o senhor mesmo...Rubens abriu o computador e mostrou a cena de Raul saindo com Helen.- Essa é sua filha disfarçada?- Sim.Ele chegou
Os três se olharam.- Vinte milhões Raul? É pouco! Quanto dará para cada um de nós? Cinco milhões? É pouco! Eu teria pedido cem milhões...Mário olhava para os outros esperando obter apoio, porém todos estavam mudos.Helen tremia num canto, suas mãos amarradas, já começando a formigar.Raul a olhou e pediu:- Saiam!Mário visivelmente alterado aproximou dele:- Porque só você pode se divertir com ela?Raul segurou em seu pescoço, o outro esperneando sob suas mãos.- Deve ser porque sou o seu líder! Fui contratado para liderar você e todos eles... E se eu disse que ninguém vai tocar nela é porque ninguém irá tocar! Seu eu quiser repetir o que aconteceu naquela noite, eu decido... Entendido Mário?Os dois homens ficaram se encarando. Ódio e raiva pairavam entre eles. E Helen temia por sua vida, cada hora mais.Mário deu um safanão, livrando-se das mãos de Raul.Nada respondeu, mas saiu do cômodo batendo a porta atrás de si.- Anna, vai conversar com ele, porque se eu for estouro a cabeç
- Raul... O pai dela tem condições de pagar bem mais...Mário se aproximava de Raul e ele começava a ficar irritado com o outro. Sabia que teria problemas futuros se não controlasse aquela situação.- Sim, Raul. Você sabe que sim... A gente pode controlar essa situação e pedir mais grana.- Vocês esquecem que a gente trabalha para uma pessoa... E é ela que dá as ordens...Mário estava visivelmente alterado e andava pela sala, tentando fazê-lo entender sua teoria.- A gente não precisa de outra pessoa mandando na gente! Só a gente está ótimo! Basta que mandemos essa pessoa que está por trás disso tudo pro inferno e ficarmos com todo dinheiro.Anna olhava para Raul, parecendo também aderir a ideia.- Ele tem razão Raul... Temos a riquinha! Porque não assumimos daqui e fazemos do nosso jeito?- Tá e qual jeito? Seu jeito Mário, que vive drogado pelos cantos, falando sem parar ou do seu jeito Anna, que tem uma única coisa na cabeça: Vingança? Ora por favor...Mário se aproximou de novo co