Acordou sentindo que alguém a pegava no colo, abriu os olhos e encarou Raul. Gritando ela se debatia em seus braços. Ele apertou-a mais e com os pés ajeitou o lençol a colocando sobre ele.- Me largue! Seu... Seu...- Não desperdice suas forças Helen! Vai precisar.A voz dele estava mais dura e inexpressível e dessa vez ela tremia não de desejo ou luxúria, mas de pânico.- Como você teve coragem de me enganar e me usar...Ele não respondeu.Seus olhos percorreram seu corpo e ela se encolheu sob o lençol no chão.- Não se atreva! Eu quero sair daqui Raul... Você não pode...Ele se aproximou ameaçador, ajoelhando ao seu lado.Seu cheiro derrubou a barreira que ela queria colocar entre eles. Imagens daquele corpo a possuindo veio de novo e ela se odiava por isso. Virou o rosto para que não visse o desejo que sentia por ele.- É o seguinte: Você é minha prisioneira! Tem um cara lá fora, barra pesada e que fará qualquer coisa pelo dinheiro do resgate... Então, apenas obedece! Estamos enten
Rubens Matos entrou no escritório acompanhado do delegado que estava investigando o sumiço da sua filha.Ele ofereceu uma bebida para o homem e sentou tendo em mãos também uma forte bebida.O delegado era um homem alto, mas seu olhar era sem expressão e Rubens não saberia dizer que tipo ele era. Os burros ou inteligentes.- Eu lamento muito senhor Matos! Não posso imaginar sua dor! Primeiro sua esposa e agora sua filha! Mas faremos tudo que...Rubens levantou e o outro calou-se avaliando sua fisionomia.- Tudo bem debaixo do meu nariz! Para quê tanto dinheiro? Tanto investimento?O outro pigarreou.- Seu segurança, o chefe de segurança, ele sumiu também.Não era uma pergunta, era um fato. Raul não havia retornado a mansão depois do sumiço de Helen.- Sim, nem ele nem minha filha foram encontrados.- E o senhor acha que ele pode estar envolvido?- Veja o senhor mesmo...Rubens abriu o computador e mostrou a cena de Raul saindo com Helen.- Essa é sua filha disfarçada?- Sim.Ele chegou
Os três se olharam.- Vinte milhões Raul? É pouco! Quanto dará para cada um de nós? Cinco milhões? É pouco! Eu teria pedido cem milhões...Mário olhava para os outros esperando obter apoio, porém todos estavam mudos.Helen tremia num canto, suas mãos amarradas, já começando a formigar.Raul a olhou e pediu:- Saiam!Mário visivelmente alterado aproximou dele:- Porque só você pode se divertir com ela?Raul segurou em seu pescoço, o outro esperneando sob suas mãos.- Deve ser porque sou o seu líder! Fui contratado para liderar você e todos eles... E se eu disse que ninguém vai tocar nela é porque ninguém irá tocar! Seu eu quiser repetir o que aconteceu naquela noite, eu decido... Entendido Mário?Os dois homens ficaram se encarando. Ódio e raiva pairavam entre eles. E Helen temia por sua vida, cada hora mais.Mário deu um safanão, livrando-se das mãos de Raul.Nada respondeu, mas saiu do cômodo batendo a porta atrás de si.- Anna, vai conversar com ele, porque se eu for estouro a cabeç
- Raul... O pai dela tem condições de pagar bem mais...Mário se aproximava de Raul e ele começava a ficar irritado com o outro. Sabia que teria problemas futuros se não controlasse aquela situação.- Sim, Raul. Você sabe que sim... A gente pode controlar essa situação e pedir mais grana.- Vocês esquecem que a gente trabalha para uma pessoa... E é ela que dá as ordens...Mário estava visivelmente alterado e andava pela sala, tentando fazê-lo entender sua teoria.- A gente não precisa de outra pessoa mandando na gente! Só a gente está ótimo! Basta que mandemos essa pessoa que está por trás disso tudo pro inferno e ficarmos com todo dinheiro.Anna olhava para Raul, parecendo também aderir a ideia.- Ele tem razão Raul... Temos a riquinha! Porque não assumimos daqui e fazemos do nosso jeito?- Tá e qual jeito? Seu jeito Mário, que vive drogado pelos cantos, falando sem parar ou do seu jeito Anna, que tem uma única coisa na cabeça: Vingança? Ora por favor...Mário se aproximou de novo co
Ele não levantou a voz, mas Anna sabia que cumpriria cada palavra dita.- Ok... Podem deixar! Confiem em mim...Anna pegou o prato com a comida e foi na direção do quarto onde Helen estava.Ela entrou e a viu deitada quase do mesmo jeito que estava horas antes.Anna se aproximou e deu um chute em sua perna direita:- Anda, levanta! Eu trouxe comida pra você, não que eu me importe...Helen não fez nenhum movimento, continuou deitada, sentindo-se a pessoa mais miserável da face da terra.- Se eu tiver que ir aí e te levantar...Sua voz era ameaçadora e como nada acontecia, ela aproximou furiosa, dessa vez sem o prato de comida.Anna segurou seus cabelos e a forçou que levantasse. Helen lhe deu um violento tapa no rosto e seu anel acabou cortando abaixo de seus olhos.Anna levou a mão até aonde o corte havia sido feito, seus olhos estavam mortalmente ameaçadores.- Não me toque...Disse Helen virando para o outro lado, os olhos parados vidrados sem nenhuma emoção.- Sua vagabunda como ou
Raul colocou uma Helen em choque no chão e avisou:- Não quero ver a cara de Anna, se eu for à sala e ela ainda estiver lá eu mesmo vou estourar a cabeça dela com um tiro.- Mauro, pegue uma bebida. A mais forte que tiver.Mauro abriu um armário pegou uma garrafa de whisky, colocou seu líquido no copo e logo em seguida deu para Raul. Ele havia sentado e colocado à cabeça dela em seu colo.- Vamos baby, tome um pouco! Vai se sentir melhor...Ela não se mexia.Mauro se aproximou e falou:- Deixa que eu tento. Ela não deve querer que faça isso...- Mas...Ele queria discordar, mas bastou uma olhada para o outro para que se levantasse e deixasse que ele ficasse em seu lugar.Helen arregalou os olhos, mas continuava imóvel.- Vamos moça, tome! Vai se sentir melhor... Confie em mim!Inacreditavelmente ela abriu a boca e deixou que ele virasse um pouco do líquido em sua garganta.Tossindo ela se remexeu e conforme tossia a cor ia voltando ao seu rosto.- Isso! Beba mais! Já passou...Mauro i
O homem levantou andando na sala, parecendo preocupado. Ele também estava ali por indicação por ser um dos melhores e sua identidade estaria também segura.- As pessoas pensavam que quem tinha o dinheiro era Rubens, mas a sua esposa tinha oitenta por cento das ações da empresa. Ele era apenas um contador, quando ela se apaixonou por ele. Engravidou de Helen e perdidamente apaixonada vieram a se casar, mesmo seus pais discordando.- E?- Bom, o casamento deles não foi um conto de fadas. Muitas traições da parte dele...- Entendi! Um típico casamento de fachada...- Certo! Isso mesmo! E Quando Helen tinha treze anos sua mãe foi sequestrada e assassinada. Os sequestradores cortaram sua garganta, mesmo com o resgate pago.Renato estava curioso com aquele caso, como eles suspeitavam do velho Rubens? O outro pareceu ler sua mente e continuou:- Então, meses depois descobrimos que o pai de Helen estava contratado homens para fazer a segurança da filha. E por quê? Segundo ele, pessoas estavam
Olhou o relógio. Droga!Em breve a madrugada cairia e se ele tivesse um pouco de sorte a encontraria antes de ter uma hipotermia.Seu coração estava batendo alucinadamente, nunca se perdoaria caso algo lhe acontecesse.Não bastava ter visto todos os seus cabelos caídos no chão.Teve vontade de colocar matar aqueles idiotas e depois levado Helen para qualquer lugar longe dali e a protegê-la de verdade!Maldição!Ele soube desde o início que teria problemas com Anna e Mário. Mas o contratante havia escolhido justamente aquela mulher cruel, pois sabia da raiva dela por Helen e que não teria a mínima pena ou remorso em dar cabo na sua vida.Anna nunca hesitaria em matá-la, isso ele tinha certeza!Entrou na mata tentando aguçar os ouvidos e escutar qualquer barulho. Ele não iria parar, pois teria como seu aliado a sua falta de experiência e cansaço.Renato já havia andado pelo menos uma hora quando pensou ouvir um galho estalando. Abaixou lentamente, tentando ver na escuridão, sem ligar a