Queridas leitoras
Antes de mais nada, quero pedir desculpas pela minha ausência nos últimos dias. Precisei de um tempo para me reorganizar, mas estou de volta com ainda mais vontade de compartilhar histórias incríveis com vocês. Vocês são a motivação por trás de cada palavra que escrevo, e sou imensamente grata por tê-las comigo nessa jornada. Neste Natal, desejo que cada uma de vocês encontre amor, paz e muitos momentos felizes ao lado de quem amam. Que essa data especial renove nossas esperanças e traga novas inspirações para o ano que está por vir. Estou ansiosa para continuar caminhando com vocês em 2025, trazendo histórias que emocionem, inspirem e nos conectem ainda mais. Que nosso próximo ano seja cheio de recomeços, sonhos realizados e páginas inesquecíveis! Um Feliz Natal cheio de luz e magia! Com amor, Marcela Lima.Mais tarde, já perto do meio-dia, resolvi sair para o pátio enquanto a equipe trabalhava no descarregamento. O sol estava forte, e o vento trazia um leve cheiro de terra úmida, um contraste bem-vindo em comparação a esse calor. Acreditava que iria chover em breve.Eu me permiti alguns minutos de descanso, observando o movimento ao meu redor, quando ouvi passos atrás de mim. Meu corpo ficou tenso por um instante, mas relaxei ao me virar e ver Henrique se aproximando. Ele estava com sua camisa social ligeiramente desabotoada, um sorriso de canto que parecia me desmontar em segundos.— Resolvi passar para ver como você está. — Ele disse, segurando uma pasta em uma das mãos. — Espero não estar atrapalhando.— Nunca. — Respondi rápido demais, sentindo minhas bochechas corarem. — Quer dizer, estou no meio da entrega de materiais, mas nada que eu não possa lidar depois.Henrique sorriu, claramente percebendo minha tentativa de manter a compostura.— Você parece… preocupada. Aconteceu algo?P
Acordei com uma dor de cabeça terrível no dia seguinte. Queria ter passado mais tempo com Henrique, mas sabia que precisaria estar no casarão logo cedo. Por isso, não fui para BH com ele ontem à noite. Havia decidido adiantar a obra e, além disso, pegar o projeto do Henrique. Ele me ajudou com o divórcio; ajudar com a reforma parecia o mínimo que eu poderia fazer em troca. Sem contar que isso me daria a chance de passar mais um tempo com ele. Enquanto a obra estivesse em andamento, precisaria ficar em BH. Não dava para ir e voltar todos os dias. — Até queria te ajudar com alguma coisa, mas hoje não estou me sentindo bem — Ana disse, caminhando ao meu lado no casarão. — Não se preocupe, Ana. Entre e descanse um pouco — respondi, observando um carro se aproximar pela estrada. Ana entrou no casarão enquanto os trabalhadores continuavam avançando bem na obra. Do jeito que as coisas estavam indo, acreditava que tudo ficaria pronto até o fim de semana. O carro parou em frente à font
- Eles são muito bons com você — disse minha mãe enquanto remexia na comida com o garfo, sua voz baixa, quase hesitante.Estávamos sentadas em um pequeno restaurante no povoado, em uma mesa perto da janela, com vista para o movimento tranquilo da praça. O cheiro de comida fresca enchia o ambiente, mas o prato à nossa frente, peixe grelhado com salada parecia ser o menor dos nossos problemas. De pesado, já bastava o clima entre nós.— Eles sempre foram — respondi, tentando manter um tom neutro.Não queria provocar uma discussão, embora a vontade de apontar o óbvio quase escapasse dos meus lábios. Ela sabia que tinha me deixado, sabia que não estive sozinha porque outros assumiram o espaço que deveria ser dela. Não precisava repetir isso.Minha mãe levantou os olhos, buscando os meus, mas eu mantive o olhar firme na mesa. O silêncio que se seguiu foi denso, cheio de palavras não ditas.— Queria que você fosse lá em casa ver seu pai — disse ela, quebrando a tensão, sua voz mais suave. —
PrólogoA luz da manhã entrava pela janela, mas eu não conseguia sentir seu calor. Sentada na cama desfeita, o silêncio da casa parecia ecoar as palavras que eu não conseguia pronunciar. O coração ainda pulsava acelerado, e a imagem dele, a expressão de desespero e culpa, se repetia em minha mente.“Cíntia, eu nunca quis que você soubesse assim.” As palavras soavam como uma lâmina, cortando o que restava da confiança que construímos ao longo dos anos. A traição não era apenas um ato; era um golpe na alma, uma reviravolta que eu nunca poderia ter imaginado.Levantei-me e fui até a janela, observando a fazenda que agora era tudo o que eu tinha. A terra que um dia parecia um lar agora era um campo de batalha entre o que fui e o que precisava me tornar. Eu fui a esposa obediente e boazinha, mas isso não tinha me levado a lugar nenhum.Lembrei-me das promessas feitas, das risadas compartilhadas. A lembrança do meu ex-marido me enchia de raiva. Por muitas vezes, me questionei onde eu havia
A cidade de Belo Horizonte parecia mais caótica do que nunca naquela manhã. Eu dirigia, tentando ignorar os pensamentos que me atormentavam, quando um carro preto surgiu do nada, fechando meu caminho. — Que idiota! — gritei, o coração acelerado pela raiva. Olhei para o motorista, um homem com expressão confusa, e não pude deixar de me sentir insultada. A última coisa que eu precisava era de mais um estresse. Ele não me viu, mas o olhar que lancei em sua direção foi suficiente para saber que aquele cara não tinha ideia do que estava fazendo. Dirigi em frente, segurando o volante com força, tentando acalmar a tempestade dentro de mim. Um segundo depois, avistei um estacionamento e parei lá. Ao estacionar, respirei fundo e saí do carro. O ateliê da Carol estava logo à frente, e a ideia de vê-la me deixou animada. Ela também mencionara que o advogado que poderia me auxiliar na partilha dos bens chegaria hoje. Era hora de esquecer a raiva por alguns minutos. Empurrei a porta do ate
HenriqueA viagem para Belo Horizonte não era algo que eu esperava fazer tão cedo. Receber o convite da Carol para ajudar uma amiga sua foi uma surpresa, mas recusar? Isso não estava em meus planos. Eu devia isso a ela. Ao mesmo tempo, havia uma inquietação que eu não podia negar, um nó no estômago que me acompanhava desde que recebi a mensagem.Carol e eu tínhamos terminado há muito tempo, mas estar na mesma cidade que ela, sabendo que ela tinha seguido em frente, era algo que eu ainda precisava processar. Afinal, nem sempre um término é tão simples. Ainda mais quando nem houve um relacionamento de fato. Não era o que ela queria; mais tarde eu percebi que ela gostava do Fernando, e essa revelação ainda doía, mesmo que eu tentasse ignorar.Quando ela me pediu ajuda com questões legais, minha primeira reação foi hesitar. Aquelas antigas emoções ainda persistiam, como sombras que eu pensava ter deixado para trás. Talvez orgulho, ou apenas o incômodo de saber que ela estava bem e seguind
Sinto minha cabeça latejar e mal posso acreditar que isso esteja acontecendo comigo. — Saia daqui agora! — falo, tentando manter a compostura, embora minhas mãos estejam tremendo de forma incontrolável. Olho para a mulher à minha frente que exibe um sorriso cínico no rosto, mas sabia que a única coisa que ela estava fazendo era tentar me desestabilizar. Ela sabia exatamente onde atacar. — Cíntia, é egoísmo da sua parte querer ficar com uma propriedade deste tamanho quando o Alonso e eu só queremos construir nossa família juntos. E é claro que esse é o lugar mais adequado para isso. — Júlia olha ao redor, como se já pudesse visualizar tudo. — Já até imagino os filhos que teremos, frutos de muito amor, correndo por essa sala gigantesca. Meu coração parece apertar no peito. Não sabia como Júlia havia conseguido entrar dentro da propriedade, mas também não era tão difícil. Eu não possuía um sistema de proteção com seguranças como a fazenda Belmonte, mas sabia que precisaria da ajuda
— Quer conversar sobre o que aconteceu? — Henrique perguntou, sua voz calma, quase cuidadosa, como se temesse ultrapassar um limite invisível. Minhas mãos se apertaram involuntariamente no volante, e pela primeira vez me perguntei: Será que posso confiar nele? Havia algo em seu tom que soava genuíno, mas, depois de tudo o que passei, confiança era algo que eu já não distribuía tão facilmente. Eu sabia muito pouco sobre ele. Ele era apenas alguém de confiança da Carol, o que deveria ser o suficiente. Deveria. No entanto, havia algo nele, algo que me deixava intrigada. Talvez fosse o jeito como ele mantinha a calma diante de todo o caos da minha vida, ou o fato de que, mesmo sendo meu advogado, ele parecia enxergar além das questões legais. Mesmo assim, eu tentava lembrar a mim mesma: ele está aqui apenas para me ajudar, Cíntia. Só para isso. Mas, no fundo, sentia que era mais do que isso. — A Júlia é a mulher com quem o Alonso me traiu, eles vivem uma relação pública desde então… — s