Talvez o nosso exército fossem mais de oito mil homens. Todos prontos para a batalha, todos sem medo algum. Os guerreiros da floresta, estavam um pouco mais atrás, eles seriam nossa arma secreta. Meus amigos estavam no meio, seus rostos estavam impassiveis. Não havia medo ali, mas... Havia muita insegurança e apreensão. Cavalgamos por uma hora, até que chegamos à enseada. O mar a distância, estava calmo. As águas mal se moviam. As nuvens no céu, estavam extremamente carregadas. Tempestade vinha por aí. Meu coração acelerou quando avistei o grande exército de Hector. Eram tantos vermes, todos mostrando suas presas gigantescas. Todos salivando enquanto olhavam para nós com fome e malícia. Os vampiros usavam armaduras, e espadas. Eles sorriam, e nos olhavam com ansiedade. Era um mar de monstros à nossa frente. Julian apertou minha mão, eu engoli em seco. E no meio deles, estava Hector. Ele estava em uma espécie de carruagem de metal, preta. O monstro usava uma armadura azul, e em
Meus olhos ardiam, e minha mente estava embaçada. Enquanto ouvia os gritos de Mary, e encarava o corpo de Elucia. "𝐸𝑢 𝑎𝑐𝑟𝑒𝑑𝑖𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑐ê." Mais lágrimas rolaram por minha bochecha, Hector me encarou com desdém. Enquanto jogava o coração dela no chão. E se agachava de frente para mim. -- quanto drama queridinha... Já chega, ela morreu. -- ele esticou a mão para me tocar, eu se quer consegui me mexer enquanto olhava para o corpo dela. Ele revirou os olhos. -- quanto drama. -- logo ele se pôs de pé, me segurando pelos cabelos. Julian gritou enquanto se aproximava com velocidade total, Hector segurou meu pescoço.-- mais um passo e eu quebro ela aqui. -- Julian ficou imóvel, eu senti meu corpo tremendo. Minha cabeça deu uma pontada, e minhas mãos tremeram. De repente, uma forte tempestade começou. -- eu vou matar todos os seus amiguinhos Julian. -- ele acariciou meu rosto. Julian apertou os punhos, e jogou a espada no chão. -- aceite que perdeu essa. -- solte ela. -
Todos os vermes e vampiros, ou besouros que podiam haver pelas redondezas. Foram eliminados prontamente. Não haveria segundas chances para nenhum deles. Logo após, tratamos de ir até os escravizados. Todas as pessoas, talvez mais de cinco mil delas. Entre crianças e idosos, viviam em uma espécie de calabouço fedido e sem nenhum luz. Ao nos ver ali, todos ficaram com medo. Todos eram tão fracos, tão pequenos. Eu engoli em seco, e senti nojo de tamanha crueldade. Rapidamente tratamos de tirar todos da escuridão do castelo, e levá-los para cima o mais rápido possível. Logo tratamos de dar um banho e cada um deles. Eles ainda estavam desconfiados, e não sabiam ao certo o que era aquilo. E eu acreditava que demoraria muito para que eles se acostumassem com sua nova situação, mas nós tínhamos todo o tempo do mundo. Um grande jantar cheio do que eles precisavam foi feito, e naquela noite a verdade sobre o rei foi esclarecida. Eles se entreolharam confusos, mas Julian prometeu sua lealda
-- obrigada, doce menina. -- a senhora pálida e franzina disse quando entreguei a ela uma grande bandeja de comida. -- não há de quê, amanhã eu prometo que trago um pedaço enorme de bolo de chocolate para você e para os meninos. -- ela sorriu para mim. E eu retribui me afastando. Quando saí de sua pequena casinha, Camila já me esperava na porta. Ela me encarava de forma assustada e nervosa. -- já voltei, viu. -- você sabe que eu detesto vir aqui. -- ela se aproximou e arrumou o capuz em minha cabeça, para que meu rosto ficasse coberto. -- sim, você já deixou claro! Agora vamos. -- ela bufou nervosa enquanto saímos da pequena e mal iluminada aldeia. Enquanto eu passava, pessoas a quem eu ajudava me reconheciam e sorriam para mim. Camila me encarava brava enquanto andávamos. -- você sabe como isso é imprudente. -- essas pessoas passam fome com as guerras que vem acontecendo, não posso ficar simplesmente parada e fingir que não as vejo. -- Camila cruzou os braços brava. -- você
Ele me segurou fortemente pela cintura, eu não sabia como agir. Ou o que fazer. Mas eu sabia que ele não estava brincando, ele não era um príncipe. E eu estava sendo sequestrada. Sem opções eu mordi seu pescoço, ele pareceu confuso e me soltou. Eu saí correndo em disparada para dentro do barco, pois eu já não podia pular no mar. O barco já estava zarpando, e eu não sabia nadar. Corri o mais rápido possível para o compartimento de dentro, e encontrei uma sala aberta. Eu adentrei desesperada e tranquei a porta em seguida. Logo comecei a procurar por algo afiado, ou pontudo, mas nada encontrei.Eu já estava me escondendo de baixo da mesa, quando ouvi ele mexer na maçaneta da porta. Mas não havia como ele abrir, estava trancada. Até que ele simplesmente quebrou a maçaneta, como se não fosse nada. Com uma força anormal, ela ficou amassada.Quando ele entrou na sala, seus olhos me fitaram. Havia algo confuso ali, eu queria correr. Mas não havia como, lentamente ele desfilou até mim. --
Já estava ficando exausta de ficar naquela sala apertada, e conforme o barco balançava meu estômago se revirava. Eu estava decidida a sair. Abri lentamente a porta e dei de cara com dois homens que estavam me vigiando. -- eu gostaria de sair. -- eles se olharam e nada disseram. -- por favor já estou exausta de ficar aqui e além do mais... não há como eu fugir. Eles continuaram se encarando, como se estivessem pensando se era ou não uma boa ideia. Eu bufei já nervosa e sentindo um vômito iminente, passei por eles correndo. Eles tentaram me agarrar, mas rapidamente eu subi para cima. O brilho do sol quase me deixou cega, os diversos marujos me encararam confusos. Eu apenas passei por eles e corri até a borda do barco, vomitando tudo o que havia comido. Quando eu reabri os olhos, meu coração parecia estar saindo por minha garganta. Eu não acreditava no que estava vendo, o mar tão grande, imenso e azul. Eu quase caí para fora do barco, quando senti a mão dele me segurando pela ci
Quando deitei na cama aquela noite, eu tentei entender o que havia acontecido naquele quarto. Mas nenhuma explicação lógica me vinha à cabeça, afinal o modo como Julian havia agido não fazia sentido. Mas eu não queria pensar naquilo, eu não iria pensar naquilo. Porque se não, minha mente me levaria a lugares que eu não queria ir. Quando acordei pela manhã o sol entrava pelas frestas do navio, eu me pus de pé rapidamente e subi até o convés. Os marujos estavam afoitos aquela manhã, enquanto iam e vinham de um lado para o outro. Eu me inclinei para frente e avistei o porque dessa agitação. O porto das uvas estava logo à frente. Eu engoli em seco, pensando que aquela era minha única forma de fugir, mas também lembrava do que Julian havia dito sobre isso. Eu me empertiguei e senti um arrepio na nuca, quando olhei para o lado e vi Julian conversando com um marujo. Ele estava usando um grande casaco negro de pele de urso, e seu rosto estava muito sério. Seu olhar recaiu sobre mim, enqu
Eu fiquei imóvel, minhas pernas, meu corpo não conseguia se mover. Parecia que minha cabeça não conseguia assimilar o que estava acontecendo. Julian ficou encarando aquele corpo sangrento no chão, enquanto suas presas pareciam ficar ainda maiores e seu peito subia e descia rapidamente. Eu não sei como estava tendo coragem de fazer aquilo, mas eu me pus de pé rapidamente e comecei a correr. O mais rápido que conseguia, o mais rapidamente que minhas pernas aguentavam. Tudo ficou quieto, enquanto eu corria pela floresta. Me chocando contra galhos e pedregulhos, rasgando meu joelho. Até que eu senti uma mão me puxar pela cintura, ele iria me matar eu sabia. Ele me puxou para junto de si, mas o chutei e nós acabamos caindo no chão. Eu fiquei por cima dele, e logo tentei sair. Mas ele segurou minhas mãos e me puxou para baixo dele. Eu tremia. -- ME SOLTE, SEU DEMÔNIO! seus olhos estavam vidrados em mim. O sangue já estava seco no canto de seus lábios. Ele abriu um leve sorriso de c