Presa ao mafioso
Presa ao mafioso
Por: corinthiAna
Capítulo 1: Além das Aparências

POV: Bella

Eu fechei as portas da cafeteira com dificuldade; era difícil fazer isso sem a ajuda de Mason, meu melhor amigo.

"Nunca pensei que te veria faltar dois dias seguidos. Aconteceu alguma coisa? Me responda assim que puder, estou preocupada", digitei rapidamente a quarta mensagem seguida, já que ele parecia empenhado em me ignorar desde que sua boca se aproximou demais da minha. Desde que ele disse que eu era mais especial do que deveria, quando eu tomei coragem para lhe contar que estava namorando.

Coloquei o celular no bolso, assim como o avental, tentando não pensar sobre isso. Mason me responderia assim que pudesse.

Em questão de segundos, minha bolsa estava em meu ombro e meus pés andaram no automático, até ter a visão impressionante do Audi mais caro do mercado estacionado em frente ao estabelecimento.

Anton já estava ali, como em todas as tardes. Minha mente vagou o suficiente para não perceber que meu namorado estava ao telefone até eu estar a poucos centímetros da janela ligeiramente aberta.

"Eu me pergunto se algum dia você vai crescer, Vincent, e parar de me fazer perder tempo com você." Ouvi uma voz grave vinda do aparelho.

"Não me chame mais assim, porra! A famiglia pertence a você. Esqueça que um dia eu tive o sobrenome De Luca, esqueça que um dia eu tive esse nome, Leo!" Ele falou alto o bastante para que meu corpo saísse do transe, e eu pressionasse ainda mais meus dedos contra a lataria do carro onde me apoiava.

Minha bolsa escorregou do meu ombro. Anton fazia parte da máfia. Anton estava mentindo para mim esse tempo todo, e eu não fazia ideia de quem ele era.

Eu queria sair dali, mas não conseguia; meus pés pareciam grudados no chão. Em questão de segundos, ele estava diante de mim. Meus olhos o encararam como se agora ele fosse um completo estranho.

"Bella, não é nada do que você está pensando." Ouvi as palavras, embora não conseguisse raciociná-las.

"Você..." Respondi fraco, minha visão desfocada, enquanto recuava, fazendo meus pés se afastarem dele. Os olhos castanhos de Anton transformaram-se em nuvens escuras, quase como chamas. Ele tentou se aproximar, enquanto tudo o que eu fiz foi me afastar mais.

"Você é um criminoso?" Perguntei, enfim conseguindo focar em seus olhos.

"Você está enlouquecendo!" A raiva era latente em sua voz quando ele deu mais alguns passos e eu me afastei mais, antes de me distrair por segundos de seus olhos, sentindo pontadas no peito.

As mãos dele conseguiram alcançar meu corpo e ele enlaçou os dedos em volta do meu antebraço.

"Me solta, eu quero ir para casa!" Disse, tentando me desviar de seu toque, mas foi em vão. Ele apertou mais meu braço, sua expressão alternando entre raiva e desespero.

"Entra no carro, Bella! Você não entende a situação, tudo o que eu fiz foi por nós dois."

"Eu não vou entrar no carro. Me deixe ir..." Minha voz vacilou, mas tentei manter a firmeza.

"Você me forçou a fazer isso sendo tão sensível! Você precisa de mim, nenhum homem vai ser melhor do que eu para você... Você não vai sair de perto de mim, Bella." Ele disse, e logo Anton soltou um dos meus braços, me arrastando bruscamente para o lado, ao perceber que a rua estava vazia.

Ele aproveitou a porta livre e a abriu, ignorando meus protestos e gritos. Num impulso, eu mordi seu braço, arrancando um gemido de dor, enquanto lutava desesperadamente para me soltar, o medo se espalhando por todo o meu corpo.

Era uma parte dele que eu jamais presenciara. Contudo, só conseguia perceber sua fúria crescente. Ele avançou sobre mim, lançando-me ao banco traseiro como se eu fosse insignificante, fechando a porta enquanto eu socava o vidro, mesmo sentindo a dor onde seus dedos tocaram, apesar de suas carícias terem sido sempre gentis. O que estava acontecendo com Anton?

"O que você está fazendo?! Não pode me prender a você!" Eu gritei, as lágrimas rolando pelo meu rosto quando ouvi o carro dando partida o mais rápido possível.

Anton me olhou de forma fria por segundos pelo retrovisor, antes de seus olhos se tornarem fixos no velocímetro, enquanto o carro acelerava cada vez mais.

"Não gaste sua saliva, seu destino é meu."

Puxei o cinto de segurança com força, buscando um mínimo de proteção.

"Quem é você, Anton? Por que está fazendo isso?", perguntei, minha voz tremendo.

"Eu sou o homem que tinha tudo, Bella. Fazia parte de uma das mais poderosas famílias da máfia. Mas tudo mudou quando te conheci. Abandonei a minha vida para estar junto com você. Por isso, precisamos ficar juntos. Você e eu, contra o mundo. E se isso significa tomar medidas extremas para manter esse amor, assim seja." Ele afirmou, sua voz se tornando cada vez mais fria, distante e calma.

Eu tentei abrir a porta freneticamente, mas, para meu desespero, ela estava trancada. Um lampejo de pavor me fez lembrar do celular no bolso, e, com mãos trêmulas, alcancei-o.

Com dificuldade, consegui digitar alguns números na tela, enquanto sentia meu coração acelerar. O aparelho parecia pesado, principalmente quando senti o olhar de Anton, embriagado pelo ódio, me encarar pelo retrovisor, sem se importar com a estrada.

"Filha da puta." Ele largou o volante com uma mão e tentou tomar o aparelho de mim. Desesperadamente, eu recuei o celular, segurando-o com firmeza para não cair no chão do carro. Nossas mãos se chocaram, e o celular quase escapou do meu alcance, sendo motivo suficiente para Anton não desistir.

O carro começou a ziguezaguear pela estrada, sem controle, até que ele conseguiu. Anton tomou o celular de mim, mas era tarde demais para nós dois. Um ruído ensurdecedor ecoou no ar.

O som de pneus derrapando sobre a rua e o metal se torcendo. Meus olhos se fecharam quando tive a certeza de que esse era o meu fim. O impacto fez com que meu corpo se inclinasse agressivamente contra o banco do motorista, onde Anton deveria estar. Minha cabeça doeu por segundos antes que tudo se tornasse escuridão.

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