O som dos tênis deslizando na quadra ecoava pelo ginásio. Chiara olhava para os próprios pés, ainda sem acreditar que estava realmente fazendo aquilo. Enquanto caminhava para iniciar seus treinos com sua melhor amiga, Martina, sua mente voou diretamente para aquele fatídico dia.
Dario, sorrindo no centro da quadra, pronto para mais um treino com a sua namorada. Chiara sentada na arquibancada, como fazia de costume, acompanhando os movimentos rápidos do irmão. Martina ao seu lado mexendo no celular como sempre, planejando seu próximo rolê.
Ninguém mais estava no ginásio. Era uma noite tranquila, e Dario aproveitava seu tempo de descanso antes do início da temporada. Para ele, não havia forma melhor de relaxar do que jogar uma partida com sua namorada, Elena.
Tudo parecia normal até que...
O impacto. O som seco de Dario caindo no chão. O grito de dor que quebrou o silêncio do ginásio.
Por um segundo, Chiara congelou. Era como se o mundo tivesse parado. Seu irmão, o jogador mais ágil que conhecia, estava no chão, contorcendo-se de dor. Ela mal conseguia acreditar no que via. Sua mente demorou para registrar o que havia acontecido. Martina, ao seu lado, reagiu primeiro, levantando-se de imediato.
— Dario! — Chiara gritou, seu corpo finalmente obedecendo. Ela desceu as arquibancadas correndo, com Martina logo atrás.
Quando chegaram até ele, o cenário era desesperador. Dario estava deitado no chão, as mãos segurando o joelho com força, o rosto contorcido de dor. Elena correu para o lado dele, com o rosto em pânico.
— Meu joelho. — Dario murmurava, os olhos fechados, tentando controlar a respiração ofegante. — Merda, meu joelho.
— Não se mexa! — disse Chiara, a voz trêmula enquanto se ajoelhava ao lado dele. — Vai ficar tudo bem, só não se mexa.
— E agora? O que a gente faz? — Elena perguntou, quase sem ar, enquanto olhava de Dario para Chiara.
— Vamos para o hospital — decidiu Martina, tentando manter a calma, mesmo que estivesse claramente assustada. — Mas tem que ser rápido e discreto. Ninguém pode ver.
Chiara assentiu. Sabia que, se o time descobrisse sobre o acidente, a carreira de Dario estaria em risco. Ele poderia ser substituído sem sequer ter chance de se recuperar. Tudo teria que ser feito às escondidas. Sem perguntas. Sem explicações.
Com a ajuda das duas, Dario foi colocado cuidadosamente no carro de Chiara. O caminho até o hospital parecia interminável, com o ar dentro do carro pesado de tensão. Cada curva, cada lombada parecia aumentar a dor de Dario, que mal conseguia falar. Quando finalmente chegaram ao hospital, Chiara pediu por atendimento rápido.
Horas se passaram, até que finalmente, o médico veio com o diagnóstico.
— A lesão no joelho é séria. — As palavras do médico soaram como um veredito sombrio. — Ele precisará de cirurgia e fisioterapia por pelo menos seis meses.
Chiara sentiu o chão sumir sob seus pés. Seis meses? Seis meses era tempo demais. O campeonato começaria em poucas semanas. Dario ficaria de fora. E se ele ficasse fora por tanto tempo, poderia perder sua vaga para sempre.
Ela trocou um olhar tenso com Martina, e em seguida, com Elena.
No carro, no caminho de volta para casa, Dario ficou em silêncio, os olhos fixos em seu joelho. A dor física agora dividia espaço com a dor emocional ao perceber o que havia acontecido. Chiara não conseguia vê-lo assim. Precisava fazer algo.
Foi naquela noite, ao chegar ao apartamento, que a ideia maluca começou a tomar forma. O silêncio pesava na sala, interrompido apenas pelos suspiros frustrados de Dario, que olhava para o joelho engessado com uma mistura de dor e desânimo.
— Não acredito que isso está acontecendo. — Dario murmurou, passando a mão pelo cabelo. — Eles vão me substituir, Chiara. E você sabe como é uma vez fora, é difícil voltar.
Chiara sentiu o peito apertar. Sabia o quanto o vôlei significava para o irmão. O olhar desolado de Dario a deixou inquieta, com as mãos suando.
— Não precisam te substituir. — Chiara começou, meio que falando consigo mesma. — Se eu me passar por você.
Dario levantou os olhos imediatamente, franzindo o cenho.
— O quê? Como é que é?
Chiara hesitou. As palavras saíram antes que ela pudesse pensar. Mas agora que estavam no ar, a ideia começava a tomar forma.
— Eu posso me passar por você — repetiu ela, agora mais firme. — Cortar o cabelo, usar suas roupas e jogar. Eu sei jogar, Dario. Treinamos juntos a vida toda.
— Mulher, você vai conseguir receber o saque daqueles homens gigantes? — Martina, que até então estava em silêncio, explodiu em uma risada debochada, tentando imaginar a cena.
Chiara revirou os olhos.
— Se o Dario consegue, por que eu não conseguiria? — retrucou, cruzando os braços, mas sorrindo.
— Porque obviamente ele é um homem, sua louca.
Martina deu de ombros, ainda rindo, mas com aquele brilho no olhar que indicava que ela estava começando a gostar da ideia. Dario, no entanto, ainda não parecia convencido.
— Isso é loucura — disse ele, balançando a cabeça. — Não estamos falando de uma partida entre amigos. Isso é a Superlega, Chiara! Como você vai se passar por mim? Não é só sobre se parecer comigo. Você teria que jogar no meu nível, e enganar todo mundo.
— Olha, a gente já enganou um monte de gente antes! — disse Chiara, agora mais confiante. — Somos gêmeos, Dario. Se eu cortar o cabelo e usar o seu uniforme, ninguém vai perceber a diferença. E além disso, eu sei como você j**a. Eu já te vi j**ar mil vezes, e treino com você desde sempre.
Martina balançou a cabeça, sorrindo.
— Amiga e o teu emprego?
— Eu peço demissão, não tem problema. O mais importante é salvar a carreira do Dario.
— Eu tô dentro. E vou ser sua "namorada", para ninguém desconfiar de nada. Vai ser ótimo! — disse, piscando para Chiara com um sorriso travesso.
Dario bufou, mas a ideia já estava ganhando forma em sua cabeça. Ele conhecia Chiara bem o suficiente para saber que, quando ela decidia algo, era quase impossível fazê-la mudar de ideia.
— Certo. — ele suspirou. — Mas se você for fazer isso, vai fazer direito. Eu vou assistir a todos os jogos e te dar dicas depois. Se for mesmo fazer isso, tem que ser perfeito.
— Você tá brincando, né? — Martina riu de novo, apontando para Dario. — Ela vai ter que fazer mais do que isso. Precisa treinar pesado!
Chiara assentiu, determinada.
— Eu sei que não vai ser fácil. Mas eu vou fazer. — Ela sorriu. — Vou te substituir, Dario. E vou dar o meu melhor.
— Isso vai ser uma confusão. — Dario resmungou, mas, no fundo, já havia aceitado, afinal não tinha nada que ele pudesse fazer.
Martina sorriu de orelha a orelha.
— Vai ser a melhor confusão que já vimos!
No centro da quadra, Martina estava terminando seu alongamento, olhando para Chiara com um sorriso encorajador no rosto. A melhor amiga estava sempre pronta para qualquer desafio, e esse não seria diferente.
— Mulher, pensei que você ia se perder no tempo aí — brincou Martina, jogando a bola para Chiara. — Está pronta? Hoje é o dia do primeiro treino oficial como Dario.
Chiara pegou a bola com um sorriso tenso. Ela ainda estava de cabelos compridos, balançando suavemente sobre os ombros, mas já sabia que aquilo não duraria muito tempo. Assim que terminassem o treino, seria hora de fazer o corte que a transformaria oficialmente no seu irmão.
— Ainda com os cabelos longos, hein? — Martina brincou, jogando os cabelos para o lado, imitando Chiara. — Mas depois desse treino, adeus cabelo, olá Dario 2.0.
Chiara revirou os olhos, rindo.
— É, estou só me despedindo deles enquanto posso. — Mas no fundo, ela sabia que a mudança seria mais profunda do que apenas cortar o cabelo. — Como você acha que eu vou me sair?
— Bom, se você conseguir sobreviver a esse saque que o canhão vai mandar, já vai ser um bom começo — provocou Martina, com um sorriso travesso.
Chiara deu um passo para trás, pronta para o desafio. Sabia que, por mais brincalhona que Martina fosse, ela não pegaria leve. Este seria o primeiro de muitos testes antes que ela pudesse entrar na quadra com o time.
— Vai com tudo, Martina Rossi. Eu já estou no espírito de Dario. — Chiara fez uma pose exagerada, imitando o irmão, o que arrancou uma gargalhada de Martina.
Depois de uma hora intensa de treino, Chiara deixou-se cair no chão da quadra, ofegante. Martina, ainda com energia de sobra, saltitava à sua volta como se o treino tivesse sido apenas um aquecimento.
— Ok, você sobreviveu — brincou Martina, estendendo a mão para ajudar Chiara a se levantar. — Agora é hora de dizer adeus às madeixas.
Chiara pegou a mão da amiga e se levantou com um suspiro.
— Não acredito que vou realmente fazer isso — murmurou, mexendo nos cabelos uma última vez. — Estou oficialmente me despedindo de mim mesma.
— Dramática — riu Martina, puxando Chiara pela mão enquanto se dirigiam para fora da quadra. — Vai ser libertador! Além do mais, se eu fosse você, estaria mais preocupada em como disfarçar sua voz do que com o cabelo.
— Não me lembra disso, por favor — Chiara revirou os olhos enquanto pegava sua mochila. — Um problema de cada vez.
As duas saíram do ginásio e entraram no carro de Martina, que dirigia com um sorriso de satisfação, claramente animada para o que estava por vir. O salão de cabeleireiro ficava a poucos quarteirões, e a tensão no estômago de Chiara só aumentava a cada metro que se aproximavam.
— Eu sei que parece assustador — começou Martina, olhando para Chiara de soslaio enquanto dirigia. — Mas pensa só, você está prestes a viver uma aventura que ninguém mais teria coragem de enfrentar. E o melhor, você tem o visual perfeito para isso!
— Ah, claro — Chiara respondeu com sarcasmo, fingindo entusiasmo. — Sempre sonhei em parecer meu irmão gêmeo.
Martina gargalhou.
— Bem, você vai arrasar. — Ela piscou para a amiga. — E, honestamente, acho que vai ficar muito estilosa com o cabelo curto. Pode até adotar esse visual para a vida.
— Estilosa? — Chiara fez uma careta. — Vou parecer um garoto de 17 anos, Martina. Não estou exatamente esperando me sentir poderosa com esse corte.
— Poderosa ou não, é o próximo passo — disse Martina, estacionando o carro em frente ao salão. — E se não gostar, você pode me culpar para o resto da vida.
Chiara riu, mas o nervosismo ainda a consumia. Elas entraram no salão, e o cabeleireiro — um homem elegante, com um sorriso profissional — as cumprimentou de imediato.
— Ah, então você é a corajosa que vai fazer uma transformação? — disse ele, olhando para Chiara com um ar de curiosidade.
Chiara hesitou, e Martina deu um leve empurrãozinho em suas costas.
— Ela está pronta — disse Martina com um sorriso travesso. — Vamos transformar essa garota.
Sentada na cadeira, Chiara viu seu reflexo no espelho e, por um momento, sentiu uma pontada de saudade de si mesma. Seus longos cabelos castanhos a acompanhavam por tantos anos. Parecia o fim de uma era.
— Tem certeza disso? — perguntou o cabeleireiro gentilmente, ao posicionar a tesoura.
Chiara respirou fundo, assentindo com firmeza.
— Corta tudo. — Sua voz saiu mais segura do que ela esperava.
As mechas começaram a cair lentamente ao chão, e, com cada uma, Chiara sentia-se cada vez mais distante da garota que sempre conheceu. Era estranho, mas, ao mesmo tempo, uma sensação de liberdade começava a crescer dentro dela.
Martina, do lado, observava tudo com um sorriso enorme.
— Adeus, Chiara. Olá, Dario. — Martina sussurrou.
Quando o cabeleireiro terminou, Chiara olhou para seu reflexo e quase não se reconheceu. Cabelos curtos, na altura das orelhas, com um toque desleixado. Definitivamente, Dario.
— E aí? — perguntou Martina, com um ar de expectativa. — Como se sente?
Chiara piscou, ainda surpresa com o reflexo, mas logo abriu um sorriso incerto.
— Como se estivesse prestes a entrar em um pesadelo — respondeu, rindo.
Martina deu um tapinha nas costas dela.
— É isso, garota! Agora é oficial. Bem-vindo a sua nova vida, Dario.
O cabelo longo foi embora, e com ele, sua identidade como Chiara Bianchi. A partir daquele momento, ela teria que ser outra pessoa.
Ela seria Dario Bianchi, líbero do Lombardy Lions.
Montelago - ItáliaSetembro de 2024O sol da manhã invadia o pequeno apartamento em Montelago, mas o brilho que ele irradiava não parecia alcançar Chiara. Ela estava de pé em frente ao espelho, estudando o próprio reflexo. O corte de cabelo curto ainda era um choque, mesmo depois de alguns dias, ela ainda não tinha se acostumado com o seu novo visual.— Bom dia, Dario — murmurou para si mesma, tentando imitar o tom descontraído e confiante do irmão. A voz soava estranha, como se fosse alguém que ela não conhecia.Ela ajeitou o cabelo curto, suspirando. O visual estava perfeito. Daria para enganar qualquer um pelo menos, era isso que ela esperava.— Não fique se estressando tanto — disse Martina, entrando na sala com uma xícara de café na mão e um sorriso no rosto. — Você está parecendo ele. Agora só falta acreditar nisso.— Fácil para você falar — Chiara respondeu, passando as mãos nervosamente pelos cabelos. — Você não vai estar lá fingindo ser outra pessoa.Martina riu.— Verdade, m
O silêncio tomou conta do apartamento após a pergunta de Roberto. Chiara sentia o olhar pesado do pai sobre ela, e seu coração batia acelerado. O corpo parecia paralisado, mas sua mente trabalhava rápido, buscando uma forma de explicar tudo.Roberto deu um passo à frente, com o rosto marcado pela raiva contida. Ele passou a mão pelos cabelos grisalhos e voltou a fitar Chiara, o tom de sua voz saiu cortante.— Então, me expliquem. Que merda vocês fizeram? — repetiu, mas dessa vez a pergunta parecia mais dirigida a ela.Chiara engoliu em seco, sem saber por onde começar. O olhar de seu pai fazia com que se sentisse pequena, como se cada palavra pudesse ser um erro fatal.— Pai, calma. — Dario interveio, tentando suavizar a tensão. — Aconteceu um acidente, você sabe como essas coisas são. Eu não posso jogar por um tempo.— Um acidente? — Roberto interrompeu, o tom mais alto e incrédulo. — Isso não justifica essa loucura. — Ele virou-se para Chiara, os olhos fixos nela como lâminas. — E vo
Chiara estava sentada no sofá apenas pensando no que havia acontecido. Dario já havia ido descansar, deixando-a sozinha para esperar Martina. O toque da campainha a trouxe de volta à realidade.Ela se levantou rapidamente e abriu a porta. Lá estava Martina, com a expressão preocupada.— E aí, o que rolou? — perguntou Martina, sem rodeios, entrando no apartamento como um furacão.Chiara soltou um suspiro pesado, fechando a porta atrás de si.— Vamos para o quarto, não quero acordar o Dario — sugeriu ela, apontando para o corredor.As duas caminharam até o quarto, e assim que se sentaram na cama, Chiara começou a contar tudo. Cada palavra dita por Roberto, cada olhar cheio de julgamento. Ela tentou manter o tom neutro, mas a dor era visível. Martina ouviu em silêncio, mas suas expressões falavam por si.Quando Chiara terminou, Martina explodiu.— Eu juro, Chiara, esse homem é um desgraçado! — começou ela, jogando as mãos no ar. — Que tipo de pai faz isso? Como ele pode tratar você assim?
A luz suave da manhã já iluminava as montanhas ao redor de Montelago quando Chiara estacionou o carro de Dario em frente ao ginásio. Esse era um pequeno passo para se sentir mais confiante, além de evitar os táxis e as caronas diárias de Martina.Ela estacionou o carro com cuidado e pegou a bolsa no banco do passageiro. O movimento no estacionamento já estava começando, com alguns jogadores chegando, mas foi a Mercedes Benz C300 azul que chamou sua atenção. A porta do carro se abriu com uma suavidade quase ensaiada, e quem saiu de lá foi Aki, com aquele andar confiante, como se o mundo estivesse exatamente onde ele queria que estivesse.Chiara respirou fundo. Aki era um enigma para ela, ele era sempre distante, sempre observador, mas nunca de fato amigável. Talvez fosse a hora de tentar quebrar o gelo, ou pelo menos ser educada.— Bom dia, Aki — disse ela, tentando soar casual, mas sentindo o coração bater um pouco mais forte.Para sua surpresa, Aki a olhou por um instante, assentiu e
Aki encarou Chiara por alguns segundos, sua expressão séria, enquanto cruzava os braços. O ambiente no vestiário estava carregado de suspense.— Sabe qual o meu problema com você? — começou Aki, o tom de voz controlado, mas carregado de desprezo. — Eu não gosto desse tipo de jogador que chega em um time sem ter lutado por nada. Que não sabe o que é sacrificar o corpo, o tempo, e tudo mais, só para ter a chance de jogar.Chiara sentiu o estômago apertar, mas manteve-se firme, com os ombros retos, tentando parecer imperturbável.— Do que você tá falando? — ela retrucou, tentando manter a voz firme. — Eu treino como qualquer um aqui.Aki soltou uma risada curta, mas sem humor.— É fácil falar agora. — Ele deu um passo à frente, mantendo o olhar fixo nela. — Mas você sabe o que o Luca passou? O cara jogava em um time de quinta categoria antes de finalmente conseguir uma chance aqui. Três anos sendo ignorado por clubes de elite até alguém enxergar o talento dele.Ele apontou para outro joga
A manhã do primeiro jogo oficial da Superlega chegou mais rápido do que Chiara imaginava. Os últimos dias haviam passado sem grandes problemas, e o Lombardy Lions parecia cada vez mais entrosado. Chiara ajustava as meias enquanto observava seus companheiros de equipe se aquecendo. O ginásio estava repleto de energia, os gritos dos torcedores ecoavam nas arquibancadas, e o clima de competição já dominava o ambiente. A adrenalina corria solta e seu coração batia muito rápido, mas havia uma sensação de estar em casa, ela estava confiante.— Vamos começar com tudo! — gritou o técnico, aproximando-se do time. — Vocês sabem o que fazer. Foco no bloqueio e não se deixem intimidar pela pressão. É só mais um jogo, um passo de cada vez.O apito inicial soou, e o jogo começou.O Lombardy Lions entrou com força total, determinado a impor seu ritmo logo de cara. A bola subiu para o saque inicial, e o adversário tentou intimidar com ataques rápidos e precisos. Chiara, estava atenta em cada movimen
O som dos passos de Luca ecoava pelo vestiário enquanto ele e Aki entravam, prontos para mais um dia de treino. O clima estava relativamente tranquilo.Chiara estava chegando ao ginásio quando, ao se aproximar da entrada do vestiário, ouviu vozes familiares. Seu coração acelerou, e ela parou antes de entrar. Era Aki e Luca, conversando com um tom despreocupado.— Valeu pela carona, Aki. Meu carro parece que decidiu tirar férias — disse Luca, rindo enquanto guardava suas coisas no armário.Aki deu de ombros, jogando a mochila no banco ao lado.— Sem problema. Só não se acostuma — respondeu ele, sem muito entusiasmo.Chiara, sem querer, continuou parada perto da entrada. Ela não sabia por que, mas algo naquela conversa a prendeu. Os dois estavam falando do treino? Do jogo? A sua curiosidade era maior do que qualquer outra coisa.Luca, sempre curioso, puxou assunto novamente enquanto terminava de guardar suas coisas.— Então, o que você acha do Dario? — perguntou ele, com o habitual sorr
— Eu não acredito! — disse Martina entre risadas, segurando a xícara de café com as duas mãos. — Você vai ter que dividir o quarto com o Aki? Você?Chiara ergueu a cabeça o suficiente para lançar um olhar de puro desespero à amiga.— Sim, Marti, é isso mesmo que você ouviu. Eu estou ferrada! — respondeu Chiara, largando o corpo de novo na mesa. — Não sei como vou sobreviver a isso.Martina deu mais uma risada, sacudindo a cabeça.— Chiara, pelo amor de Deus, você tá se passando pelo seu irmão gêmeo e tá mais preocupada com o fato de ter que dividir um quarto com o Aki? Isso não deveria ser o menor dos seus problemas?Chiara levantou o rosto de novo, agora apoiando o queixo nas mãos.— Marti, ele é o capitão! O cara que mais desconfia de mim no time. Ele me olha como se soubesse que tem algo errado. E agora eu vou dormir no mesmo quarto que ele. Se eu fizer qualquer coisa fora do comum, ele vai descobrir.Martina arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços, inclinando-se um pouco para f