— Tudo bem! — Olho para ela — Ana, querida, pode organizar a sala de reuniões? Eu vou pra lá assim que acabar aqui. — Ela olha para nós, parecendo desconfiada.— Está bem! — diz se levantando da cadeira, me dá um beijo casto e sai. Espero que feche a porta e então encaro o meu sócio.— O que tá rolando, empata foda? — Camilly está lá embaixo, cara. Ela está fazendo um escândalo e disse que quer falar com você de qualquer jeito! — Sinto o meu corpo enrijecer.— O que essa louca quer comigo agora? — inquiro, exasperado. Marcos dá de ombros.— Não sei, Luís. Os seguranças não permitiram a sua entrada, então ela está aos berros lá embaixo.— Proibi a entrada dela aqui na empresa, desde que ela invadiu a minha sala. Vou falar com ela e você vem comigo! — falo, indo para fora da minha sala.— Eu? — Ele leva a mão no peito de modo dramático.— Você vai deixar que seu melhor amigo vá sozinho nessa? — indago exasperado. Marcos revira os olhos e suspira de forma teatral, fazendo um gesto para
Ana JúliaEstamos voltando para casa depois de um dia cheio de trabalho. Luís está especialmente calado o caminho inteiro, tem algo preocupando-o e eu não faço ideia do que seja. Quando descemos do carro, ele faz questão de olhar ao redor, como se procurasse por algo... ou por alguém.— Tudo bem com você, meu amor? Parece nervoso — questiono, atraindo sua atenção para mim.— Eu estou bem, pequena! — Pega minha mão, beija a minha testa e vamos para o elevador.— Você e o Marcos não se desgrudaram hoje. Algum motivo em especial? — indago, observando o seu semblante, que no momento não deixa transparecer nada.— Está me vigiando, senhorita Ana? — pergunta sério. — Eu o olho de maneira espantada, tentando explicar a situação.— Claro que não! Não é uma vigília, é... eu só queria... — Perco-me nas palavras. Luís sorri. Ele para de andar e segura em meu queixo, fazendo com que eu pare de falar e olhe para si.— Shiii, calma! Eu estava brincando. — Agora ele diz meigo e com um pouco de humor
Luís RenatoEnfim, chegou o grande dia! É domingo e é o dia do aniversário da minha pequena. São sete e meia da manhã e ela ainda está dormindo. Depois de uma noite maravilhosa de sexo quente, ela deve estar exausta. Confesso que passar uma semana inteira mentindo e escondendo essa surpresa, estava me deixando maluco. E ainda ter que me conciliar o meu dia a dia na empresa e em providenciar as coisas necessárias para essa festa me deixou no limite. Respirei fundo e voltei a me concentrar no seu dia especial, que começaria com um delicioso café da manhã, feito por mim. Peguei a bandeja de madeira e pus em cima do balcão. Arrumei algumas torradas, geleia, queijo, suco de laranja — que ela adora — uma porção de morangos, chantili e com cuidado pus um pequeno vaso com uma rosa vermelha no meio da bandeja. Tomei a liberdade de comprar três presentes especiais para ela e um deles é mais especial para mim do que para ela. E eu realmente espero que ela o aceite. Observo a linda bandeja de caf
À tarde, resolvo levá-la para um passeio de barco, algo que percebi que ela gosta muito. Na volta, paramos em um restaurante à beira-mar e escolhemos salmão defumado com salada verde e um bom vinho para degustar. Estamos mais grudados do que nunca. São beijos e carícias que não acabam mais. Como eu disse, o presente foi mais meu do que dela. Desfrutar da sua presença é mais do que gratificante para mim. No meio da tarde voltamos para o meu apartamento e depois de um banho relaxante, deixo que ela descanse um pouco e eu vou para o meu escritório para uma reunião rápido em chamada de vídeo. No final da tarde a desperto com meus carinhos e beijos e quando ela se fecha dentro do banheiro, aproveito para pegar o presente de Cassandra dentro do closet. O ponho em cima da cama e vou tomar meu banho no banheiro do quarto de hóspedes. Uma hora depois, já estou arrumado e ansioso, mesmo depois de tomar uma pequena dose de uísque, enquanto aguardo a minha noiva surgir na escadaria, mas não vem n
— É mesmo. E eu a pedi em casamento hoje — digo de repente. Meu amigo cospe a bebida e começa a tossir.— Você o quê? —grita a pergunta. Faço um sinal com a cabeça, mostrando a minha pequena rodeada pelas amigas e mostrando o seu anel e ele acompanha o meu olhar.— Pedi a Ana em casamento essa manhã — repeti e Marcos me encarou com espanto.— Você não acha que está indo muito rápido, não? — rosna e eu volto a dar de ombros.— Não acho, Marcos. Nós praticamente já dividimos o mesmo apartamento, o mesmo quarto, a mesma cama.— Eu sei, Luís. Juro que entendo, mas vocês ainda estão se conhecendo, cara e... — Ergo a mão, em um gesto a pedir que pare.— Você não entende, meu amigo — começo a falar. — Existe uma conexão diferente entre nós dois. Sinto que conheço a Ana a minha vida toda, nós nos damos muito bem, nos compreendemos, nos encaixamos, eu sinto que já não sei mais viver sem ela — desabafo. Marcos mais uma vez parece surpreso.— Uau, cara! — Ele solta um assobio. — Nesse caso, meus
Algumas horas antes...Ana Júlia.Descobri que olhar a cidade do Rio de Janeiro através das janelas da cobertura do Luís me traz calmaria, tanto quanto o movimento das ondas do mar. E como eu cheguei a essa conclusão? É bem simples, já é quase uma da madrugada e a essa hora, a cidade está quieta e silenciosa. E embora eu esteja exausta, não consigo dormir. Acredite, estou feliz demais por estar aqui com o Luís, por amar e ser amada na mesma medida. Mas ao mesmo tempo, estou triste por dentro. Amanhã é o meu aniversário. O primeiro sem Rose Falcão aqui comigo. Eu sinto tanto a sua falta! Sinto falta dos seus carinhos, dos seus conselhos, das nossas conversas. Minha mãe sempre estivera presente em meus aniversários e ela sempre fazia algo para comemorarmos. Não dissera nada ao Luís sobre essa data, porque não sei se terei animo para uma comemoração mais animada. Então apenas o informei que iríamos nos encontrar com uma amiga em um barzinho que costumávamos frequentar quando eu estava na
— Ana? — Ouvi o seu som receoso me chamar. Despertei e olhei. Queria pular para os seus braços e beijá-lo inteirinho e sem medidas, mas me mantive no mesmo lugar e segurei um grito de empolgação.— Sim! — sussurrei sem conseguir deixar de sorrir. Vi o seu sorriso aparecer no meio de tantas lágrimas e todo o seu nervosismo desapareceu como mágica. Luís soltou a respiração, parecia aliviado e voltou a subir na cama. Ele me beijou, na verdade, devorou a minha boca e eu me deixei levar pela ardência que esse sentimento nos proporcionava. O dia mal tinha começado e as surpresas pareciam não acabar! Luís me convidou para irmos à área de lazer da casa. Era a primeira vez que estávamos realmente tendo um dia só para nós. Sem trabalho, sem reuniões, sem contratos, e-mails. Só nós dois e sem pressa alguma de acabar. Estávamos dentro da piscina, curtindo a água fresca, dando mergulhos ousados, brincando de jogar água um no outro, curtindo o sol caloroso do dia lindo que esse final de semana nos
— Gostando do que vê, senhor Alcântara? — perguntei. Sim, eu estava me divertindo em deixá-lo daquele jeito e me sentia poderosa. — Muito! Mais do que você imagina. — respondeu, encontrando os meus olhos e isso fez minhas bochechas queimarem. ***Às vinte e uma horas, estávamos parados em frente ao barzinho, como havíamos combinado com a Mônica. E para a minha surpresa, tudo estava quieto e apagado lá dentro. O que era difícil de acreditar. Poxa, isso é um bar e era para funcionar nos finais de semana, certo?— Não acredito que não vai funcionar hoje! — resmunguei decepcionada.Luís tentou me tranquilizar e me convenceu a ir até porta, para ver se poderíamos falar com algum responsável. Não sei se vai mudar alguma coisa, mas podíamos tentar. Ele abriu a porta e me deu passagem e assim que pus meus pés dentro do prédio, fui surpreendida pelas luzes, os gritos, assobios, palmas e as bolas coloridas que caíam do teto. Emocionada, levei as mãos ao rosto e sorri feito uma boba. Todos est