— Parabéns, é uma menina — escutei a médica em meio ao choro de Alice. O nome escolhido por meu pai, em homenagem a minha mãe, que sonhava em ter mais uma filha com esse nome.
— Posso vê-la? — Pedi, ainda exausta por ter feito tanto esforço, mas com meus olhos cheios de lágrimas de emoção.
Com cuidado, Alice foi colocada em meus braços, enrolada em um lençol cor de rosa já não chorava mais. Passava levemente meu polegar por sua pele fina e lisa, sorridente, vi minha filha suspirar ao sentir meu toque e um leve sorriso aparecer em seus pequenos lábios. Mesmo sendo nova, o dom de ser mãe havia chegado a mim, e ao ver o rostinho de Alice, já não sentia tanto arrependimento de ter a concebido.
— Finalmente vamos ter alta hoje. — Disse sorridente enquanto terminava de arrumar minha pequena bolsa. — Quero muito levar Alice para casa.
— Claro filha. — olhei meu pai após sua resposta, não parecia tão animado quanto eu, mas sorriu, pegou a bolsa onde continha os pertences de Alice e abriu a porta para que saíssemos. — Vamos buscá-la.
Juntos, caminhamos para fora do quarto e andamos pelo enorme corredor até a maternidade que ficava logo no início, ao chegar, rolei meus olhos pelos pequenos berços a procura de Alice. O sorriso foi sumindo dos meus lábios quando percebi que ela não estava lá, senti meu coração acelerar ao notar o desespero das enfermeiras ao verem berço vazio, minhas pernas bambearam e minha visão ficou turva após ter olhado o cartão de identificação que continha na frente do pequeno berço, era o nome de Alice. Escutei apenas as bolsas que meu pai segurava caírem no chão e senti seus braços me segurarem antes que eu despencasse após perder os sentidos.
Às vezes, a pior dor pode ser causada por quem menos esperamos, e isso, nos leva a fazer coisas que jamais imaginamos, tudo causado por um sentimento chamado vingança. Uma simples palavra que pode mudar a sua vida, para melhor ou para pior. Tive que esperar quase cinco para descobrir a maldita verdade sobre o sumiço de Alice, eu me recusava a acreditar no que me diziam. Fui apunhalada pelas costas por quem eu menos esperava, fui enganada, ele arrancou meu coração do peito com as próprias mãos no dia em que tirou minha filha de mim.
Tiraram dos meus braços o meu bem mais precioso, e eu sou capaz de tudo para tê-la de volta.
— Isso é loucura Richel, não pode fazer isso. — me suplicava, sabia tamanha loucura que eu pretendia fazer, mas deitado naquela cama de hospital, estava impossibilitado de me impedir.
— Olho por olho, dente por dente, papai!
Vingança? Era uma boa palavra para o “ato insano” que eu iria cometer segundo alguns, mas eu julgava como um ato desesperado, um último apelo de uma mãe, a última tentativa de encontrar minha filha.Quando eu era mais nova, escutava as pessoas dizerem que as mães são capazes de fazer tudo por seus filhos, que passariam por cima de tudo e de todos para protegê-los, e comigo não seria diferente, eu seria capaz de tudo pela minha filha, venderia minha alma ao diabo se fosse necessário, mas eu a teria de volta.— Fez o que eu mandei? — foi minha primeira fala ao entrar naquele escritório, Matthew fez sinal de negação e me deu um sorriso forçado como resposta.— Bom dia Richel, eu
Voltei para casa sem a resposta que eu queria, mas como consolo, Jason prometeu me dar algo definitivo até o fim da semana. Não nego que me senti frustrada por não receber a resposta concreta, achei que aquela união era o que ele mais queria, mas, por algum motivo precisou pensar.— Agarrou um marido? — Assim que entrei em casa fui recebida com o puro deboche.— Não teste a minha paciência, Matthew! — Coloquei as chaves do carro na mesinha próxima a porta.— Alguém não conseguiu o que queria. — Me olhou sorrindo, parecia feliz em me ver frustrada por não ter a resposta esperada.
Jason McKaneEstava em meu escritório andando de um lado para o outro escutando Melissa me pedir calma, eu estava ansioso não nego, poderia fechar um negócio importante e começar minha vingança dali a pouco tempo, Richel poderia chegar a qualquer momento e eu não queria perder tempo, já havia ensaiado o que dizer e quanto mais rápido fosse a conversa mais rápido as coisas iriam acontecer. Não demorou muito para que eu fosse avisado que ela havia chegado, Melissa queria nos deixar a sós mas eu pedi que ficasse e acompanhasse a conversa, ela melhor do que ninguém sabia dos meus interesses no possível acordo.— Richel. — Estendi a mão assim que ela entrou, me cumprimentou e olhou Melissa que estava logo atrás de mim. — Essa é a Melissa, meu braço direito. — Richel apenas lhe deu um sorriso e um aceno com a cabeça, rece
Durante a volta para casa, decidi fazer uma visita ao meu pai e dar a grande notícia. Ao entrar no quarto observei que ele dormia, pedi aos enfermeiros que me deixassem a sós com ele, parei aos pés da cama e fiquei o olhando, encarando o rosto sereno que descansava como se não tivesse feito nada de mal a ninguém.Aos poucos, notei que havia despertado, mexia algumas partes do corpo e por fim abriu os olhos, dando um grande sorriso ao me ver, senti meu sangue ferver ao vê-lo ter aquela expressão.— Filha, veio me ver, quanto tempo. — Fez um esforço para se sentar na cama — Estava com sau…— Não seja ridículo! — O interrompi, pareceu surpreso com o meu comportamento. — Não está com s
— Eu aceito! — Falei por impulso, Jason me olhou desconfiado, porém, aliviado com a minha resposta positiva.— Assinem aqui, por favor. — O juiz nos entregou uma caneta, Jason assinou primeiro e eu logo em seguida, por fim, as testemunhas. — Pelo poder a mim concedido, eu vos declaro, marido e mulher. Pode beijar a noiva.Nos olhamos, suspiramos e criamos coragem, Jason passou seus braços por minha cintura, roçou seus lábios nos meus e me beijou. Sorriu ao final do beijo, mas assim que o juiz não estava mais olhando, ele me soltou, fechando a cara novamente e segurando minha mão logo depois. Melissa evitou ver aquilo, ela sabia que iria acontecer mas optou por não ver.Ao sair do c
— Richel, o que vamos fazer? — Matthew me olhava apreensivo, eu não sabia o que fazer, não sabia o que dizer, pensava em uma maneira de nos tirar dali, mas não vinha nada na minha cabeça.— Tem uma saída pelos fundos, ela nunca é usada, apenas para emergência, seu pai a fez justamente para casos assim. — Olhei o segurança que mantinha sua mão em seu braço ensanguentado, apenas assenti e pedi que ele fosse na frente.Assim que saímos do escritório, as janelas foram atingidas, os vidros caindo no chão fez com que corrêssemos ainda mais. O que tudo indicava, era que os seguranças do lado de fora haviam sido abatidos, era questão de tempo para que entrassem, se nos pegassem, estaríamos perdidos. Richel DeckerApós alguns dias na casa do Jason, já mais calmos, estávamos eu, Madson e Matthew, encostados no pequeno muro nos fundos da casa, o sol da manhã já nos esquentava apesar de ser bem cedo, o ferimento de Madson estava melhor e por sorte havia realmente sido de raspão, Matt ainda questionava o porquê de ficarmos ali, cheguei a um ponto de apenas ignorar aquela pergunta antes que eu perdesse o pouco de paciência que me restava com ele.— Jason pediu que vá ao escritório, precisa falar com você. — Ryan havia acabado de chegar para me dar o recado.— Claro, obrigado. Eu já vou. — Agradeci.— E como você está? Ainda sente dor? — Ele olhou Madson e lhe Capítulo 7
Jason McKaneEu olhava a Richel sem saber o que dizer a ela, realmente, a menina e ela eram muito parecidas, mas não achava que aquilo poderia ser real, talvez ela estivesse tão obcecada e desesperada pra encontrar a filha que poderia estar vendo coisas onde não tinha. Tentei acalmá-la, guardei as fotos e pedi que ela fosse descansar, não retruquei, não fui contra suas palavras, não iria adiantar de nada contrariá-la naquele momento.Sai do quarto dela e fui para o meu, Melissa ainda estava acordada, olhava alguma coisa no computador, não perguntei, estava cansado demais e com a cabeça cheia de coisas, depois do último acontecimento então.— E então, como foi? — Pergu