Jason McKane
Estava em meu escritório andando de um lado para o outro escutando Melissa me pedir calma, eu estava ansioso não nego, poderia fechar um negócio importante e começar minha vingança dali a pouco tempo, Richel poderia chegar a qualquer momento e eu não queria perder tempo, já havia ensaiado o que dizer e quanto mais rápido fosse a conversa mais rápido as coisas iriam acontecer. Não demorou muito para que eu fosse avisado que ela havia chegado, Melissa queria nos deixar a sós mas eu pedi que ficasse e acompanhasse a conversa, ela melhor do que ninguém sabia dos meus interesses no possível acordo.
— Richel. — Estendi a mão assim que ela entrou, me cumprimentou e olhou Melissa que estava logo atrás de mim. — Essa é a Melissa, meu braço direito. — Richel apenas lhe deu um sorriso e um aceno com a cabeça, recebendo o mesmo de Melissa.
— Podemos ir direto ao ponto? Já tem uma resposta pra mim? — Ela parecia tão ou mais ansiosa do que eu.
— Primeiro eu quero que me diga sobre a vingança que mencionou.
— Jason eu não…
— Preciso saber onde estou me metendo, Richel! — A interrompi antes que se negasse a dizer o que eu queria ouvir. — Não posso aceitar algo sem saber do que se trata, eu não quero mais problemas do que já tenho.
— Tudo bem… — Richel respirou fundo, parecia procurar coragem para começar a falar. — A quase cinco anos, eu dei a luz a uma menina, dias após seu nascimento eu descobri que ela havia sumido, passei todos esses anos atrás da minha filha e meu pai sempre prometendo que a encontraria. Eu fiquei doente, fui internada em uma clínica de reabilitação até algum tempo atrás quando meu pai sofreu um infarto e teve de ser internado. Quando saí de lá, tomei as rédeas do tráfico e também das investigações sobre o sumiço da minha filha, foi quando descobri que os detetives que meu pai contratou não estavam fazendo absolutamente nada para achá-la. Fui atrás de um da minha confiança e ele em pouco tempo achou pistas de quem poderia ter a sequestrado.
— E você quer se vingar do tal sequestrador. — A história contada era triste de se ouvir, eu não conseguia viver sem meus irmãos, imagine sem um filho.
— E acho que você também quer se vingar da mesma pessoa. — A olhei confuso, Melissa tinha a mesma expressão. — Descobri a algum tempo que meu próprio pai tirou Alice de mim, ele a vendeu.
— Então Sebastian é tão baixo ao ponto de fazer mal a própria neta e a própria filha. — Minha vingança sairia com mais facilidade do que eu esperava. — Seu pai fez muito mal a mim e a minha família.
— Não sei ao certo o que ele fez, apenas fiquei sabendo que também queria vingança contra ele, por isso cogitei a ideia da união.
— A alguns anos atrás, meu pai passou o tráfico pra mim, ele dizia que eu tinha melhores condições de comandar isso tudo. Em poucos meses fiz o tráfico crescer como meu pai não havia feito em anos, consegui bons aliados, bons carregamentos de armas e drogas, e o Sebastian não gostou nada disso. Ele armou uma emboscada com a polícia, pegaram um carregamento meu de cocaína dentro do meu galpão, mas eu não estava lá, quem estava era meu pai, em uma suposta troca de tiros meu pai foi atingido e morreu na hora, o engraçado é que ele foi o único de todos que levou um tiro. Por fim, eu fui preso mas por pagamento de fiança e falta de provas suficientes eu fui solto logo depois.
— Acha que meu pai mandou matar o seu?
— Acho que ele queria matar a mim, mas errou o Mckane, meu pai morreu no meu lugar.
— E quer se vingar por isso. — Assenti — Por tudo que ele já fez de errado, por culpa dele minha mãe morreu, o seu pai morreu, a minha filha está Deus sabe onde, não sei nem se está viva, eu não vou pensar duas vezes em acabar com ele da forma mais dolorosa que possa ser.
— E como seria, na sua opinião?
— Tirar dele o bem mais precioso, o tráfico.
— O tráfico? Não acho que isso seja tão importante assim, ele deve ter outro bem, os filhos talvez. — Argumentei.
— Meu pai deixou minha mãe morrer por causa do tráfico, no meu nascimento ele não estava lá porque tinha uma reunião do tráfico, meu irmão estava à beira da morte e ele nem sequer apareceu porque estava ocupado com o tráfico. Ele não se importa com nada mais além disso, além do império que ele criou. O que seria pior do que colocar nas mãos do pior inimigo, os Mckane? Matar meu pai agora seria perda de tempo, eu não iria achar minha filha, e você não teria o gosto de ver ele sofrer, já está na cama de um hospital com os dias contados.
— Nisso você tem razão, matar seu pai agora seria pouco, e sua idéia me deixou animado. — Richel sorriu com satisfação. — Podemos concretizar a união, é só o tempo de organizar os papéis. Te dou um ano Richel, é tempo suficiente que preciso e é o tempo que terá para achar sua filha.
— É mais que suficiente, não acho que chegará a tanto. — Estendeu a mão. — Negócio fechado?
— Fechado! — Apertei sua mão como forma de selamento do acordo.
Richel Decker
A conversa com Jason não durou muito tempo, me contou um pouco do que iríamos fazer e me disse também sobre a Melissa, a namorada, ela concordava com tudo, foi o que me surpreendeu mas também me deixou intrigada.
Assinariamos os papéis dali uma semana, o tempo necessário para os trâmites dos documentos.
Fiquei pensativa com a vingança que Jason pretendia fazer, inicialmente tive vontade de concordar com qualquer barbaridade que ele quisesse fazer com o meu pai, mas, Sebastian ainda era meu pai e não poderia deixar que o matassem, por mais que ele tivesse feito coisas absurdas e que não tinham perdão, eu não era má como ele.
Durante a volta para casa, decidi fazer uma visita ao meu pai e dar a grande notícia. Ao entrar no quarto observei que ele dormia, pedi aos enfermeiros que me deixassem a sós com ele, parei aos pés da cama e fiquei o olhando, encarando o rosto sereno que descansava como se não tivesse feito nada de mal a ninguém.Aos poucos, notei que havia despertado, mexia algumas partes do corpo e por fim abriu os olhos, dando um grande sorriso ao me ver, senti meu sangue ferver ao vê-lo ter aquela expressão.— Filha, veio me ver, quanto tempo. — Fez um esforço para se sentar na cama — Estava com sau…— Não seja ridículo! — O interrompi, pareceu surpreso com o meu comportamento. — Não está com s
— Eu aceito! — Falei por impulso, Jason me olhou desconfiado, porém, aliviado com a minha resposta positiva.— Assinem aqui, por favor. — O juiz nos entregou uma caneta, Jason assinou primeiro e eu logo em seguida, por fim, as testemunhas. — Pelo poder a mim concedido, eu vos declaro, marido e mulher. Pode beijar a noiva.Nos olhamos, suspiramos e criamos coragem, Jason passou seus braços por minha cintura, roçou seus lábios nos meus e me beijou. Sorriu ao final do beijo, mas assim que o juiz não estava mais olhando, ele me soltou, fechando a cara novamente e segurando minha mão logo depois. Melissa evitou ver aquilo, ela sabia que iria acontecer mas optou por não ver.Ao sair do c
— Richel, o que vamos fazer? — Matthew me olhava apreensivo, eu não sabia o que fazer, não sabia o que dizer, pensava em uma maneira de nos tirar dali, mas não vinha nada na minha cabeça.— Tem uma saída pelos fundos, ela nunca é usada, apenas para emergência, seu pai a fez justamente para casos assim. — Olhei o segurança que mantinha sua mão em seu braço ensanguentado, apenas assenti e pedi que ele fosse na frente.Assim que saímos do escritório, as janelas foram atingidas, os vidros caindo no chão fez com que corrêssemos ainda mais. O que tudo indicava, era que os seguranças do lado de fora haviam sido abatidos, era questão de tempo para que entrassem, se nos pegassem, estaríamos perdidos. Richel DeckerApós alguns dias na casa do Jason, já mais calmos, estávamos eu, Madson e Matthew, encostados no pequeno muro nos fundos da casa, o sol da manhã já nos esquentava apesar de ser bem cedo, o ferimento de Madson estava melhor e por sorte havia realmente sido de raspão, Matt ainda questionava o porquê de ficarmos ali, cheguei a um ponto de apenas ignorar aquela pergunta antes que eu perdesse o pouco de paciência que me restava com ele.— Jason pediu que vá ao escritório, precisa falar com você. — Ryan havia acabado de chegar para me dar o recado.— Claro, obrigado. Eu já vou. — Agradeci.— E como você está? Ainda sente dor? — Ele olhou Madson e lhe Capítulo 7
Jason McKaneEu olhava a Richel sem saber o que dizer a ela, realmente, a menina e ela eram muito parecidas, mas não achava que aquilo poderia ser real, talvez ela estivesse tão obcecada e desesperada pra encontrar a filha que poderia estar vendo coisas onde não tinha. Tentei acalmá-la, guardei as fotos e pedi que ela fosse descansar, não retruquei, não fui contra suas palavras, não iria adiantar de nada contrariá-la naquele momento.Sai do quarto dela e fui para o meu, Melissa ainda estava acordada, olhava alguma coisa no computador, não perguntei, estava cansado demais e com a cabeça cheia de coisas, depois do último acontecimento então.— E então, como foi? — Pergu
Richel Decker— Vocês vão aproveitar a festa enquanto Madson e eu buscamos outra solução, não tem como darmos continuidade dessa forma, é muito arriscado.— Então, vamos aproveitar. — Olhei Jason que tinha um sorriso no rosto, após escutar Christian. Tudo o que ele mais gostava depois do tráfico, eram as festas.Começamos então a circular pelo salão, Jason e eu recebíamos cumprimentos de pessoas que nem conhecíamos, mas segundo Scott, eram loucos para nos conhecer. Matthew e Melissa também andavam pelo salão e observavam os convidados, em busca de poder identificar quem era segurança e quem não era, os garotos também faziam a mesma coisa, puxavam conversa com outras moças para
— Bryan, que surpresa, achei que não viria. — Me virei o olhando, ele não tinha uma expressão muito animadora.— Vim fazer uma surpresa para o meu padrinho, mas parece que cheguei em uma má hora, ele está bêbado, a festa está um caos, brigas, tiros, coisas quebradas, a polícia em breve vai chegar aqui, porque com certeza alguém chamou. — Ele foi caminhando em direção a mim, eu sentia meu coração acelerar a cada passo, parecia que iria sair pela boca. Eu estava perdida. — Mas, o que veio fazer aqui em cima? Não deveria estar lá embaixo com os outros convidados?— Não sou curiosa como os outros, e eu... Estou procurando a Madson, ela disse que iria ao banheiro mas já faz muito tempo, não está lá embaixo então resolvi procurar aqui em cima.
Jason mandou que saíssemos do escritório e que o deixássemos sozinho, Melissa e eu relutamos muito, ele parecia tão nervoso que não sabíamos o que ele poderia fazer, mas nos obrigou a sair, empurrou nós duas até o lado de fora e trancou a porta. Não tinha muito o que fazer, só investigar o que tinha acontecido, Madson não perdeu tempo, se juntou com Christian e foram para o jardim olhar nos computadores as câmeras de segurança que talvez tivessem gravado algum dos roubos, tanto o nosso quanto na festa do Scott.Enquanto isso, Melissa e eu andávamos pra cima e pra baixo na tentativa de lembrar alguma coisa suspeita nos últimos dias, se havia acontecido algo que passou despercebido, mas era difícil de lembrar, tudo parecia ter ficado em perfeita ordem, e também, estávamos tão ocupados com o plano do roubo que não focamos em outra coisa.