GusSubi no passeio que levava à garagem e parei o mais próximo que podia da sua porta de entrada. Maya desceu rapidamente da moto e retirou depressa o capacete, entregando-me.— Obrigada. — Foi tudo o que ela disse antes de correr para dentro de casa. A chuva fina começava a engrossar.Não havia mais nada que ela pudesse dizer para mim depois daquela carona, mas eu fiquei ali, com um sentimento estranho que parecia com um vazio. Era como se eu esperasse mais sem perceber isso.Algo vibrou dentro da minha jaqueta, lembrando-me que ainda estava com o celular dela. Resolvi descer e devolvê-lo. Um médico não pode ficar sem o seu telefone. Toquei a campainha, escondendo-me sob a pequena marquise. Um homem abriu a porta. Ele devia ter uns sessenta anos, cabelos quase brancos e olhos verdes.— Por gentileza, pode chamar a Maya?Ele encarava-me com muita estranheza.— Querida... — chamou-a, sem desviar os olhos de mim.— Oi — disse uma voz suave e infantil, atraindo a minha atenção para baix
Maya— Um brinde a doutora White! — disse McKesson, erguendo a sua cerveja. Brindamos em comemoração a mim. Eu finalmente estava no Staff e posso dizer que sou cardiologista. Ao meu redor, na mesa do bar, estava alguns colegas de trabalho; médicos, enfermeiras e o cara mais gentil da limpeza, o Tony.Estava tão feliz, mas sentia que não estava compartilhando essa alegria de forma devida. Ou, ao menos, com quem eu gostaria. Não há um dia, um momento, que eu não penso: E se Victor estivesse aqui?Como estaríamos comemorando esse momento? Ele teria feito o jantar, talvez. Ou, quem sabe, teríamos saído para comer no melhor lugar da cidade. A melancolia começou a me preencher. Dei um gole na cerveja — engolindo a saudade imensa —, passei as mãos nos cabelos jogando-os para trás e respirei fundo, numa tentativa de levantar o meu astral.O meu celular vibrou sobre a mesa. Era o meu pai quem ligava. Eu havia pedido que levasse as meninas para passar o fim de semana com ele. E assim fez.Apanh
MayaComeçamos a conversar entusiasmadas e felizes de finalmente estarmos reunidas. Sasha já não morava nos Estados Unidos há cinco anos. Agora, casada com um escocês e vivendo a felicidade que merece, vive quase em um conto de fadas na Escócia com o marido e seus dois filhos. Kim mora em Nova Iorque com Jack, que conquistou uma grande carreira como detetive na polícia. Depois de anos lutando pelo primeiro bebê e algumas perdas, Joaquim estava a caminho. Já Penny, era a que mais morava próxima de mim, mas, ainda assim, nossas vidas não nos permitiam estar sempre juntas. Mãe solo de duas crianças, sendo uma delas autista, não é uma tarefa fácil, mas ela estava conseguindo fazer isso muito bem.— A Grace não vem? — perguntou Sasha, indo em direção à cozinha. Nós a seguimos até lá.— Não. Ela lamentou e mandou um vinho branco como pedido de desculpas. As coisas estão agitadas em Washington com as eleições.— Vote Adan Bremner — disse Sasha, em um tom humorado, erguendo o punho fechado pa
MayaSexta-feira e eu ainda me encontrava pensativa sobre o baile. Eu queria ir ao mesmo tempo que desejava me esconder sob os cobertores durante toda a noite. A porta de trás do carro foi aberta, e Louise e Mary entraram, discutindo. Ultimamente estavam brigando mais do que o normal. Às vezes, é preciso intervir. Outra hora, apenas deixo que se entendam sozinhas. Começava a sentir falta de quando elas andavam de mãos dadas e sempre arrumavam o cabelo uma da outra.— Mãe! Diz para ela parar! — pediu Louise aos berros.— Eu não peguei a porcaria do seu lápis de cor! — Mary berrou de volta.— Okay, meninas! Já chega! — falei alto, virando-me para trás.Elas se calaram e olharam-me assustadas. Raramente levanto o tom de voz.— Primeiramente, porcaria é uma palavra feia. Sem sorvete por uma semana!— Mas, mamãe...— Estou falando, Mary. Você precisa se calar quando eu estiver falando.Ela se encolheu no banco.— Segundamente, por que estão brigando?— Mary pegou o meu lápis de cor vermelh
MayaNa entrada, um homem e uma mulher nos recepcionavam. Entreguei para ele meu convite e entrei. Logo no hall, encarei a quantidade absurda de pessoas naquele lugar que se cumprimentavam. Minhas mãos apertaram a pequena bolsa que eu segurava e meus pés deram um passo para trás, fazendo com que meu corpo colidisse contra o de outra pessoa.— Me desculpe — pedi, sem olhá-la, virando-me depressa para sair dali.Mas antes que eu pudesse alcançar a porta, uma mão agarrou meu braço firmemente, fazendo-me assustar.— Você veio! — disse Aurora, com entusiasmo.— Feliz aniversário. — Forcei um sorriso e abracei-a rapidamente.Ela agradeceu.— Estava tentando escapar? — Um pequeno sorriso marcava o cantinho dos seus lábios pintados de rosa.— Não?! — disse incerta, fazendo-a rir.— Confesso que tive um pouco de medo de que você nem viesse. Vem. Ferdinando está logo ali. Não vou deixá-la ir embora.Ela enlaçou o braço no meu e nós caminhamos em direção ao seu marido, que conversava com outras
GusSeis meses antes...Camile e eu tínhamos uma boa vida juntos. Há muito tempo nossos caminhos haviam se encontrado. Antes disso, por um tempo, fui submisso de alguém. Mas eu queria mesmo era estar do outro lado. Então, quando finalmente parti em busca de alguém que eu pudesse dominar, ela logo apareceu. No começo, foram meses de encontros casuais, apenas para pura satisfação carnal. Depois, começamos a passar os fins de semana juntos. Então, um belo dia, ela pediu para me servir 24/7.Eu podia fazer isso. Queria isso! Aceitei sem hesitação. Gostava de tê-la em casa, me servindo o tempo todo, todos os dias. Sendo submissa a mim vinte e quatro horas do meu dia. Era imensamente prazeroso. Quatro anos se passaram, e demorou um pouco para eu perceber que a amava de verdade. Queria que ela fosse minha para sempre. Quando a pedi em casamento, ela aceitou. Chorando, disse que também me desejava para eternidade.Com a data do casamento se aproximando, decidi que precisávamos de uma casa mai
GusDiante do espelho, encarava o meu reflexo. Um amigo havia me falado da Surrender, uma casa de BDSM onde boa parte das pessoas que frequentavam o lugar eram milionárias e submissas em busca de algo mais do que apenas submissão; ajuda financeira. Eu não sabia se estava indo para o lugar certo para mim, mas iria mesmo assim.Respirando fundo, apanhei o capacete na saída de casa e desci para o estacionamento do prédio. Ansioso, pilotei para a mansão. Ao chegar lá, ajeitando a roupa, sentindo-me levemente nervoso. Eu não estava me sentindo confiante como deveria. A minha intenção naquele lugar era algo que meus amigos praticantes chamam de impossível. Para eles, encontrar uma submissa disposta a se casar e constituir uma família, não passa de ilusão e fantasia. Ou você tem uma mulher para cada função ou escolhe apenas um dos dois mundos. Mas eu estou muito a fim de provar que eles estão errados. Posso ter o melhor dos dois com uma única pessoa na minha vida.De nariz em pé e boa postur
GusEu havia acordado antes do amanhecer do dia. Simplesmente havia sonhado com ela. Sonhado que havia a beijado. Meu plantão de dezoito horas só começaria às seis, mas às cinco eu já estava no hospital. Na verdade, no estacionamento, com a minha “motinha” parada na vaga dela. Escorado a Harley, esperei por Maya. Quando me viu, ela freou, e pelo para-brisas vi a sua cara zangada. Era linda até com raiva de mim. Não consegui conter um sorriso.Encaramo-nos por alguns segundos. Ela esperava que eu desse o fora dali, e eu esperava que ela descesse do carro. Maya não parecia que cederia fácil, mas eu também não. Cruzei os braços à frente do corpo, sem tirar meus olhos dela. Acho que uns cinco minutos se passaram até que, resmungando, ela desligou o motor e abriu a porta. Quando desceu, caminhei na sua direção.— Qual a porra do seu problema? — perguntou alto, brava. Sexy!Minhas mãos foram rápidas em segurar seus cabelos e a nuca, e puxá-la para mim. Minha boca foi mais rápida ainda em be