MuralhaMeu olhar bateu diretamente um um rosto de uma mulher, as recordações veio na minha cabeça por alguns segundos. Naquele momento lembrei de tudo que passei depois que ela me abandonou na rua, anos atrás, caso a encontrasse, iria correr pra seus braços, mas apenas desviei o olhar mesmo. Sem prestar muita atenção nos filhos e no marido dela, que pelo jeito estavam ótimos de vida.O ódio me consumiu por dentro, a vontade em chamá-la de vadia e mandar o papo o quanto sofri; porém senti a mão da psicóloga no meu pescoço, confortante.Amanda: A... Oi, Ana - percebi seu nervosismo pela voz.Ana: Que saudade em vê-la pessoalmente, e esse belo rapaz, quem é?- levantei meu olhar novamente, encarando o rosto abalado dela.Amanda: Ele é meu namorado - Caso não fosse um momento de ódio iria questioná-la o significado de namorado.Ana: Qual seu nome?- sorriu.Desci o olhar pelo seu corpo, percebendo o quanto ela ganhou uns quilos desde da última vez que a vi, quanto ela mudou completamente,
Amanda2 meses depoisPassei a escova sobre meu cabelo, analisando o fios caindo aos poucos, me olhei ao espelho, observando minha pele branca. Na minha cabeça passou todos momentos que já passei por toda essa minha vida, até o hoje. Saber que ajudei muitas pessoas que precisavam, saber que coloquei muitos sorrisos e esperança em pessoas.Pensar desa forma me transmitia paz, uma paz enorme.Sentei no banco em frente ao espelho, descendo o olhar pelo meu corpo. Abri um sorriso fraco, ficando feliz com meus pensamentos.A... também é difícil quando entendemos nossos sentimentos, bom... gostar de alguém como o André é descobrir muitas coisas novas, como a bipolaridade e os afastamentos dele, porém entendo que seja tudo muito novo pra ele, principalmente viver ao lado de uma mulher.Nesses dois meses acabei ficando na casa dele, focando nos meus tratamentos. Estava aguardando a chamada do meu médico, dizendo algo sobre os exames que realizei novamente.Levantei meu olhar pro espelho novam
MuralhaAmanda me encarou por alguns segundos, enquanto escutava o outro lado da linha. Arquiei a sobrancelha, encarando sem entender, quando analisei seu rosto com algumas lágrimas percebi que era o médico. Na moral? Fiquei logo estranho com ela chorando sem saber o que era, uma parada estranha na mente.Ela segurou o celular em mãos e veio rapidamente na minha direção, seu corpo nú me abraçou. Ajeitei minha posição, levando minha mão no seu cabelo.— Qual foi?— murmurei, sentindo seu rosto no meu peito.Amanda: O tumor — suspirou, limpando o rosto, passei meu olhar até seu rosto que já estava vermelho e seus cílios molhados.— O que houve, pô?— murmurei, tentando decifrar. Minha respiração pesou.Amanda: Tinha piorado muito...— deslizei minha mão em seu rosto, desviando nossos olhares. Fiquei sério em seguida.— Você piorou?— sussurrei.Amanda: Tinha piorado, mas... nesse exame agora meu corpo reagiu perfeitamente bem, eu... o médico disse que ficarei curada — voltei a encará-la; pe
MuralhaD7: Ih, menor — disse assim que entrou no cômodo pequeno, que era um quarto. A casa dele era pequena, mas era limpa e aconchegante, tinha uma energia diferente...— O que foi?— perguntei, sério.D7: Ficou até mais bonito depois que tomou banho e vestiu uma roupa, mas qual foi... parece que tua costas está com machucado aberto — perguntou baixo. Olhei baixo, ficando sério — Levanta a camiseta.— Não — falei sério.D7: Nao irei fazer nada contigo, irmão — caminhei até outro lado, negando.— Mas não quero, não entendeu? Não quero.D7: Caso deixar isso aí, irá encher de bicho — senti um nojo e medo ao escutar sua frase — E irá morrer fedendo.Fiz cara seria, concordando com ele, assim como foi difícil vestir a camiseta, foi mais difícil em tirá-la.— Tá doendo — murmurei.D7: caralho, quem fez isso contigo?— engoli em seco — Tuas costas está muito feia, porra. Daqui a pouco volto — disse, saindo. Demorou alguns minutos e ele logo voltou com umas paradas na mão.— O que isso?D7:
AmandaEncolhi no meu canto, arrependendo de cada palavra dita. Por um momento pensei que expressar uma frase desse tipo, ajudaria de alguma forma, mas acabou transformando em uma bola de neve na cabeça dele.Sua expressão era séria, uma expressão de raiva em seus olhos, porém quando ele me encarou, ficando quieta, seu olhar ficou duvidoso. Ele aproximou-se do meu corpo, ficando na minha frente.Abaixei a cabeça, porém sua mão veio até meu queixo, segurando firmemente, fazendo olhar dentro dos seus olhos.Muralha: Eu passo medo a você?- me encarou.-Sim...- sussurrei, ele negou por um segundo, soltando meu rosto e deu as costas, saindo do quarto. Suspirei fundo, ficando ali.Meus pensamentos saíram da cabeça quando encarei meu celular na mensagem da minha mãe.Angélica: Amanda, quando voltará pra casa? Estou com saudades...- Oi, mãe, em breve. Prevejo que semana que vem estarei de volta.Angélica: Fico muito feliz, eu e seu pai estamos sentindo falta. Você está bem?- Sim, mãe...Ang
MuralhaDei um murro forte na mesa que dividia os meus funcionários. Eles apenas abaixaram a cabeça, temendo ao medo que passei pra eles. Passaram-se dois dias, estava cansado, mal conseguia dormir e fazer minhas coisas normalmente.- Porra, vocês não Resolvem caralho nenhum - falei sério, passando a mão no rosto.Dado: Chefe, apenas a bolsa que conseguimos e as mensagens do celular - suspirou baixo - A sorte que tínhamos homens lá em baixo e eles pegaram a bolsa primeiro, caso os polícias pegassem estaríamos ferrados.- Não quero saber dessa parada agora, eu quero a Amanda aqui, porra, quero notícia de algo.Dado: Sim...Xxx: Conseguimos imagens de camera de segurança - jogou uma folhas com xerox do carro que participava. Bati meu olhar em um carro reconhecido.- Esse carro é do Ratito - murmurei.Dado: Ou seja, Menor e Ratito estão em facção rival, armaram a invasão que quase matou D7 e armaram pra sequestrar Amanda - travei meu maxilar, ficando sério.- X9 do caralho.Dado: Iremos
MuralhaDado: Chefe, infelizmente temos uma má notícia - escutei sua voz, dando um gole na minha bebida.- Outra?- murmurei.Dado: A mãe da Amanda colocou vários policiais na bota dela - o encarei dessa vez - Caso ela souber do caso de vocês, ela colocará os polícias na sua bota - deixei o copo de lado, ficando em silêncio.- Porra - passei a mão na testa - Que caralho - levantei, suspirando.Dado: Alguém da família dela sabe do seu caso? - confirmei - Então terá que fazer de tudo pra ela não contar a mãe da Amanda - fiquei em silêncio, mandando ele sair dali.- Caralho - peguei o copo em mãos jogando na direção da parede, o barulho do vidro quebrando foi ouvido - Eu odeio todo mundo!- murmurei sério.Talvez como tenha aprendido na infância, não colocar esperança em ninguém deveria estar presente na minha vida. Jamais senti um sentimento estranho como estava sentindo, saber que uma mulher precisava de proteção, mas os inimigos querendo tirá-la de perto.E sem dúvidas que isso era minh
AmandaQual seria meu futuro? Qual seria meu maior refúgio de tudo isso que está acontecendo? Como estaria minha saúde física e mental? Creio que todas essas perguntas teria uma resposta futuramente, mas o medo de ser uma resposta que não estarei preparada pra receber é doloroso em pensar.Me sentia sozinha e sem um esforço pra continuar, afinal, estava doente e nas mãos de traficantes por uma escolha em me apaixonar pelo André.Mas será que realmente sou seu ponto fraco? Até agora a resposta que obtive foi um simples não, não, ele não tem ponto fraco, ele é o André, o cara mais bruto e frio que conheci em toda minha vida.Poderia estar agora escrevendo esse verso em uma carta, explicando como estou me sentindo, como minha cabeça está, como realmente estou... sumir simplesmente sem deixar nenhuma pistas, sem minha mãe nem imaginar onde estaria. Qual seria minha explicação ao vê-la novamente? Que apanhei por estar com um bandido.Poderia tentar ao menos explicar, " mãe, me desculpa, ma