AmandaDuas semanas havia passado desde do dia que minha vida mudaria totalmente, o dia que garantia minha vida pra um bandido em não abrir minha boca pra ninguém pra não ser morta ou alguém da minha família ser machucado.Confesso que no começo, depois de tudo que havia passado nas mãos daqueles rapazes, foi difícil de lidar, mas com o tempo acostumei a sentir a dor.Minha mãe e minha irmã estavam bem e tentando lidar com a minha volta, o meu pai continua o mesmo de sempre, não para em casa e não olha na minha cara.Já meus sentimentos... eles andam fragilidados e sim, meus sentimentos sentem saudades, mas ao mesmo tempo sentem ódio. Ódio pela mentira e a justiça da forma que estava sendo feita pela mãos do André. Talvez como ele mesmo disse, meu mundo é rosa.Por acaso isso é errado? Seria errado gostar de alguém 'tão' diferente?— Meus sentimentos estão tão confusos que quanto mais penso, mais choro — escrevi por fim no papel que estava a minha frente. Assim que escutei o barulho d
Muralha Segurei meu copo entre meus dedos, dando um gole forte, em seguida foram mais um...dois...três goles. O céu quente de Rio de Janeiro, deixava o céu aberto, sem nenhuma nuvem por perto. Pô, tua mente é teu próprio inimigo, 'tá' ligado? Nesses últimos dias, virava madrugada bebendoo, única parada que odiava em fazer e ultimamente estou fazendo. Minhas madrugadas é lembrando da porra do meu passado, como um bagulho que volta a toná na minha mente e não sei o motivo, e pra tentar procurar um refúgio é a bebida ou o cigarro que tanto detesto, mas pela bebida, ela me faz querer ao menos um cigarro.Sou maluco das ideias e quando coloco algo em mente, ninguém consegue tirar. Qual era minha imaginação em mudar meus sentimentos e instintos por estar do lado de uma vadia, como a Amanda?Hoje era dia de saidinha do complexo para os chefes de hierarquia forte e meu nome estava incluso. Dado: Tenho um papo...— É sobre as atividades? Caso não for, mete o pé — falei sem olhar pro seu ros
Amanda Dei alguns passos pra fora da clínica, suspirando fundo. Hoje foi mais um dia de quimioterapia e graças as minhas orações, saiu perfeitamente bem, como havia planejado. Confesso que após todo medo em enfrentar isso aqui novamente, eu consegui.Ana: Amanda... Oi — parei de caminhar, encarando seu rosto. Porém dessa vez continha uma expressão mais triste.— Oi... — ela sorriu de lado, caminhando a minha frente.Ana: Depois de tantas semanas remoendo tudo isso que sentia, gostaria de conversar com você — desviei o olhar.— Caso for sobre o...Ana: Por favor, Amanda, faça algo ao menos uma vez — suspirei baixo, por fim confirmei.— O que você quer saber?Ana: Como vocês se conhecerem?— Isso é uma longa história e infelizmente não quero ficar revivendo. Seu filho é bem vingativo, Ana, espero que fique longe dele, pois algo que acho que ele jamais faria, seria perdoar você. Ana: Vocês dois não estão mais juntos?— neguei.— Nunca estivemos juntos.Ana: Isso tudo foi minha culpa, el
Muralha Segurei o copo entre minhas mãos, tomando um gole da minha bebida. O som alto do bar entrava no meu ouvido, enquanto várias mulheres procuravam por homens ali dentro. Estava só, fazia examente uma hora e meia que estava ali sentado. Pô, as vezes estou em um dia normal, mas surge a vontade enorme de beber, nem que seja pelo menos um copo de whisky.XXX: Juro que de longe voce chama atenção — Senti o cheiro de um perfume feminino sentar ao meu lado. Continuei sério, olhando somente pra frente, passei meu boné pra frente, dando mais um gole na minha bebida — De perto... chama mais ainda — sua voz saiu perto do meu ouvido — Qual seu nome?— Quer saber pra quê?— a olhei dessa vez, encarei aquele rosto que mantinha um sorriso safado nos lábios. Vanessa, antiga moradora do complexo, primeira mulher que me fez sentir o prazer do boquete, a única delas que sabia que era virgem.Seu vestido extremamente apertado, deixando os seios dela aparecer o mamilo. Observei seu cabelo ondulado q
AmandaPassei meu olhar até o telefone, era um número diferente. Peguei em minhas mãos, atendendo a chamada no terceiro toque, levei meu celular na orelha tentando escutar algo da outra linha, porém era apenas o silêncio.— Alô?— perguntei, assim que iria perguntar quem era; a ligação foi encerrada.Tentei entrar em contato novamente, mas dava apenas caixa postal. Senti o olhar da minha mãe e Simone sobre meus movimentos.Simone: Quem era?— Ninguém...Simone: Sério? Aposto que era aquele marginal — engoli em seco, desviando o olhar pro agente que estava presente.Michel: Marginal?Simone: Sim, com quem ela estava relacionando-se.Angélica: Com traficante, filha?— fez menção de choro.Naquele momento senti todos sentimentos revoltando. Meu lado apaixonado, dizia pra fechar a boca e não falar nada em relação ao André, mas meu lado familiar, pedia pra falar toda verdade.Michel: E quem é o traficante, Amanda?— passei minha língua entre os lábios, encarando seu rosto.Simone: Ele chama-se
MuralhaEstava no barraco, sozinho mermo, 'tá ' ligado? Minha cabeça esta cheia de pensamentos e como sempre revoltando com tudo a minha volta, po. Lidar com meu outro lado não é fácil e estava cada dia mais na porra do vício. Fumando maconha e bebendo pra caralho, mermo com uma ressaca fodida, estava aqui em casa, bebendo e fumando.Escutei o barulho nas escadas e era Maria descendo, ela estava de cabeça baixa desde da nossa última conversa. Maria me conhece bem, desde quando subi pra cá pela primeira vez, ela sabia da minha existência. Então dei a oportunidade de ajudá-la e oferecer um emprego a ela de cuidar da minha goma, pô.Ela sabe como sou de ponta a cabeça, quando estou revoltado e sempre limpou meu quarto todas vezes que revirava tudo, porém era jamais tocou no assunto.Maria: Estou indo, acabei...— aprontado balancei a cabeça, dando mais uma tragada no meu cigarro. Ela iria caminhando pra fora, porém parou — Você está acabando com sua vida, André — soltei a fumaça do cigarr
AmandaAlgo que jamais apoei é o ódio e a vingança, sempre cresci com mente em ajudar o máximo de pessoas possíveis que surgirem na minha vida. Lidar com muitas delas e pedir força pra Deus me ajudar a lidar com mais e mais pessoas que precisam de ajuda.Enquanto Muralha sempre lidou com o sangue na roupa, eu tento limpar o sangue de outras pessoas. Enquanto ele fere, eu ajudo, enquanto ele pensa em vingança, penso em paz.Não julgo suas escolhas e muito menos sua vida, sou formada em psicologia e com os anos aprendi dessa forma, porém o amor precisa de mais uma atenção e sempre precisamos lidar com mínimos detalhes. A vingança que o André luta e o ódio que ele caminhou, jamais será pro meu mundo.— Você está dizendo que... — seus olhos claros me olhavam, expressando varios sentimentos. Senti o toque da sua mão ficar mais forte em meu rosto.Muralha: Que pra ficar com você, preciso sair dessa minha vida, eu saio, porra — dei um meio sorriso, observando seu rosto. Pela demora, sua expr
AmandaAbri os olhos devagar pela claridade que entrava no quarto do hotel. Sentei na cama, observando a mesma vazia, suspirei fundo, abrindo a gaveta onde André tinha colado o revólver, assim que vi que estava ali, suspirei. Após tomar um banho e vestir um vestido, a porta foi aberta. Virei rapidamente, disfarçando.Muralha: Parada chatona pegar café da manhã aqui — escutei seus passos aproximando por trás do meu corpo. Na minha frente tinha um pequeno espelho, meu olhar foi até onde estava vermelho pelos murros do meu pai no mesmo local do rosto, em outras partes ficaram apenas dores.— Eu preciso...Muralha: Amanda — senti sua mão firme, virando meu corpo — Quem fez isso? — Meus olhos foram até seu rosto. Fiquei alguns segundos em silêncio — Quem fez essa parada, Amanda?— tornou a perguntar mais rude.— Meu pai — falei sinceramente — Ele... soube que estávamos juntos...Muralha: Caralho — murmurou, desviando o olhar — Caralho, porra — passou a mão no rosto dando as costas.— Não fa