MuralhaAmanda me encarou por alguns segundos, enquanto escutava o outro lado da linha. Arquiei a sobrancelha, encarando sem entender, quando analisei seu rosto com algumas lágrimas percebi que era o médico. Na moral? Fiquei logo estranho com ela chorando sem saber o que era, uma parada estranha na mente.Ela segurou o celular em mãos e veio rapidamente na minha direção, seu corpo nú me abraçou. Ajeitei minha posição, levando minha mão no seu cabelo.— Qual foi?— murmurei, sentindo seu rosto no meu peito.Amanda: O tumor — suspirou, limpando o rosto, passei meu olhar até seu rosto que já estava vermelho e seus cílios molhados.— O que houve, pô?— murmurei, tentando decifrar. Minha respiração pesou.Amanda: Tinha piorado muito...— deslizei minha mão em seu rosto, desviando nossos olhares. Fiquei sério em seguida.— Você piorou?— sussurrei.Amanda: Tinha piorado, mas... nesse exame agora meu corpo reagiu perfeitamente bem, eu... o médico disse que ficarei curada — voltei a encará-la; pe
MuralhaD7: Ih, menor — disse assim que entrou no cômodo pequeno, que era um quarto. A casa dele era pequena, mas era limpa e aconchegante, tinha uma energia diferente...— O que foi?— perguntei, sério.D7: Ficou até mais bonito depois que tomou banho e vestiu uma roupa, mas qual foi... parece que tua costas está com machucado aberto — perguntou baixo. Olhei baixo, ficando sério — Levanta a camiseta.— Não — falei sério.D7: Nao irei fazer nada contigo, irmão — caminhei até outro lado, negando.— Mas não quero, não entendeu? Não quero.D7: Caso deixar isso aí, irá encher de bicho — senti um nojo e medo ao escutar sua frase — E irá morrer fedendo.Fiz cara seria, concordando com ele, assim como foi difícil vestir a camiseta, foi mais difícil em tirá-la.— Tá doendo — murmurei.D7: caralho, quem fez isso contigo?— engoli em seco — Tuas costas está muito feia, porra. Daqui a pouco volto — disse, saindo. Demorou alguns minutos e ele logo voltou com umas paradas na mão.— O que isso?D7:
AmandaEncolhi no meu canto, arrependendo de cada palavra dita. Por um momento pensei que expressar uma frase desse tipo, ajudaria de alguma forma, mas acabou transformando em uma bola de neve na cabeça dele.Sua expressão era séria, uma expressão de raiva em seus olhos, porém quando ele me encarou, ficando quieta, seu olhar ficou duvidoso. Ele aproximou-se do meu corpo, ficando na minha frente.Abaixei a cabeça, porém sua mão veio até meu queixo, segurando firmemente, fazendo olhar dentro dos seus olhos.Muralha: Eu passo medo a você?- me encarou.-Sim...- sussurrei, ele negou por um segundo, soltando meu rosto e deu as costas, saindo do quarto. Suspirei fundo, ficando ali.Meus pensamentos saíram da cabeça quando encarei meu celular na mensagem da minha mãe.Angélica: Amanda, quando voltará pra casa? Estou com saudades...- Oi, mãe, em breve. Prevejo que semana que vem estarei de volta.Angélica: Fico muito feliz, eu e seu pai estamos sentindo falta. Você está bem?- Sim, mãe...Ang
MuralhaDei um murro forte na mesa que dividia os meus funcionários. Eles apenas abaixaram a cabeça, temendo ao medo que passei pra eles. Passaram-se dois dias, estava cansado, mal conseguia dormir e fazer minhas coisas normalmente.- Porra, vocês não Resolvem caralho nenhum - falei sério, passando a mão no rosto.Dado: Chefe, apenas a bolsa que conseguimos e as mensagens do celular - suspirou baixo - A sorte que tínhamos homens lá em baixo e eles pegaram a bolsa primeiro, caso os polícias pegassem estaríamos ferrados.- Não quero saber dessa parada agora, eu quero a Amanda aqui, porra, quero notícia de algo.Dado: Sim...Xxx: Conseguimos imagens de camera de segurança - jogou uma folhas com xerox do carro que participava. Bati meu olhar em um carro reconhecido.- Esse carro é do Ratito - murmurei.Dado: Ou seja, Menor e Ratito estão em facção rival, armaram a invasão que quase matou D7 e armaram pra sequestrar Amanda - travei meu maxilar, ficando sério.- X9 do caralho.Dado: Iremos
MuralhaDado: Chefe, infelizmente temos uma má notícia - escutei sua voz, dando um gole na minha bebida.- Outra?- murmurei.Dado: A mãe da Amanda colocou vários policiais na bota dela - o encarei dessa vez - Caso ela souber do caso de vocês, ela colocará os polícias na sua bota - deixei o copo de lado, ficando em silêncio.- Porra - passei a mão na testa - Que caralho - levantei, suspirando.Dado: Alguém da família dela sabe do seu caso? - confirmei - Então terá que fazer de tudo pra ela não contar a mãe da Amanda - fiquei em silêncio, mandando ele sair dali.- Caralho - peguei o copo em mãos jogando na direção da parede, o barulho do vidro quebrando foi ouvido - Eu odeio todo mundo!- murmurei sério.Talvez como tenha aprendido na infância, não colocar esperança em ninguém deveria estar presente na minha vida. Jamais senti um sentimento estranho como estava sentindo, saber que uma mulher precisava de proteção, mas os inimigos querendo tirá-la de perto.E sem dúvidas que isso era minh
AmandaQual seria meu futuro? Qual seria meu maior refúgio de tudo isso que está acontecendo? Como estaria minha saúde física e mental? Creio que todas essas perguntas teria uma resposta futuramente, mas o medo de ser uma resposta que não estarei preparada pra receber é doloroso em pensar.Me sentia sozinha e sem um esforço pra continuar, afinal, estava doente e nas mãos de traficantes por uma escolha em me apaixonar pelo André.Mas será que realmente sou seu ponto fraco? Até agora a resposta que obtive foi um simples não, não, ele não tem ponto fraco, ele é o André, o cara mais bruto e frio que conheci em toda minha vida.Poderia estar agora escrevendo esse verso em uma carta, explicando como estou me sentindo, como minha cabeça está, como realmente estou... sumir simplesmente sem deixar nenhuma pistas, sem minha mãe nem imaginar onde estaria. Qual seria minha explicação ao vê-la novamente? Que apanhei por estar com um bandido.Poderia tentar ao menos explicar, " mãe, me desculpa, ma
AmandaDuas semanas havia passado desde do dia que minha vida mudaria totalmente, o dia que garantia minha vida pra um bandido em não abrir minha boca pra ninguém pra não ser morta ou alguém da minha família ser machucado.Confesso que no começo, depois de tudo que havia passado nas mãos daqueles rapazes, foi difícil de lidar, mas com o tempo acostumei a sentir a dor.Minha mãe e minha irmã estavam bem e tentando lidar com a minha volta, o meu pai continua o mesmo de sempre, não para em casa e não olha na minha cara.Já meus sentimentos... eles andam fragilidados e sim, meus sentimentos sentem saudades, mas ao mesmo tempo sentem ódio. Ódio pela mentira e a justiça da forma que estava sendo feita pela mãos do André. Talvez como ele mesmo disse, meu mundo é rosa.Por acaso isso é errado? Seria errado gostar de alguém 'tão' diferente?— Meus sentimentos estão tão confusos que quanto mais penso, mais choro — escrevi por fim no papel que estava a minha frente. Assim que escutei o barulho d
Muralha Segurei meu copo entre meus dedos, dando um gole forte, em seguida foram mais um...dois...três goles. O céu quente de Rio de Janeiro, deixava o céu aberto, sem nenhuma nuvem por perto. Pô, tua mente é teu próprio inimigo, 'tá' ligado? Nesses últimos dias, virava madrugada bebendoo, única parada que odiava em fazer e ultimamente estou fazendo. Minhas madrugadas é lembrando da porra do meu passado, como um bagulho que volta a toná na minha mente e não sei o motivo, e pra tentar procurar um refúgio é a bebida ou o cigarro que tanto detesto, mas pela bebida, ela me faz querer ao menos um cigarro.Sou maluco das ideias e quando coloco algo em mente, ninguém consegue tirar. Qual era minha imaginação em mudar meus sentimentos e instintos por estar do lado de uma vadia, como a Amanda?Hoje era dia de saidinha do complexo para os chefes de hierarquia forte e meu nome estava incluso. Dado: Tenho um papo...— É sobre as atividades? Caso não for, mete o pé — falei sem olhar pro seu ros