Pistoleiro Indomável: No Alvo da Paixão
Pistoleiro Indomável: No Alvo da Paixão
Por: NanaBOliver
CAPÍTULO 01

Aviso: Conteúdo Adulto

(Está história é uma ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.)

O saloon estava cheio naquela noite. Hael, porém, já estava acostumado com o barulho: homens gritando, trocando ofensas e se embriagando até perderem a noção. Se sua vida se resumisse a apenas esses momentos, talvez ele se desse por satisfeito. Levou o copo de uísque à boca e engoliu o líquido em um gole só, ignorando a ardência na garganta.

Então, uma briga começou.

Ele revirou os olhos, irritado, e murmurou para si mesmo: "Será que é pedir demais uma noite de paz? Uma noite sem confusão?" Sem qualquer interesse em assistir à pancadaria que estourava atrás dele, serviu-se de mais uma dose, fechou os olhos e deixou-se levar por pensamentos mais agradáveis. Sonhou com uma vida tranquila, uma fazenda cercada de verde, gado no pasto e o som do vento ao longe. Casaria com uma mulher maravilhosa e, com a bênção de Deus, teria muitos filhos. Um sorriso involuntário formou-se em seus lábios. Era tudo o que Hael desejava — e precisava.

Mas, como sempre, tudo que é bom dura pouco.

Um baque à sua direita trouxe-o de volta à realidade. Ele abriu os olhos e virou-se a tempo de ver um homem caindo no chão, com outro em cima, desferindo socos furiosos. As mãos do sujeito que apanhava ergueram-se em sua direção, como se suplicassem por ajuda. Hael suspirou, levando o copo aos lábios mais uma vez. Sua paciência, porém, já estava por um fio. Quando o agressor agarrou uma garrafa da mesa de Hael para golpear o adversário, ele não hesitou. Levantou-se calmamente e aplicou um golpe certeiro na nuca do homem, derrubando-o desacordado em cima do outro.

— Que desperdício de uísque... — murmurou ao puxar a garrafa de volta para si.

Foi só então que ele percebeu o silêncio que pairava pelo salão.

Antes que pudesse dar outro gole, sentiu algo se quebrar contra seus ombros. Hael soltou um suspiro alto e olhou para o sobretudo encharcado, exalando o forte cheiro de álcool. "Caralho", pensou, tentando conter a irritação. Ele não queria confusão, só desejava beber tranquilamente e descansar. Amanhã, partiria para outra cidade. Esse era o plano.

— Seu filho da puta! Quem você acha que é para impedir um dos meus homens? — uma voz grossa soou, autoritária, vinda de trás dele.

Hael respirou fundo e virou-se devagar. O homem que atirara a garrafa estava acompanhado por um bando inteiro.

— E aí, cuzão? Não vai dizer nada? — zombou o líder, com um sorriso presunçoso.

Ele ajeitou o chapéu, deixando o rosto mais exposto.

— Ah, merda! B-b-billy Walker! — a voz do homem falhou, trêmula.

Um burburinho se espalhou pelo saloon. Hael observou os rostos ao seu redor, alguns boquiabertos, outros apavorados. Ele não era conhecido por matar sem razão, mas a reputação de Billy Walker como um dos pistoleiros mais letais do Oeste era inquestionável.

Sem hesitar, Hael fez um movimento rápido. Sua faca voou pelo ar e cravou-se na cabeça do líder. O corpo caiu ao chão, e o caos começou. Tiros, gritos e mais corpos se juntaram ao do primeiro.

Era isso o que acontecia quando enfrentavam Billy Walker.

➷➷➷

A cadeia não era novidade para Hael. Uma vez ou outra, acabava passando algumas horas por lá. Dessa vez, no entanto, já fazia dois dias que estava preso. Era um recorde pessoal. Apesar disso, ele não se importava muito. Considerava o local um bom refúgio para relaxar. O único problema era o estômago vazio, que já começava a protestar.

Ele olhou para as grades e viu o xerife sentado à sua mesa, dormindo profundamente com o chapéu branco cobrindo o rosto. Hael conteve um sorriso. "Esse cara não faz nada além de dormir", pensou, divertido, enquanto observava o homem assustar-se com o próprio ronco.

O xerife levantou-se, pegou um prato ao lado da mesa e caminhou até a cela.

— Aqui.

Hael ergueu uma sobrancelha, desconfiado.

— Se não quiser, dou aos meus porcos — disse o xerife, puxando o prato de volta.

Hael suspirou, vencido pela fome, e pegou o prato. O cheiro era delicioso, e ele devorou a comida em questão de segundos.

— Então, serei executado ou o quê? — perguntou, limpando a boca.

— Ainda não decidi — respondeu o xerife, cruzando os braços. — Você causou uma confusão e tanto... mas, pelo que ouvi, não começou a briga.

O homem suspirou, pensativo, e continuou:

— Além disso, senhor Billy Walker, não quero confusão com o Sem Alma. Vou soltá-lo, mas só quando eu decidir.

Hael deu de ombros.

— Certo. Só espero que não demore muito, ou nem o senhor vai aguentar o meu cheiro.

— Estou acostumado com gente da sua laia — rebateu o xerife, com um olhar cansado. — Enquanto estiver aqui, fique na sua.

— O senhor é quem manda. Obrigado pela comida.

Deitando-se na cama improvisada, Hael colocou o chapéu sobre o rosto e fechou os olhos. Não demorou a adormecer.

➷➷➷

Hael acordou com o som estrondoso de tiros, seu corpo entrou em alerta imediato. Ele levantou-se da cama improvisada, os olhos se ajustando à escuridão do ambiente. Pela pequena janela de sua cela, percebeu que já era noite. Mais gritos. O som de um corpo sendo arremessado para dentro da delegacia. Vários homens entraram no local, e Hael reconheceu imediatamente alguns deles.

Ele se apressou a pegar o pano e cobrir o rosto, deixando seu chapéu abaixado o máximo possível para não ser notado, mas sem perder a oportunidade de observar o que estava acontecendo.

— Xerife, onde está o dinheiro? — perguntou um dos homens, sua voz grave e ameaçadora.

Era Jason Fox, o temido "Urso do Oeste", um dos pistoleiros mais conhecidos da região. Hael sabia muito bem quem ele era. Jason sempre o olhou com desprezo, principalmente por sua origem asiática. Quando Hael ainda fazia parte do bando de criação de Jason, o líder tentou eliminá-lo em um duelo. Hael o havia vencido, mas Jason sobreviveu, perdendo um dos olhos. Desde então, jurava vingança.

Hael sabia que esse encontro era inevitável, mas não imaginava que seria tão cedo e, pior ainda, que aconteceria enquanto ele estivesse vulnerável, preso e desarmado.

— Eu já falei que vou pagar, eu ainda não consegui — o xerife respondeu, visivelmente apavorado.

— Não conseguiu? — Jason repetiu, com um riso amargo. Ele apontou a arma para o xerife. — Você acha que sou idiota?

— Nunca — o xerife gaguejou, tremendo. — Por favor, me dê mais um tempo, eu pagarei tudo o que devo.

Jason se aproximou, segurou o cabelo do xerife e enfiou a arma na boca dele.

— Eu deveria estourar sua cabeça agora, mas meu amigo quer vê-lo vivo. Vamos ver o que acontece — o bandido disse, olhando em direção à cela de Hael.

— Ei, você! — apontou a arma na direção de Hael.

— Acho que ele está dormindo — disse o outro homem, ao lado de Jason.

— Soube que o Billy está aqui. Mostre o seu rosto agora! — ordenou o homem, atirando contra a parede ao lado da cabeça de Hael, que permaneceu imóvel.

Hael cerrou os punhos, mas permaneceu em silêncio. Ele sabia que se se revelasse naquele momento, seria um erro fatal. Ele não estava em posição de enfrentar Jason Fox e seus homens, e sabia que qualquer movimento precipitado poderia ser o fim.

— Eu soltei o Billy Walker nesta manhã. Esse homem só é um bêbado — o xerife, desesperado, disse. — Pode ir embora, Jason, isso aqui não é o que você pensa.

Jason ficou em silêncio por um momento, analisando a situação. Seu olhar percorreu o local até se voltar para a cela de Hael, e ele ponderou por alguns segundos antes de fazer um gesto afirmativo.

— Tem razão, Billy jamais seria pego. Sem falar nesse cheiro horrível. Se sair daí, tome um banho, seu miserável — Jason zombou, virando-se para ir embora.

— Vamos embora, já temos o que queríamos — o parceiro de Jason disse, puxando o xerife com ele.

Quando os bandidos saíram, Hael soltou a respiração que estava segurando. Ele se recostou na parede da cela, aliviado por ainda estar vivo, mas sabia que esse confronto com Jason ainda estava por vir. Não seria o último, e ele estava pronto para o dia em que teria a chance de acerto de contas.

Mas, por enquanto, ficou quieto, sem querer causar mais confusão. Ele sabia que a luta estava longe de terminar.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo