— É impressão minha ou você está sempre grudado nesta varanda? — Woody apareceu logo atrás do irmão. — Michael? — ele o chamou — sei que Alexander foi uma pessoa importante para você no passado, porém, agora já não é mais. Nem mesmo se lembra do que tiveram juntos, tem que dá um basta nisso e tentar viver sua vida — disse o loiro, visivelmente preocupado com o mais velho.
— Ele é o amor da minha vida. Esperei vinte e sete anos para tê-lo em meus braços, esperarei outros vinte e sete se for necessário.
— Não seja ridículo, irmão — dissera Woody. — Um dia você vai cansar disso, irá esgotar de ficar apenas desejando-o que ele se recorde daquela semana, tanto meses se passaram e até agora nada mudou. Você está exausto, isso é notório em sua fisionomia — concluiu o mais novo, totalmente farto daquela forma que Michael vinha conduzindo à vida ultimamente.
Michael deixou a varanda e entrou no quarto. Encarou o irmão com u
À noite era como muitas outras na cidade que nunca dorme. O vai e vem dos taxis amarelos no Distrito de Manhattan e a brisa amena do inverno tocava com intensidade o rosto e perturbava os tímpanos do jovem Alexander; que andava com às mãos escondidas dentro dos bolsos de seu moletom preto, chegando próximo das casas noturnas que haviam entorno da Quinta Avenida. Suspirou, ao avistar, mais adiante, seu lugar de lazer.O rapaz vagava calmamente ouvindo sua playlist favorita indo rumo à uma casa noturna mais ao fundo da rua Madison Avenue, ao leste da Quinta Avenida que, por sua vez, divide Manhattan em duas partes: Leste e Oeste, próximo das enormes lojas da ilha. Então, observou uma Ferrari estacionar um pouco mais à sua frente, donde saíram dois jovens com roupas caras e, que pelo modo como trajavam-se, eram de um dos bairros nobre da cidade. Por um tempo, Alexander, manteve contato visual com os dois que lembrou-lhes muito os filhos de uma importante empresária do
O sol refletia-se nos quartos da mansão Efron e revestia de dourado as paredes brancas pintadas há pouco tempo, mas o vento que vinha de fora, trazia uma sensação agradável ao corpo de Michael que, por sua vez, mantinha-se deitado em sono leve na cama.Era quase meio-dia quando acordou. Abriu e fechou às pálpebras para se acostumar com o clarão do sol, mas que mesmo assim, era inebriante em sua pele.Tirou as cobertas,levantando-se para apertar o corpo, e logo depois, caminhou até a varanda do seu quarto; o lugar da onde podia ter vista privilegiada para uma praça ao ar livre e, assim sendo, à piscina que havia no jardim da mansão. Sorriu levemente antes que voltasse para pegar a tolha, uma sunga, e uma calça moletom. Respirou fundo antes que adentrasse o banheiro.Ligou o chuveiro e colocou o corpo aos poucos embaixo da água que caía fria, dissipando a sensação inevitável de encontrar sua mãe logo cedo. Dona Catherine,
Eram quase seis da manhã quando Michael e Woodrow aprontaram-se. O irmão mais novo — como de costume —, usava uma camisa branca por debaixo do blazer da escola, que era preto e com mangas longas. Calçava um sapato da mesma cor dos outros acessórios, e trajava-se uma calça jeans colada nas pernas, deixando-o, apesar da idade, um pouco másculo.Michael observou seu reflexo pelo espelho, e um leve sorriso brotou em seus lábios levemente avermelhados. Não trajava-se como das outras vezes, pois esta não era uma ocasião especial para expor suas incontáveis roupas de marcas. Usava uma calça jeans branquicenta e um blazer preto por cima de uma camisa da mesma cor. Ajeitou o cabelo em um topete alto, e voltou-se para encarar o irmão que transparecia calmaria, mas estava num conflito interior massivo e ao mesmo tempo, agonizante.— Preparado? — esta era uma das palavras que naquele momento, Woodrow Jones Efron, não sabia o significado. A tensão era visível em
O silêncio entre eles seguiu desde o instante em que Alexander adentrou o carro de Michael, até o momento em que saíram dele na Quinta Avenida e adentrassem num café, que naquela hora do dia, estava sem grande movimento. Foram recepcionados por uma garota loira de roupa padrão preta, e que conduzira-os pelo salão até uma mesa vazia mais ao fundo, próximo de uma janela a vidro, e com cântaros de flores ao longo da sua extensão.Aquilo hipnotizava os olhos de Alexander, que apesar de no passado, segundo a história, ser Grande, ali, perante aquela estrutura de mental e concreto, tornara-se pequeno; um grão de poeira em meio ao furacão chamado Michael Jones Efron. Por quê não se perguntara da onde vinha aquele sobrenome? Discursara com Dan, na noite de sábado, os reais motivos pelos quais o irmão passou, e até mesmo mencionara com o amigo sobre Woodrow Efron. Mais naquele instante, a raiva era muito maior que a capacidade de pensar, e por conta disso, não juntara
— Caracas mano, e como você agiu?Após contar todos os detalhes sórdidos da reunião na Dalton School; Alexander discursara repentinamente sobre quem eram seus anfitriões. A cara de espanto era notável em Deniel, que respirava pausadamente.— Bom, eu fui um ótimo ouvinte — respondera em meio a tensão. — Se eu soubesse quem eram, com certeza eu ficaria em casa e tiraria meu irmão o quanto antes daquela escola.— Mas você disse que ficara tudo acertado. Não há motivos para tirar Matthew de lá.— O negócio não é esse. Parece simples, mais não é! Eu conheço meu irmão mais que qualquer outro e sei que há algo de errado com ele ultimamente, e que aquele moleque pode se aproveitar disso afim aprontar novamente — tentou manter a calma, por mais que não fosse tão fácil quanto parecia no momento. Segundos depois, continuou: — E para piorar, o responsável dele é nada mais que um sujeito que, por azar do destino, cru
Parecia que todas às almas daquele lugar tivessem sido aprisionadas por um medo imensurável, quebrando seus ossos e mutilando freneticamente os pensamentos dentro de suas mentes.A silhueta de Catherine Jones continuava em pé próximo da porta, assim como sua intensa voz ainda fazia eco pelo quarto até que as paredes estivessem, finalmente, engolidas para si.Michael olhou para o irmão e viu como o mesmo se portara perante a figura matriarcal. Sua respiração saía arduamente de seus pulmões, e uma pequena parte de seu corpo, queria ali, na frente de sua mãe, desmoronar.Ela deu mais uns dois passos para dentro do quarto, e fora intervida pelo mais velho.- Você ficou louco, Woody? - discursara Catherine, um tanto incrédula. - Tem noção do que acabou de falar, meu filho? - algumas lágrimas deslizavam pelo rosto rejuvenescido por uma maquiagem leve que destacava sua pele branca e bem cuidada.Wood
O dia havia amanhecido nebuloso devido à neve que caía aos poucos em Nova Iorque. Na mansão Efron, o silêncio tinha estagnado sob todas às almas que habitavam ali. Por outro lado, parecia que enfim, tudo estava nos conformes e em seus devido lugares.Michael descia calmamente os degraus da escada que dava acesso à sala-de-estar, e observou, mais ao fundo, sua mãe servindo-se com café.Ele sentou-se em sua habitual cadeira e, em seguida, se serviu sem nem ao menos importar que logo a sua frente, à matriarca o encarava com um pouco de indiferença. Talvez pelo que dissera na noite anterior, quando decidiu contrapor às suas medidas restritivas ao irmão.— Você dormiu bem? — ela perguntara autoritária, repousando a xícara encima da mesa de vidro. — Parece um pouco tenso, meu amor — comentou em seguida, assim que não obteve resposta.Michael deu-se ao trabalho de não dizer sequer uma palavra. Permaneceu em silêncio,
— Então você está apaixonado? — perguntara Deniel, num tom de voz nada emotivo.Alexander sentiu uma pontada de ciúme em sua fala e sorriu.— Ainda não — respondeu o mais novo, mantendo Deniel preso ao olhar duro.Ergueu o celular, como se para lembrá-lo do que dissera acerca dos problemas mencionados anteriormente. Deniel respirou fundo após tomar um gole de suco e fitou, mais uma vez, o amigo. Ele não compreendia como Alex parecia tão inteligente e ao mesmo tempo ingênuo demais para as coisas do mundo, a ponto de não notar seu afeto gigantesco por ele. Repousou sutilmente o copo encima da pequena mesa e correu com os dedos pelo cabelo ruivo que mais pareciam chamas em ascensão. Demorou um tempo para que, finalmente, dissesse algo.— Então você sente alguma coisa por ele, não é mesmo? — essa pergunta ferveu o corpo inteiro de Alexander.— Não sei, é complicado — respondera quase que em