Parecia que todas às almas daquele lugar tivessem sido aprisionadas por um medo imensurável, quebrando seus ossos e mutilando freneticamente os pensamentos dentro de suas mentes.
A silhueta de Catherine Jones continuava em pé próximo da porta, assim como sua intensa voz ainda fazia eco pelo quarto até que as paredes estivessem, finalmente, engolidas para si.
Michael olhou para o irmão e viu como o mesmo se portara perante a figura matriarcal. Sua respiração saía arduamente de seus pulmões, e uma pequena parte de seu corpo, queria ali, na frente de sua mãe, desmoronar.
Ela deu mais uns dois passos para dentro do quarto, e fora intervida pelo mais velho.
- Você ficou louco, Woody? - discursara Catherine, um tanto incrédula. - Tem noção do que acabou de falar, meu filho? - algumas lágrimas deslizavam pelo rosto rejuvenescido por uma maquiagem leve que destacava sua pele branca e bem cuidada.
Wood
O dia havia amanhecido nebuloso devido à neve que caía aos poucos em Nova Iorque. Na mansão Efron, o silêncio tinha estagnado sob todas às almas que habitavam ali. Por outro lado, parecia que enfim, tudo estava nos conformes e em seus devido lugares.Michael descia calmamente os degraus da escada que dava acesso à sala-de-estar, e observou, mais ao fundo, sua mãe servindo-se com café.Ele sentou-se em sua habitual cadeira e, em seguida, se serviu sem nem ao menos importar que logo a sua frente, à matriarca o encarava com um pouco de indiferença. Talvez pelo que dissera na noite anterior, quando decidiu contrapor às suas medidas restritivas ao irmão.— Você dormiu bem? — ela perguntara autoritária, repousando a xícara encima da mesa de vidro. — Parece um pouco tenso, meu amor — comentou em seguida, assim que não obteve resposta.Michael deu-se ao trabalho de não dizer sequer uma palavra. Permaneceu em silêncio,
— Então você está apaixonado? — perguntara Deniel, num tom de voz nada emotivo.Alexander sentiu uma pontada de ciúme em sua fala e sorriu.— Ainda não — respondeu o mais novo, mantendo Deniel preso ao olhar duro.Ergueu o celular, como se para lembrá-lo do que dissera acerca dos problemas mencionados anteriormente. Deniel respirou fundo após tomar um gole de suco e fitou, mais uma vez, o amigo. Ele não compreendia como Alex parecia tão inteligente e ao mesmo tempo ingênuo demais para as coisas do mundo, a ponto de não notar seu afeto gigantesco por ele. Repousou sutilmente o copo encima da pequena mesa e correu com os dedos pelo cabelo ruivo que mais pareciam chamas em ascensão. Demorou um tempo para que, finalmente, dissesse algo.— Então você sente alguma coisa por ele, não é mesmo? — essa pergunta ferveu o corpo inteiro de Alexander.— Não sei, é complicado — respondera quase que em
Michael e Woody estavam conversando no quarto. Falavam do futuro, do passado e, claro, do presente. Do agora, do instante que vivenciavam. Ambos tinham uma sintonia quase inexistente no mundo; um amor fraterno invejado e expressavam-se como grandes amigos que eram.Michael mantinha-se jogado num colchão inflável no piso, e Woody, numa cadeira, com os olhos atentos na tela do computador enquanto estudava.— E a Mia?— O que tem ela? — perguntou Michael.— Não se faça de bobo, irmão — o mais novo virou o rosto para fitar os olhos dele, um pouco perdidos no tempo. — Sei que apesar do que houve no passado entre vocês, ainda sente algo por ela.— Repúdio, nada além disso — ignorou o fato da garota ainda rastejar e mutilar seu coração. — Eu realmente pensei que ela me amava, Woody, mas não. Ela é igual à muitas garotas, não merece meu amor.— E quem merece? — questionou
À sexta-feira havia finalmente chegado. Era mais de meio-dia quando ambos os irmãos, Jones Efron, desceram para tomar o café da manhã. Pela primeira vez naquela semana, não haviam notado à mãe, pois com certeza esta tivera saído mais cedo para seus compromissos.Ambos os rostos expressavam-se cansaço. Michael usava apenas um calção moletom preto, destacando sua pele branca e o rosto anguloso e quase quadrado. Woody, no entanto, costumava usar roupas largas, como qualquer adolescente Novaiorquino. Naquela sexta-feira, o mais novo não teria aula pela manhã, apenas um jogo de futebol americano à tarde. Aproveitou o tempo livre — ao menos, o que restou dele —, para conversar com Michael.— Essa cara não é uma das melhores — argumentara Woody, tirando os lábios da beirada da xícara. — Não vai me dizer que não conseguiu levar o boy magia pra sua cama?— Pior que você acertou.Woody sorriu com a sensatez do irm
Um feixe de luz ousou a penetrar pelas cortinas que pareciam dançar elegantemente conforme o vento da manhã corria por elas. O frio do inverno — ainda muito rigoroso —, podia ser sentido mesmo com diversas cobertas.Alexander sentou-se na beirada da cama e fez uma breve recapitulação do que ocorrera na noite anterior. Fechou os olhos se sentindo a pior pessoa do mundo, e procurou por mandar aquilo tudo em direção ao ar, afim de que fosse carregado pelo vento para bem longe. Olhou ao redor e viu que o irmão mais novo não estava na cama, e lembrou-se então, que já teria partido para sua sagrada corrida no sábado pela manhã.Ele finalmente decidiu levantar da cama. Tirou à camisa de dormir e largou em um canto qualquer do pequeno quarto. Acendeu às luzes para enxergar melhor e buscou por seus óculos. Assim que achou um, pôs nos olhos e caminhou até à cozinha. Sua tia ainda estava ali, terminando de arrumar às coisas do café, e percebeu, ao olhar
"— Pensei que você tinha se esquecido de mim!? — a voz de Michael soou tensa. — Eu sei que agir por impulso ao pedi-lo em namoro sem nem ao menos nos conhecermos como deveríamos, mas...""— Tudo bem! — Alexander dissera do outro lado da linha. Um breve silêncio instalou-se na ligação, e nada além das respirações ásperas podiam ser ouvidas, até o instante em que Alexander resolveu continuar. — Eu fui um tolo, admito! Mas eu já sofri tanto por amor, Michael...""Não fica assim — o loiro tentou tranquilizá-lo como podia. Ambos sabiam o preço que era amar, principalmente quando o que estava em jogo eram suas próprias felicidades. — Por favor, esqueça tudo o que eu já lhe disse, o que houve entre nós, nesse tão pouco tempo — Alexander sorriu aliviado, e ao mesmo tempo, incrédulo — é só a gente seguir em frente, na busca do que é melhor para nós, mesmo que isso, para mim, vá doer profundamente!"Um outro silêncio se fez presente.
Como o combinado, Michael pegou sua Ferrari e saiu dirigindo pelas ruas aglomeradas de Nova York. Mas, em sua mente, pairava alguns argumentos até aquele momento inevitáveis de serem questionados. Recordou-se que, um dia, pediu ao irmão para tentar encontrar algo sobre os Taylor Red, porém, segundo Woodrow, não tivera obtido êxito na pesquisa. Mas por que o garoto ainda estava fundido naquele assunto? E, pior: quais eram suas reais intenções naquilo tudo?Tantas perguntas sem respostas. O que Michael realmente sabia era que precisava ser mais rápido e descobrir tudo o que lhe ligava aos Taylors Reds. Mas como? Sabia que tinha algo de errado naquilo tudo, e que o encontro suspeito que tivera com o jovem naquela boate, não foi à toa.Era como se o laço do destino tivesse unido-os outra vez, mesmo que fosse de uma forma tão... inagradável. Enquanto diria pela Avenida Medison Avenue, sentia como se todas as almas do mundo quisessem o ajudar, mas o
Após deixarem o Brooklyn ainda sob à luz do sol, os dois rapazes agora caminhavam pela orla de Manhattan, especificamente, próximo ao lago Washington.O crepúsculo encobria aqueles céus, dando tanta surrealidade que era difícil discernir à realidade da fantasia. Sorridentes, caminhando lado a lado e com às mãos dentro dos bolsos de seus moletom afim de aquecer do frio, ambos pareciam não se importar com às gargalhadas altas que escapavam de suas gargantas conforme algumas piadas eram ditas, em específico, por Michael.Sentaram-se sobre a grama verde, recém-cortada. Os olhos deles seguiram para os turistas que passeavam nos barcos e Iates, e vez ou outra, encaravam-se. Parecia um sonho do qual desejavam jamais acordar.— Você é tão lindo, Alex! — disse Michael, tão perdido naqueles olhos que, antes mesmo de falar, seu semblante já denunciava.Levou às mãos no rosto do rapaz e sentido uma corre