Michael e Woody estavam conversando no quarto. Falavam do futuro, do passado e, claro, do presente. Do agora, do instante que vivenciavam. Ambos tinham uma sintonia quase inexistente no mundo; um amor fraterno invejado e expressavam-se como grandes amigos que eram.
Michael mantinha-se jogado num colchão inflável no piso, e Woody, numa cadeira, com os olhos atentos na tela do computador enquanto estudava.
— E a Mia?
— O que tem ela? — perguntou Michael.
— Não se faça de bobo, irmão — o mais novo virou o rosto para fitar os olhos dele, um pouco perdidos no tempo. — Sei que apesar do que houve no passado entre vocês, ainda sente algo por ela.
— Repúdio, nada além disso — ignorou o fato da garota ainda rastejar e mutilar seu coração. — Eu realmente pensei que ela me amava, Woody, mas não. Ela é igual à muitas garotas, não merece meu amor.
— E quem merece? — questionou
À sexta-feira havia finalmente chegado. Era mais de meio-dia quando ambos os irmãos, Jones Efron, desceram para tomar o café da manhã. Pela primeira vez naquela semana, não haviam notado à mãe, pois com certeza esta tivera saído mais cedo para seus compromissos.Ambos os rostos expressavam-se cansaço. Michael usava apenas um calção moletom preto, destacando sua pele branca e o rosto anguloso e quase quadrado. Woody, no entanto, costumava usar roupas largas, como qualquer adolescente Novaiorquino. Naquela sexta-feira, o mais novo não teria aula pela manhã, apenas um jogo de futebol americano à tarde. Aproveitou o tempo livre — ao menos, o que restou dele —, para conversar com Michael.— Essa cara não é uma das melhores — argumentara Woody, tirando os lábios da beirada da xícara. — Não vai me dizer que não conseguiu levar o boy magia pra sua cama?— Pior que você acertou.Woody sorriu com a sensatez do irm
Um feixe de luz ousou a penetrar pelas cortinas que pareciam dançar elegantemente conforme o vento da manhã corria por elas. O frio do inverno — ainda muito rigoroso —, podia ser sentido mesmo com diversas cobertas.Alexander sentou-se na beirada da cama e fez uma breve recapitulação do que ocorrera na noite anterior. Fechou os olhos se sentindo a pior pessoa do mundo, e procurou por mandar aquilo tudo em direção ao ar, afim de que fosse carregado pelo vento para bem longe. Olhou ao redor e viu que o irmão mais novo não estava na cama, e lembrou-se então, que já teria partido para sua sagrada corrida no sábado pela manhã.Ele finalmente decidiu levantar da cama. Tirou à camisa de dormir e largou em um canto qualquer do pequeno quarto. Acendeu às luzes para enxergar melhor e buscou por seus óculos. Assim que achou um, pôs nos olhos e caminhou até à cozinha. Sua tia ainda estava ali, terminando de arrumar às coisas do café, e percebeu, ao olhar
"— Pensei que você tinha se esquecido de mim!? — a voz de Michael soou tensa. — Eu sei que agir por impulso ao pedi-lo em namoro sem nem ao menos nos conhecermos como deveríamos, mas...""— Tudo bem! — Alexander dissera do outro lado da linha. Um breve silêncio instalou-se na ligação, e nada além das respirações ásperas podiam ser ouvidas, até o instante em que Alexander resolveu continuar. — Eu fui um tolo, admito! Mas eu já sofri tanto por amor, Michael...""Não fica assim — o loiro tentou tranquilizá-lo como podia. Ambos sabiam o preço que era amar, principalmente quando o que estava em jogo eram suas próprias felicidades. — Por favor, esqueça tudo o que eu já lhe disse, o que houve entre nós, nesse tão pouco tempo — Alexander sorriu aliviado, e ao mesmo tempo, incrédulo — é só a gente seguir em frente, na busca do que é melhor para nós, mesmo que isso, para mim, vá doer profundamente!"Um outro silêncio se fez presente.
Como o combinado, Michael pegou sua Ferrari e saiu dirigindo pelas ruas aglomeradas de Nova York. Mas, em sua mente, pairava alguns argumentos até aquele momento inevitáveis de serem questionados. Recordou-se que, um dia, pediu ao irmão para tentar encontrar algo sobre os Taylor Red, porém, segundo Woodrow, não tivera obtido êxito na pesquisa. Mas por que o garoto ainda estava fundido naquele assunto? E, pior: quais eram suas reais intenções naquilo tudo?Tantas perguntas sem respostas. O que Michael realmente sabia era que precisava ser mais rápido e descobrir tudo o que lhe ligava aos Taylors Reds. Mas como? Sabia que tinha algo de errado naquilo tudo, e que o encontro suspeito que tivera com o jovem naquela boate, não foi à toa.Era como se o laço do destino tivesse unido-os outra vez, mesmo que fosse de uma forma tão... inagradável. Enquanto diria pela Avenida Medison Avenue, sentia como se todas as almas do mundo quisessem o ajudar, mas o
Após deixarem o Brooklyn ainda sob à luz do sol, os dois rapazes agora caminhavam pela orla de Manhattan, especificamente, próximo ao lago Washington.O crepúsculo encobria aqueles céus, dando tanta surrealidade que era difícil discernir à realidade da fantasia. Sorridentes, caminhando lado a lado e com às mãos dentro dos bolsos de seus moletom afim de aquecer do frio, ambos pareciam não se importar com às gargalhadas altas que escapavam de suas gargantas conforme algumas piadas eram ditas, em específico, por Michael.Sentaram-se sobre a grama verde, recém-cortada. Os olhos deles seguiram para os turistas que passeavam nos barcos e Iates, e vez ou outra, encaravam-se. Parecia um sonho do qual desejavam jamais acordar.— Você é tão lindo, Alex! — disse Michael, tão perdido naqueles olhos que, antes mesmo de falar, seu semblante já denunciava.Levou às mãos no rosto do rapaz e sentido uma corre
— Woodrow! — Michael sussurrou. Parecia atônito com a mão direita sobre o peito; fechando os olhos e baixando à cabeça, sentiu um leve vazio na alma.— O que aconteceu meu amor? — Alexander estava visivelmente abatido pela forma como o namorado se comportava agora, triste e longe daquele ambiente.Ambos estavam num quiosque, tomando um chope, quando Michael sentiu um aperto no coração e, de imediato, Woodrow, seu irmão mais novo, viera em sua mente.— Uma sensação esquisita — ele dissera erguendo o olhar. — Um vazio na alma, Alex! — completou com lágrimas adornando seus olhos.— Se você quiser ir embora, meu amor, é só falar?! — Michael não queria decepcionar Alexander logo no primeiro encontro, mas aquele sensação falou mais alto.— Eu quero passar lá em casa antes de levar você no Brooklyn — Alex sabia da aproximação e amor dos irmãos, e por mais que quisesse passar à noite inteira com
— Todas às câmeras de segurança do condomínio onde reside, não captou nenhuma outra movimentação estranha na sua casa, Sr. Efron — falou o delegado, enquanto gesticulava. — A não ser, da sua mãe e do outro rapaz.Michael limpou os olhos, não queria por nenhum segundo acreditar que sua mãe tivera feito aquilo com o próprio filho.— Já identificaram o homem que estava com ela? — ele perguntou.— Ainda não! Mas é uma questão unânime de tempo para que tenhamos ele em nossas mãos — ele fez uma pausa enquanto pegava alguns papéis de cima da mesa. — O que sabemos até agora, é da existência de diversas transferências bancárias para uma conta nas Bahamas, em nome de: Deniel Dmitri Houston Ashford! Por enquanto, ainda não identificamos quem ele é, porém, à inteligência já está trabalhando nisso.— E quanto à minha mãe? — Michael questionou.— Ainda não foi localizada. De acordo c
Era segunda-feira. Michael tinha acabado de se levantar e quando estava descendo os degraus, os empregados tinham removido o sangue coagulado do piso e aspirado algo aromatizado no ambiente. Parecia até que não tinha acontecido nada há quase dois dias. Muito abatido e sem forças afim de se expressar, o rapaz caminhou rumo à cozinha onde Lílian já preparava o café, e Maria Marta, concluía a arrumação da mesa.— Cadê os seguranças da mansão, Lílian? — perguntou Michael, assim que chegou.— Estão no jardim, Sr. Efron!— Peça que todos venham até mim, se possível, agora. — ordenou o rapaz se sentando.Lílian imediatamente enxugou às mãos no guardanapo e saiu rumo ao quintal da casa. Na cozinha, Maria Marta encarava o mais novo com um olhar triste, porém, sugestivo à melhora do irmão.— Sinto muito pelo que está acontecendo, Sr. Efron! — solidarizou-se Maria Marta, servindo o rapa