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Larissa

O natal se passou, eu estava em paz comigo mesma, ainda triste por perder meu pai. Talvez algumas pessoas me achem hipócrita por aparentemente deixar meu pai sem me importar e agora estar sofrendo por perdê-lo, mas só quem passa pela situação sabe.

Me levantei da cama e fui até a sala; Rangel já estava ouvindo rap às oito da manhã na TV e comendo pão com ovo. Meu Deus, esse homem é doido.

— Foda-se a adidas, não me manda os kits, eu tenho grana, eu mesmo compro se eu quiser. — ele cantarolava.

- Por que acordou cedo? - falei o abraçando por trás.

— Sei lá, vontade. — deu de ombros. Bom dia. — selou nossos lábios.

— Vai pra boca não?

— Sai, tô de férias.

— Ih, parou de traficar? - ri.

— Bandido não para, bandido dá um tempo.

— Mas você vai parar, pois vamos viajar para fora do país. - pisquei para ele.

— Sei disso, mas vai ser melhor pra nós! — disse decidido.

Rangel foi pôr o prato na pia, só de sentir o cheiro de ovo me deu um revirar no estômago; corri para o banheiro e vomi
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