ROMANCE SOBRENATURAL +18 Quando tudo aconteceu, eu não esperava que aquilo me abalasse tanto. Eu continuei trabalhando, seguindo a minha vida e tentando esquecer o que havia ocorrido. Deixei de ir à Universidade para ficar atrás de um balcão servindo café e recebendo gorjetas de alguns clientes, alguns não tão simpáticos. Não era fácil, mas eu tentava. Tentava mesmo. Mas aí ele apareceu. Por um instante, eu achei que não seria possível um homem como ele olhar para mim. Não que eu fosse feia, ou boba, nada disso. Eu tinha minha autoestima elevada e sempre me achei muita areia para o caminhão de qualquer homem de Harlingen, uma bela cidade do Texas, de onde vi todos saírem e somente eu ficar para trás. Ele também se foi, assim como os outros; não Blaine, ele. Aquele que era para me apoiar, mas nada fez no momento mais difícil da minha vida.
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No Céu, Raphael me falou de como o amor dos humanos poderia mudar qualquer ser, fosse ele celeste ou não. Até o nosso irmão Lúcifer havia mudado por causa dos humanos, mas por motivos medonhos. Que era por isso que o nosso Pai os amava tanto. Eu fui alertado para focar apenas na missão, e falhei em me manter longe dela.E então a batalha no Céu começou, e despenquei de lá para impedir que o anticristo fosse gerado. A humana responsável teria que ser morta.Blaine Wayne Carter nasceu no dia 23 de julho de 1989 na cidade de Oklahoma. Seus pais morreram em um acidente de avião, sete anos depois do seu nascimento. Família rica, com vários investimentos e aplicações em bancos. Tivera uma banda na adolescência, mas nada muito sério na juventude. Ele não precisaria trabalhar pelo resto da vida. Sua última aventura foi saltar de paraquedas,
O nervosismo era nítido no momento em que parei na frente da nova casa, onde eu e mais três pessoas que faziam toda a diferença na minha vida, morávamos. Qual seria a reação dele ao olhar para Miguel, que era a sua versão em miniatura? Vários sentimentos passaram pelo meu corpo, mas o do medo se alojou no coração. Eu olhava para Blaine e me perguntava se ele gostaria de saber que tinha um filho, a concretização do amor que sentia por ele, parado em sua frente.— Parece ser uma ótima casa — observou.— Digamos que ela corresponde a minha necessidade... — falei sem jeito. Claro que a casa correspondia. Miguel podia ser meu filho, mas quando ele começava a bagunçar com os tios, ela se tornava minúscula. O estrago era certo, e a minha dor de cabeça mais ainda. — Sente aqui. Já volto... — obediente, meu ogro rom&aci
— Não, mamãe! — Miguel gritava correndo pela casa enquanto eu o seguia para fazer cócegas nele. Gregg e Mike estavam escondidos em algum lugar, de tocaia, para pegar nosso pequeno.Como ele havia crescido tanto em tão pouco tempo?Estava ficando cada dia mais parecido com Blaine, e isso me enchia de orgulho. Infelizmente ele nunca saberia que o pai era um herói. Um homem cujo único propósito foi proteger a humanidade das maldades de Lúcifer.— Vou pegar você! — nem parecia que eu era a mãe. Miguel se tornou mais adulto do que eu e em geral ele ganhava as discussões.Quando eu estava quase alcançando meu pequeno, Mike apareceu do nada e o agarrou fazendo-o gritar ainda mais alto.— Tio Mike! — eu parei. Apenas para observar Gregg aparecendo e se juntando à brincadeira. Era lindo ver m
Gabriel lançou-se no ar com um salto e suas asas prateadas surgiram como se fosse um passe de mágica, se abrindo e voando. Nas suas mãos surgiram uma espada em cada, com fogo se espalhando por toda a extensão de cada uma. O fogo cor de vinho que saía delas era impressionante, mas também mortal. Aquela batalha estava apenas começando contra Gadrel. Seu corpo era habilidoso, contra-atacando um dos caídos mais poderosos de Lúcifer. Raphael também se jogou no ar, abrindo suas asas para começar a batalha. As estrelas ainda caíam do céu e vários demônios surgiam. Anjos se defendiam com as suas asas, usando as pontas com lâminas fatais. Os demônios usavam suas espadas e vi muitos se darem bem em seus ataques. Eu sabia o porquê de ele estar me defendendo: ele também me amava. Meus olhos se encheram de lágrimas. Aquelas lágrimas que eu não quer
“Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão. E o Dragão lutou, junto com seus anjos, mas foram derrotados e expulsos do céu. E o enorme Dragão, a antiga serpente, o diabo ou Satanás, como é chamado, o sedutor do mundo inteiro, foi lançado sobre a terra, e seus anjos foram lançados junto com ele.” Apocalipse 12, 7-9Blaine havia me falado que era melhor a cidade não saber o que estava acontecendo. Se a esperança fosse algo distante, ele não queria que perdessem a única coisa que eles tinham: a fé.A batalha aconteceria ali mesmo na cidade, e não importava se ficássemos. De nada ia adiantar desejar fugir; no fim, tudo se resumiria a pó.— Precisamos da espada... — falou Gabriel enquanto voltávamos para minha casa.— Raphael ficou encarregado de buscar a Excalibur — como assim? A espada do rei Arthur?Olhei para os dois na minha frente e fiquei sem saber o que falar. Sabia que a Excalibur era apenas história contada ao l
No instante em que fechei os olhos, eu soube que nada seria como antes. Imaginei como conseguiriam vencer aquela batalha, e mesmo confiando que o bem sempre vence o mal, o medo brotou dentro de mim. O medo de perder aquele que tinha se tornado não só parte da minha vida, como também parte da minha alma. O mais assustador foi saber que ele teria me matado se não tivesse se apaixonado por mim.De repente um som agudo atravessou os meus tímpanos, causando uma dor tão grande, que gritei a plenos pulmões. Só poderia ser Blaine curando os ferimentos de Gregg. De que outra forma eu explicaria aquele som ensurdecedor?— Lili?! — eu consegui escutar quando o som agudo diminuiu. — Abra os olhos.— Blaine — não era mais Gabriel que me segurava nos braços, mas sim o meu namorado. Quando abri os olhos, vi o quão devastador poderia ser o seu poder. Boa part
Desisti de insistir em ligar para Blaine me buscar na terceira tentativa. A sensação de que ele precisava de mim bateu em cheio e não conseguia tirar isso da minha mente enquanto seguia caminhando. Não estava me importando muito com o fato de não ter uma viva alma na rua, apenas queria chegar na casa dele e ter certeza de que tudo se encontrava na mais santa paz.Assim que cheguei na frente da casa de Blaine um arrepio tomou conta do meu corpo. A porta da casa estava aberta, com os vidros das janelas quebrados e um rastro de sangue se seguia na entrada. Sei que parecia loucura, e que eu deveria ter ligado para a polícia, mas a curiosidade, e ao mesmo tempo o medo de que o meu pressentimento estivesse certo, me chamou para abrir aquela porta. Tudo na casa dele estava revirado. Levando a mão até a boca, senti o meu estômago embrulhar. Se eu estava com medo, naquele momento, tudo se transformou em algo m
Assim que terminei de me arrumar para ir ao trabalho, decidi que deveria visitar Kate, que ainda estava no hospital com Gabriel. Queria perguntar, olhando em seus olhos, se tudo não tinha passado de uma armação dos dois. O peso de desgosto antecipado que isso causava me deixava ainda mais angustiada.— Tem certeza que quer ir lá sozinha? — Blaine estava atrás de mim, me envolvendo em seus braços e beijando o meu pescoço.— Preciso conversar com ela — suspirei, segurando suas mãos enquanto encarava o nosso reflexo no espelho.— Vou estar esperando você do lado de fora — prometeu; nosso olhar se encontrou e ficamos em silêncio.— Promete que sempre vai ficar ao meu lado... — pedi com uma tristeza inexplicável e repentina.— Tudo o que você quiser, meu anjo.Andei pelo c