“Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão. E o Dragão lutou, junto com seus anjos, mas foram derrotados e expulsos do céu. E o enorme Dragão, a antiga serpente, o diabo ou Satanás, como é chamado, o sedutor do mundo inteiro, foi lançado sobre a terra, e seus anjos foram lançados junto com ele.” Apocalipse 12, 7-9
Blaine havia me falado que era melhor a cidade não saber o que estava acontecendo. Se a esperança fosse algo distante, ele não queria que perdessem a única coisa que eles tinham: a fé.
A batalha aconteceria ali mesmo na cidade, e não importava se ficássemos. De nada ia adiantar desejar fugir; no fim, tudo se resumiria a pó.
— Precisamos da espada... — falou Gabriel enquanto voltávamos para minha casa.
— Raphael ficou encarregado de buscar a Excalibur — como assim? A espada do rei Arthur?
Olhei para os dois na minha frente e fiquei sem saber o que falar. Sabia que a Excalibur era apenas história contada ao l
Gabriel lançou-se no ar com um salto e suas asas prateadas surgiram como se fosse um passe de mágica, se abrindo e voando. Nas suas mãos surgiram uma espada em cada, com fogo se espalhando por toda a extensão de cada uma. O fogo cor de vinho que saía delas era impressionante, mas também mortal. Aquela batalha estava apenas começando contra Gadrel. Seu corpo era habilidoso, contra-atacando um dos caídos mais poderosos de Lúcifer. Raphael também se jogou no ar, abrindo suas asas para começar a batalha. As estrelas ainda caíam do céu e vários demônios surgiam. Anjos se defendiam com as suas asas, usando as pontas com lâminas fatais. Os demônios usavam suas espadas e vi muitos se darem bem em seus ataques. Eu sabia o porquê de ele estar me defendendo: ele também me amava. Meus olhos se encheram de lágrimas. Aquelas lágrimas que eu não quer
— Não, mamãe! — Miguel gritava correndo pela casa enquanto eu o seguia para fazer cócegas nele. Gregg e Mike estavam escondidos em algum lugar, de tocaia, para pegar nosso pequeno.Como ele havia crescido tanto em tão pouco tempo?Estava ficando cada dia mais parecido com Blaine, e isso me enchia de orgulho. Infelizmente ele nunca saberia que o pai era um herói. Um homem cujo único propósito foi proteger a humanidade das maldades de Lúcifer.— Vou pegar você! — nem parecia que eu era a mãe. Miguel se tornou mais adulto do que eu e em geral ele ganhava as discussões.Quando eu estava quase alcançando meu pequeno, Mike apareceu do nada e o agarrou fazendo-o gritar ainda mais alto.— Tio Mike! — eu parei. Apenas para observar Gregg aparecendo e se juntando à brincadeira. Era lindo ver m
O nervosismo era nítido no momento em que parei na frente da nova casa, onde eu e mais três pessoas que faziam toda a diferença na minha vida, morávamos. Qual seria a reação dele ao olhar para Miguel, que era a sua versão em miniatura? Vários sentimentos passaram pelo meu corpo, mas o do medo se alojou no coração. Eu olhava para Blaine e me perguntava se ele gostaria de saber que tinha um filho, a concretização do amor que sentia por ele, parado em sua frente.— Parece ser uma ótima casa — observou.— Digamos que ela corresponde a minha necessidade... — falei sem jeito. Claro que a casa correspondia. Miguel podia ser meu filho, mas quando ele começava a bagunçar com os tios, ela se tornava minúscula. O estrago era certo, e a minha dor de cabeça mais ainda. — Sente aqui. Já volto... — obediente, meu ogro rom&aci
No Céu, Raphael me falou de como o amor dos humanos poderia mudar qualquer ser, fosse ele celeste ou não. Até o nosso irmão Lúcifer havia mudado por causa dos humanos, mas por motivos medonhos. Que era por isso que o nosso Pai os amava tanto. Eu fui alertado para focar apenas na missão, e falhei em me manter longe dela.E então a batalha no Céu começou, e despenquei de lá para impedir que o anticristo fosse gerado. A humana responsável teria que ser morta.Blaine Wayne Carter nasceu no dia 23 de julho de 1989 na cidade de Oklahoma. Seus pais morreram em um acidente de avião, sete anos depois do seu nascimento. Família rica, com vários investimentos e aplicações em bancos. Tivera uma banda na adolescência, mas nada muito sério na juventude. Ele não precisaria trabalhar pelo resto da vida. Sua última aventura foi saltar de paraquedas,
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Quando tudo aconteceu, eu não esperava que aquilo me abalasse tanto. Eu continuei trabalhando, seguindo a minha vida e tentando esquecer o que havia ocorrido. Deixei de ir à Universidade para ficar atrás de um balcão servindo café e recebendo gorjetas de alguns clientes, alguns não tão simpáticos.Não era fácil, mas eu tentava. Tentava mesmo.Mas aí ele apareceu. Por um instante, eu achei que não seria possível um homem como ele olhar para mim. Não que eu fosse feia, ou boba, nada disso. Eu tinha minha autoestima elevada e sempre me achei muita areia para o caminhão de qualquer homem de Harlingen, uma bela cidade do Texas, de onde vi todos saírem e somente eu ficar para trás. Ele também se foi, assim como os outros; não Blaine, ele. Aquele que era para me apoiar, mas nada fez no momento mais difícil da minha vida. Por isso, eu tinh
A parte mais difícil da manhã era ter que me levantar para ir trabalhar. E apenas pelo fato de não querer olhar para a cara dele. Minha noite tinha sido um completo inferno, e a culpa era toda dele. Ainda sonolenta, me espreguicei tentando despertar mais um pouco e me levantei da cama, seguindo lentamente para o banheiro.Eu estava horrível. Olheiras e um aspecto cansado tomava conta do meu semblante. Nem toda maquiagem do mundo salvaria aquele desastre. Assim que tomei meu banho, vesti meu uniforme e dei um jeito na juba, amarrando-a em um coque e enfeitando com um laço cor-de-rosa.Eu estava na mais santa paz, saindo da minha residência e tentando fechar a maldita da minha porta, quando escutei a sua voz.— Bonito laço, vizinha...— juro que tentei respirar. Meus olhos se fecharam automaticamente, enquanto eu tomava coragem para me virar e olhar para ele.— Blaine...— finalmente cons
Não estava tudo totalmente escuro enquanto eu caminhava pelo corredor; no final dele havia uma porta entreaberta. Flashes de luzes azuis e avermelhadas saíam pela abertura, e tudo que eu sentia era um arrepio de medo. Por algum motivo eu não conseguia me distanciar dali e ir embora. Pude ouvir gritos, mas estavam distantes de mim. Assim que abri a porta, vi o que realmente eram as luzes. De repente eu estava do lado de fora de uma casa que nunca tinha visto na vida, e precisei proteger meus olhos contra o ardor que as luzes lhes causavam. Com muita determinação olhei para o céu e vi bolas de fogo se chocarem. O que saíam delas não era apenas luzes, mas sim fogo. Labaredas azuladas, tomando conta de uma bola de fogo avermelhada. Em segundos, após tomar conta, algo foi lançado do céu. O fogo azul foi ficando mais brando e começou a descer rapidamente, enquanto eu corria na direçã