“Que tal um encontro no telhado de casa?”, a mensagem chegou para Luke em meio ao expediente.
Foi um dia de muito trabalho e eles nem conseguiram almoçar juntos. Contudo, a moça não queria adiar a conversa.
“Claro, habibti… será adorável!”, Luke a respondeu.
Na v
— Não acho adequado que recorramos ao serviço remoto para lidarmos com todo esse processo. — Amanda refletiu.Estavam sentados em diferentes sofás com as pernas esticadas enquanto comiam sua pizza. O silêncio pairava quando a moça subitamente levantou o assunto.— Concordo que acabamos de voltar e não podemos simplesmente transmitir um ar tão descompromissado… — Luke assentiu com a cabeça.
— O que mais tenho para fazer hoje, Mari? — Amanda perguntou enquanto caminhava de volta à sua sala.Era um dia agitado para a jovem CEO. Quando chegou à reunião com o setor comercial, não esperava demorar tanto.— Luke quer falar com você. — Mariana a respondeu. — Disse não ser nada sério, mas me pareceu preocupado.Amanda parou de andar, olhando para a secretária.— Terei com ele…— Se me permite sugerir, reservo o almoço para vocês.— Você é um anjo na Terra, Mari! — Amanda a elogiou.A secretária apenas lhe sorriu e a cumprimentou para ir aos seus afazeres enquanto Amanda se apressou para a sala.Observou os documentos da reunião onde estavam estratégias bem traçadas e seus planos estavam a um passo.“Franco & Silva Exportações”, dizia o logo no computador. Amanda o observou, motivando-se a continuar.“Almoço?”, ela mandou mensagem ao seu CFO.“Mariana já me avisou… posso te buscar”, Luke se ofereceu.“Agradeço… não estou bem para dirigir hoje!”Indo ao banheiro, retocou a maquiag
Ainda era uma terça-feira e Amanda não poderia estar se sentindo mais pressionada, tentando presumir como ficariam os negócios com a tal mudança entre os iranianos.A exportadora era um grande nome do mercado halal e poderia se recuperar, mas precisaria começar a galgar novos nomes para assumir as posições dos clientes que perderiam.O grupo iraniano Nazari era o maior cliente e não ter a receita advinda dos negócios com eles seria muito impactante para a empresa, exigindo criatividade para driblar a crise.Luke a dirigiu de volta à empresa e seguiu ao seu escritório enquanto Amanda também foi à sua sala e se trancou, deixando um único recado para sua secretária:— Estou indisponível pela próxima hora!Mariana lhe alertaria sobre as próximas reuniões, mas a CEO apenas a ignorou e conseguiu ficar só por uma longa hora, que usou apenas para tentar se tranquilizar.Era muito ansiosa comumente e isso seria demais.Voltando ao trabalho, foi objetiva, como sempre. Precisou de novos contatos
— Sigamos observando. Quero atualizações de cada avanço ou novo rumor — dizia Luke ao estagiário. — Sei estar fora do nosso escopo, mas posso poupá-lo de outros trabalhos por ora.— Sim, senhor! — O jovem assentiu rapidamente.O tempo de Luke durante o dia era escasso. Na ligação com sua mãe, fora avisado de um almoço com o pai e um homem, que o rapaz já sabia ter alguma filha.Mesmo que conseguisse usar o trabalho como desculpa para não se prolongar nesse tipo de conversa, sabia que logo não conseguiria justificar o porquê de ser solteiro.Seu pai fora muito paciente e isso estava acabando. Mesmo com a ajuda de sua mãe, a validade estava chegando…Foi uma manhã de muito trabalho, principalmente lidando com as expectativas dos números nos próximos dias.O cenário não era positivo e o mercado já conhecia o rumor da corte iraniana, o que fazia a exportadora perder um pouco mais de valor de mercado que ele gostava de ver.Moveu-se com alguns dos seus para atenuar os impactos das notícias
Foi um resto de semana agitado para Amanda.O bairro residencial onde morava, Vila Yolanda em Foz do Iguaçu, tinha um ar pacífico e agradável. A volta para casa ocorrera na sexta-feira e o trânsito colaborou muito.Amanda marcou com Mariana para sair no dia seguinte, mas a noite de sexta seria reservada apenas para se cuidar.As ruas largas e arborizadas já tinham o suave trânsito animado de mães com seus filhos começando a fazer as compras para a Páscoa, o que fez Amanda sorrir ao ver.Acabou lembrando dos bons dias onde seu pai cumpriu com aquele papel e lhe levou para escolher chocolates e presentes para distribuírem aos empregados da casa.Abraçada pela boa sensação, voltou para a casa que não era tão grande, condizendo com o conforto que Roberto gostava e os poucos luxos que se permitiu em sua vida.A moça estacionou ao lado do carro do pai na garagem e seguiu à entrada. Os saltos permitiram olhar pela janela da sala e ela o fez, antes de entrar, avistando os cabelos grisalhos de
Foi cedo quando Luke saiu de sua casa. O clima não estava tão bom com seu pai e ele decidiu não pressioná-lo, obrigando-o a olhar para o filho solteiro.Amanda acordou cedo e, com ajuda das domésticas, preparou um bom café da manhã para receber o amigo. Escolheu ingredientes e pratos com cuidado.Com ajuda do jardineiro, que pouco trabalho tinha, conseguiu organizar um espaço na mesa que ficava às costas da casa no quintal para servir tudo.Tinha um plano, mas não teve tempo de redigi-lo, logo, era uma das poucas vezes em que a mesa teria uma pequena pilha de papéis e eles estariam em branco.Luke vestia um esporte social, seu visual mais casual.— Salaam aleikum, habibti! — Ele sorriu largo ao vê-la.— Essalam… — A moça retribuiu. — Como está?— Melhorando devagar — riu. — O que tem em mente?— Ai! Comemos primeiro — repreendeu.Ele riu, assentiu com a cabeça e eles foram ao jardim.Amanda já conhecia o que ele gostava de comer e foi justamente a refeição matinal que serviu. Acompanh
Fora uma segunda-feira cansativa onde Amanda não conseguiu descansar, pensando na reunião do dia seguinte.Os preparativos para a feira estavam indo muito bem.A comitiva da empresa já estava preparada, mas se comprometeram em ajudar Amanda na inclusão de Luke.Como já era habitual, a CEO pernoitou no escritório. Banhou-se num hotel e, cedo, estava pronta para a reunião.De volta ao edifício, organizou uma boa recepção, esperando que o enviado Nazari fosse alguém acostumado a lidar com viagens ao exterior.Por volta das sete, Mariana lhe notificou:— Senhora, seu convidado Nazari chegou…A voz de Mariana estava um pouco diferente, apreensiva; mas Amanda não a indagou. Apenas seguiu à recepção para ser quem receberia e guiaria o convidado à sala de reunião.O homem era alto e magro, tinha uma barba longa bem cuidada e cabelos escuros levemente ondulados até os ombros. Ele tinha postura ereta. Não abdicou das vestes típicas de casa, usava um chapéu redondo branco e longo manto escuro.A
“Droga! Estraguei tudo…”, era o que a culpa vivia repetindo na mente de Amanda que não se contentava com a resolução da reunião com o sucessor Nazari.Enquanto na reunião dos diretores, a moça não conseguiu prestar atenção em absolutamente nada. Estavam todos reunidos e ela estava avoada.— Amanda? — Luke a chamou.Estava de pé, falando do que traçou como estratégia do setor financeiro conforme os diferentes cenários que poderiam se apresentar no decorrer do ano.— Hm? — Ela o olhou. — D-desculpa! Não me sinto bem.A visão da moça embaçou enquanto o olhava.— O que está sentindo? — Roberto se preocupou.— E-eu… não tenho…A moça silenciou, pondo as mãos na cabeça.Devagar, seu corpo começava a perder forças e ela não pôde fazer nada para combater tal sensação.Mais jovem, Luke foi quem correu para ampará-la.Chamou-lhe pelo nome algumas vezes, mas Amanda apenas desfaleceu. Preocupando todos os reunidos à mesa.Roberto acionou a emergência sendo acompanhado pelo CFO até o hospital. Luk