Capítulo 16

As primeiras semanas na cobertura foram uma mistura de fascínio e vazio. O apartamento era o que qualquer pessoa descreveria como o ápice do luxo: mármores reluzentes no chão, janelas amplas que iam do chão até o teto e exibiam uma vista deslumbrante da cidade, móveis sofisticados que pareciam mais adequados a um museu do que a uma casa. Eu deveria me sentir privilegiada, mas, ao contrário, sentia-me uma estranha. O silêncio ecoava mais alto do que qualquer barulho, e a grandiosidade do lugar parecia amplificar a minha solidão.

Todas as manhãs, a rotina era quase mecânica. Eu acordava com a luz natural filtrada pelas cortinas translúcidas e, sem querer, buscava pelo som de outra presença. Nada. Leonardo saía cedo, sempre impecável em seus ternos, deixando apenas um leve aroma de colônia pelo ar.

Eu me ocupava explorando o apartamento, como uma turista na própria casa. Havia uma biblioteca com livros que pareciam nunca ter sido abertos, uma cozinha equipada como a de um restaurante est
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