Então levantei as mãos para o alto e gritei nunca me senti tão feliz na minha vida. A moto fez uma curva ainda mais fechada, aqui no face agarrei mais sua cintura e eu quase perdi o fôlego. O vento cortava minha pele, e meu coração batia fora de compasso, mas o sorriso dele, eu senti ele sem nem precisar olhar, como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo comigo. E então veio a última manobra. Ele virou a moto ao contrário. Quando ele finalmente desacelerou, trazendo a moto de volta ao chão, meu coração batia tão forte que doía. Ele olhou para mim. E viu. — Gostou, não foi? — A voz dele veio afiada. Eu engoli em seco, mas não deixei que ele percebesse. Não respondi — Tsc… Garotas como você… loirinha, riquinha… são as piores. A provocação bateu forte, mas não como um tapa. Como um soco no ego. Meus olhos se estreitaram. — Ah, é? — Minha voz saiu firme, cortante, mesmo que por dentro algo queimasse. — Acha que me conhece? — Falei entre os dentes, o desafio e
— Por favor, não — eu tentei gritar de novo, mas a voz não saiu. Era apenas um sussurro rouco, perdido no silêncio da sala.Ele não respondeu. Apenas sorriu, um sorriso que não chegava aos olhos….Acordei Gritando.Minha respiração veio em soluços irregulares, e o suor escorria pelo meu rosto, gelado como se o próprio pesadelo tivesse grudado na minha pele. O quarto estava incompleta escuridão, mas o cheiro ainda estava ali. Sangue. Muito sangue. Eu estava sangrando. Escorria por entre minhas pernas, quente, denso.Meus pulmões pareciam queimar enquanto eu tentava puxar o ar, mas só conseguia sentir aquele gosto metálico na garganta, o desespero se agarrou a mim como garras invisíveis, apertando, sufocando, arrancando qualquer resquício de racionalidade.— Eu não tive culpa! — Minha própria voz soou cortante, rachada, como se estivesse saindo de um lugar muito mais profundo do que minha garganta. — Foi ela... foi ela! Ela me obrigou! Eu não quis! Eu nunca quis!Minhas mãos tremiam.
Parte 1 Começo um tropeço, e não há perdão✿ Nunca me importei com ninguém, até o ver escorrer pelos meus dedos, quente e pesado, uma sensação que nunca esquecerei. É estranho, quase irônico, como tudo começou. Talvez nunca tenha sido sobre amor. Mais , olhando para trás, não consigo evitar a sensação de que fui eu quem puxou o gatilho, e a partir daquele momento minha a vida mudou drasticamente. (❛❛❛) Já passava das seis da tarde, mas o céu ainda exibia aquele tom alaranjado famoso clichê do interior, como se quisesse fingir que aquele lugar era bonito. Foi quando decidi dar uma volta pela fazenda Torres… Estava a poucos passos de deixar para trás essa cidade, minha casa. Odiava esse lugar. Tudo nele. monotonia tranquila. Desde o dia em que meu pai decidiu que comprar uma fazenda no interior seria "boa ideia. Era a terra natal dele, um lugar pequeno e abafado chamado San Ignacio, a umas 1 horas de carro da capital do México. Eu tinha sete anos quando nos mudamos. A
Por anos, nossas famílias viveram em constante conflito. Era como se a rivalidade fosse gravada em nossos DNAs. Os pais de Davi sempre estiveram na linha de frente, enfrentando eleição após eleição, determinados a tirar do poder aquela maldita família. Porém, tudo mudou quando a família Galisteu perdeu o cargo. Descobriu-se que ele estava envolvido em um caso amoroso com o padre da cidade. Esse foi o maior escândalo da década—todo mundo comentava ao mesmo tempo, e, embora a internet tentasse evitar que fosse o assunto mais falado, não teve sucesso.Foi então que a eles começou a agir, tentando desesperadamente reverter a situação e limpar a imagem de "boas pessoas" que tanto se esforçaram para manter. Como eram próximos de várias figuras influentes, qualquer escândalo poderia manchar a reputação que construíram ao longo dos anos.A estratégia deles se estendeu por um longo tempo, incluindo até mesmo a indicação de outras pessoas para disputar o cargo de prefeito. Mas, no final, não d
Ele avançou, e foi como se a própria sala encolhesse à sua volta. Era impossível ignorar sua presença; com quase dois metros de altura, ele parecia dominar todo o espaço. Eu, com meu mísero metro e cinquenta e nove, me sentia ainda menor diante dele, uma presa encurralada.— Qual é o seu maldito problema?! — gritei, meus punhos cerrados, meu corpo tremendo entre o medo e a raiva. — Se o objetivo era me matar de susto, parabéns, você conseguiu, idiota!Ele parou, ficando tão perto que eu quase podia sentir o calor que emanava de seu corpo. olhos castanhos tão profundos e escuros que parecia impossível encontrar o fundo. As mãos grandes, envoltas em luvas de couro preto, estavam tensas ao lado do corpo, como se ele lutasse para se controlar. O contraste com o roupa de cowboy impecável que usava só tornava sua aparência mais intimidante.— Isso não foi minha primeira opção, Ayla — ele disse, a voz baixa e arrastada, quase hipnotizante, como um veneno que se espalhava lentamente. Seus ol
Agora, olhando para ele, hipnotizada. Seus traços são perfeitos de um jeito quase bruto, como algo que só a terra poderia moldar. A pele morena dele reluzia de forma sutil sob o sol que se infiltrava pelas frestas da janela. Havia algo quase mágico no jeito que a luz o tocava, destacando seus músculos firmes, bem definidos, mas sem exagero, esculpidos pelo trabalho árduo no campo. Ele não era feito de academias ou aparências. Ele era feito de terra, suor, sol, e isso o tornava ainda mais bonito. "Por que você não é rico, seu bobo? pensei — Você poderia ser o homem ideal... Se não fosse tão insignificante." Um sorriso amargo se espalhou em meu rosto. Ele jamais saberia que, por mais que eu desejasse estar com ele, a realidade das nossas classes nos separava, (A dor de desejar o impossível era mais cruel do que qualquer outra coisa.) Eu não estava disposta a me afundar por alguém que não entendia as regras . No final das contas, eu sempre colocaria minha felicidade em primeiro lug
— Ayla, por favor... não vai embora— A voz dele quebrou, como se cada palavra fosse uma luta contra algo muito mais forte do que ele. — Eu... faria qualquer coisa, qualquer coisa que você pedisse, Ayla. Eu me ajoelho, faço tudo. Mas por favor... — A voz dele estava rouca agora, quase inaudível. — Não me deixa. Não quero ficar sem você... não posso. Parei no meio do movimento e me virei para ele, encarando-o pela última vez, como se fosse a última coisa que eu faria naquele momento. Uma lágrima traiçoeira escorreu pelo meu rosto, mas eu não a limpei. Me recusei a mostrar qualquer fraqueza. Eu não ia ceder. — Ah, sabe como é... — minha voz saiu cortante, Um tom que eu só usava quando a paciência já tinha se esgotado. — Cada um recebe exatamente o que merece. E você... — pausei. — definitivamente, mereceu tudo isso. Patético! — Eu estou quebrado pela segunda vez, Ayla. — A voz dele vacilou por um instante, mas logo recuperou o tom firme. — E, mesmo depois de tudo que você disse,
Mordi os lábios Eu só senti o amargo na garganta, misturado com o ódio que só crescia a cada segundo. Eu só precisava dali. — E aí minha gente! — Aquela voz eu conheci perfeitamente. Minha expressão se transformou assim que vi Davi atravessar a porta, seu olhar varrendo o ambiente até pousar em nós. Meu coração deu um salto involuntário — Ali estava ele, depois de tanto tempo. Senti falta dele. — Olha só quem apareceu! — Rafa se levantou, o sorriso crescendo enquanto puxava Davi para um abraço caloroso. — Vem cá, brother! Senta com a gente. Davi retribuiu o abraço com o mesmo entusiasmo, os dois se cumprimentando. Ele riu ao se acomodar ao nosso lado e olhou para nós com um brilho nostálgico. — É muito bom ver gente da minha cidade. — disse Davi, de tom leve, mas cheio de significado. Sem pensar duas vezes, me levantei com um sorriso e estendi os braços. — Vem cá, Davi! — murmurei, puxando-o o loiro para um abraço apertado. — Meu Deus, que saudade! — To muito