Capítulo 2

No dia seguinte fui chamada pela gerente do hotel, aquele carinha era mesmo um hóspede. Levei uma das piores advertências desde quando eu comecei a trabalhar aqui, e olha que não foram poucas!

—Me desculpe, senhora Livia. Isso não vai acontecer novamente.

—É bom mesmo. Da próxima vez não haverá advertência, Carol. —Ela suspira.—Você será desligada desse hotel. Agora pode ir.

Saio sem dizer nem mais uma palavra.

—Ora, ora. O que temos aqui.—A voz deve estar uns cinco decibéis a menos, mas o reconheço.

—Desculpe, não me lembro do senhor. — Finjo, me sinto cansada para qualquer tipo de briga.

—Ah, com certeza você se lembra, esbarrou em mim ontem—Ele bufa — E ainda resolveu que eu precisava de um banho.

—Ah, é você. O que quer? —Desdenho.

—Nada de mais, só queria saber se você não vai me pedir desculpas.

—Não. —Sorrio, sinica.

—Você resolveu que tinha direito de me molhar, sem mais e nem menos, e ainda se considera certa?

—Molhei sim, mas não foi "sem mais e nem menos"! Cara, você é um grosso. Te pedi desculpas ontem e mesmo assim não adiantou, você só quis gritar e ofender. —Cruzo os braços. —Poderia sair da frente agora?—Ele me analisa por um instante.

—Ok, talvez você tenha me assustado e por isso reagi daquela forma. — Ele franze o cenho— Você é bonita, não tinha reparado isso ontem. Talvez tenha sido encoberto pelo seu véu de mal educada.

—Cara, arruma outra pessoa para encher o saco, não tenho tempo pra isso.—Me espremo ao passar perto dele, me esforçando para não tocá-lo.

—Ainda não terminamos. Nos vemos por ai! — Ouço falar enquanto caminho para o salão.

Depois desse pequeno diálogo que tivemos, não parei de pensar nele. Repassei toda a nossa conversa em minha mente varias vezes e cheguei a conclusão que: Ele era totalmente sem noção, mas era lindo. Ele era alto, tinha braços definidos, os olhos castanhos convidativos e os cabelos negros e totalmente bagunçados.

Balanço minha cabeça tentando apagar a imagem desse homem da minha mente, já tenho problemas demais e não preciso de mais um.

Hoje o meu dia de trabalho foi realmente cansativo. O Felipe não parava de pegar no meu pé, fazendo comentários inapropriados e irônicos do tipo de quem sabe alguma coisa.

—Carol? —Bia chama a minha atenção assim que abro a porta de casa.

—Oi, olá. —Vou até a minha amiga e deixo um beijo no topo de sua cabeça.

—Como você já sabe, nós vamos viajar e já escolhemos o lugar, Amsterdam e depois o Caribe. —Fala animada, faz tempo que as duas pensam nessa viagem, é uma pena que não posso ir junto. —Você realmente não consegue ir? Eu e a Wanessa poderíamos dividir a sua parte, sem problemas. E você poderia até encontrar o seu príncipe encantado por lá.

—Bia, eu queria muito, mas não posso. — Suspiro.— Tem o pós viajem, se eu for com vocês, eu perco o meu emprego. Felipe só está esperando uma oportunidade.

—Sério?

—Sim, por tudo o que eu não dei a ele e agora, pelo o que aconteceu com aquele cara. Por falar nisso, eu o vi hoje.

—Tudo bem, mas ainda teremos oportunidade de irmos juntas. —Diz ela desanimada. —Mas e o cara?

—Ele queria que pedisse desculpas, de novo. —Dou de ombros.

—E você? —Pergunta curiosa.

—Claro que eu não pedi!

—Credo, quanto rancor. —Fala entre o riso.

—Ah! Só mais uma coisa: para ser o meu príncipe encantado basta ser arrumadinho. —Sorrio e vou em direção ao meu quarto.

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