Capítulo 3

Acabo despertando mais cedo que o normal. Mal consegui dormir, estava ansiosa por passar tanto tempo sozinha de novo, com a proximidade da data da viagem das meninas. 

Aproveito que já estou de pé e começo a fazer o nosso café da manha. Sorrio lembrando de tudo que já passamos juntas e o tanto que já fizeram por mim.

Coloco o som alto para acordar as duas, Wanessa é a primeira a aparecer com a cara toda amassada, resmungando.

—Que merda, Carol! Eu estou morta de sono, abaixa esse troço ai. —Diz apontando para o som, acabo rindo e ela levanta o dedo do meio.

—Calma, gata. Fiz o café da manhã para a gente, não queria aproveitar esse banquete sozinha. —Assim que acabo de falar, Beatriz aparece.

—Carol, não olha pra minha cara, não chega perto de mim e nem respira o mesmo oxigênio que eu! —Me diz toda mal humorada.

—Calma, lindinha. Como eu estava dizendo a nossa amiga cara amassada aqui, —Wanessa faz uma careta. —Fiz nosso café da manhã, não queria comer sozinha. —Ela olha pra mim e revira os olhos.

—Vai pro inferno. Agora me passa a comida, para melhorar o meu humor, só comendo. —Levanto e vou até elas.

—Sabe, vou até sentir falta desse mal humor de vocês, enquanto estiverem no viajando. —Falo tentando controlar o nó que subia em minha garganta.

-Own! Que fofa!—Gritam ao mesmo tempo e ganho um abraço seguido do outro.

—Credo, parece que vocês vão morrer e eu estou me despedindo. -Começamos a rir com os olhos marejados.

—Está tudo muito lindo, tudo muito fofo, mas preciso comer. —Diz Beatriz.

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Ao fim do café da manhã, me arrumo para ir pro trabalho.

—Beijo meninas, estou indo. Amo vocês! —Digo já indo em direção a porta.

—Nós também te amamos. —Mais uma vez as duas respondem em uníssono.

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—Oi, Carolzinha. —Felipe fala se aproximando.

—O que você quer, Felipe?

—Só queria te dizer que tem um hóspede que quer falar com você, ele disse que é urgente.

—Ok, sabe me dizer qual quarto é o dele?

—Quinto andar, quarto quinhentos e treze.

—Obrigado.— Franzo o cenho—Por que você está sendo tão gentil?

—Queria ser legal com você, antes de você ir embora. —Da de ombros.

Depois do episódio com aquele cara, eu nunca mais aprontei nada nesse hotel. Fazia o que tinha que fazer e não brigava com mais ninguém, nem funcionário e nem hospedes.

—Por que diz isso?

—Parece que as contas do hotel não andam muito boas. Redução de funcionários e redução de custos. —Diz somente.

Pego o elevador e aperto o botão do quinto andar, as portas se fecham revelando os espelhos, encaro minha imagem por um tempo. Estou com sombras pretas embaixo dos olhos, fios teimosos escapam do coque no topo da minha cabeça, pareço pálida e doente 

Meu andar chega e as portas se abrem no corredor vazio, enquanto me direciono ao quarto quinhentos e treze, dou pequenos beliscões em minhas bochechas, na esperança de terem um pouco de cor.

Paro em frente a porta de tons amarronzado e três batidas na porta é o suficiente para anunciar a minha chegada, ouço um "só um segundo" abafado vindo de dentro do quarto, umideço os lábios e espero.

A porta se abre e revela que o hóspede é o mesmo que não saiu da minha cabeça durante dois dias seguidos. Ele está só de toalha e seus cabelos molhados indicam que ele havia acabado de sair do banho.

Limpo a garganta antes de falar. —Queria falar comigo? —Pergunto.

—Queria sim, entra. — Ele me analisa e depois indica a poltrona no canto do quarto. — Você é bonita.

—Isso você já disse antes. — Reviro os olhos.—Era só isso? Já posso ir embora?

—Não terminei, senta essa bunda aí e fica calada. — Quanta delicadeza.

—Senhor, peço que se dirija a mim com respeito, esse é o meu local de trabalho. — Tento controlar a minha vontade de mandar esse homem para o inferno.

—Naquele dia eu tinha te dito que te achei bonita, mas não conseguir concluir meu pensamento e minha vontade. Eu gosto de gente bonita perto de mim e você é bonita e atraente, queria sair com você. — Ele faz menção de tirar a toalha.

—Senhor, estou dispensando nudez gratuita, ok? Então pode continuar com a toalha. —Ele olha pra mim, sorri e tira a toalha.

—Que tipo de homem você acha que eu sou? —Coloca a mão em seu peito de forma teatral, ele está só de cueca. —E então, sairá comigo?

—Me diga quando e te digo se estou disponível.

—Não me faça esperar, não sou paciente. À propósito, qual o seu nome?

—Carol, e o seu?

—Christopher, prazer. -Ele enfatiza a palavra prazer, me deixando envergonhada pela a primeira vez.

Qual é, Carol! Você nunca se deixou ser intimidada por qualquer playboyzinho! 

—E sobre a nossa saída, quero que seja hoje a noite.—Ele termina de vestir a calça, deixando o ziper e o botão aberto. — Esteja pronta as 20:10, te pego às 21:30. Qual o seu endereço?

—Espera aí, você nem sabe se eu vou. —Ele se aproxima.

—Tenho toda a certeza do mundo que você vai. —Ele tem razão, é apenas charme.

—Tem papel e caneta, aí? Vou anotar o endereço. —Digo por fim.

—Sabia que você iria. —Ele sorri vitorioso.

Ele se vira e vai em direção ao criado mudo ao lado da cama em busca de um papel e caneta qualquer. Me distraio com as suas costas e sua bunda, imaginando as minhas pernas enroscadas em sua cintura, enquanto passo os dedos em seus cabelos. Suspiro de forma audivel, a representação sexual que se desenrola na minha mente é o suficiente para me deixar excitada, havia um bom tempo que eu não fazia nada, nem sozinha e muito menos acompanhada. 

—Perdeu algo, senhorita? —Chistopher me arranca do devaneio, o ignoro e respiro fundo.

Pego o papel e a caneta de sua mão e anoto apressadamente o meu endereço. Quando o entrego ele segura a minha mão e me encara, em fração de segundos estou na cama debaixo dele.

—O que você está fazendo?! —Pergunto assustada, mas suprimo um gemido ao sentir um certo volume entre as minhas pernas. 

—Você vai descobrir —Assim que se cala, ele me beija.

Sinto sua lingua a procura da minha, de forma urgente. Suas mãos apertam a minha cintura e sinto o seu pau roçando em mim, me sinto tentada a tirar a minha calcinha e deixar que esse demonio me foda, sem cerimonias. 

Mesmo com o tesão gritando,  recupero um pouco da minha sanidade e o empurro de cima de mim, ele tomba na cama ao meu lado e sorri, levanto sem dizer nenhuma palavra e saio. Já no corredor, toco meus lábios e sinto o inchaço provocado pelo seu beijo. 

Aperto incessantemente o botão para chamar o elevador e percebo Christopher, ainda sem camisa, vem em minha direção pelo elevador, exibindo um sorriso sacana. A porta do elevador se abre e encabeço para dentro, aperto o botão que indica o terreo e enquanto a porta se fecha, vejo de relance parte de seu abdomem liso.

A porta se fecha totalmente e vejo a minha imagem no espelho, a fisionomia que antes aparentava palidez agora tinha um rubor, meus labios inchados e vermelhos, o cabelo que antes tinha apenas alguns fios rebeldes, agora eram um emaranhado. Solto o ar entre os dentes e tento me arrumar em uma imagem meramente apresentavel.

Não o vejo o restante do dia.

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