Trinta minutos depois estamos abrindo passagem em meio a uma multidão de corpos suados e com cheiro de bebidas. Por fim encontramos um lugar com um pouco de espaço.
—Vou até o bar, o que você quer beber? — Christopher me pergunta. —O mesmo que você. Ele assente e volta ao mar de corpos ali na frente. Enquanto ele se afasta o observo, seu cabelo despenteado cai em pequenos fios em frente aos seus olhos, sua calça jeans escura um pouco folgada me permite ter um pequeno vislumbre de sua cueca branca, a sua camisa social marca seus ombros levemente. Suspiro. —Oi, gata. —Um cara alto e careca me arranca dos meus pensamentos.—Está sozinha? Posso te fazer companhia? Ele não espera ouvir a minha resposta e me puxa pela cintura, tento empurrar seu peito, mas é inútil. Sinto mãos firmes em meus braços e sou puxada para trás, trombo levemente com algo ou alguém atrás de mim —Não, ela não está sozinha.—Christopher fala de forma rude e sinto suas mãos apertarem a minha cintura. Eles se encaram por um tempo até que o careca sorri de forma debochada. —É o que você diz. —Ele já disse, eu não estou sozinha. —Digo e tenho total atenção dos dois homens a minha frente. Antes que o careca pudesse retrucar, viro de costas e puxo o Christopher comigo, não tenho mais paciência e nem vontade de continuar com essa cena. —Que merda, hein? —Ele se encosta na parede vazia e fico em sua frente —O quê? —Ele se faz de desentendido. —Essa disputa de testosterona ajuda a inflar o ego de vocês? Faz bem para a autoestima?—Reviro os olhos. —Eu apenas te ajudei, Colins. Deveria me agradecer. —Me ajudar? Eu acho que consigo me cuidar sozinha, Holt. Eu já sou bem grandinha. —Grandinha? —Ele me olha de cima a baixo —Pelo amor de Deus! Eu devo ter uns 15 centímetros a mais que você. —Diz rindo. —Não disse em altura, seu idiota. —Digo e dou um peteleco em sua testa. —Ai, Colins!—Ele massageia o espaço entre a sobrancelha. —Não importa. Eu te convidei para sair e eu tomo conta de você.—Fala por fim.— Aqui, sua bebida. -Me entrega o copo com o líquido dourado e uma pedra de gelo grande, parece ser whisky. —Não vai me agradecer? —Ele insiste em perguntar. —Ah, Holt! Tenha a santa paciência ou vai se foder, decida o que é melhor para você e não encha o meu saco. —Bufo. —Ao invés de você mandar eu me foder, por que não me convida para foder você? —Ele passa a sua mão livre pelos meus lábios. —Eu não acho que você consiga me satisfazer —Ele suspira e me puxa para sí. —Ah, Colins.. No elevador você iria gozar com os meus dedos, imagina o que eu consigo fazer com o meu pau. —Ele umidece os lábios e eu passo os dedos entre a sua nuca e seus cabelos. —Eu pagaria pra ver. —Chego mais perto e passo a língua sobre o seus lábios recém umidecidos e mordisco em seguida, ele deixa escapar um pequeno gemido e sinto a sua ereção crescendo contra minha barriga.—Mas eu não estou nem um pouco interessada. Saio de seu aperto e vejo um misto de frustração e surpresa em seu rosto. Eu daria pulinhos de alegria agora se eu não estivesse tentando provoca-lo. —Mulher do inferno! Você não pode fazer isso e depois me deixar assim. —Ele aponta para o volume em sua calça —Isso é desumano! —Sorrio e mudo de assunto. —Onde você mora? —Moro aqui em Seattle mesmo. —E está hospedado em um hotel? —Franzo o cenho —Reformas. —Ele encolhe os ombros, como se pedisse desculpas. —Entendo. —Assinto.—Então, idade? —Carol, isso por acaso é algum interrogatório? Eu vim para me divertir e não para responder uma série de perguntas. —Ele faz um biquinho. —Bem, idade? —Ignoro o que ele diz e ele bufa. —29, satisfeita? —Ele toma um gole de sua bebida —E você? —22. E muito. O que você faz? —Eu trabalho no escritório junto com o meu padrasto. Advocacia. —Ele fala como se fosse óbvio. —Agora faz sentido a sua arrogância. —Ele sorri —Bom, chega de conversa. Vamos ao que interessa. —Ele me puxa e começamos a dançar. A noite correu muito bem, entre vários coquetéis, conversas, danças e até alguns amassos. Já na de ir embora, eu estava em melhores condições que o Christopher. —Acho que você não deveria dirigir, você está bem alterado —Penso um pouco e vejo que onde eu moro é apenas a alguns quarteirões daqui. —Eu estou completamente bem. Obrigada pela preocupação, senhorita Colins.—Sua voz está arrastada. Definitivamente, ele não está bem para dirigir. —Sabe o que eu acho? —Ele nega, ainda rindo. —Eu acho que você é incrivelmente burro; sai com uma garota que você nem conhece e acaba ficando bêbado. —O que você poderia fazer? —Bem, eu poderia te roubar e te deixar em um lugar qualquer. —Carol, eu sei o seu endereço e onde você trabalha, eu iria atrás de você. —Eu não tinha pensado por esse lado.—Digo percebendo que ele estava certo. —Então eu poderia te sequestrar, pedir um resgate milionário e quando estivesse com o dinheiro na mão, eu poderia te matar. —Não iria se aproveitar da minha fragilidade, enquanto eu estivesse em seu poder? —Ele olha pra mim. —Eu poderia te torturar, que tal? —Tortura sexual? Eu iria gostar.—Ele alisa seu queixo como se estivesse pensando sobre o assunto. —Você é um tarado! —Digo em tom acusatório, rindo. —Eu não diria tarado. —Diria o que, então? —Que eu só sou um cara louco pra transar com uma garota que passou a noite toda me provocando! —Acho que ela fez bem em te provocar. —Digo em tom baixo. Paro quando percebo que já estamos em frente ao meu prédio, decido que não vou deixá-lo assim. —Venha, suba comigo. Não vou te deixar assim. —Vejo um brilho perverso em seus olhos e ele parece se acender. —Holt, não é nada disso que você está pensando. Eu só não vou te largar sozinho na rua, a essa hora e bêbado. —Preocupada comigo? —Não. Eu só não quero ser a primeira pessoa a ser procurada pela polícia por ser a última pessoa a estar com você, vivo.—Ele faz beicinho. Entramos no meu prédio, e não demora muito até a chegada do elevador. Entro em casa e vou em busca das meninas, felizmente elas não estão em casa. —Você. —Aponto para ele. —Seu lugar é o sofá. —Eu prefiro dividir a cama com você, Colins. —Sofá, chão, ou a rua. Você quem escolhe. —Ele pragueja baixinho. —Você ainda vai se fazer de durona? Isso é só para me provocar—Assinto—Eu fico com o sofá, sua demonia. -Ele resmunga. —Ótimo, vou pegar alguns lençóis para você. —Sigo para o meu quarto, pego alguns lençóis e um travesseiro que estava em minha cama, volto para a sala e me deparo com o Christopher só de cueca. —Eu só durmo nu. —Encolhe os ombros.— Mas por hoje, vou me contentar em ficar só de cueca. —Tudo bem. Não vai querer tomar banho? —Não, eu tô bem assim. -Faço uma cara de nojo e finjo ter ânsia de vômito. —Holt, eu achava que você mantinha pelo menos uma higiene básica. —Ele ri. —Pode pegar o que quiser na cozinha, sirva-se. Vou em direção ao meu quarto enquanto tiro os saltos e largo pelo caminho, termino de tirar os adereços e começo a retirar o meu vestido, ficando completamente nua. —Ah, Colins.. —Ouço a voz de Christopher próximo demais. —Holt, eu te avisei que o seu lugar era o sofá. O que faz aqui? —Me viro e percebo o quão próximos estamos. Abaixo o meu olhar para a sua cueca vejo que já tem uma ereção e próximo ao que deveria ser a sua glande, percebo que tem algo molhado. —Christopher, eu espero muito que isso não seja sujeira. —Ele segue o meu olhar. —Querida. —Ele tira o seu pau da cueca e começa a se masturbar. —Isso não tem nada haver com sujeira. Você esqueceu o que fez comigo a noite toda? Ele se aproxima e sinto como se a minha vagina criasse vida própria.Eu estou completamente nua na frente dele, enquanto ele se masturba, mas ainda consigo ouvir uma voz no fundo do meu cérebro em sinal de alerta. Não consigo raciocinar direito, só imagino como é senti-lo dentro de mim. Suas mão entra no emaranhado que é o meu cabelo, segurando firme e levantando meu pescoço, seu nariz roça em minha clavícula e minha pele se arrepia com a sua respiração. Fecho os olhos. Eu o quero tanto. Sigo o seu exemplo e puxo seu cabelo levemente, nossos lábios se tocam e sinto seus braços enrijecerem. Acredito que ele esteja próximo de gozar. —Holt.. —Sussurro. —Para a sala. Agora. —Me afasto dele e sua mão para. —Você não seria capaz. —Aponto o dedo em direção a sala e ele me olha incrédulo.—VOCÊ É LOUCA! —Fico feliz que tenha percebido. Agora, sem mais gracinhas. —Viro de costas. Sinto como se eu continuar olhando para ele, meu corpo irá entrar em combustão de tanto tesão, mas não vou ceder, nunca ignorei a voz de alerta em meu cérebro. —Carol, iss
—Vamos, Carol, Por favor! —Ouço Beatriz choramingando pela milésima vez. —Trice, esquece! Não temos o pré requisito para que a SENHORITA COLINS, saia com a gente. —Wanessa já havia desistido de tentar me convencer a sair, mas ainda falava de modo irônico, fazendo referências a noite anterior. Ela tinha ouvido praticamente tudo o que tinha acontecido entre mim e o Christopher. Achei que estávamos sozinhos, mas Wanessa tinha ficado quietinha em seu quarto, após perceber que tinha voltado para casa acompanhada. Eu nem precisei me dar ao trabalho de contar algo a Beatriz, ela já sabia de praticamente tudo. Ao decorrer do dia, as duas enfiaram na cabeça que nós precisávamos sair uma última vez, antes da viagem. —Realmente, vocês não têm uma coisa chamada "pênis" e também não irão conseguir me deixar com as pernas fracas. —Faço uma careta. —Olha, Carol, nós iremos viajar amanhã à tarde e só voltamos daqui a um mês e meio. Eu e a Trice vamos te deixar em paz por um tempo relativamente gr
—Você não faz ideia do que eu realmente gosto, Holt. —Pego o copo de sua mão e bebo o que restou no copo. —Então, como você sabia que eu estava aqui? —Não sabia. —Da de ombros. —Foi o acaso e além do mais, não iria ficar o tempo inteiro esperando alguma resposta de sua parte. —Christopher, você não acha que está exigindo atenção demais da minha parte? —O questiono. —Nós conhecemos há pouquíssimo tempo e só saímos e transamos uma única vez e você age parecendo que temos um relacionamento, não faz sentido. Dá uma segurada, garotão. —Para mim, não faz sentido agir como se eu não me importasse com você ou o que pode acontecer entre nós. Eu gostei de você, não só do sexo. —Ele estreita os olhos. —Porque você faz tanta questão de enfatizar que transamos uma única vez? Acho que você está querendo repetir e não tá sabendo pedir. —Ele sorri de orelha a orelha. Reviro os olhos e me afasto dele seguindo até a sacada, onde consigo ter uma visão da pista lá embaixo, ele não me segue. A música
*Christopher*Eu não imaginava como conseguiria chegar até a Carol, não imaginava como poderia iniciar algum tipo de contato com ela e muito menos que a gente teria algum tipo de "relacionamento".Mas esse foi o único jeito para mim, no final.No início, pela forma que a tratei, imaginei que ela me odiaria e ignoraria a minha existência, mas isso não aconteceu.Graças a Deus por isso.Minha intenção nunca foi tê-la tratado mal, não imaginaria surgiria na minha frente daquela forma e foi a minha única reação.A Carol é uma pessoa doce por detrás daquela armadura de mal educada e talvez eu esteja gostando de estar perto dela, o que pode se tornar uma tragédia no final.Tudo o que começa em mentiras, termina de uma forma ruim.Meu apartamento não está em reformas, isso era só uma desculpa para me hospedar no hotel e assim ter fácil acesso a ela. Fernando pediu para que eu me aproximasse da Carol e tentasse trazê-la para mais perto e quando ele tivesse coragem, poderia
Depois de tanto me revirar na cama com Christopher ao meu lado, o despertador finalmente toca. Mesmo de estômago vazio, sinto que posso vomitar a qualquer momento, não só pela bebedeira de ontem, mas por tudo de novo que vou enfrentar hoje.Passo e repasso como eu pediria a minha demissão e como seria o meu primeiro dia como secretária de christopher tantas vezes, que eu já não lembrava da primeira versão que tinha imaginado.Sinto como se isso pudesse dar muito certo, mas também poderia dar errado na mesma medida. Querendo ou não, vamos ter uma relação além do profissional.Meu estômago revira mais uma vez ao lembrar que além do meu chefe, ele ainda seria o meu "colega de casa". Puta que pariu! Prefiro nem imaginar o que vão pensar sobre isso.Durante o caminho para o hotel, Christopher permanecia em silêncio, ele parecia incomodado com algo. Algumas vezes cheguei a pensar que ele pudesse estar arrependido da proposta que tinha me feito.Se ele quisesse, ainda daria tempo para voltar
—Olá! —Sorri de forma amigável, Fernando parecia paralisado. —Carol.. hm.. Que bom conhecer você.. —Ele pigarreia baixinho. —De verdade, o Christopher falou muito sobre você. —Falou, é? —Arqueio uma sombrancelha. —Bem, eu espero. —Volto minha atenção para Fernando. —Claro. —Ele sorri. —Eu vou deixar vocês a sós. Achei que ele iria querer saber pelo menos um pouco de quem vai trabalhar no mesmo lugar que ele, talvez Fernando não tenha gostado tanto da ideia de uma desconhecida cair de paraquedas em seu escritório. Mordo o interior da minha bochecha e Christopher parece perceber a minha inquietação e aperta levemente a minha mão. —Tudo bem, vou apresentar o escritório a Carol e mostrar onde ela ficará. —Foi um prazer, Carol. —Ele tem um aperto de mão firme, mas o sinto vacilar por um instante. —E bom primeiro dia de trabalho. Ele não espera que eu me despeça e segue o seu caminho. Encaro Christopher em silencio e sua expressão parecia um enorme pedido de desculpas. —
—Não! —Christopher responde de forma automática, mas não para. Meu lado racional me faz pensar que eu devia me enfiar no banheiro e me recompor. Mas ai vem o meu lado vagabunda que não se importa em ser pega trepando no escritório do novo "chefe". —Por favor, Chris! —A voz parece suplicante. Franzo o cenho e tento me afastar, "Chris" parece ser um nível de intimidade muito alto, para um ambiente de trabalho. —"Chris"? —Ele tapa a minha boca, antes que eu possa continuar. —Você não está sozinho? —Ouço o barulho da maçaneta e Christopher sai de mim. —Sim e não. —Ele aponta em direção ao banheiro. —Só um segundo. Eu não conseguia disfarçar a minha expressão de "QUE PORRA É ESSA?" ele parece perceber, mas junta as mãos em forma de súplica e indica o banheiro novamente. Antes de ir lanço um sorriso frio em sua direção e ele suspira. —Pode entrar, Giulia. —Ouço a sua voz pela porta entreaberta. Ele havia fechado os botões de sua camisa e já estava sentado em sua cadeir
Pouco tempo depois de eu receber as primeiras fotos das garotas, me confirmando que chegaram bem e que já estavam se divertindo na viagem, Christopher me manda uma mensagem que decido ignorar, antes mesmo de abrir. A conversa entre ele e a Giulia me incomodou de uma forma que eu achei que não era possível, tendo em mente que eu o conheço há apenas algumas semanas. Esse é um caminho perigoso para mim. Coloco os fones de ouvido e deixo a música no último volume, na esperança de abafar os meus pensamentos sobre isso e funciona. Me recosto nos travesseiros e fecho os olhos enquanto o líquido doce do vinho desce por minha garganta. Já estava na metade da garrafa quando sinto a cama afundar levemente, próximo aos meus pés, mas não abro os olhos e tão pouco tiro os fones, imaginando ser Christopher. Sinto a ponta dos seus dedos brincarem com a minha tornozeleira e reprimo a vontade de encara-lo. Viro o restante do líquido e em poucos segundos sinto o copo encher novamente. —Você