Vincenzo Romano era filho de Michael Romano e Paulina Cociani, um casal de agricultores italianos que tinham uma vida simples e modesta. Mas o seu pai também tinha negócios com o mafioso Genaro Goldacci, o avô de Antonino Goldacci.Genaro Goldacci na época era dono de uma rede de farmácias e comprava do seu pai plantas aromáticas e medicinais para transformá-las em medicamentos fitoterápicos, vendendo clandestinamente as mesmas.A primeira vez que Vincenzo entrou na mansão dos Goldacci ele tinha dez anos de idade. Estava acontecendo uma festa beneficente e estavam presentes pessoas ilustres como governadores, prefeitos, deputados e juízes. O seu pai só estava ali porque trabalhava secretamente para Genaro Goldacci. Na verdade ele era um dos seus capangas. Vincenzo não sabia se o seu pai fazia aquilo de livre e espontânea vontade ou se sofria algum tipo de chantagem, mas a verdade é que sempre que Genaro Goldacci queria dar uma surra em alguém ele chamava Michael Romano. Uma coisa que
Antonino estava sentado à mesa tomando o terceiro copo de whisky e naquele momento pensava em Daniela. Desde que ela voltou daquele sequestro mal explicado andava estranha, cabisbaixa e não o encarava quando falavam sobre o assunto.Quando ela desapareceu ele ficou louco, mas o alivio veio no momento em que recebeu aquele telefonema e atendeu ao número estranho, coisa que não costumava fazer. Naquele momento, com o telefone no ouvido, ouviu a voz chorosa de Daniela dizendo que estava em um posto de gasolina que ficava na beira da estrada. Ela lhe passou o endereço e ele partiu imediatamente com os seus homens e a encontrou sentada em um banco, toda despenteada como alguém que correu muito para encontrar um lugar seguro.Ele não lhe fez muitas perguntas, bastava saber que ela estava bem. Queria ter acertado tudo durante a noite, com um jantar à luz de velas, mas Daniela desde então tem se mostrado indisposta e fria.Olhou mais uma vez para o relógio de pulso e analisou o ambiente. O ba
Alguns dias depoisAntonino estava no escritório sentado em sua poltrona giratória olhando a fotografia de Daniela que ele havia colocado sobre a mesa. Estava esperando os supervisores chegarem para começar a reunião quando o seu telefone particular tocou:— Novidades?— Sim — falou a voz masculina do outro lado da linha. — Preciso que venha ao meu escritório ainda hoje. — Tudo bem, eu vou.Antonino desligou no momento em que Anna entrava informando que só faltava ele na reunião. Sentiu vontade de dar uma desculpa para não participar, mas era tarde, todos já o estavam aguardando.Levantou da cadeira, atravessou a sala e seguiu até o final do corredor.***No início da tarde Antonino estacionou ao longo do meio-fio e entrou em um prédio velho. O elevador rangia e parecia que ia desmoronar antes de chegar ao terceiro andar onde ficava o escritório do detetive Vittorio Manzotti. Assim que a caixa barulhenta parou, Antonino saltou e empurrou a porta que ficava na frente do elevador. O e
Daniela continuava se espremendo ao lado da porta da biblioteca, ouvindo a conversa entre Antonino e Franco.— Eu tenho a nome da Goldacci a zelar. Parece que você não entende isso. É a minha pele que está em jogo, a minha empresa, o meu nome — Antonino alterou a voz.— É, tem razão. As coisas estão acontecendo rápidas demais, por isso é que agora é tudo ou nada. Teremos que eliminar o Lucchese e o Vincenzo Romano e o problema estará resolvido.Daniela, atrás da porta, começou a tremer descontroladamente. — Ah... e ainda tem a sua mulher. Ao ouvir o seu nome, suas pernas viraram uma gelatina.— Deixe a Daniela fora disso.— Ela sabe demais. Quem garante que um dia ela não vai te trair?Daniela não estava acreditando. Estavam conversando sobre tirar vidas como quem discute o roteiro de um filme. E Franco queria que Antonino a matasse.Naquele momento, ela ouviu a voz de Antonino ficar alterada:— Ela é a minha esposa! Nunca mais fale dela desse jeito e nem ouse encostar um dedo nela!
Alguns dias depoisDaniela olhou-se no espelho que ficava na parede do quarto. Via-se com nitidez, mas era como se não estivesse ali. O reflexo que o vidro lhe devolveu era de outra pessoa, uma estranha. Sua expressão naquele momento era impassível, calma, serena, de uma normalidade assustadora. Só a palidez e as olheiras fundas traíam as noites de insônia, as horas atormentadas na escuridão da noite, olhando para o nada, deitada na cama fria na qual passara a dormir sozinha. Ainda estava tomando medicamentos para dormir, mas em menor dose e já conseguia se alimentar. As coisas pareciam normais; todos na casa tentavam se comportar de maneira normal, mas nada mais era normal, principalmente ela.Uma rotina básica foi retomada, mas desde o dia em que tudo aconteceu, cada minuto vivido estava sendo angustiante. O mundo ao redor ficou cinza, nada tinha graça, só um detalhe lhe trazia esperança: o filho que crescia no seu ventre. Era por ele que ela se esforçava para melhorar, comer, andar,
Quatro anos depoisEra domingo. Daniela estava chegando em casa depois de ter passado a manhã com o filho na praia. Enzo estava com quase três anos e cada dia se parecia mais com o pai. Tinha cabelos negros brilhantes e olhos escuros e profundos.Ela havia fugido para o Brasil logo após a morte de Antonino e desde então não quis mais saber da Itália. Sim, havia fugido de Franco, porque não confiava nele, tinha medo dele.Jogou o chapéu e a sacola sobre o sofá e gritou:— Carmem, estou sentindo cheiro de comida gostosa.Daniela comprou uma casa à beira-mar e convidou Carmem para morar com ela depois que Carlos e Angélica se casaram.Abriu mão da herança de Antonino deixando tudo para Enzo quando completasse a maioridade. Usou a herança da avó e abriu uma Drogaria e Loja de Cosméticos na Avenida Paralela, uma das mais movimentadas da capital baiana.Mas não foi fácil chegar até ali e recuperar o equilíbrio emocional e psicológico. Teve que lutar muito, se esforçar além dos seus limites p
PARTE 2SalvadorNaquela noite, diante da janela do quarto olhando para fora, para o nada, Daniela repensava sua vida enquanto o colar de diamantes e a passagem para o Quênia jaziam sobre sua cama como um fantasma que voltou para assombrá-la. Sabia que aquilo não poderia ser coisa de Antonino; ele estava morto. Naquele momento, Daniela foi transportada no tempo; seus pensamentos retrocederam para quatro anos antes.No instante em que o médico disse que Antonino havia morrido de uma parada respiratória como consequência do atropelamento na faixa de pedestres, ela começou a sentir as dores do parto e naquele dia Enzo nasceu. Que coisa estranha! O garoto nasceu no mesmo dia em que o pai dele morreu. No dia do sepultamento, um dia após o nascimento de Enzo, ainda incomodada pelos pontos, Daniela saiu escondida do hospital com o filho recém-nascido nos braços, ligou para Alex e com a ajuda dele conseguiu chegar a tempo no cemitério. Deixou o bebê no carro com o amigo e caminhou pelo piso
Rio de JaneiroAntonino Goldacci serviu-se de uma bebida no quarto de hotel, sentou na beirada da cama e aguardou. Não demorou muito e a mulher loura entrou e tirou o sobretudo exibindo a roupa que usava por baixo; estava vestida de enfermeira: usava uma touca branca na cabeça, um minúsculo vestido branco e um par de sapatos de saltos finos da mesma cor.Ela aproximou-se dele, ajoelhou e desceu o zíper da sua calça. Em seguida segurou seu pênis e o enfiou na boca quente e úmida, antes de começar a chupá-lo vorazmente.Ele segurou na sua cabeça com bastante força, fechou os olhos e aproveitou aquele momento. O prazer que ela lhe proporcionava era intenso, mas ele decidiu que queria mais, então a levantou, virou e a jogou na cama. Ela caiu de quatro, mostrando que não estava usando nada por baixo do vestido minúsculo. Ele colocou o preservativo e entrou nela. A mulher se remexia cada vez mais rápido, fazendo bem o seu papel. Depois de um tempo entrando e saindo dela, sentiu que o êxtas