Naquela mesma noite depois que voltaram do passeio de barco, Daniela colocou Enzo na cama e desceu para jantar. Ela e Antonino sentaram à mesa juntos, coisa que há algum tempo não faziam e após o jantar Antonino a levou direto para o quarto dele no final do corredor. Assim que entraram ele fechou a porta com o pé e a agarrou enfiando a língua quente e úmida na boca dela. Daniela pulou no pescoço dele e o enlaçou com os braços, com as pernas, completamente abrasada.Ele a deitou na cama, levantou o seu vestido até a barriga e beijou as partes do seu corpo que estavam expostas. Passou a língua pela barriga dela e chupou o seu umbigo lhe causando um resfriamento gostoso pela espinha. Depois desceu a boca e se fixou no seu sexo. Ela agarrou os lençóis com força, torcendo-os numa fúria animal, totalmente descontrolada pelo desejo e se entregou; se deu toda. Deixou que a língua dele explorasse sem limites a sua intimidade. Ficou em estado de euforia como se tivesse usado algum tipo de droga
Com o desaparecimento de Enzo, Daniela passou a noite angustiada. Sentada na cama ela se esforçava para não pensar o pior, mas os pensamentos negativos invadiam a sua mente; vinham sem pedir licença. Pensava nele subindo as rochas e despencando dentro do mar e aquela imagem mental doía como uma faca perfurando sua carne. Ela não queria chorar, precisava ser forte, ter pensamentos positivos, ser otimista, mas sentia que era impossível se controlar porque seu coração pesava como chumbo. Deitou na cama em posição fetal e começou a chorar em silêncio com as mãos no rosto. O pranto que se esforçou tanto para evitar tomou conta dela antes que conseguisse impedir que os olhos se enchessem de lágrimas. A dor que sentia era tão viva como se alguém a estivesse espetando com um instrumento pontiagudo. Só conseguia pensar em Enzo. Onde estaria àquela hora? Estaria chorando com medo do escuro? Ou sentindo fome? Tudo o que podia fazer era esperar. Os seguranças e os empregados da casa estavam lá
Antonino estava participando de uma conferência em São Paulo. Depois de mais de quatro horas numa sala fechada na semi-escuridão, assistindo vídeos cujo objetivo principal eram os milhões de dólares investidos, a reunião terminou e todos saíram da sala se espalhando pelos corredores. Antonino seguiu para o elevador já nas primeiras horas da noite e pouco tempo depois estava no quarto de hotel. Depois de tomar um banho demorado, digitou uma mensagem para Claudina e enviou.Uma hora depois estava sentado a uma mesa de canto do salão do andar superior do restaurante quando ela entrou na sua elegância costumeira, trajando calça de tecido escuro e blusa em tom pastel, usando salto alto cujo som ecoava pelo ambiente.Ela se sentou e foi logo dizendo:— Que convite inesperado!Antonino sorriu e disse:— Pois é. O Franco não pôde estar aqui hoje na conferência e eu odeio comer sozinho quando viajo.— Devo me sentir lisonjeada? — Claudina falou com sarcasmo.— Não seja tão emotiva; isso não c
O barco encostou no píer e Vanessa Cabrera saltou usando um vestido preto muito justo no meio da coxa e sapatos de salto fino. Foi revistada pelo segurança que abriu a sua bolsa de mão encontrando apenas um batom e um celular e depois foi liberada.Enquanto procurava andar mais depressa em direção ao chalé, olhou ao redor e contou dez seguranças armados em pontos estratégicos da ilha. Um vento cortante e penetrante lhe açoitava o corpo; a seus pés, havia uma areia branca crepitante, rodopiante. Apesar de estar no verão, naquele horário às duas da manhã, a temperatura sempre caía e ela estava enfrentando o frio que lhe fustigava a pele.A ruiva caminhava sabendo que estava metida em uma grande confusão. À medida que se aproximava do chalé aumentavam os seus temores mais ocultos sentindo-se invadida por sentimentos de intranquilidade e impulsos estranhos que se agitavam dentro dela. Estava numa armadilha, sem escapatória para nenhum lado. E não havia nenhum meio de esquivar-se dessa sit
Sentada no terraço, de frente para o mar vendo o dia amanhecer, Daniela não enxergava a beleza da natureza que se descortinava à sua frente. Seu pensamento divagava para longe; estava todo voltado para Antonino. Lutou muito consigo mesma para perdoar Claudina, mas enfim, depois que soube que a mulher ficou louca e tentou suicídio, teve pena. Agora, um mal pressentimento estava lhe sufocando como no dia em que sofrera o acidente.Não pôde deixar de lembrar da conversa que tivera com Antonino no dia anterior. Sentiu que ele estava nervoso e não precisava se esforçar muito para entender que algo muito ruim ia acontecer. Percebeu isso quando conversavam no quarto e ela foi até a janela e viu três helicópteros parados e vários homens armados, protegidos por coletes à prova de balas. Seus pensamentos foram interrompidos com a chegada de Rosa que veio chamá-la para o desjejum, mas Daniela não estava com fome. Saiu para caminhar na praia e foi muito longe andando com o pensamento solto, des
A primeira coisa que Antonino viu quando abriu os olhos foi um teto todo branco; em seguida viu um vaso de soro que pendia de um aparelho logo acima da sua cabeça. No primeiro momento não compreendeu aonde estava, mas sentiu uma mão quente segurando a sua, então olhou para o lado e lá estava Daniela sorrindo para ele. Ela parecia um anjo; estava tão linda com os cabelos caindo sobre os ombros! Antonino abriu a boca para falar, mas Daniela não deixou.— Xi! Não fale nada! Não se esforce! Está tudo bem. Você foi operado, as balas foram retiradas e o médico disse que por pouco uma delas não perfurou o seu pulmão. Foi um milagre.Ele fez um sinal com o dedo indicador para ela se aproximar e disse no seu ouvido:— Eu te amo.— Eu te amo também, Antonino Goldacci.Daniela acariciou o rosto dele. Mas de repente parou e fingiu estar muito zangada:— Eu te proíbo de fazer isso comigo, outra vez. — Não vai acontecer nunca mais. Eu prometo.Daniela estava se preparando para dar um longo sermão
Seis meses depois— Você está maravilhosa, amiga! Lindíssima! — Foram as palavras de Valentina para Daniela no quarto, enquanto terminava de vesti-la.Estavam na casa da ilha. Daniela terminando de se preparar para o casamento. Antonino já estava no terraço, com os convidados. Ele havia escolhido Franco como padrinho e Daniela escolheu Valentina como madrinha.Diante do enorme espelho pregado na parede Daniela se examinava. Ela usava um vestido vintage, modelo coluna apertado da melhor renda marfim. O seu cabelo foi penteado em um coque no alto da cabeça e tinha alguns fios caindo pelo pescoço e colo.— Para de chorar! — Berrou Valentina carinhosamente.— Eu não consigo. Acho que o rímel está querendo escorrer.— E se escorrer você vai ficar feia!— Obrigada, Tina. Você é a minha melhor amiga e eu te amo.— E eu vou te odiar se você não parar de chorar!— Sabe o que eu queria agora, Tina?Valentina parou e perguntou:— O quê? — Eu queria que minha mãe estivesse aqui. Ela ia ficar tão
Cinco anos depois.Rodando na cadeira giratória de Antonino, na nova filial da Goldacci Indústria Farmacêutica, Enzo, agora com nove anos, balançava as pernas e sorria. Quando desceu da cadeira estava tonto. Antonino apareceu na porta, atravessou o cômodo e guiou o filho até a enorme parede de vidro. Era sábado e ele havia passado apenas para pegar alguns documentos. O prédio estava quase deserto; só uns poucos funcionários trabalhando. Ficaram olhando a rua lá embaixo e Antonino virou-se para Enzo e disse:— Tudo isso aqui vai ser seu um dia. — Verdade, papai? Eu vou ser assim como você? Vou ficar palestrando para um monte de pessoas dentro de uma sala fechada? — o garoto perguntou com empolgação.Antonino riu e passou a mão pelo cabelo do filho bagunçando os fios, enquanto Enzo lhe fazia uma pergunta atrás da outra. Fisicamente Enzo era muito parecido com ele, tinha os mesmos cabelos escuros e lisos de fios grossos e a sobrancelha cheia.Durante toda vida Antonino amara aquele lu