Giorgio deixou Daniela na frente do escritório da Goldacci. Ela entrou no elevador e ficou pensando como iria encarar os funcionários. Depois que voltou para a Itália era o seu primeiro dia de trabalho na empresa. Como será que ia ser recebida agora que era a noiva de Antonino Goldacci?O elevador parou e a porta abriu. Ela saltou e ficou perplexa com a surpresa. Aproximadamente oitenta por cento dos funcionários da empresa estavam na recepção esperando por ela. Havia uma placa dourada lhe dando as boas-vindas e Anna apareceu com um buquê de rosas vermelhas.Daniela recebeu as rosas e agradeceu a todos pela recepção. Em seguida veio uma salva de palmas. E enquanto ela seguia com Anna pelo corredor, questionou:— Nossa, o que deu em vocês, hein? Não precisava isso. Eu estou sem graça.— Isso é o mínimo que podíamos fazer para receber a noiva do nosso patrão.— Então, já sabem?— A empresa toda sabe. Em alguns dias vocês vão casar, não tem como haver segredos. O próprio Antonino fez uma
— Então, Valentina, até daqui a pouco.Daniela desligou o telefone e saltou do elevador no andar térreo. Passou pela porta giratória e saiu para a rua. Chamou um taxi e enquanto o taxista reclamava da lentidão no trânsito ela se concentrou na tela do celular. Sempre que ficava prestando atenção ao tráfego seu nível de estresse aumentava.Depois de enfrentar um congestionamento louco, finalmente o taxi parou na frente do shopping.Naquela manhã, Daniela havia marcado de ir às compras com Valentina e depois ambas dariam uma passada no salão de beleza. Mas depois de algumas horas tentando falar com a amiga que não apareceu e nem atendeu mais o telefone ela desistiu de ligar. Enquanto esperava para ver se Valentina aparecia entrou numa butique, experimentou alguns vestidos, comprou bolsas e sapatos. Depois de entrar em várias lojas e sair cheia de sacolas sentou na praça de alimentação e pediu um suco de frutas. Depois de uma hora sentada se cansou de esperar e encaminhou-se para uma da
Daniela acordou depois das nove. Tinha uma consulta marcada as onze, pois queria saber se estava tudo bem com o seu bebê. Depois do café da manhã, se vestiu, desceu e pegou um taxi, mas percebeu que Giorgio a seguia no carro preto, logo atrás. Entrou na clínica de ginecologia e obstetrícia, foi até a recepção, entregou os documentos e se dirigiu para a sala de espera. Sentou no sofá perto da porta de entrada, pegou uma revista na mesinha ao lado e ficou aguardando a sua vez. Observou algumas mulheres grávidas com as barrigas enormes, tendo dificuldades para sentar e se imaginou assim dali a algum tempo. Despertou quando ouviu o seu nome, então levantou e seguiu pelo corredor.A médica foi recebê-la à porta com um sorriso afetuoso. Depois deu a volta na mesa e se sentou. Daniela sentou na cadeira do paciente, entregou o resultado do exame e fez muitas perguntas, pois estava cheia de dúvidas. A médica olhou e não disse nada, mas pediu que ela se despisse e deitasse. Depois que foi e
Daniela naquele momento estava de pé na frente do enorme espelho que tomava toda a parede. Podia se ver totalmente como se observa uma personagem que está numa tela de cinema. Se beliscou para ter certeza de que estava acordada. Olhou o relógio na parede, depois desviou os olhos, voltou a olhar e tentou manter-se calma e concentrada, sem pensar no que estava por vir. Sentia um enorme vazio dentro de si e a sensação de que estava prestes a cair de um despenhadeiro.Seu estômago se revirava e seus nervos se contraíam quando pensava que em alguns minutos estaria dizendo sim diante do juiz. Como se permitiu chegar até ali? Como foi parar naquela teia de aranha sem fim? Seu cérebro estava em curto-circuito ao pensar na situação em que se encontrava.Inspirou fundo estreitando os olhos ao analisar cada detalhe da roupa que estava usando para casar. O vestido era bege, mas seria mais adequado se fosse preto, pois o sentimento que estava dentro dela era de que iria para um velório. A imagem r
Quando a boca de Antonino cobriu a dela tudo o que Daniela conseguiu pensar foi que estava no paraíso. A pressão e o ritmo do beijo foram perfeitos. Foi feroz e terno ao mesmo tempo. Foi deliberado e exploratório com a mão de Antonino dentro do cabelo dela exalando controle e paixão.Por um momento os lábios ficaram imóveis e unidos, um respirando na boca do outro. O corpo de Daniela respondeu, acumulando desejo nos pontos eróticos, atraindo-a na direção de Antonino, e fazendo com que ela abrisse a boca assim que sentiu a pressão da língua dele na sua. E o clima ficou um misto de sensações: paixão, desejo, luxúria, tudo muito intenso e muito louco. Foi viril, delirante, arrebatador.A mão dele desceu para um dos seios dela, acariciando-o através do tecido macio do vestido enquanto a outra deslizava pelo cabelo. Daniela gemeu quando ele provocou seu mamilo apertando-o. Ela soltou a mala encarando-o firmemente e passando os dedos no peito duro e quente, de músculos tensos.Não conseguia
No dia seguinte acordou depois das oito. Procurou o telefone, estava na bolsa dentro do quarto e ela havia se esquecido de colocá-lo para despertar. Fez sua higiene matinal depois desceu as escadas e tomou um café rápido. Ia chamar um taxi, mas ao abrir a porta da frente e chegar à varanda viu Giorgio na frente da mansão. Lembrou que ele agora era o seu motorista particular e se aproximou do carro.— Bom dia, Giorgio.— Bom dia, senhora.Ela entrou no carro e Giorgio deu a partida. Em alguns minutos o carro passou pelo portão principal onde havia dois seguranças que liberaram a passagem e em seguida o automóvel seguiu calmamente pela rodovia.Assim que chegou ao prédio da empresa e enquanto esperava o elevador, lembrou-se de que não precisava mais cumprir horário, mesmo assim, ainda se sentia como empregada de Antonino.Passou pela recepção e foi recebida com respeito por todos, mesmo sabendo que pelas costas muitos estavam falando mal dela querendo saber que truque sexual ela usou p
No dia seguinte, Daniela desceu para o café da manhã e sentou à mesa para comer sozinha, como sempre, porque Antonino já havia saído. Estava olhando os espaços sobrando naquela mesa tão grande, quando um dos empregados veio avisá-la de que um advogado queria falar com ela ao telefone.Naquele momento Daniela lembrou que havia deixado o celular no quarto, carregando. Se dirigiu para o telefone da residência, próximo à mesa de jantar e atendeu:— Alô?Ouviu uma voz grave masculina do outro lado da linha:— Meu nome é Cláudio Rossi e sou advogado. Estou falando com a senhorita Daniela Rivera?— Sim. Esse é o meu nome de solteira.— Senhorita Daniela, poderia vir ao meu escritório hoje à tarde? Tenho para lhe falar um assunto do seu interesse.— Do que se trata?— Quero informar que a senhora Paulina Cociani faleceu há três dias.Daniela refletiu por alguns instantes e lembrou-se da senhora do asilo.— Sinto muito.— Poderia vir ao meu escritório para conversarmos?— Conversarmos sobre o
Os passeios diários pelas terras da mansão contemplando os campos verdejantes, não diminuíam o tédio que Daniela sentia. Ficava procurando algo para fazer dentro daquela casa que mais parecia uma prisão. Os empregados pareciam vigiá-la e os seguranças eram carcereiros sempre em posição de sentido, fazendo-a lembrar-se a todo instante de que não poderia sair até que Antonino ordenasse.Naquele momento, final de tarde, debruçada na varanda do seu quarto, observando os empregados passando lá embaixo, pensava em alguém caindo daquela altura e se espatifando no chão.Que loucura estava pensando! Depois que perdeu a mãe tinha pensamentos tão fúnebres que chegava a se assustar pela maneira como seu cérebro trabalhava negativamente.Afastou-se da varanda bem devagar, se jogou na cama e ligou a televisão. Começou a ver um filme de terror e seus olhos ficaram pesados.Paralisou-se de repente quando viu sua mãe surgir na porta do quarto e vir na sua direção. Se encolheu na cama enquanto a mulher