A noite de ontem foi revigorante, me lembro da molecagem com os meninos na chuva e logo surge em minha mente, os momentos que eu passei com Hafiq.
Certamente foi o café mais sensual que eu já provei, o jeito quente como ele bebia e me olhava, era de umedecer qualquer calcinha.
Curioso, mas eu tenho a ligeira impressão de tê-lo visto anteriormente em algum outro lugar, faço um tremendo esforço pra lembrar e desisto.
É em vão, eu sou péssima em memorizar fisionomias.
Acontecerá um evento na galeria à noite e infelizmente, eu não posso faltar. Apesar da preguiça imensa em me socializar, vou ter que comparecer, não tem jeito, essa função faz parte do meu trabalho e, além disso, eu sou uma das organizadoras da exposição.
Essas exposições são sempre iguais, conversa chata, risos forçados e um monte de esnobes, falsos conhecedores de arte, que não conseguem distinguir um Rembrandt de um Romero Britto.
A única coisa boa é que expus alguns dos meus quadros, então quem sabe eu tenho sorte e vendo pelo menos um?
Arrumo-me um pouquinho melhor, depois de um banho digno, seco os cabelos deixando-os cair soltos com os seus cachos naturais.
Passo rímel e dou uma esfumada nas pálpebras para valorizar o olhar.
Para arrematar, argolões de ouro, presente de Ziê e algumas camadas de brilho labial cor de boca.
Agora sim, até que meu visual não está nada mal.
Já que não tenho escolha e preciso entrar no clima, elejo um vestido longo branco que ganhei de Johnny, em uma de suas idas à Espanha e visto sem pensar demais.
Se eu parar pra pensar muito, vou acabar ficando em casa.
O vestido de tecido fluido e corte ajustado, tem um decote que deixa as minhas costas descobertas até abaixo da cintura.
Bem profundo e ousado, feito sob medida para mulheres confiantes.
Confiante? É tudo que nesse momento não estou me sentindo, portanto, esta negra voluptuosa que me encara no espelho é uma fraude, uma tremenda impostora.
Minha imagem reflete o oposto do meu estado de espírito, mas com toda essa merda que eu estou vivendo, até que cai bem me sentir bonita e viva novamente.
Esta roupa foi um presente de alguém que foi muito importante pra mim, as recordações que ela me remete são um afago à minha alma, e eu realmente preciso sentir hoje esse tipo de aconchego.
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A exposição dos quadros da galeria está sendo um verdadeiro sucesso, Paulo é um italiano quarentão, charmoso e corpulento, um amigo muito querido, além de ser meu chefe.
Ele ri de um canto a outro, pois apesar de Val Marques, a nova aposta da galeria, ter vendido poucas peças, surpreendentemente todos os meus quadros foram vendidos.
Se as vendas desse idiota forem um fiasco, terei que dar uma de babá dele novamente.
Tentei sondar sobre quem comprou os quadros, para agradecer o apoio artístico, mas a resposta que recebi de Paulo é que o comprador exigiu que a sua identidade fosse mantida em sigilo.
— Infelizmente eu fui proibido de falar, o comprador exige anonimato, todas as peças foram compradas, inclusive as esculturas.
— Nossa, que bom, realmente alguém gostou do meu trabalho.
Fiquei contente, nunca vendi tantas obras em um só dia, o sucesso das vendas vem reafirmar que as minhas inseguranças artísticas são infundadas e que eu devo apostar mais em mim mesma.
Durante a exposição, um grupo de samba de roda com baianas em trajes típicos fazem uma apresentação para entreter os convidados.
E o pandeiro fala na mão dos percussionistas, todos em coro cantam e acompanham com palmas.
Papai, mamãe não quer
Que eu suba no cajueiro
Papai, mamãe não quer
Que eu suba no cajueiro
Ela falou se eu subir eu caio
Da galha do cajueiro.
(Da galha do Cajueiro – Domínio público)
Paulo e Brenda, em um complô muito bem armado, me puxam pelo braço e jogam-me na roda de samba em meio a assovios e gargalhadas dos meus outros colegas de trabalho.
Solto uma risada e aponto para os dois.
— Vocês me pagam.
Brenda ri, o seu corpanzil sacudindo ao som da música e grita pra mim.
— Vai Tônia, sambe aí que eu quero ver.
Eu tento sair da roda por duas vezes, mas não consigo, por fim sou embalada pela música contagiante.
Vou ser feliz mais um pouquinho hoje de novo.
Amanhã só Deus sabe com qual humor acordarei, exorcizo as lágrimas, as perdas e o abandono nesse batuque cadenciado, se existe algo mais contagiante do que o samba do recôncavo, eu não conheço. O samba me toma, a tristeza está agora lá do lado de fora, remexo os quadris no ritmo do pandeiro para dissipar a minha dor.
“Minha senhora
Onde é que você mora
Vou fazer minha morada
É por cima do morro, é lá
Minha morada é lá
Torne a repetir meu amor, ai, ai, ai
Torne a repetir meu amor, ai, ai, ai
Eu nunca vi tanta areia no mar
Sereia, sereia
Sereia, ô, sereia à
A menina foi embora
Foi embora e me deixou
Nas asas de um passarinho
Ela voou, voou...”
( Minha senhora – Domínio público)
“Vou me embora pro sertão
Viola meu bem, viola
Eu aqui não me dou bem
Viola meu bem, viola
Sou maquinista da leste
Sou empregado do trem
Vou me embora pro sertão
Eu aqui não me dou bem
Oh, viola meu bem, viola”
(Viola, meu bem — Domínio Público)
Alegre ou triste, o samba é sempre um remédio poderoso.
Consigo enfim sair do meio da roda de samba e vou para um cantinho escondido no salão.
Eu amava dançar, parece que posso ver nitidamente todos se divertindo na sala lá de casa, eu, Ziê, Johnny e os amigos de sempre: Paulo, Brenda, Max, Berta, Dona Nieta e outros mais.
Nossa casa há poucos meses atrás era tão cheia de vida.
Novamente sinto o mesmo nó preso em minha garganta, olho entre os convidados e Hafiq está perto, conversando com dois homens que eu não conheço, mas parece distraído.
Está me encarando, finjo que não noto, não quero que ninguém me veja com as emoções tão reviradas.
Um pequeno coquetel é servido aos convidados da exposição.
Canapés, finger foods e principalmente um tabuleiro imperioso cheio de quitutes. Do tabuleiro da baiana: acarajés, abarás e cocadas fascinam os paladares mais exigentes.
Uma profusão de espumantes, uísque e vinho tinto, servem e seduzem a todos.
A todos, menos a mim, todos esses aperitivos não me dão apetite algum.
Eu lambo os beiços por uma tigela cheia de doce de tamarindo, convidativo em seu marrom brilhoso e irresistível. Só faltando sair de dentro do pote com dois dedinhos me chamando: “Venha e me coma todo, eu juro que eu não engordo, sou tal qual uma folha de alface, caia de boca sem medo, eu sou todo diet.”
A baiana me serve um pote bem generoso, eu me atraco com esse doce fechando os olhos para saboreá-lo.
Dizem que quando você come com gosto, aquilo não te engorda, eu prefiro sinceramente acreditar nessa mentira deslavada, do que me perturbar que o doce de tamarindo vai direto para os meus quadris.
Quando eu abro os olhos, Hafiq está ao meu lado, observando meu momento “gula louca”, com a boca cheia de doce e aquele olhar de “vou tocar o foda-se, hoje eu vou enfiar o pé na jaca”, sem culpas.
Nossa! Por um momento eu esqueço o meu objeto da gula e estanco para observá-lo.
Hoje ele pisoteou o coração da ala feminina com coturnos de arame, sem dó e nem piedade.
Está irresistível em um terno azul marinho, camisa social branca e gravata rosa pálido, apesar do calor escaldante de Salvador.
Será possível que ele não transpira?
Seus olhos sérios contrastam com os lábios curvados em um sorriso de parar o trânsito, dentes branquíssimos e um ar de deboche implícito.
O que ele tá achando tão engraçado?
— Não prefere levar toda a tigela de doce pra casa? Você perguntou à baiana se tem embalagem pra viagem? Fique à vontade, não precisa se envergonhar.
Isso que eu ouvi foi uma tentativa de sarcasmo?
— Você tá debochando de mim porque não sabe o que tá perdendo, não sabe como isso aqui tá gostoso.
— Posso provar?
— Claro, eu vou pedir um pouco pra você.
Eu mal termino a frase, quando ele pega a minha mão e me desafia.
— Eu quero o seu, nada de colher, me dê os seus dedos.
Eu arregalo os olhos sem esforço, mas afinal o que é isso, ele quer que eu enfie o dedo no pote e dê em sua boca?
Ele não me dá tempo de pensar.
— Com licença, flor.
Hafiq pega a minha mão, enfia meus dois dedos no pote e leva até sua boca. Ele lambe os meus dedos sem tirar os olhos de mim, minhas mãos tremem com o frenesi que a umidade de sua língua me causa.
Os seus olhos se fecham e a sua língua percorre entre os meus dedos, como se quisesse saborear-me junto com o doce, como se desejasse me comer em porções bem servidas.
Foi um gesto carregado de uma sensualidade tão explícita, realmente ele sabe provocar.
Uau, eu perdi o fôlego.
Minhas pernas estão bambas, estou louca de vontade de provar a sua boca carnuda, sua língua.
Ah, como essa língua deve ser gostosa, e nos lugares certos. Oh! Meu Deus.
Por que eu estou salivando pela boca desse homem?
O que tá acontecendo comigo?
Não tomarei mais nem um gole de caipirinha.
— Simplesmente delicioso, o doce até que é bom, mas o sabor da sua pele é infinitamente melhor.
— Por que fez isso, você gosta de provocar, não é?
— Não, eu não sou homem de provocar. Eu possuo, é bem diferente.
Depois desse embate, eu consigo enfim articular uma frase que tenha algum sentido.
— Achei que você não vinha hoje, então seu interesse não é só pelo café da galeria? Nós temos aqui um apreciador de artes?
Hafiq enfia o dedo no meu pote de doce e me encara.
— Abra a boca.
Eu mantenho a boca fechada e ele não desiste, continua a me encarar e lambuza os meus lábios com os dedos.
É esse o seu jogo? Eu também tenho alguns truques na manga.
Passo a língua por meus lábios lentamente sorvendo todo o doce e depois os mordo, sem desviar os olhos nem por um segundo.
Essa estrela pornô sou eu? De qual profundeza essa provocadora saiu de mim? Eu tenho que me controlar já que não vou levar esse joguinho adiante.
Isso não está ficando nada bom!
— Certamente não é o café aguado e nem os quadros que me trazem aqui, vamos dizer que eu aprecio tudo que é incomum, gosto de possuir o que me seduz os olhos, inclusive obras de artes.
Um calafrio desce até meu ventre, duplo sentido é pouco, essa resposta com certeza é capaz de derreter até as geleiras da Antártida.
Ele conseguiu mais uma vez me deixar sem fala, o que é muito raro.
Normalmente eu tenho sempre uma resposta cortante na ponta da língua, mas agora não sei o que dizer, é melhor disfarçar e não encará-lo.
— Você praticamente acabou com o meu doce, isso não foi nada educado de sua parte.
Ele sorri novamente, negando com o dedo.
— Deixe de ser dengosa que ainda tem muito doce no pote, estou muito longe de ser bem educado. Sou um homem rústico, às vezes até bruto, em breve você terá oportunidade de tirar suas próprias conclusões.
O modo como ele me olha aquece-me o corpo inteiro, não tenho forças para desviar-me dele, minuciosamente saboreamos as feições um do outro, como se quiséssemos registrar na memória cada detalhe, cada sorriso contido, cada arfar da respiração.
Os primeiros versos de “Desenho de giz”, de João Bosco, ecoam pelo som da galeria e como em uma mágica, uma bolha se estende sobre nós, não há mais ninguém ao nosso redor, só eu, ele e a beleza desse momento.“...Quem quer viver um amorMas não quer suas marcas, qualquer cicatrizA ilusão do amorNão é risco na areia, é desenho de gizEu sei que você quis dizer.A questão não é querer, desejar, decidir.Aí, diz o meu coração.Que prazer tem bater se ela não vai ouvir.Aí minha boca me diz que prazer tem sorrirSe ela não me sorrir também.Quem pode querer ser felizSe não for por um grande amor?”
Faz mais de três meses que eu simplesmente evito sair de casa, só a exposição na galeria, na semana passada, me tirou de meu refúgio.Esta semana a melancolia tá batendo mais forte dentro de mim, confinei-me nas paredes de minha casa, procurando as respostas que eu não tenho, esperando que elas me digam o que fazer de minha vida.Moro em um espaçoso sobrado em Salvador, no bairro do Rio Vermelho, reduto da boemia baiana.Ah! Morar na terra da alegria... E eu me sentir assim desse jeito é no mínimo muito irônico.Treze anos se passaram e parece que foi ontem, há exatamente treze anos mudei-me de Quijingue, no Sertão da Bahia, para morar neste sobrado de arquitetura histórica.Todos os detalhes de nossa casa são muito pessoais e particulares.Todo o caos que eu vivo é tão surreal que eu ainda não me acostumei a dizer que
HAFIQEla senta-se da forma mais ereta possível, com as pernas cruzadas, charmosa pra cacete com uma camisola velha, maltrapilha, tentando manter a indiferença e o último fio de orgulho que lhe resta.Antônia me aponta outro sofá para eu sentar-me e eu suspiro longamente, tentando dissipar a tensão que emana de nós dois.Eu tento me acomodar da forma mais relaxada possível.Sou um homem que não tem problemas de autoestima, sei do efeito que eu causo nas mulheres, a maioria joga-se em cima de mim como urubus na carniça. É incrível como a combinação de um pouco de beleza, educação e bastante dinheiro torna um homem irresistível.Irresistível e... profundamente solitário.As relações amorosas que eu vivi, se algumas fodas agradáveis podem ser definid
CAPÍTULO 5E aquela força da natureza saiu de minha casa como um furacão.Entrou e saiu como um redemoinho que arromba as portas e tira tudo do lugar, sem pena e sem piedade, sem tempo de se proteger, sem pedir licença.Se minha vida não entrar no eixo de novo, Hafiq vai cumprir com sua promessa, eu serei sua mulher, eu serei dele e isso me assusta demais. Durmo pensando em como conseguirei fugir da sua proposta, sem quebrar a promessa que fiz a Aziz. Kaled agora só tem a mim no mundo, a lembrança de tudo que Ziê fez por mim permanece viva em minha memória, em meu coração.Ele me ajudou a resgatar minha autoestima, e agora os dias sofridos que eu vivi fazem parte o passado, graças a ele.Conheci Ziê quando eu tinha treze anos, em uma viagem que ele fez com Johnny a Quijingue, cidade próxima a Canudos — BA.Era festa de Reis, a cidade estava cheia de visitantes, turistas iam e vinham. E a fome me fazia invisível, eles não me notavam. Eu estava muito magra, sofrida pela fome e dilacerad
Acordei cansada, tive uma noite de sono agitada, ainda sinto as mãos de Hafiq pelo meu corpo, que merda! Por que ele tinha que ser irmão de Zie?Pelo menos estou conseguindo me alimentar melhor, tomo um iogurte e um suco de laranja bem gelado, preparo rapidinho um mingau para Kaled.Sentado na cadeirinha, ele espalha mingau pra tudo que é lado e me sorri daquele jeito inocente que eu tanto admirava em Zie.- Mama, quer nanana. Hum!!! bom a nanana.E a banana se amassa toda entre as suas mãos gordinhas, mas que menino mais danado!Ele é um menino muito doce e travesso, uma boa mistura minha e de Aziz: mulato, cabelos castanhos cacheados, olhos castanhos curiosos e alegres.Em mais uma manhã de choro e birra, no placar mamãe x Kaled, eu perco humilhantemente, desisto por hoje dessa batalha e deixo ele levar escondido a chupeta na mochilinha da creche.Após deixa-lo na escola, retorno correndo para casa, ainda dá tempo de tomar uma chuveirada e arrumar-me rapidamente.Até que eu não estou
Eu as vejo salivarem como um canibal em frente a um banquete de carne, todas se tornaram uma massa líquida de hormônios, entre risinhos bobos, cutucões e suspiros juvenis. Completamente seduzidas pela figura envolvente de voz rouca e sotaque melodioso, que eu adoraria nesse exato momento apertar o pescoço até vê-lo sufocar.Dafne, a atendente da cafeteria, aprendiz de vadia, ousada como sempre, fala com Brenda e Lia.- Nossa, se esse homem fosse meu, só sairia da minha cama de cadeiras de rodas. Lia conclui, aumentando o alvoroço feminino.- É um belo de um parque de diversões, vocês não acham? Pra completar nossa maré de azar, só faltava ele ser gay.Brenda ajeita o decote do vestido, puxando seus peitos enormes para cima, como melões quase saltando à vista de todos, se puxasse mais um pouco, dava pra ver os mamilos.Aff!E minha amiga j**a os cabelos louros para o lado, fazendo a cara mais sexy que pode, em direção a Hafiq.- Não tô nem aí se ele for gay, por mim "fuck you my Darling
Faz um gesto indicando para eu passar em sua frente.Vamos almoçar meu bem.Saio pelo corredor com passos trôpegos, acompanho Hafiq até o carro estacionado na frente da galeria, ele abre a porta e eu me sento, olho para o lado e o filho da puta parece alegre pelo efeito que sua demonstração de poder acabou de provocar.Ele dirige em silêncio, por vezes me olha, observando minha reação.A raiva cresce dentro de mim, uma sensação física de cólera, ele não sabe, mas está abanando um lenço vermelho nas minhas fuças e eu estou botando fogo pelas ventas, prestes a atropelar tudo, um ardor queima meu ventre, subindo até a minha garganta.Minha vida virou de cabeça para baixo desde a chegada desse homem insuportável e lindo que divide o espaço comigo, com uma expressão de calma e contentamento que chega a dar nojo.Não tenho a menor ideia pra onde ele está me levando, com a venda da galeria não sei como pagarei as contas no final do mês e não tenho mais as rédeas da merda do meu destino.Três,
HAFIQSó existe o desejo, os lábios de Tônia entreabrem- se de um jeito muito sexy. A respiração entrecortada demonstra-me que ela está tão excitada quanto eu.Minhas mãos percorrem o seu rosto, a sua pele macia me desperta uma voracidade que eu fiz de tudo pra esconder.Chupo os seus lábios carnudos e doces como tâmaras, seguindo com as mãos trêmulas até a curvatura do seu pescoço, descendo os dedos lentamente e descobrindo o prazer imenso de tocá-la.Eu não consigo tirar as mãos do seu corpo.Meu membro encosta na sua bunda macia, se avolumando cada vez mais, eu peço a ela tudo o que quero, e eu quero tudo, toda ela, só pra mim.Por que brigamos tanto se o que queremos é nos perder um no outro? Se só o que precisamos é aplacar essa fome que nos consome?- Eu quero de novo, dá pra mim, me dá essa boca gostosa, depois a gente volta a brigar, Tônia.Não quero mais brigar, a raiva morreu nesse beijo, dando lugar a um tesão insano. Se essa é a brincadeira, ah, meu bem, eu adoro brincar, d