CAPÍTULO 69

ANTÔNIA

Guardo duas borrachinhas amarelas no punho, termino de retocar o batom que borrou um pouco por causa do biscoito e espero ele ajeitar a galabia e o aigal pela terceira vez.

Ele segue tagarelando desde que entrou no carro, nem bem começa um assunto, já muda para outro. Eu pego na sua mão suada e ele dá um longo suspiro.

— Será que eu consigo dar conta disso tudo?

Continuo a afagar e apertar um ponto de sua mão que o relaxa, enquanto desempenho o meu papel de esposa e mãe de seus filhos: tranquiliza-lo e ser o seu esteio.

— Com certeza, você se preparou a vida inteira para isso, mesmo quando teimava em dizer ao seu pai que não o sucederia.

Ele vira-se para me encarar e eu lembro-me das borrachinhas elásticas.

— Tem algo que eu quero te dar. — Esperava que ele me entendesse e não me achasse ridícula.

— O quê habibi? — Hafiq sorri como um menino curioso, abaixando a cabeça.

Ele abre a mão e eu coloco no punho de
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