Hafiq reaparece como uma tempestade no deserto colocando tudo fora do lugar, e agora, como Antônia vai se livrar desse pequeno grande problema?
Faz um gesto indicando para eu passar em sua frente.Vamos almoçar meu bem.Saio pelo corredor com passos trôpegos, acompanho Hafiq até o carro estacionado na frente da galeria, ele abre a porta e eu me sento, olho para o lado e o filho da puta parece alegre pelo efeito que sua demonstração de poder acabou de provocar.Ele dirige em silêncio, por vezes me olha, observando minha reação.A raiva cresce dentro de mim, uma sensação física de cólera, ele não sabe, mas está abanando um lenço vermelho nas minhas fuças e eu estou botando fogo pelas ventas, prestes a atropelar tudo, um ardor queima meu ventre, subindo até a minha garganta.Minha vida virou de cabeça para baixo desde a chegada desse homem insuportável e lindo que divide o espaço comigo, com uma expressão de calma e contentamento que chega a dar nojo.Não tenho a menor ideia pra onde ele está me levando, com a venda da galeria não sei como pagarei as contas no final do mês e não tenho mais as rédeas da merda do meu destino.Três,
HAFIQSó existe o desejo, os lábios de Tônia entreabrem- se de um jeito muito sexy. A respiração entrecortada demonstra-me que ela está tão excitada quanto eu.Minhas mãos percorrem o seu rosto, a sua pele macia me desperta uma voracidade que eu fiz de tudo pra esconder.Chupo os seus lábios carnudos e doces como tâmaras, seguindo com as mãos trêmulas até a curvatura do seu pescoço, descendo os dedos lentamente e descobrindo o prazer imenso de tocá-la.Eu não consigo tirar as mãos do seu corpo.Meu membro encosta na sua bunda macia, se avolumando cada vez mais, eu peço a ela tudo o que quero, e eu quero tudo, toda ela, só pra mim.Por que brigamos tanto se o que queremos é nos perder um no outro? Se só o que precisamos é aplacar essa fome que nos consome?- Eu quero de novo, dá pra mim, me dá essa boca gostosa, depois a gente volta a brigar, Tônia.Não quero mais brigar, a raiva morreu nesse beijo, dando lugar a um tesão insano. Se essa é a brincadeira, ah, meu bem, eu adoro brincar, d
ANTÔNIAPor que ele me beija assim? Por que continua essa tortura desumana?Eu sou toda sensação, toda desejo, não há mais o medo, a dor, só o prazer de ser mulher, de ser fêmea e o latejar nu e cru do cio.Os dedos me dedilhando dentro e fora, indo e vindo, cada vez mais fundo, cada vez mais rápido, cada vez mais longe; ele esfrega os dedos em um ponto que me deixa mais sensível, úmida e trêmula, contraio o sexo freneticamente, apertando-me em torno de seus dedos.Aperto os olhos com a força do prazer que se aflora em meu ventre e rasga meu corpo, dilacerando-me por dentro.- Abra os olhos, eu quero ver seus olhos enquanto goza, me dê o seu prazer, goza pra mim, habibi.Um orgasmo delirante me toma em um sobressalto e eu gozo em sua mão, viro a minha cabeça girando de um lado pra outro, no desespero de me perder, de não ter chão, de ser levada por caminhos que eu desconheço.Ele ainda mantém os dedos dentro de mim, apertando-me a vulva, circundando o polegar em meu clitóris, respiro
ANTÔNIANão será um casamento contratual, seremos amantes e o que mais me assusta é que eu anseio por isso. Eu não conhecia esse meu lado sombrio, de desejar submeter-me ao seu prazer, a essa posse irrevogável, querer que ele me tome para si, me reivindique.É ultrajante e tentador ao mesmo tempo, eu quero continuar a ser a mulher que sempre fui, independente, segura e senhora de minha vontade.Mas surge por trás dessa frieza, uma mulher que me acena com o abandono do prazer, do desejo puro, do salto sem tela de proteção.Até pouco tempo essa mulher era uma desconhecida.Essa mulher que bate a minha porta e invade minha vida, propondo-me o novo é irresistivelmente tentadora.Sou seduzida pelo canto da sereia, sair de minha zona de conforto, mas será que ao sair desse conforto, não me perderei novamente?Quantas dores mais eu vou viver ao me permitir querer, desejar, experimentar, ser mulher novamente?Eu tenho t
ANTÔNIAEu não sou uma mulher frágil, cândida, a rudeza do início de minha vida me criou uma couraça difícil de transpor.Hafiq precisa casar-se com uma princesa, de requinte e polidez irretocáveis e eu sou uma mulher livre, simples, e detesto demonstrar as minhas fraquezas.Só que apesar da minha postura forte e arredia, ele tem um jeito que me desarma, me deixa totalmente nua.Eu não consigo controlar o desejo que ele me desperta e odeio me sentir assim, feito uma massa de pão em suas mãos, que a gente sova, aperta e coloca no ponto na hora que bem quer.Hafiq continua me encarando em silêncio, como se pudesse adivinhar o turbilhão de pensamentos e emoções que se passam em minha cabeça.- Fale Tônia o que a assusta tanto.- Eu não sou mulher de ter medo de nada Hafiq, esse é o nosso problema, por isso que essa relação jamais vai dar certo. Você necessita de uma mulher dócil, frágil; que aja, seja e faça tudo do jeito
ANTÔNIAHafiq franze o cenho e logo após ri olhando a paisagem pela janela.- Vamos dizer que um pouco dos dois, você é divertida, eu gosto do seu jeito de não se levar muito a sério.- Bem diferente de você, não é? Você deveria fazer isso também, em vez de ficar sempre se retorcendo na cueca.- Ah, habibi, é você que me deixa completamente louco, você é a culpada. Que falta de consideração.Penso no que ele acabou de dizer sobre o nosso relacionamento, não posso iludir-me, em nosso casamento não haverá amor, ele é um homem de negócios muito prático, frio em seu modo de negociar, como ele mesmo sempre diz, ele é um beduíno bruto.Certamente no aspecto sexual nos entenderemos, mas tudo acaba aí, proteção, cuidado e sexo, nada além.Eu conseguirei conviver com ele dessa forma? Eu preciso de mais?Talvez seja bom ter um relacionamento em que já sei o que viverei, o que posso esperar, sem falsos romances, juras de a
ANTÔNIAHafiq deita em cima de mim, o rosto enterrado em meu pescoço, provocando-me com a língua, lambendo a minha orelha, mordiscando com vontade.Ainda tenho medo, medo de não sentir nada, medo de ter sido estragada pela vida, as carícias aumentam com as palavras de desejo, os beijos úmidos e torturantes.O medo se dissipa rapidamente, agora só sinto o tremor da surpresa, é algo difícil de entender, mas é um turbilhão de arrepios, de espera e de vontade, o pavor tá do lado de fora desse quarto, ele não pode me ferir.Ele desce a boca úmida devagar pelo meu pescoço, abocanhando um mamilo, chupando-o, como se lambesse minha alma ferida, minhas dores. É uma sensação sublime ter a sua língua macia sugando meus seios.Embevecido, Hafiq mordisca um, depois o outro mamilo, levemente, só pra me instigar e continua sugando-os, adoro a sua boca nos meus seios, eu acaricio seus cabelos e seu rosto enquanto ele bebe de mi
ANTÔNIAEle me beija espremendo-me os lábios, abafando um urro de prazer, o eco de seu orgasmo se dissipa dentro de minha boca, os seus lábios estão trêmulos, é bom saber que ele me deseja com essa intensidade.A língua me lambe o canto da boca, mordendo meus lábios, ele ainda está dentro de mim, não quer sair do calor de minhas entranhas.E depois de me beijar o pescoço e descansar o corpo pesado em cima de mim, por alguns minutos, movimenta os quadris lentamente, ele está duro feito aço novamente.Ele suspende minhas pernas aprofundando a penetração, lambendo meus pés, a língua passando por meus dedos, mordiscando os tornozelos, que sensação deliciosa, ele lambendo e mordiscando meus pés enquanto me penetra.Hafiq dobra as minhas pernas em seus ombros e mete mais fundo, ele se segura com uma das mãos na cabeceira da cama, a outra mão aperta minha bunda, bombeando em mim tão profundo como se quisesse escalar meu cor