CAPÍTULO 8
Faz um gesto indicando para eu passar em sua frente.

Vamos almoçar meu bem.

Saio pelo corredor com passos trôpegos, acompanho Hafiq até o carro estacionado na frente da galeria, ele abre a porta e eu me sento, olho para o lado e o filho da puta parece alegre pelo efeito que sua demonstração de poder acabou de provocar.

Ele dirige em silêncio, por vezes me olha, observando minha reação.

A raiva cresce dentro de mim, uma sensação física de cólera, ele não sabe, mas está abanando um lenço vermelho nas minhas fuças e eu estou botando fogo pelas ventas, prestes a atropelar tudo, um ardor queima meu ventre, subindo até a minha garganta.

Minha vida virou de cabeça para baixo desde a chegada desse homem insuportável e lindo que divide o espaço comigo, com uma expressão de calma e contentamento que chega a dar nojo.

Não tenho a menor ideia pra onde ele está me levando, com a venda da galeria não sei como pagarei as contas no final do mês e não tenho mais as rédeas da merda do meu destino.

Três,
Misha Anderson

Boa tarde cara leitoras, estão com calor por aí?

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