Capítulo XVI
O Encantado e o batismo da natureza.
Podia sentir a avalanche de sentimentos que tomou conta de Eric naquele momento. Ele ganhava uma mulher e um filho e perdia a mãe. Tudo em um mesmo dia. O meu mouro estava perdido e só o meu amor podia consolá-lo e controla-lo naquela hora. Ele quis ver a mãe, assim como os irmãos. Meu pai não me deixou ver Anete por causa das emoções fortes que eu era obrigada a evitar. Foram dias difíceis. Não me deixaram ir ao enterro de Anete. Permaneci em casa, vendo a chuva pela janela. Aqueles dias foram dias chuvosos e frios. Eu acariciava minha barriga, feliz, sorrindo. Pensava em quantas roupinhas eu queria comprar para aquele bebezinho e no quanto minha mãe iria fazer de crochês para o meu bebê, assim como tinha feito para Beatriz e João Paulo. Ana Maria foi para a casa dos nossos pais com o Bernardo, que tinha dias. Ela p
Chegamos ao fim! Espero que tenham amado tanto quanto eu! Deixe um comentário e estrelas! Eu vou adorar conversar! Beijos e até o próximo! Lu Mendes
Acidade mais populosa do país estava especialmente linda e ao mesmo tempo triste aquela noite. Eu estava me despedindo de São Paulo. O divórcio tinha sido exaustivo. Breno não queria se separar, como se ele tivesse algum direito a isso depois de eu provar suas traições. Eu era uma escritora com apenas dois livros lançados, de muito sucesso diga-se de passagem, mas ainda iniciando uma carreira. Lembro bem do dia em que saí de Pirenópolis, na minha Goiás, levando como bagagem todas as críticas da minha família. Breno era um importante editor chefe de uma das editoras mais famosas do país. Ele se achava no direito de trair. Quanto a mim? Tive todos os direitos a me divorciar mesmo ainda o amando. Aquela vidraça que dava vista para um dos locais mais bonitos da cidade, o centro de todos os edifícios nobres da cidade, ocupava toda a parede da minha sala, ou a sala da c
Capítulo IIPaixões impossíveisA distância se fez longa até aquele belo homem e a porta onde eu estava parada, esperando. O meu pai abriu um sorriso, como se precisasse. Eu já estava feliz de olhar para aquele roceiro bonito que tinha se tornado o Eric. Mais perto, eu podia reparar nos detalhes do rosto, a cor verde dos olhos, o perfeito desenhado dos lábios, o suor que escorria pela nuca vindo parar no peito e a calça de cós baixo dele que era puxada pelas coisas que havia nos bolsos. Ele trazia uma rédea nas mãos e outro acessório que eu não sabia o que era, mas queria muito saber.- Filha, lembra do Eric? Vimos ele na estrada, é o filho do Narciso.- Sim, pai, lembro.Eric retirou o chapéu e limpou a m&a
Capitulo IIISegredos da cachoeiraO barulho de caminhonete era inconfundível. Eu movi minha cabeça na direção do barulho do motor e vi que minha pick up estava chegando finalmente.- Minha pick up! - Gritei e fui em direção a caminhonete. - Hoje nós vamos tomar uma cerveja no centro da cidade, Eric!- Isso ai, Alice!Alma me olhou com raiva e foi até mim. A jovem senhora apressou o passo até me alcançar e segurar meu braço.- Você não vai sair com homens aqui e desonrar sua família, Alice.Soltei meu braço com rapidez e sorri.- Mamãe, vai ficar muito difícil superar meu sofrimento se a senhora ficar me dizendo o que fazer!Eric se aproximava da situação e tratou de jogar um balde de água
Capítulo IVInconstância e desesperoAs coisas aconteciam bem rápido em Pirenópolis. No dia seguinte, acordei já com o barulho no campo das colhedeiras, como chamava meu pai as colheitadeiras de soja. A soja fica pronta para plantio e colheita duas a três vezes no ano em um clico de sessenta até cento e vinte dias, portanto, era bem rápido e bem lucrativo. O chato era ser acordada pelo barulho da máquina saindo do celeiro, perto da casa para ir para o campo. Tomei o meu café e reparei que naquele dia havia ali uma família ajudando minha mãe a limpar a casa. Sentei-me na varanda e observei o trabalho. Naquele momento uma adolescente de, talvez, uns dezesseis anos veio ao meu encontro, parando o que fazia.- Eu li seu livro!
Capítulo V O que está oculto Eu estava em choque. Ver o animal daquele jeito, sofrendo, me deu um embrulho no estomago, uma vontade louca de chorar. Entrei em casa e vi minha mãe chorando sobre a pia da cozinha. - Mãe! A senhora está bem? - Estou, estou - Ela enxugava as lágrimas e bateu no meu braço de leve para não ser abraçada e ser deixada em paz. Minha mãe era uma mulher dura daquele jeito. Ela nos abraçava quando queria e não quando a gente queria um abraço. Ou precisava dele. Subi lentamente para meu quarto e me deitei em minha cama para ficar pensativa sobre o que havia acontecido com aquele animal. Não existia nas fazendas de soja nenhum animal que pudesse fazer um ferimento daqueles em um cavalo e ir embora sem deixar rastros. Eu tentava imaginar o que poderia ter sido, uma pessoa? Que pessoa poderia ser tão cruel a ponto de matar um cavalo, não ter sucesso e
Capítulo VI Uma noite de amor Uma mensagem chegou ao meu celular as vinte e uma horas. Era Eric. Estou no estábulo, venha devagar para não assustar os cavalos. Não houve jeito. Assim que consegui sair de casa com todo cuidado com o barulho da porta e cheguei ao estábulo, alguns cavalos fizeram barulho. Eles não me conheciam. Avistei Eric fazendo um aceno para que eu fizesse silêncio, com o dedo na frente dos lábios. Escondi-me da luz que se acendeu no quarto da minha mãe. Ele se aproximou de mim. - A luz acendeu? - Sim. - Precisamos sair logo daqui. - Ele olhava ao redor, procurando uma maneira de passarmos sem ser vistos - Seu pai vai buscar uma espingarda e vai vir ver o que está acontecendo. Vamos logo. Eric segurou a minha mão e começou a me puxar para trás do e
Capítulo VII O que os olhos veem, o coração sente Os dias se passaram e eu não via a hora de ver Eric novamente. Nós nos falávamos pelo celular todos os dias e ele me contava os avanços com as negociações da sua terra. Eu também fiz um enorme progresso com Mirella, organizando uma escola improvisada no terreno dos pais dela. Era um pouco longe da fazenda mas aquele projeto pessoal era algo que vinha do coração e que eu daria o meu melhor para levar adiante. Fui algumas vezes ao centro da cidade comprar livros para organizar uma pequena biblioteca para as crianças. Assim que entrei na livraria meus olhos brilharam de lágrimas ao ver tantos livros dispostos nas estantes sem que aquelas crianças tivessem acesso a eles. Elas não tinham conhecimento e muito menos dinheiro para adquirir um. Machado de Assis, Clarice Lispector, Jorge Amado entre tantos outros da nossa Lite
Capítulo VIII O que os olhos veem, o coração sente Acordei nos braços de Eric, dentro da caminhonete. Senti um pano úmido sobre minha testa e bochecha e sua voz se fazia cada vez mais alta em meus ouvidos. - Alice? Alice? A luz do Sol pela janela do carro me cegava a visão. Pisquei várias vezes e finalmente voltei meu olhar a ele. Lembrei do que me fizera apagar. - Ah você voltou, pensei que ia ter que te levar ao hospital e depois como explicar isso a todo mundo? O horror tomou conta de mim novamente. A hipótese de ser irmã dele e termos transado aquelas duas vezes me horrorizava. Levantei a cabeça e o corpo, muito mal. - Eu... - Tentei me expressar - Não sei o que fazer. Ele bufou e se ajeitou no banco traseiro. - Com relação a que? A n