Capítulo IX
O que os olhos não veem, o coração não sente
Pisquei os olhos algumas vezes. Era tudo verdade. Eu não estava em um pesadelo, ou pelo menos, não dormindo. O corpo estava pesado do sofrimento da mente. Dizem que o estresse cansa mais do que uma faxina e é bem verdade. Eu parecia doente, me sentia exausta. Levantei-me da cama para ir tomar café e ver se meu pai já tinha assassinado Breno. Vesti um vestido floral rosado e prendi os cabelos em um rabo de cavalo, calcei sandálias de dedo. Ao sair do quarto, vi que a porta de Breno já estava aberta. Que pesadelo, onde ele poderia estar? A porta do quarto da minha mãe também estava aberta e para minha surpresa ela arrumava sua cama, ali sozinha. Ela me viu e parou o que fazia
Oi leitores! Estou amando e vocês? Está chegando a Cavalhada de Pirenópolis! Espero que gostem tanto quanto eu amei! Beijos!
Capítulo X A cavalhada Era domingo de manhã. A Cavalhada ia começar. Eu sabia que a cidade devia estar lotada de turistas de outros Estados e de outras cidades vizinhas por isso optei por não levar os livros até Mirella. A estrada estaria cheia. Os vestidos que minha mãe tinha costurado para minha irmã e eu eram lindos. O meu vestido era rosa antigo estilo vitoriano com rendas no decote e uma saia com três babados de renda. Eu parecia uma senhorita do século passado. Minha mãe não tinha conhecimento para saber como seriam os vestidos daquela época então costurou dois vestidos iguais, mas de cores diferentes, os quais ela tinha pesquisado na internet. Eram lindos mesmo assim. Ana Maria já estava lá com Beatriz, experimentando. - Mãe! A senhora esqueceu que eu estou com esse barrigão! - Ela ria. Nós nos olhamos, as três, rindo. Ana Maria teve q
Capítulo XIA dor da amante trágicaSegunda-feira. Amanheceu o dia sem que eu conseguisse pregar o olho. Estava exausta de passar a noite pensando no que tinha acontecido. Rezava para não estar no meu período fértil. Assim que meus pais saíram para a Cavalhada, depois de me perturbarem muito para ir, decidi levar os livros para a biblioteca no terreno de Mirella. Quando estava chegando, recebi notificação no celular.Você não veio por quê? Alice, eu tentei fugir do que sentimos, mas é impossível, vamos ter que encarar isso como adultos que somos agora.
Capítulo XIIGuerra de coraçõesEu estava preparando minhas malas para ir para Goiânia fazer o teste de DNA. Meu pai entrou no quarto junto com minha mãe. Eles discutiam.- Mas porque ela precisa ir? - Retrucava ele.- Porque ela quer mudar documentos para voltar a viver aqui, Gerson, comprar uma casa em Pirenópolis, perto dos irmãos.- E porque você não pode fazer isso daqui, filha? - Ele parecia muito triste.- Ô meu pai, eu vou voltar em menos de três dias. Toma conta do meu quarto para mim, não deixa a Ana Maria entrar, pegar meus vestidos!Eu desconversava enquanto terminava e olhei para minha mãe, Ela me compreendia muito bem, mas eu senti que estava apreensiva.- Ela nem vem aqui, ela vai ter o bebê e você não vai estar
Capítulo XIIIGoiâniaA tarde foi exatamente daquela maneira, conforme o combinado. Nós dois estávamos cansados e nos deitamos em seu quarto para ver um filme. Eu me deitei em seu peito e adormeci, sentindo aquele perfume delicioso dele. Ao acordar já era noite e ele não estava sob minha cabeça. Olhei em volta e o vi na sacada do quarto olhando Goiânia. Ele estava sem camisa e de calça jeans. Fui até ele devagar e ao ouvir algum pouco barulho dos meus pés no carpete, ele se virou ficando de lado para me ver.- Dormiu bem? Vai perder o sono a noite.- É... teu peito é bom de dormir, igual o do meu pai.Ele sorriu e me estendeu a mão para olhar a cidade.- Hum, não acho boa ideia, tenho medo de altura.Olhava lá para baixo com medo
Capítulo XIVA FênixAna Maria deu à luz a um menino, Bernardo. Era a coisa mais linda do mundo. As bochechinhas rosadas e gordinhas davam vontade de apertar. Rapidamente aflorou em mim uma vontade doida de ter um daqueles. O grande problema é que eu não tinha um marido, nem sequer um namorado. Fiquei com Beatriz, minha sobrinha por dois dias até Ana se recuperar e sair do hospital. Nós tomávamos sorvete na varanda quando Eric chegou. O caubói veio caminhando até nós de chapéu, sorrindo com entusiasmo.- Essa é a Beatriz?- Sou, tio.- Ah! Como se fala, amorzinho? - Eu disse.- Oi, moço, eu sou a Beatriz - Ela respondeuNós rimos. Eric se agachou e estendeu a mão para ela dar um tapinha.- Isso, garota! - Ele me olhou - S
Capítulo XIV Ser feliz muda tudo Não tinha o que fazer, eu ia ao rancho de qualquer maneira, ele merecia saber a verdade. Devo ter trocado de roupa umas quinhentas vezes, até que me decidi pela mesma calça que ele achou bonita em mim, uma camiseta e sandálias de salto que ele tinha gostado tanto. Eu iria ficar com ele mesmo que ele não quisesse conversar sobre nós, somente para ficar com ele e o consolar com relação a sua mãe. Eu pertencia a ele e faria de tudo para deixar o homem que eu amava o máximo confortável possível. Digitei o endereço no GPS, localização aproximada e fui. Vi que meu pai me observava do estábulo e acenei para ele. O velho sorriu, certamente feliz por eu ter deixado aquele quarto escuro. Se eu saí da fazenda naquelas condições, só podia ter um motivo: para ir em direção ao homem da minha vida. Era um pou
Capítulo XVI O Encantado e o batismo da natureza. Podia sentir a avalanche de sentimentos que tomou conta de Eric naquele momento. Ele ganhava uma mulher e um filho e perdia a mãe. Tudo em um mesmo dia. O meu mouro estava perdido e só o meu amor podia consolá-lo e controla-lo naquela hora. Ele quis ver a mãe, assim como os irmãos. Meu pai não me deixou ver Anete por causa das emoções fortes que eu era obrigada a evitar. Foram dias difíceis. Não me deixaram ir ao enterro de Anete. Permaneci em casa, vendo a chuva pela janela. Aqueles dias foram dias chuvosos e frios. Eu acariciava minha barriga, feliz, sorrindo. Pensava em quantas roupinhas eu queria comprar para aquele bebezinho e no quanto minha mãe iria fazer de crochês para o meu bebê, assim como tinha feito para Beatriz e João Paulo. Ana Maria foi para a casa dos nossos pais com o Bernardo, que tinha dias. Ela p
Acidade mais populosa do país estava especialmente linda e ao mesmo tempo triste aquela noite. Eu estava me despedindo de São Paulo. O divórcio tinha sido exaustivo. Breno não queria se separar, como se ele tivesse algum direito a isso depois de eu provar suas traições. Eu era uma escritora com apenas dois livros lançados, de muito sucesso diga-se de passagem, mas ainda iniciando uma carreira. Lembro bem do dia em que saí de Pirenópolis, na minha Goiás, levando como bagagem todas as críticas da minha família. Breno era um importante editor chefe de uma das editoras mais famosas do país. Ele se achava no direito de trair. Quanto a mim? Tive todos os direitos a me divorciar mesmo ainda o amando. Aquela vidraça que dava vista para um dos locais mais bonitos da cidade, o centro de todos os edifícios nobres da cidade, ocupava toda a parede da minha sala, ou a sala da c