Eu segurava a mão de Anne com toda a força que tinha, mas a verdade era que o pânico estava me consumindo por dentro. Cada respiração que eu tomava parecia não ser suficiente para acalmar o caos dentro de mim. Eu precisava ser forte e estar lá para ela, mas as memórias estavam se sobrepondo à realidade diante dos meus olhos.Lembrava-me vividamente de como foi levar minha falecida esposa ao hospital. O nervosismo, o medo, e depois, a angústia de vê-la entrar naquela sala e nunca mais sair. Aquela dor ainda estava marcada em mim. Era uma ferida que nunca cicatrizou completamente. E naquele momento, estava ali, novamente, levando a mulher que amo para o hospital, mas desta vez eram trigêmeos.Meu coração batia acelerado, a boca estava seca, e eu sentia uma dor no peito que só aumentava. Tentei afastar esses pensamentos, convencer a mim mesmo de que dessa vez seria difere
Depois de muitas horas de desespero e aflição, eu finalmente senti meu corpo relaxar ao ser conduzida para a sala de recuperação. Estava exausta, mas a alegria que inundava meu coração era tão grande que superava qualquer cansaço. Depois de um tempo na sala de recuperação, fui levada para o quarto onde ficaríamos.Ao entrar, meus olhos se encheram de lágrimas ao ver três pequenos bercinhos de vidro alinhados ao lado da minha cama. Ali, tão próximos de mim, estavam meus três filhos. Eles eram tão pequenos e frágeis, mas, ao mesmo tempo, pareciam tão perfeitos. O sentimento de gratidão e felicidade que me tomou naquele momento foi indescritível.Com cuidado, inclinei-me para olhar mais de perto cada um deles. As pequenas mãozinhas, os pezinhos, os rostos tão serenos. Aquele era o momento que eu sempre sonhei, e ago
Depois que a cidade soube que Gustavo havia mantido Anne presa na fazenda da irmã, a imagem pública dele começou a desmoronar. Ele sempre se esforçou para manter uma reputação impecável, mas essa revelação foi um golpe duro. A opinião dos moradores se dividiu, e, de certa forma, isso acabou somando pontos a meu favor. Aqueles que conseguiam ver além dos costumes tradicionais começaram a entender que não havia nada de errado em meu relacionamento com Anne. Tínhamos todo o direito de estar juntos, e essa aceitação, mesmo que parcial, me trouxe um certo consolo.Claro, os mais conservadores ainda viam problemas em nossa união. Para eles, a diferença de idade, meu passado como viúvo e a rapidez com que Anne engravidou eram motivos suficientes para desaprovar nosso relacionamento. Mas, para minha surpresa, houve também muitos que se posicionar
Acordei no meio da madrugada com o som dos bebês chorando ecoando pela casa. O cansaço estava pesando em cada fibra do meu corpo, mas eu sabia que precisava me levantar. Com um suspiro resignado, me arrastei para fora da cama, sentindo os músculos protestarem enquanto caminhava até o quarto deles. Cuidar de três bebezinhos era uma tarefa muito mais exaustiva do que eu havia imaginado. Cada um deles parecia ter um relógio interno que os fazia acordar em momentos diferentes, o que significava que as noites eram constantemente interrompidas. Mas, apesar do cansaço, ao abrir a porta e ver Pedro, Paulo e Pablo em seus berços, fazia meu coração se encher de uma alegria que só eles conseguiam proporcionar.Pedro era o mais quieto, mas quando chorava, o fazia de uma forma que cortava o coração. Paulo, por outro lado, era o mais agitado, sempre se mexendo e reclamando de qualquer coisa. E ent&atil
Amamentar os trigêmeos era um momento de paz e conexão, apesar do cansaço que vinha junto. Pedro, Paulo e Pablo estavam tão quietinhos, sugando com força, que me fazia esquecer por um instante o quanto a maternidade podia ser exaustiva. O sentimento de amor que transbordava enquanto eu os alimentava era algo que eu nunca imaginaria sentir antes de me tornar mãe. Cada um deles era uma parte de mim, e mesmo quando a exaustão ameaçava tomar conta, a alegria de tê-los em meus braços superava tudo.Depois de um tempo, eles finalmente adormeceram, os três encolhidos nos bercinhos. Fiquei observando-os por alguns minutos, maravilhada com a tranquilidade que irradiavam. Como era possível que seres tão pequenos pudessem encher meu coração de uma felicidade tão grande?Dona Joana entrou no quarto, sorrindo ao ver os netinhos dormindo profundamente.— Vou para
Puxei Gabriel para um beijo, tentando transmitir todo o meu apoio e compreensão através daquele simples gesto. Senti seus ombros, antes tensos, começarem a relaxar à medida que ele correspondia, e isso trouxe um alívio para meu coração. No início, o beijo foi calmo, quase como se estivéssemos buscando consolo um no outro, tentando afastar as preocupações que pairavam sobre nós.Mas, conforme os segundos passavam, a necessidade e a urgência que sempre sentimos um pelo outro começaram a tomar conta. O beijo se tornou mais intenso, mais enérgico, quase desesperado. Era como se ambos estivéssemos tentando afastar o medo e a tensão através do desejo, como se a conexão física pudesse, de alguma forma, nos proteger de tudo o que estava acontecendo lá fora.Segurei os ombros de Gabriel e, sem hesitar, subi em seu colo, sentindo-o fir
Estar com Anne daquele jeito, sentindo cada parte do seu corpo, era como um sonho que eu nunca queria acordar. A maneira como ela se movia sobre mim, a suavidade da sua pele sob minhas mãos, me deixava hipnotizado. Havia algo de profundamente íntimo, quase sagrado, em cada toque, em cada suspiro que escapava dos seus lábios.Eu a segurei pela cintura, sentindo a curva delicada de suas coxas enquanto a deitava suavemente no sofá. Ao me acomodar entre as suas pernas, senti uma onda de êxtase me inundar. Desabotoei a camisa com pressa, quase desesperado para senti-la mais perto, para ter sua pele contra a minha sem qualquer barreira.Enquanto me deitava sobre ela, com nossos corpos se alinhando perfeitamente, senti como se todo o meu ser estivesse focado em Anne. O beijo que trocamos em seguida foi intenso, esfomeado e voraz. Cada movimento que fazia, cada vez que a segurava, eu queria que ela soubesse que estava ali, com ela, por ela.
Naquele dia pela manhã, quando Gabriel saiu para ir trabalhar na prefeitura e Dona Joana chegou para me ajudar com os bebês, senti que precisava de um tempo para mim. Não que eu não amasse cada segundo ao lado dos meus filhos, mas depois de tantos meses presa em casa, eu queria sair um pouco, respirar um ar fresco, espairecer a cabeça. Então, decidi acompanhar Selma até o mercado.— Tem certeza de que quer ir? — perguntou Dona Joana, olhando para mim com uma sobrancelha arqueada enquanto embalava um dos bebês.— Tenho, sim. Preciso ver o mundo lá fora de novo — respondi, sorrindo.Ela assentiu, compreendendo a minha necessidade. Com três bebês para cuidar, a vida havia se tornado uma rotina intensa e, por mais gratificante que fosse, eu precisava de uma pausa, mesmo que breve.— Vai fazer bem para você, querida — ela disse, colocando Pedro no