Puxei Gabriel para um beijo, tentando transmitir todo o meu apoio e compreensão através daquele simples gesto. Senti seus ombros, antes tensos, começarem a relaxar à medida que ele correspondia, e isso trouxe um alívio para meu coração. No início, o beijo foi calmo, quase como se estivéssemos buscando consolo um no outro, tentando afastar as preocupações que pairavam sobre nós.
Mas, conforme os segundos passavam, a necessidade e a urgência que sempre sentimos um pelo outro começaram a tomar conta. O beijo se tornou mais intenso, mais enérgico, quase desesperado. Era como se ambos estivéssemos tentando afastar o medo e a tensão através do desejo, como se a conexão física pudesse, de alguma forma, nos proteger de tudo o que estava acontecendo lá fora.
Segurei os ombros de Gabriel e, sem hesitar, subi em seu colo, sentindo-o fir
Estar com Anne daquele jeito, sentindo cada parte do seu corpo, era como um sonho que eu nunca queria acordar. A maneira como ela se movia sobre mim, a suavidade da sua pele sob minhas mãos, me deixava hipnotizado. Havia algo de profundamente íntimo, quase sagrado, em cada toque, em cada suspiro que escapava dos seus lábios.Eu a segurei pela cintura, sentindo a curva delicada de suas coxas enquanto a deitava suavemente no sofá. Ao me acomodar entre as suas pernas, senti uma onda de êxtase me inundar. Desabotoei a camisa com pressa, quase desesperado para senti-la mais perto, para ter sua pele contra a minha sem qualquer barreira.Enquanto me deitava sobre ela, com nossos corpos se alinhando perfeitamente, senti como se todo o meu ser estivesse focado em Anne. O beijo que trocamos em seguida foi intenso, esfomeado e voraz. Cada movimento que fazia, cada vez que a segurava, eu queria que ela soubesse que estava ali, com ela, por ela.
Naquele dia pela manhã, quando Gabriel saiu para ir trabalhar na prefeitura e Dona Joana chegou para me ajudar com os bebês, senti que precisava de um tempo para mim. Não que eu não amasse cada segundo ao lado dos meus filhos, mas depois de tantos meses presa em casa, eu queria sair um pouco, respirar um ar fresco, espairecer a cabeça. Então, decidi acompanhar Selma até o mercado.— Tem certeza de que quer ir? — perguntou Dona Joana, olhando para mim com uma sobrancelha arqueada enquanto embalava um dos bebês.— Tenho, sim. Preciso ver o mundo lá fora de novo — respondi, sorrindo.Ela assentiu, compreendendo a minha necessidade. Com três bebês para cuidar, a vida havia se tornado uma rotina intensa e, por mais gratificante que fosse, eu precisava de uma pausa, mesmo que breve.— Vai fazer bem para você, querida — ela disse, colocando Pedro no
Eu estava sentado à minha mesa na prefeitura, tentando focar nos relatórios que precisava revisar, mas minha mente vagava. O peso das responsabilidades, tanto no trabalho quanto em casa, era grande, e eu precisava encontrar uma maneira de equilibrar tudo isso. Foi quando Jorge entrou na sala, carregando uma pasta cheia de amostras de material publicitário.— Bom dia, prefeito — disse ele, com um sorriso encorajador.— Trouxe as amostras do material publicitário para a sua reeleição.Assenti, tentando deixar de lado meus pensamentos e focar no que ele estava prestes a me mostrar. Jorge abriu a pasta e começou a espalhar as peças sobre a mesa: panfletos, banners, adesivos e algumas ideias para vídeos de campanha.— Aqui estão as propostas iniciais — explicou ele, apontando para cada item. — Temos algumas opções de slogans, diferentes layou
Estava em casa, com os trigêmeos, cada um em seu carrinho, enquanto tentava ao mesmo tempo, cuidar deles e manter minha mente ocupada. Era difícil não pensar em Gabriel e em tudo o que estava acontecendo. A campanha para a reeleição estava começando a pesar sobre nós, e eu sabia o quanto ele estava se esforçando para manter a calma e a serenidade, mesmo quando as coisas ficavam difíceis.O coração disparou quando ouvi o som familiar do carro dele estacionando na garagem. Sempre que Gabriel chegava em casa, era como se o mundo ficasse um pouco mais leve. Contudo, naquele dia, quando ele finalmente apareceu na porta, percebi imediatamente que algo estava errado. Havia uma tensão em seus ombros, uma rigidez em sua expressão que não consegui ignorar.Levantei-me rapidamente e fui ao seu encontro.— O que aconteceu? — perguntei, tentando manter a voz calma, em
Eu sabia que lidar com o Gustavo seria um desafio, mas, ao contrário dele, eu tinha Anne ao meu lado, e isso me dava a força necessária para enfrentá-lo como opositor. Não seria fácil, mas a presença dela, o apoio incondicional que ela me dava, era tudo o que eu precisava para seguir em frente.Naquele dia, o debate no canal de TV local seria crucial. Eu estava um tanto nervoso, mas ao avistar o sorriso de Anne na plateia, um alívio tomou conta de mim. Aquele simples gesto, aquele brilho no olhar dela, me lembrava do motivo pelo qual eu estava ali. Não era apenas sobre política, sobre poder. Era sobre o futuro da minha família, da cidade que eu amava, e de todos que dependiam de mim.Ajustei minha gravata, tentando disfarçar o nervosismo que ainda insistia em me acompanhar. Respirei fundo, buscando a calma necessária para enfrentar o que viria a seguir. Assim que meu nome foi cha
Enquanto Gabriel estava na prefeitura, minha sogra cuidava dos trigêmeos para que eu pudesse descansar. Selma estava ocupada fazendo uma faxina pela casa, e eu aproveitei aquele raro momento de silêncio para me deitar no sofá da sala e tentar relaxar um pouco. Meus pensamentos estavam dispersos, variando entre a exaustão da rotina e a felicidade de ter meus filhos e Gabriel ao meu lado. No entanto, antes que pudesse me desligar completamente, a campainha tocou.Clara, minha melhor amiga, entrou com um sorriso no rosto, segurando uma caixa de chocolates.— Você merece um pouco de prazer em forma de comida, Anne— disse, entregando-me a caixa.Eu franzi o cenho, pegando os chocolates, mas estranhando o tom da sua voz.— Por quê? O que está acontecendo? — perguntei, já sentindo um nó se formando no estômago.Clara hesitou, o que só aumentou minha pre
Os dois meses que se seguiram foram exaustivos. Gustavo não poupou esforços para tentar virar a opinião pública contra mim. Cada dia trazia um novo desafio, uma nova acusação, uma nova mentira que ele plantava entre os moradores. Eu fazia o possível para responder com a verdade, mas o medo de que, talvez, ele estivesse conseguindo seu objetivo pairava constantemente sobre mim.Chegou, enfim, o grande dia da eleição. A ansiedade estava no ar, e a casa estava mais silenciosa do que de costume. Anne estava ao meu lado, segurando minha mão com firmeza, como sempre fazia nos momentos em que eu precisava de apoio. Os trigêmeos dormiam no quarto, e minha família estava reunida, todos esperando o resultado das urnas.Meu coração batia forte. A cada minuto que passava, a sensação de incerteza aumentava. Por mais que eu tivesse confiança no trabalho que fiz pela
O pai do Gabriel, Francisco, abriu uma garrafa de champanhe, e a sala se encheu de risadas e brindes. Estávamos todos comemorando, sentindo a leveza da vitória, quando a campainha tocou.— Eu vou atender! — disse, levantando-me com um sorriso ainda no rosto. Caminhei até a porta, esperando encontrar mais alguém para se juntar à nossa celebração. Mas quando abri, a alegria no meu rosto se dissipou imediatamente. Meu pai estava lá, me encarando com um olhar sério e cansado.— Parece que vocês já sabem o resultado — ele comentou, a voz carregada de uma amargura que me deixou tensa.— Sim — respondi, sentindo o desconforto crescendo dentro de mim. Por um momento, pensei em simplesmente fechar a porta, mas ele continuou.— É, parece que não tem mais espaço pra mim nessa cidade — disse, num tom que me surpreendeu.